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Qualidade_nos_Serviços_de_Saúde_AULA_1 Nome da aula: Aspectos conceituais da qualidade em saúde Artigo relacionado: Gestão é o remédio que a saúde precisa APRESENTAÇÃO A qualidade tem sido uma das dimensões mais procuradas pelas organizações na atualidade. Muitos esforços têm sido dispendidos no sentido de garantir a melhoria da qualidade, porque a alta competitividade do mundo organizacional atual, aliada às maiores demandas dos clientes, têm exigido que as organizações se diferenciem, apresentando produtos e serviços de excelência. A condução e a operação com sucesso de uma organização dependem de um sistema de gestão que esteja voltado para uma melhora contínua dos resultados. Assim, a gestão de uma organização precisa incluir a gestão da qualidade. Mas, o que é qualidade? Como determinar exatamente o que é qualidade, para que seu alcance seja possível? Afinal, para buscá-la é preciso entendê-la. Nessa nossa primeira aula, tentaremos entender o conceito de qualidade, a partir de sua evolução histórica. OBJETIVOS Sendo assim, esta aula tem como objetivos: • Verificar as fases da evolução histórica da qualidade • Identificar os conceitos tradicionais da qualidade • Discutir a nova proposta de conceituação da qualidade CONTEÚDO ONLINE BREVE EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA QUALIDADE: A preocupação com a qualidade daquilo que se faz e se produz sempre acompanhou o ser humano. As grandes civilizações antigas, por exemplo, se preocupavam bastante com seus feitos, a ponto de sua arquitetura e sua arte apresentarem altos padrões de excelência, reconhecidos até hoje. No entanto, do ponto de vista histórico, o aparecimento de regras voltadas especificamente para a qualidade ocorre mais claramente durante a Idade Média, época em que os responsáveis pela produção dos bens e serviços necessários eram principalmente os artesãos. Nesse momento da nossa história, o controle da qualidade dos produtos era feito pelo próprio artesão que os produzia. Ele costumava descartar aqueles produtos que não estivessem de acordo com o padrão de qualidade que ele mesmo determinava. Na verdade, isso era uma necessidade bastante real, porque os clientes só costumavam adquirir e pagar por peças de alto padrão e, além disso, a reputação do artesão era o que determinava a busca dos clientes por seus produtos e serviços. Esse sistema de controle de qualidade centrado apenas no próprio artesão perdurou por muito tempo, só sendo modificado quando a demanda por produtos e serviços passa a aumentar consideravelmente, por conta das transformações da sociedade e do aumento da população mundial. O processo produtivo acabou sendo completamente modificado e a Revolução Industrial massificou gradativamente os modos de produção, exigindo, em consequência, novas formas de controle da qualidade. No final do século XIX foi implantado nos Estados Unidos um sistema de administração desenvolvido por Frederick Taylor, considerado como o “pai da Administração Científica”, que alavancou de forma considerável o aumento da produtividade nas indústrias. No entanto, esse sistema tayloriano acabou por provocar perdas importantes em relação à qualidade dos produtos. Esse fato que gerou a necessidade da criação de um sistema de inspeções para a verificação e garantia da qualidade. Esse sistema de inspeções, que se configurava como um processo de controle de qualidade mais formal, era voltado para a verificação e análise dos produtos, mas dos produtos finais. Não havia nesse momento a preocupação em se verificar o processo produtivo. Assim, as inspeções constantes separavam os produtos “bons” dos “ruins”, descartando esses últimos e encaminhando para a comercialização aqueles primeiros, considerados adequados para a clientela. Não é difícil perceber que esse sistema transformou a busca pela qualidade em algo muito caro para as organizações. Como as inspeções eram voltadas exclusivamente para o produto final, não eram nada raras as vezes em que lotes inteiros de produtos precisavam ser descartados, por serem considerados inadequados. Isso exigia que todo o processo produtivo fosse refeito muitas e muitas vezes, além de aumentar substancialmente a necessidade de recursos. Assim, a qualidade passou a ser associada diretamente a altos custos, ou seja, para garantir a qualidade, as organizações precisavam utilizar cada vez mais recursos financeiros. Por outro lado, ainda que possamos pensar que os altos custos pudessem funcionar como uma predisposição para que as organizações deixassem de se preocupar com a qualidade de seus produtos, ela não podia ser abandonada, porque era necessária para agradar a clientela. Na verdade, era isso que garantia a sobrevivência da organização! Portanto, algo precisava ser feito para resolver essa questão. Então, essa situação acabou por exigir que fossem feitas mudanças na forma como as organizações buscavam a qualidade, porque era cada vez mais difícil garantir os lucros. Nesse momento e devido a essas necessidades, surgem pensadores que desenvolvem técnicas, de cunho estatístico, voltadas para desenvolver o sistema de controle da qualidade, tão importante para o crescimento das organizações. Ainda no início do século XX, Walter Shewhart, estatístico norte-americano, desenvolve nesse sentido técnicas de controle estatístico que passaram a ser utilizadas para analisar as variações encontradas nos processos produtivos. Ele criou um que sistema ficou conhecido como controle estatístico de processo (CEP). Essa fase representa uma importante evolução para a qualidade, porque a partir daí passam a ser criados setores específicos para o controle da qualidade nas organizações. Com a explosão da II Guerra Mundial, a demanda pela produção industrial aumentou consideravelmente, mas a mão de obra disponível não estava preparada para dar conta das exigências cada vez maiores. Isso acaba por afetar negativamente a qualidade dos produtos e serviços, o que por sua vez fez aumentar ainda mais as atividades do sistema de inspeções. No entanto, acabou funcionando ao mesmo tempo como a base para o desenvolvimento de novas estratégias de controle de qualidade. Com o fim da guerra, o Japão encontrava-se arrasado e precisava iniciar seu processo de reconstrução. Isso abre espaço para o desenvolvimento e introdução de novas propostas de gestão, especialmente na estruturação do setor industrial voltado para os bens de consumo. A partir dos anos 1950, o engenheiro