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Fimose Introdução • A glande é um corpo esponjoso (emara- nhado de vasos que tem uma camada de queratina, semelhante ao clitóris) coberto pelo prepúcio para a proteção de trauma ou atrito das estruturas; • O prepúcio recobre a glande, sendo espe- rado até os 3 anos que se tenha uma abertura, esta que, caso não ocorra, deve ser corrigida por uma intervenção cirúrgica; • Ao nascimento, cerca de 95% das crianças possuem fimose e por volta dos 3 anos, cerca de 90% das crianças não possuem mais fimose, ou seja, apenas 5% dos casos demandam cirurgia; • A fimose é definida pela impossibilidade de exteriorizar a glande devido à estenose do meato prepucial; • Pode ser: - Congênita/fisiológica: presente desde o nascimento e, geralmente, é resolvida com o crescimento, sem necessidade de inter- venção; - Adquirida: pode ocorrer por balano- postites (bactéria necrosa o tecido local, substituindo-o por fibroblasto e fibrócito, adquirindo característica mais enrijecida com fechamento do prepúcio) ou por fissu- ras causadas pelos pais através de mano- bras forçadas para exteriorizar a glande de pacientes com fimose congênita. Classificação → • Grau I: grau mais avançado de fimose, onde não há visibilidade da glande, nem do meato da uretra; • Grau II: quando há possibilidade de visu- alização, de pequena área da glande e do meato da uretra, além de apresentar o anel de estenose do prepúcio; • Grau III: após exposição da glande, nota- se um anel de estreitamento que faz com- pressão no corpo cavernoso; • Grau IV: excesso de prepúcio (Gardner não descreve esse grau, sendo uma classi- ficação adaptada); • Erros: - Não descreve excesso de prepúcio nem suas variáveis (fechado total ou parcial); - Não descreve se congênita ou adquirida (muda tratamento); - Não descreve mega prepúcio; - Não descreve prepúcio totalmente fe- chado “em tubinho”. → • Grau I: prepúcio totalmente fechado, não se visualiza o meato uretral; Marianne Barone (15A) Cirurgia Pediátrica – Prof. Kleber Sayeg • Grau II: se visualiza parte da glande ou do meato, puxando o prepúcio para baixo; • Grau III: expõem-se toda a glande, mas a pele garroteia o corpo do pênis. Pode-se ter um anel de constrição pela compressão dos vasos superficiais (veias), tendo uma chegada de fluxo sanguíneo pela artéria e acometimento da veia superficial, sendo a veia profunda insuficiente para esse retorno venoso, causando a parafimose (uma emer- gência de PS); • Grau IV: excesso de prepúcio, podendo a pele distal ser só excesso ou totalmente fe- chada ou parcialmente (grau IV + I ou grau IV + II). * OBS: 1: parafimose: é uma emergência de PS que resulta da compressão dos vasos do pê- nis, num caso de fimose de grau III. O pê- nis é formado por dois corpos cavernosos, uretra e corpo esponjoso (vasos sanguíneos que envolvem a uretra), e, ao meio dos dois corpos cavernosos, é encontrada a veia dor- sal superficial do pênis, apresentando, infe- rior a ela, a veia dorsal profunda do pênis e, ao lado dela, tem as artérias e os nervos. O garroteamento pela pele causa uma com- pressão dos vasos mais superficiais, de forma que, tem uma chegada normal de sangue pelas artérias, com a drenagem su- perficial acometida, ou seja, a drenagem te- ria de acontecer totalmente pela profunda, mas ela não tem essa capacidade, formando um acúmulo sanguíneo. Deve ser tratada ra- pidamente para evitar necrose do pênis. A compressão circunferencial firme da glande com as mãos pode aliviar o edema o suficiente para permitir a volta do prepúcio a sua posição normal e, se essa técnica é ine- ficaz, usa-se anestésico local para alívio temporário. A circuncisão é realizada após diminuição do edema; 2: megaprepúcio: excesso de prepúcio associado a transposição peno-escrotal e to- talmente fechado na ponta. O envolvimento do pênis pela pele ocorre por um grande ex- cesso de pele, por malformação embrioló- gica (fechamento semelhante ao dos gran- des lábios), com acúmulo de urina entre a glande e a pele, podendo causar infecções, que resultam em balanopostite. Deve-se ter a ordenha para retirada desse acúmulo de urina; → grau IV e I (muita pele e a glande recoberta) 3: fimose em tubinho: não é adquirida, não tem trave de fibrose, mas não pode ser tratada clinicamente; 4: transposição penoescrotal: