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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS - CCE DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS TAL 463 - Higiene de Indústria de Alimentos Profº Wilmer Edgard Luera Pena 1. Segundo a Portaria GM/MS nº 888, de 4 de maio de 2021, o padrão microbiológico da água para consumo humano está relacionado com a presença de Coliformes totais e Escherichia coli. Entretanto, a presença de vírus tem sido relatada em estudos epidemiológicos. Faça uma breve discussão do porquê a presença de vírus não é utilizada como Padrão Microbiológico de Água Potável. A presença de vírus não é utilizada como Padrão Microbiológico de Água Potável porque, atualmente, os vírus são resistentes aos processos de tratamento da água, que são voltados, principalmente, para o controle bacteriano. Os vírus são mais difíceis de serem detectados que as bactérias em amostras de água, onde, normalmente, são encontrados em menor número, o que acaba exigindo que um grande volume de água seja analisado. É necessário que os métodos para detecção de vírus na água continuem a ser desenvolvidos e testados, na busca por metodologias melhores, que permitam a detecção adequada de vírus veiculados pela água, podendo adotar até mesmo como Padrão Microbiológico de Água Potável. No Brasil, existem registros de patógenos virais que podem ser transmitidos pela água, sendo eles o rotavírus e a hepatite A, entretanto, já possuem meios de prevenção para eles como, por exemplo, a vacinação. Atualmente, o Coronavírus é o vírus de maior preocupação para nossa realidade. Sobre ele, estudos mostraram que embora possa ser encontrado material genético do vírus na água, esse não indica poder transmissor da doença. 2. Ainda segundo a Portaria GM/MS nº 888, de 4 de maio de 2021, no artigo 29: Comente e discuta brevemente sobre o monitoramento de esporos de bactérias aeróbias. Em um trabalho realizado por alunos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), sobre o monitoramento de esporos de bactérias aeróbias em uma Estação de Tratamento de Água (ETA) de ciclo completo, com o título “Esporos de bactérias aeróbias são bons indicadores da eficiência do tratamento de água? Um estudo exploratório”, Keila Castro Oliveira, Rafael Kopschitz Xavier Bastos e Carolina Ventura da Silva puderam observar que os esporos foram removidos de forma consistente e efetiva ao longo das etapas do ciclo de tratamento da água. Além disso, embora os esporos tenham se mostrado resistentes à etapa de cloração, ainda sim foi alcançada uma boa inativação desses. Assim, eles puderam concluir que os esporos de bactérias aeróbias são bons indicadores da eficiência do tratamento que a água recebe nas ETAs e além disso, são potenciais indicadores da remoção/inativação, nas etapas de clarificação e desinfecção por cloração de cistos de Giardia e da remoção por clarificação de oocistos de Cryptosporidium. Tal potencial para atuar como indicadores é muito importante para o controle da oferta de água segura ao consumo humano, uma vez que os protozoários Cryptosporidium spp. e Giardia spp., que patógenos de veiculação hídrica, ainda são um grande desafio nesse controle. Os protozoários Cryptosporidium e Giardia apresentam resistência aos processos de tratamento de água, então, estes têm sido tomados como organismos-referência para verificação da qualidade da água destinada ao consumo humano, pois, a ausência desses organismos após o tratamento da água, implica também na ausência de outros patógenos menos resistentes ao tratamento. Entretanto, a pesquisa desses protozoários apresenta alto custo, é um processo laborioso e apresenta dificuldades de detecção quando esses microrganismos estão em baixas concentrações. Assim, fazer o monitoramento rotineiro nas ETAs através dos esporos de bactérias aeróbias têm sido a melhor saída. Sendo assim, tal trabalho exemplifica e apresenta-nos o motivo do Art. 29 da Portaria GM/MS nº 888/2021 dizer que “os sistemas e soluções alternativas coletivas de abastecimento de água que utilizam mananciais superficiais devem realizar monitoramento mensal de Escherichia coli no(s) ponto(s) de captação de água”. Além disso, temos também no inciso 6º que “uma vez iniciado o monitoramento de (oo)cistos, pode ser interrompido o monitoramento de esporos de bactérias aeróbias”, o que traz mais uma vez que os esporos de bactérias aeróbias atuam como indicadores de oocistos e cistos dos protozoários citados anteriormentes.
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