especialista em qualidade Joseph Juran, aliado ao estatístico Edward Deming, conhecido como o “pai da qualidade”, levam ao Japão suas novas propostas, que incluíam a modernização das técnicas de produção através de maior produtividade e qualidade. A abordagem passa a enfatizar propostas voltadas para a melhoria dos processos organizacionais, ou seja, as estratégias de eliminação de erros com otimização dos recursos passaram a ser adotadas em todas as fases do processo produtivo. Isso modifica completamente a ênfase anterior, porque a preocupação não se voltava mais apenas para o produto final, fato que representa uma verdadeira revolução para a história da qualidade: agora, ela passa a ser uma dimensão relacionada a todos os aspectos da organização. Essa nova filosofia acabou por alavancar o processo industrial japonês, que se configura como um sucesso até hoje. Todas as estratégias gerenciais foram modernizadas no mundo a partir dessas premissas. Principalmente a partir da crise econômica mundial deflagrada nos anos 1970, os países ocidentais adotaram mais concretamente essas propostas, fato que consolidou de vez essa tendência. O entendimento geral de que essas propostas seriam fundamentais para o tão necessário crescimentoorganizacional foi totalmente consolidado. Nos dias atuais, a gestão da qualidade tem sido cada vez mais implementada e desenvolvida nas organizações de todos os setores, no sentido de buscar a melhora contínua dos produtos e serviços e de garantir a satisfação dos clientes, tanto internos e externos. CONCEITUANDO A QUALIDADE: Qualidade de vida. Qualidade no trabalho. Qualidade na educação. Serviço de qualidade. Todos os dias nós ouvimos ou mesmo falamos coisas como essas. Todo mundo quer qualidade. Tudo muito bem. Mas o que é qualidade? Será que é possível um conceito universal? Você saberia definir exatamente o que é qualidade de vida? E se você conseguir, será que eu vou concordar com sua definição? Pode ser que qualidade de vida para mim seja muito diferente daquilo que é para você! Na verdade, conceituar a qualidade é algo bastante difícil. Embora todos nós saibamos o que ela é, fica difícil dar uma definição clara. Isso acontece porque ela é abstrata e varia de acordo com a cultura, o tempo etc. Seu entendimento é subjetivo. Mas ela e essencial para garantir situações concretas. Assim, muitos autores buscaram formas de conceituar a qualidade. Veremos a partir de agora, de forma sucinta, as conceituações para a qualidade propostas por quatro de seus principais pensadores e que foram disseminadas ao longo dos últimos anos. a) “FAZER A COISA CERTA JÁ DA PRIMEIRA VEZ”: Philip Crosby foi um empresário norte americano que se tornou um dos principais especialistas em qualidade, contribuindo imensamente para a gestão da qualidade. No seu entendimento, a qualidade exige o atendimento a determinadas normas claras, conhecidas e cumpridas pela pessoa que age. Por isso, qualidade, para ele, significa “conformidade com os requisitos”. Tal conformidade deve ser absoluta, ou seja, a qualidade visa ao “zero defeito”, ainda que em muitos casos isso seja impossível. Em outras palavras, a qualidade supõe que não haja nenhuma contemporização com o erro que, por isso mesmo, nunca pode ser considerado como “normal” ou “tolerável” (por exemplo, uma taxa de infecção hospitalar de 3% nunca poderá ser considerada “normal”, no sentido de que deva ou possa ser aceita porque está dentro dos padrões internacionais. A taxa que a qualidade supõe é “zero”). Crosby lembra ainda que qualidade não é sinônimo de bondade ou de elegância, porque estes são conceitos subjetivos que variam com as pessoas. Para ele a qualidade é algo objetivo, que pode e DEVE ser medido. E essa medida só pode ter um standard (padrão): o “zero defeito”, ou seja, fazer a coisa certa já da primeira vez, e ainda melhor na seguinte, e assim por diante! b) “ADEQUAÇÃO AO USO”: Juran, sobre quem já comentamos, entende a qualidade como uma propriedade do produto (ou serviço) que o torna “adequado ao uso”. E, para ele, essa adequação existe quando o produto (ou serviço) é “confiável” e atende às necessidades de quem o utiliza (ou consome). Portanto, para Juran a “qualidade” tem duas dimensões: 1) O perfil do produto (ou serviço) que atende às demandas da clientela; 2) A “ausência de defeitos”, que permite a redução dos custos. Ele concorda com a premissa de “zero defeito”, mas, por outro lado, discorda da idéia de que a qualidade possa ser entendida como simples “conformidade com os requisitos”, porque isso restringiria a qualidade ao produto (ou serviço), deixando de fora seu resultado, que é a plena satisfação do cliente. c) “REDUÇÃO NAS VARIAÇÕES”: Deming, o “pai da qualidade”, a entende como algo que “dá orgulho” ao trabalhador pela sua produção (ou prestação de serviços). E esse “orgulho”, por sua vez, supõe a permanente “redução nas variações”, o conhecimento profundo e as habilidades adequadas. Deming não aceita a premissa de “zero defeito” por três motivos: primeiro, porque seria muitas vezes buscar o impossível; segundo, porque levaria a organização a preocupar-se apenas nos números e resultados; e terceiro, porque a organização buscaria mais descobrir os responsáveis pelos problemas do que propriamente eliminar suas causas através da melhoria dos processos. Ele também não limita a qualidade à “conformidade com os requisitos”, porque isso enfocaria apenas o produto, esquecendo o próprio sistema organizacional, limitando a inovação e a melhoria contínua do processo e da própria administração da organização. Por outro lado, Deming admite que a inovação e a melhoria do processo não são suficientes por si mesmas para explicar a qualidade duradoura, ou seja, pode-se também ter qualidade duradoura sem inovação e melhoria continuada (é o caso, por exemplo, dos famosos violinos italianos Stradivarius, feitos no século XVIII e insuperáveis até hoje). d) “OBTENÇÃO DOS MAIORES GANHOS COM OS MENORES RISCOS”: Avedis Donabedian, médico nascido no Líbano e líder do estudo e aplicação da qualidade à área da saúde, entende a qualidade como a obtenção dos maiores ganhos associados aos menores riscos e custos para os pacientes (que devem ser entendidos como clientes). Esses ganhos, ou vantagens, devem ser determinados em relação ao que se é possível atingir, considerando os recursos disponíveis e os valores sociais enraizados. Donabedian entende, ainda, que a qualidade possui três dimensões: A dimensão técnica, que se refere à