tem-se um defeito no fechamento do escroto, que acaba “abraçando o pênis”, dando impres- são de um menor tamanho, de correção ci- rúrgica. → • Grau I: retração completa, sem estreita- mento da glande, pode existir aderências congênitas à glande; • Grau II: retração completa com estreita- mento do mesmo atrás da glande. • Grau III: exposição parcial da glande, li- mitada pelo prepúcio; • Grau IV: retração discreta, mas não há exposição nem da glande nem do meato ure- tral; • Grau V: nenhuma retração prepucial é possível; • Erros: - Grau I: é o paciente sem fimose; - Não descreve a diferença da congênita da adquirida. Na congênita pode-se realizar tratamento clínico, enquanto na adquirida (patológica cicatricial) o tratamento é ape- nas cirúrgico; - Não descreve mega prepúcio; - Não descreve o excesso de prepúcio e suas variáveis; - Não descreve prepúcio totalmente fe- chado “em tubinho”, que mesmo sendo con- gênito apresenta uma quantidade de pele ex- tensa que pode ser corrigido apenas com ci- rurgia. → • Tipo I: leve retração sem que se veja a glande; • Tipo II: exposição do meato uretral com retração ligeiramente maior do prepúcio; • Tipo III: exposição da glande até sua parte média; • Tipo IV: exposição da glande até a corona; • Tipo V: exposição fácil de toda a glande, incluindo o sulco balanoprepucial, sem as aderências encontradas nos tipos anteriores; • Erros: - Tipo 5: é o paciente sem fimose; - Não descreve a diferença da congênita da adquirida. Na congênita pode-se realizar tratamento clínico, enquanto na adquirida (patológica cicatricial) o tratamento é ape- nas cirúrgico; - Não descreve mega prepúcio; - Não descreve o excesso de prepúcio e suas variáveis; - Não descreve prepúcio totalmente fe- chado “em tubinho”, que mesmo sendo con- gênito apresenta uma quantidade de pele ex- tensa que pode ser corrigido apenas com ci- rurgia. Diagnóstico diferencial • Freio balano prepucial: o freio é uma es- trutura presente em todo homem, porém, o freno curto é patológico e retrai a glande para baixo e, com ereção do pênis causa dor; - A passagem de artéria e veia deve ser li- gada no momento da correção cirúrgica; - Pode romper durante relação sexual (ge- ralmente queixa de adolescente com ereção vigorosa, não tão comum em crianças), com sangramento intenso; - Tem a exposição total da glande sem área de constrição, ou seja, não é fimose; • Acolamento balano prepucial: as crianças ao nascerem apresentam o prepúcio aderido a glande, acumulando uma secreção que resulta do descolamento de células epiteliais (não é gordurosa) que não são liberadas para o meio externo; - Ocorre o descolamento fisiológico até os 7-8 anos de idade; - A secreção produzida pelo sulco balano prepucial pode ser confundida com esmegma, que é uma secreção sebácea produzida pela glande. Complicações • Parafimose; • Fissuras por trauma da massagem, que ci- catrizará com células de reparação (fi- broblastos e fibrócito, que são tecidos ine- lásticos). Tem-se a formação de uma fimose adquirida no lugar da fimose congênita; • Balanopostite: processo inflamatório da pele do prepúcio, que geralmente se apre- senta com a pele vermelha, edemaciada e quente, sem formação de abscesso. Tratamento • Postectomia clássica: é acircuncisão, em que se tem a retirada total do prepúcio, dei- xando a glande totalmente descoberta e protege mais o homem de infecções e ISTs, por aumentar a quantidade de queratina; • Postectomia pela técnica de Plastibell: é realizada até os 9 anos de idade (relacionado ao diâmetro do pênis, devendo ser feita an- tes da puberdade), feita com um anel sem a necessidade de ponto cirúrgico, que cai com cerca de 14 dias, em que a glande não é to- talmente exposta (2/3 descobertos) por risco de parafimose de anel; • Contraindicações de Plastibell: - Paciente na adolescência: usa-se o Plas- tibell até mais ou menos 9 anos devido a ereção vigorosa, que pode expulsar o anel; - Pouco prepúcio: se o paciente tiver pouca pele corre risco de fazer parafimose de anel; - Pênis embutido: o anel fica preso na gordura pubiana, dificultando sua saída; - Patologias que levam a rebaixamento mental ou déficit cognitivo, devido ao alto risco do paciente arrancar o Plastibell. Ex: síndrome de Down, autista, anoxia cerebral
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