aplicação, atualizada, dos conhecimentos científicos na solução do problema do cliente; a dimensão interpessoal, que diz respeito ao relacionamento entre quem presta os serviços e o cliente; e a dimensão ambiental, que inclui as condições de conforto e bem-estar prestadas ao cliente. A BUSCA DE UMA NOVA CONCEITUAÇÃO PARA A QUALIDADE: Todos os conceitos que verificamos mostram o pensamento de importantes líderes mundiais da qualidade, mas nenhum deles pode ser aceito como verdade absoluta e definitiva. Atualmente, as conceituações de qualidade se voltam para a “plena satisfação dos clientes”, o que significa necessariamente antecipar-se, atender e exceder às suas necessidades. Isso, na verdade, acaba atrapalhando um entendimento claro, porque a qualidade não pode ser resumida à opinião do cliente sobre o produto ou serviço. O conceito de qualidade tem que se basear na conformidade dos produtos ou serviços com as características básicas e os objetivos das organizações e de seus processos produtivos. Isso quer dizer que a compreensão da qualidade depende da missão de cada organização. De acordo com o entendimento mais atual, adotamos aqui o conceito proposto por MEZOMO (2001), para quem a qualidade pode ser conceituada como um conjunto de propriedades de um produto ou serviço, que o tornam condizentes com a missão de uma organização, comprometida com o pleno atendimento das necessidades de seus clientes. As propriedades que dão qualidade a um produto ou serviço são muitas, mas aqui ressaltaremos algumas das mais relevantes: • Efetividade: propriedade que se refere ao alcance dos objetivos pré- determinados; • Eficiência: se refere à melhora do custo-benefício; • Eficácia: está diretamente relacionada à união da efetividade com a eficiência; • Oportunidade: se refere à importância de que o produto ou serviço estejam disponíveis na hora certa, aquela em que são buscados e necessários; • Atualidade: está relacionada com a oferta de produtos ou serviços produzidos com a tecnologia mais atual, dentro das possibilidades. • Aceitabilidade: se relaciona com o atendimento total às necessidades dos clientes internos e externos, deixando-os plenamente satisfeitos. Sintetizando, a compreensão da qualidade depende diretamente da sua associação à missão da organização e à realização plena dessa missão. Portanto, o conceito de qualidadenão é universal: ele é próprio de cada organização, da mesma forma em que cada uma tem sua própria missão. APRENDA MAIS Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor online utilizando os recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem. REFERÊNCIAS MEZOMO, J.C. Gestão da qualidade na saúde: princípios básicos. São Paulo: Manole, 2001. OLIVEIRA, S.B. Gestão por processos: fundamentos, técnicas e modelos de implementação. 2.ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2008. ATIVIDADES Resolva as Cruzadas: 2 3 D C O L N 4 E F I C A C I A E B N E 1 E S T A D O S U N I D O S E I A N 1 – País onde nasceu Philip Crosby. 2 – Sobrenome do líder do estudo e aplicação da qualidade à área da saúde. 3 – Aquele que precisa estar satisfeito, de acordo com as premissas da qualidade. 4 – Uma das propriedades que dão qualidade a um produto ou serviço. EXERCÍCIOS Objetivo 1 Questão 1: Marque V para a(s) alternativa(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s): a) Até a Era Medieval, nunca houve nenhuma preocupação das pessoas com a qualidade. b) Durante a Idade Média, o controle da qualidade dos produtos era feito pelo próprio artesão que os produzia. c) Os clientes dos artesãos só pagavam por peças de alto padrão. d) A reputação do artesão determinava a busca dos clientes por seus produtos. e) O sistema medieval de controle da qualidade durou até o início do século XX. Gabarito: a)F; b)V; c)V; d)V; e)F Justificativa: A noção de qualidade sempre acompanhou o ser humano; o sistema medieval de controle de qualidade durou até a Revolução Industrial. Questão 2: Nos anos 1950, as propostas de estruturação de sistemas de qualidade foram introduzidas no Japão. Os responsáveis foram: a) Taylor e Juran b) Taylor e Deming c) Juran e Deming d) Shewhart e Deming e) Shewhart e Taylor Gabarito: Letra “c”. Justificativa: Juran e Deming foram os dois especialistas em qualidade que implantaram no Japão as técnicas modernas de produção com maior produtividade e qualidade. Questão 3: O entendimento da qualidade como conseqüência do controle de todas as fases do processo produtivo ocorre em que período? a) Antiguidade b) Idade Média c) Revolução Industrial d) II Guerra Mundial e) Pós-II Guerra Gabarito: Letra “e”. Justificativa: Esse entendimento surge no início do século XX e se consolida a partir dos anos 1950. Questão 4: Quem ficou conhecido como o “Pai da Administração Científica”? a) Walter Shewhart b) Joseph Juran c) Edward Deming d) Frederick Taylor e) Henry Ford Gabarito: Letra “d”. Justificativa: Frederick Taylor, que já no começo do século XX destacava a necessidade de conformidade nos processos e produtos, ficou conhecido como o “Pai da Administração Científica”. Suas propostas alavancaram a produtividade industrial. Questão 5: O sistema que ficou conhecido como controle estatístico de processo (CEP) foi desenvolvido por: a) Walter Shewhart b) Joseph Juran c) Edward Deming d) Frederick Taylor e) Henry Ford Gabarito: Letra “a”. Justificativa: Ainda no início do século XX, Foi o estatístico americano Walter Shewhart, quem desenvolveu um sistema de controle estatístico que ficou conhecido como Controle Estatístico de Processo (CEP), voltado para analisar as variações nos processos produtivos. Objetivo 2 Questão 1: O conceito que relaciona a qualidade com “adequação ao uso” foi desenvolvido por: a) Crosby b) Donabedian c) Juran d) Deming e) Shewhart Gabarito: Letra “c”. Justificativa: Juran entende a qualidade como uma propriedade do produto ou do serviço que o torna “adequado ao uso”. Questão 2: O conceito que relaciona a qualidade com “conformidade aos requisitos” foi desenvolvido por: a) Crosby b) Donabedian c) Juran d) Deming e) Shewhart Gabarito: Letra “a” Justificativa: Para Crosby, a qualidade exige o atendimento a determinadas normas claras, que precisam ser conhecidas e cumpridas pela pessoa que age. Portanto, para ele a qualidade significa a total “conformidade com os requisitos”. Questão 3: O conceito que relaciona a qualidade com a necessidade da permanente “redução nas variações” foi desenvolvido por: a) Crosby b) Donabedian c) Juran d) Deming e) Shewhart Gabarito: Letra “d”. Justificativa: Deming entende a qualidade como aquilo que faz o trabalhador se orgulhar de sua produção. E esse orgulho pressupõe a permanente “redução nas variações”, o conhecimento profundo e as habilidades adequadas. Questão 4: O conceito que relaciona a qualidade com a “obtenção dos maiores ganhos com os menores riscos” foi desenvolvido por: a) Crosby b) Donabedian c) Juran d) Deming e) Shewhart Gabarito: Letra “b”. Justificativa: Donabedian, líder da aplicação dos princípios da qualidade à área da saúde, entende a qualidade como a obtenção dos maiores ganhos com os menores riscos e custos para os pacientes (que devem ser entendidos como clientes). Questão 5: Entre os líderes mundiais da qualidade, qual desenvolveu a ideia de que a qualidade visa ao “zero defeito”? f) Crosby g) Donabedian h) Juran i) Deming j) Shewhart Gabarito: Letra “a”. Justificativa: Crosby defendeu a ideia de que a conformidade com os requisitos deve ser absoluta, visando ao “zero defeito”, ainda que isso seja praticamente impossível. Objetivo 3 Questão 1: Entre as propriedades que dão qualidade a um produto ou serviço, qual se refere à melhora da relação custo-benefício? a) Efetividade b) Eficiência c) Eficácia d) Oportunidade e) Aceitabilidade Gabarito: Letra “b”. Justificativa: A eficiência é a capacidade de otimizar a relação custo-benefício. Questão 2: Entre as propriedades que dão qualidade a um produto ou serviço, qual se refere ao atendimento total às necessidades dos clientes? a) Efetividade b) Eficiência c) Eficácia d) Oportunidade e) Aceitabilidade Gabarito: Letra “e”. Justificativa: É a aceitabilidade que diz respeito à total satisfação das necessidades dos clientes, sejam eles internos ou externos. Questão 3: Entre as propriedades que dão qualidade a um produto ou serviço, qual se refere à importância de que o produto ou serviço estejam disponíveis no momento certo? a) Efetividade b) Eficiência c) Eficácia d) Oportunidade e) Aceitabilidade Gabarito: Letra “d”. Justificativa: É a oportunidade que diz respeito à necessidade de que o produto ou serviço estejam disponíveis para os clientes na hora certa. Questão 4: Entre as propriedades que dão qualidade a um produto ou serviço, qual se refere ao alcance dos objetivos pré-determinados? a) Efetividade b) Eficiência c) Eficácia d) Oportunidade e) Aceitabilidade Gabarito: Letra “a”. Justificativa: A efetividade é a capacidade de atingir os objetivos traçados. Questão 5: O conceito de qualidade tem que se basear na conformidade dos produtos ou serviços com as características básicas e os objetivos das organizações PORQUE O conceito de qualidade não é universal. a) As duas afirmações estão corretas e a segunda justifica a primeira. b) As duas afirmações estão corretas e a segunda não justifica a primeira. c) As duas afirmações estão incorretas. d) A primeira está correta, mas a segunda está incorreta. e) A primeira está incorreta, mas a segunda está correta. Gabarito: Letra “b” Justificativa: Embora ambas estejam corretas, a segunda afirmativa apresenta apenas uma característica do conceito da qualidade, mas que não justifica a primeira afirmação, porqueé independente dela. NOTAS NÃO FORAM NECESSÁRIAS NESTA AULA 1. SÍNTESE DA AULA Nesta aula, você: • Conheceu as fases do processo histórico da qualidade; • Verificou que a qualidade deve estar relacionada a todos os processos organizacionais; • Compreendeu que o conceito da qualidade é próprio de cada organização. PRÓXIMA AULA Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos: • Princípios básicos da qualidade • Entraves à qualidade • Bases da qualidade no setor de serviços Qualidade_nos_Serviços_de_Saúde_AULA_2 Nome da aula: A gestão da qualidade: princípios básicos, oportunidade, exigência ética. APRESENTAÇÃO Em nossa aula anterior, foi possível verificar que a qualidade é uma dimensão amplamente buscada por todos. No entanto, para que seja possível alcança-la, é fundamental que os princípios sobre os quais ela se está baseada sejam bem entendidos. Ao mesmo tempo, é também necessário que se conheça as barreiras que impedem a garantia da qualidade. Nessa nossa segunda aula, discutiremos os princípios básicos da qualidade. Também verificaremos quais são os principais entraves que precisam ser superados para que a qualidade possa ser alcançada. Além disso, conheceremos os aspectos básicos da qualidade no setor serviços, do qual faz parte a área da saúde. OBJETIVOS Sendo assim, esta aula tem como objetivos: • Reconhecer os 8 princípios básicos da qualidade. • Identificar os 10 principais entraves à garantia da qualidade. • Discutir 8 bases da qualidade no setor de serviços. CONTEÚDO ONLINE OS PRINCÍPIOS DA QUALIDADE Até aqui, já conseguimos entender a importância da qualidade para as organizações. Também sabemos que é fundamental que elas se preparem, se estruturem, para a sua busca contínua. No entanto, para que isso seja possível, é preciso que as organizações entendam claramente os princípios que a determinam, porque eles são a base para o desenvolvimento de uma gestão da qualidade. Conheceremos agora os oito princípios da qualidade: a) Foco no cliente O foco no cliente precisa ser o elemento de importância prioritária para qualquer organização, seja qual for o seu setor. Na verdade, a existência e o crescimento organizacional dependem, em primeiro lugar, do cliente. Portanto, é fundamental que as organizações conheçam seus clientes, busquem constantemente atender de forma plena as suas necessidades e também procurem ultrapassar suas expectativas, visando a excelência. b) Liderança Seja qual for a característica da organização, são seus líderes quem têm a responsabilidade de fomentar o desenvolvimento e garantir a manutenção permanente de todos os processos organizacionais. Isso depende diretamente da criação de um ambiente que seja favorável ao crescimento organizacional, a partir da motivação e do comprometimento de todos aqueles envolvidos. E cabe aos líderes a criação desse ambiente. c) Envolvimento de pessoas Esse princípio da qualidade determina que o pleno funcionamento de qualquer organização, essencial para sua sobrevivência, depende diretamente do comprometimento das pessoas. Aqui, a ideia central é a de que quando as pessoas estão realmente interessadas e envolvidas, elas vão voltar todos os seus esforços para que os sistemas da organização funcionem da melhor maneira, fato que influencia diretamente a busca pela excelência. d) Abordagem de processo A abordagem gerencial de processos é um dos fatores mais importantes para a visualização do funcionamento da organização em sua totalidade. Com isso, é muito mais fácil perceber os problemas, analisar sua dimensão e agir rapidamente. Por outro lado, isso também facilita o conhecimento rápido e profundo dos acertos organizacionais, favorecendo a continuidade desses acertos, que são os passos necessários para a melhoria da qualidade. e) Abordagem sistêmica para a gestão A abordagem sistêmica permite uma identificação mais clara de todos aqueles processos organizacionais que se relacionam entre si. Portanto, permite que seja muito mais fácil entendê-los e gerenciá-los adequadamente. Naturalmente, um gerenciamento mais adequado favorece bastante a melhoria do funcionamento da organização como um todo, garantindo maior qualidade. f) Melhoria contínua Esse princípio determina que a busca da melhoria em um organização, independente de seu setor, precisa ser constante. Isso significa que não basta atingir um determinado grau de qualidade e apenas mantê-lo. As expectativas dos clientes se modificam, os mercados se modificam, o ambiente externo se modifica. Assim, a busca pela qualidade precisa ser permanente, para acompanhar e atender às transformações das expectativas. g) Abordagem factual para a tomada de decisão Os sistemas gerenciais devem ser baseados em fatos. Somente os fatos concretos podem referenciar a tomada de decisões. Portanto, é necessário que esses fatos sejam conhecidos, através da análise das informações e dos dados que se têm à disposição. Dessa maneira, é fundamental que a organização mantenha um sistema de monitoramento adequado, para sempre poder coletar os dados e informações necessárias. Isso favorece a constante busca pela qualidade. h) Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores Todos os fornecedores de uma organização são essenciais para a garantia de seu pleno funcionamento e de sua qualidade. Afinal, os produtos e serviços só podem ser bons se for garantido o bom fornecimento daquilo que é fundamental para a sua produção. Nesse sentido, sempre será importante para uma organização buscar e manter benefícios mútuos com seus fornecedores, como boas parcerias e alianças em interesses comuns, porque isso promove o crescimento e a melhora da qualidade de ambos. PRINCIPAIS ENTRAVES À GARANTIA DA QUALIDADE Como já vimos, é muito importante o entendimento acerca do que de fato é qualidade e também de seus princípios. Seu alcance depende diretamente desses elementos. No entanto, também é muito importante, e em igual medida, que os gestores entendam plenamente quais são os fatores que dificultam a implantação de sistemas de qualidade e a sua manutenção nas organizações. Somente o conhecimento profundo poderá permitir que os gestores se preparem adequadamente e tomem as medidas necessárias para eliminar esses fatores de risco para a qualidade. Certamente, existem inúmeros entraves à qualidade, de diversas ordens, e não seria possível discutir todos eles no tempo e no espaço de uma aula. Assim, selecionamos aqui aqueles que são os dez mais frequentes, com base nas considerações de MEZOMO (2001), e que são destacados por muitos outros autores: Falta de foco no cliente: Já entendemos que o cliente precisa ser o foco principal de qualquer organização. Quando ele é deixado em segundo plano, não é ouvido, não é compreendido e não é plenamente satisfeito, a excelência não pode ser alcançada e a organização corre sérios riscos. Ênfase maior nos produtos ou serviços: Como já discutimos anteriormente, a ênfase precisa ser voltada para os processos. Quando se prioriza a qualidade apenas nos produtos e serviços, corre-se o sério risco de custos aumentados e de desperdício. Priorização pelo maior lucro no menor tempo: Isso ainda é uma realidade em muitas organizações brasileiras. Tudo bem que o lucro seja essencial para as organizações e, se vier no curto prazo, é ainda melhor. No entanto, é preciso que fique muito claro que a busca do lucro não pode ser baseada na redução da qualidade. Um lucro constante só é conseguido com maior qualidade. Burocracia excessiva: Entendemos que a burocracia é importante para qualquer organização, porque permitea hierarquização e a normatização necessárias à sua estruturação. Mas quando ela é excessiva, acaba impedindo o andamento de todos os processos necessários ao pleno funcionamento organizacional. Isso dificulta amplamente a busca e o alcance da qualidade. Tecnologia inadequada (ou ultrapassada) dos meios de produção: Esse entrave à qualidade é bastante óbvio. Tecnologia inadequada significa produção de produtos e serviços aquém das necessidades dos clientes e pouco competitivos, afetando negativamente o funcionamento e até mesmo a sobrevivência de qualquer organização. Pessoal com qualificação inadequada: Pessoal mal ou pouco capacitado representa processos organizacionais ineficientes. Certamente, isso interfere diretamente na qualidade dos produtos e serviços. Especialização extrema das atividades: Quando é muito excessiva, acaba por comprometer a qualidade, porque impede que as pessoas entendam os processos e suas inter-relações e possam contribuir para a melhoria da organização como um todo. Não entender os custos da falta da qualidade: Quando se desconhece os custos da falta da qualidade, ela não é buscada e não pode ser conseguida plena e constantemente. Enfoque do controle direcionado para as pessoas: O controle precisa ser direcionado para os processos, não para as pessoas! São os processos que apresentam os problemas que precisam ser corrigidos. Controle excessivo de pessoas costuma gerar insatisfação, descomprometimento e absenteísmo (principalmente por conta de doenças ocupacionais). Dessa forma, a qualidade não pode ser alcançada. Descompromisso de todos os envolvidos na organização com a qualidade: Quando não há comprometimento de todos com a qualidade, ainda que ela seja buscada pela organização, não será mantida, porque não haverá o esforço necessário nesse sentido. Não há empenho pelo que não se acredita. AS BASES DA QUALIDADE NOS SERVIÇOS Uma das principais características das organizações do setor de serviços sempre foi o contato direto com sua clientela. Nos últimos anos, essas organizações têm percebido que seus clientes atuais possuem um perfil cada vez mais diferenciado daquele do passado. Atualmente, as pessoas estão muito mais conscientes de seus direitos de consumidor e usuário, estão mais críticas e muito mais exigentes. Além disso, também conhecem exatamente o valor de seu dinheiro. Assim, as organizações de serviços têm constantemente buscado um estilo de gestão diferenciado, que atenda às necessidades dessa nova clientela. Para poder sobreviver no mercado, é absolutamente fundamental que as organizações estejam preparadas para entender e atender o seu cliente em todas as suas demandas, além de garantir sua competitividade, e o desenvolvimento constante da qualidade pode favorecer esses processos. Mas a qualidade nos serviços precisa ser construída com bases muito firmes, para poder resistir às possíveis adversidades do caminho. Nesse sentido, destacaremos aqui algumas das bases da qualidade no setor de serviços: • Compromisso dos gestores: Em princípio, todo gestor é favorável à qualidade. Mas a experiência tem demonstrado que isso fica mais na teoria do que na prática, ou seja, a qualidade é até desejada, mas não costuma ser praticada na tomada de decisões e nas próprias ações da administração. Cabe aqui a afirmação de que, no setor de serviços, a busca da qualidade depende totalmente do compromisso dos gestores, que precisam conduzir e liderar o processo. • Avaliação: No setor de serviços, a qualidade é determinada diretamente pelo cliente, por sua satisfação. Assim, é muito importante a aproximação da organização com sua clientela, para que seja possível ouvi-la e entendê-la. Somente dessa forma é possível avaliar continuamente o nível de qualidade. • Gestão de Conflitos e Problemas: Problemas e conflitos são comuns em qualquer organização, muitas vezes afetam todas as pessoas e precisam ser identificados e solucionados de forma adequada, porque interferem no nível de satisfação dos clientes, e podem até mesmo comprometer a sobrevivência organizacional. Assim, é fundamental que as organizações tenham a capacidade de desenvolver um sistema eficiente voltado para a solução dos problemas e conflitos, que seja capaz de atuar de forma adequada na eliminação de suas causas. • Interação com os Colaboradores: Na grande maioria das vezes, o entendimento geral é de que os colaboradores da base não são capazes de opinar corretamente ou de dar ideias úteis para mudanças ou para a solução de problemas. Assim, eles são geralmente desvalorizados. O colaborador precisa ser respeitado e ouvido! E precisa também ser informado dos planos e desafios organizacionais, que sempre dependem da participação deles. Isso favorece seu compromisso com a organização e os coloca em condições de atuar e tomar decisões diante das necessidades. Por isso, os gestores devem sempre interagir com os colaboradores. Grandes ideias podem surgir de onde menos se espera! • Treinamento do Pessoal: No setor de serviços, onde o contato com o cliente é direto, o pessoal precisa estar preparado para saber como agir no contato com eles. A qualidade no trato com o cliente depende de muito mais do que boa educação: exige competência e presteza. Para isso, é essencial que o pessoal seja adequada e continuamente treinado, tanto para desenvolver suas próprias tarefas quanto para atender aos seus clientes com excelência. • Comprometimento do Pessoal: Assim como em todos os outros setores, a excelência no setor de serviços depende do comprometimento de todos aqueles envolvidos no processo. Muitas vezes, as organizações do setor de serviços têm grandes dificuldades em desenvolver processos de melhoria da qualidade porque os profissionais não se envolvem como deveriam. Isso é muito comum nos serviços de saúde, onde os profissionais de saúde se percebem tão essenciais que não precisam se envolver. No entanto, seu envolvimento é fundamental para uma boa relação com a clientela. Além disso, eles precisam entender claramente que a qualidade, além de essencial para a organização, também os beneficia: melhora sua imagem, melhora o ambiente de trabalho etc. O gestor tem a responsabilidade de garantir que a busca e o alcance da qualidade não sejam impedidos pela falta de comprometimento desses profissionais, que precisam compreender que os pacientes são CLIENTES, com necessidades que devem ser totalmente satisfeitas. • Reconhecimento e Recompensa dos Colaboradores: Como já discutimos, o processo de melhoria da qualidade depende do comprometimento de todos, que precisam ser estimulados a se envolver. Nesse sentido, é muito importante que a gestão desenvolva meios adequados para reconhecer e recompensar o esforço das pessoas que contribuíram para o sucesso organizacional. Mas isso precisa ser feito de forma que garanta a todos chances iguais. As recompensas podem ser de ordem financeira, motivacional, em redução da jornada etc. • Entendimento do Colaborador como Cliente: O pagamento de um salário não compra o envolvimento, o comprometimento e a dedicação dos funcionários. Esses elementos precisam ser conquistados! O gestor precisa se empenhar em garantir a satisfação daqueles que são os responsáveis pelo sucesso organizacional. Entendemos que a plena satisfação do cliente externo é essencial para qualquer organização, mas isso só é possível se ela também mantiver um bom relacionamento com seus clientes internos, os funcionários. APRENDA MAIS Para saber mais sobre os assuntos estudados nesta aula, pesquise a ABNT NBR ISO 9000, de 2005, e busque artigos relacionados ao conteúdo visto. Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor online utilizandoos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem. REFERÊNCIAS MEZOMO, J.C. Gestão da qualidade na saúde: princípios básicos. São Paulo: Manole, 2001. PALADINI, E.P. Gestão estratégica da qualidade: princípios, métodos e processos. São Paulo: Atlas, 2009. ATIVIDADES Resolva as Cruzadas: 3 A 2 V B A U L R I 1 M E L H O R I A C O N T I N U A C Ç R A 4 F U N C I O N A R I O C I A 1 – Um dos princípios da qualidade. 2 – É importante para qualquer organização, pois permite a hierarquização e a normatização necessárias, mas não deve ser excessiva. 3 – Uma das bases da qualidade no setor de serviços. 4 – Aquele que é o cliente interno de uma organização. EXERCÍCIOS Objetivo 1 Questão 1: Marque corretamente o princípio da qualidade que facilita o conhecimento rápido e profundo dos erros e acertos organizacionais: a) Melhoria contínua b) Abordagem sistêmica para a gestão c) Abordagem de processo d) Abordagem factual para a tomada de decisão e) Envolvimento de pessoas Gabarito: Letra “c” Justificativa: A abordagem gerencial de processos é um dos fatores mais importantes para a visualização do funcionamento da organização como um todo, permitindo o entendimento dos erros e acertos. Questão 2: Marque corretamente o princípio da qualidade que determina que as decisões sejam tomadas com base em fatos, conhecidos através da adequada análise de dados. a) Melhoria contínua b) Abordagem sistêmica para a gestão c) Abordagem de processo d) Abordagem factual para a tomada de decisão e) Envolvimento de pessoas Gabarito: Letra “d” Justificativa: Somente os fatos concretos podem referenciar a tomada de decisões e para isso é necessário que esses fatos sejam bem conhecidos. Questão 3: Marque corretamente o princípio da qualidade que possibilita a identificação e o entendimento de processos organizacionais que se inter-relacionam. a) Melhoria contínua b) Abordagem sistêmica para a gestão c) Abordagem de processo d) Abordagem factual para a tomada de decisão e) Envolvimento de pessoas Gabarito: Letra “b” Justificativa: A abordagem sistêmica é o princípio da qualidade que permite a clara identificação dos processos organizacionais que se relacionam entre si, tornando mais fácil seu entendimento e gerenciamento. Questão 4: Marque corretamente o princípio da qualidade que determina que a busca pela qualidade tem que ser permanente, para acompanhar e atender às transformações das expectativas dos clientes: a) Melhoria contínua b) Abordagem sistêmica para a gestão c) Abordagem de processo d) Abordagem factual para a tomada de decisão e) Envolvimento de pessoas Gabarito: Letra “a” Justificativa: Esse princípio determina que a busca da melhoria, em um organização, precisa ser constante, porque os clientes, o mercado e o ambiente externo sempre se modificam. Questão 5: Marque corretamente o princípio da qualidade que determina que o pleno funcionamento de uma organização depende de pessoas comprometidas: a) Melhoria contínua b) Abordagem sistêmica para a gestão c) Abordagem de processo d) Abordagem factual para a tomada de decisão e) Envolvimento de pessoas Gabarito: Letra “e” Justificativa: Somente pessoas interessadas e envolvidas se esforçam para que os sistemas da organização funcionem plenamente. Objetivo 2 Questão 1: A ênfase maior das organizações nos produtos ou serviços é um entrave à qualidade capaz de: a) Aumentar os custos e o desperdício b) Tornar a produção aquém das necessidades c) Impedir que as pessoas entendam os processos e suas inter-relações d) Gerar nos colaboradores insatisfação, descomprometimento e absenteísmo e) Impedir o andamento de todos os processos necessários ao pleno funcionamento organizacional Gabarito: Letra “a” Justificativa: a ênfase precisa ser voltada para os processos, sob o risco de aumentar custos e desperdício, porque quando só o produto final é analisado, ele será descartado se não tiver qualidade. A ênfase nos processos permite que os erros sejam corrigidos a tempo. Questão 2: O uso de tecnologia inadequada (ou ultrapassada) dos meios de produção é um entrave à qualidade capaz de: a) Aumentar os custos e o desperdício b) Tornar a produção aquém das necessidades c) Impedir que as pessoas entendam os processos e suas inter-relações d) Gerar nos colaboradores insatisfação, descomprometimento e absenteísmo e) Impedir o andamento de todos os processos necessários ao pleno funcionamento organizacional Gabarito: Letra “b” Justificativa: Tecnologia inapropriada significa produção de produtos e serviços aquém das necessidades dos clientes e pouco competitivos. Questão 3: A burocracia excessiva é um entrave à qualidade capaz de: a) Aumentar os custos e o desperdício b) Tornar a produção aquém das necessidades c) Impedir que as pessoas entendam os processos e suas inter-relações d) Gerar nos colaboradores insatisfação, descomprometimento e absenteísmo e) Impedir o andamento de todos os processos necessários ao pleno funcionamento organizacional Gabarito: Letra “e” Justificativa: A burocracia é importante para qualquer organização, mas quando é excessiva, dificulta imensamente o pleno andamento dos processos necessários ao funcionamento organizacional. Questão 4: A especialização extrema das atividades é um entrave à qualidade capaz de: a) Aumentar os custos e o desperdício b) Tornar a produção aquém das necessidades c) Impedir que as pessoas entendam os processos e suas inter-relações d) Gerar nos colaboradores insatisfação, descomprometimento e absenteísmo e) Impedir o andamento de todos os processos necessários ao pleno funcionamento organizacional Gabarito: Letra “c” Justificativa: Quando a especialização é muito excessiva, acaba impedindo que as pessoas entendam os processos e suas inter-relações e possam contribuir para a melhoria da organização como um todo, porque ficam focadas em apenas uma parte do processo. Questão 5: O enfoque do controle direcionado para as pessoas é um entrave à qualidade capaz de: a) Aumentar os custos e o desperdício b) Tornar a produção aquém das necessidades c) Impedir que as pessoas entendam os processos e suas inter-relações d) Gerar nos colaboradores insatisfação, descomprometimento e absenteísmo e) Impedir o andamento de todos os processos necessários ao pleno funcionamento organizacional Gabarito: Letra “d” Justificativa: O controle precisa ser direcionado para os processos, não para as pessoas, porque são os processos que apresentam os problemas que precisam ser corrigidos. Controle de pessoas gera medo e prejudica o trabalho. Objetivo 3 Questão 1: A base da qualidade que determina que os gestores têm que ser os responsáveis por conduzir e liderar o processo de busca da qualidade é: a) Avaliação b) Interação com os colaboradores c) Treinamento do pessoal d) Compromisso dos gestores e) Entendimento do colaborador como cliente Gabarito: Letra “d” Justificativa: A busca da qualidade costuma existir mais na teoria do que na prática gerencial, mas ela é essencial para as organizações e depende totalmente do compromisso dos gestores, que precisam conduzir e liderar o processo. Questão 2: A base da qualidade que determina que o gestor precisa se empenhar em garantir a satisfação daqueles que são os responsáveis pelo sucesso organizacional é: a) Avaliação b) Interação com os colaboradores c) Treinamento do pessoal d) Compromisso dos gestores e) Entendimento do colaborador como cliente Gabarito: Letra “e” Justificativa: A plenasatisfação do cliente externo é fundamental para as organizações, mas isso só é possível se elas também mantiverem um bom relacionamento com seus clientes internos, os colaboradores. Questão 3: A base da qualidade que determina que o colaborador precisa ser informado dos planos e desafios organizacionais, que dependem da participação deles, é: a) Avaliação b) Interação com os colaboradores c) Treinamento do pessoal d) Compromisso dos gestores e) Entendimento do colaborador como cliente Gabarito: Letra “b” Justificativa: O colaborador da base é muitas vezes desvalorizado, mas precisa ser respeitado, ouvido e informado dos planos e desafios organizacionais, porque isso favorece seu compromisso com a organização e os coloca em condições de atuar e tomar decisões. Questão 4: A base da qualidade que afirma que é muito importante a aproximação da organização com sua clientela, para que seja possível ouvi-la e entendê-la, é: a) Avaliação b) Interação com os colaboradores c) Treinamento do pessoal d) Compromisso dos gestores e) Entendimento do colaborador como cliente Gabarito: Letra “a” Justificativa: A qualidade no setor de serviços é determinada diretamente pelo cliente, por sua satisfação. Portanto, é muito importante a aproximação da organização com sua clientela, para que seja possível ouvi-la e, com isso, avaliar continuamente o nível de qualidade. Questão 5: A base da qualidade que afirma que a qualidade no trato com o cliente depende não só de boa educação, mas exige também competência e presteza é: a) Avaliação b) Interação com os colaboradores c) Treinamento do pessoal d) Compromisso dos gestores e) Entendimento do colaborador como cliente Gabarito: Letra “c” Justificativa: No setor de serviços, onde o contato com o cliente é direto, o pessoal precisa estar preparado para agir corretamente no contato com eles. Assim, é essencial que o pessoal seja adequada treinado para atender aos seus clientes com excelência. NOTAS NÃO FORAM NECESSÁRIAS NESTA AULA 2. SÍNTESE DA AULA Nesta aula, você: • Compreendeu a importância dos princípios da qualidade para a garantia da excelência nas organizações. • Compreendeu que os entraves à qualidade precisam ser superados. • Verificou que a qualidade no setor de serviços possui bases que precisam ser entendidas. PRÓXIMA AULA Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos: • Características que compõem a qualidade nos serviços de saúde. • Características da qualidade total em saúde. Qualidade_nos_Serviços_de_Saúde_AULA_3 Nome da aula: Componentes da qualidade nos serviços de saúde. Case relacionado: Amil and the Health Care System in Brazil APRESENTAÇÃO A dimensão qualidade depende de determinados fatores que compõem as suas estratégias. Esses fatores são identificados como componentes da qualidade, e são voltados para direcionar suas ações. São fundamentais para que as iniciativas de implantação e desenvolvimento da qualidade possam ser realizadas com sucesso. Nessa nossa terceira aula, vamos conhecer as características principais desses elementos que compõem a qualidade, voltados para os serviços de saúde. Vamos também verificar mais detalhadamente os aspectos relacionados com o componente denominado de Aceitabilidade, que possui especificidades de grande relevância. OBJETIVOS Sendo assim, esta aula tem como objetivos: • Indentificar os 7 principais componentes da qualidade no setor saúde. • Discutir os 5 principais elementos que se relacionam ao componente da Aceitabilidade. CONTEÚDO ONLINE COMPONENTES DA QUALIDADE NOS SERVIÇOS DE SAÚDE A proposta de uma gestão baseada nas premissas da qualidade depende sempre de se trazer à tona, no mínimo, três dimensões fundamentais, que são a “missão da organização”, os “serviços ou produtos” e a “satisfação do cliente”. Conforme já verificamos em nossas aulas anteriores, essas dimensões, inclusive, se refletem no próprio conceito da qualidade, na medida em que são essenciais para a determinação desse conceito. MEZOMO (2001), em suas considerações sobre a qualidade na área da saúde, destaca enfaticamente que: “Não é possível ‘satisfazer os clientes’ se os ‘serviços’ não forem adequados às suas necessidades e se o atendimento deles não estiver previsto na própria definição da ‘missão’ da instituição”. (MEZOMO, J.C. Gestão da qualidade na saúde: princípios básicos. São Paulo: Manole, 2001). As organizações da área da saúde são muito diferentes entre si. Possuem estruturas variadas, tamanhos variados e também possuem objetivos bastante diversos, de acordo com suas características. Sendo assim, a missão de cada organização da área da saúde também é específica. Ao mesmo tempo, e até por conta disso, sua clientela também é específica: ela vai ser determinada de acordo com suas características. Todos os autores e todos os especialistas no campo da qualidade em saúde sempre afirmam que ela pode ser implantada e desenvolvida em qualquer organização da área. Em qualquer uma mesmo! Portanto, não importa qual a característica, os objetivos, a natureza, o tamanho, a complexidade, ou qualquer outro elemento que caracterize uma organização do setor saúde. A qualidade sempre poderá ser implementada. Na verdade, nossa própria experiência, seja como profissionais ou como usuários, pode nos mostrar que muitas vezes uma unidade básica de saúde, mesmo bem pequena e simples, pode ter qualidade muito superior àquela oferecida por hospitais de grande porte, com a melhor tecnologia de ponta. Isso pode ocorrer porque a qualidade depende da missão da organização. E pode acontecer daquela pequena unidade básica de saúde estar cumprindo plenamente a sua missão, enquanto o grande hospital não está. Nesse sentido, é muito importante reafirmar que o cumprimento pleno da missão organizacional, assim como o desenvolvimento de processos e a oferta de serviços com qualidade, é fundamental para a sobrevivência das organizações de qualquer setor, assim como também da área da saúde. No entanto, embora as missões organizacionais sejam específicas e, dessa forma, a qualidade vai depender também especificamente de cada missão, existem alguns fatores que compõem a qualidade que são comuns a todos os serviços de saúde. Tais componentes, que conheceremos agora, foram pontuados por Donabedian, líder do estudo da qualidade na área da saúde, sobre quem já comentamos anteriormente: • EFICÁCIA: Na área da saúde, a eficácia dependerá diretamente do uso da ciência e tecnologia, de forma bem direcionada e controlada, na busca da melhoria do estado de saúde. • EFETIVIDADE: A efetividade é o indicador do quanto se conseguiu melhorar em relação à saúde. Na verdade, ela se encontra na relação entre o que se ganhou, de fato, em termos de melhora e o que é possível se ganhar. • EFICIÊNCIA: Na área da saúde, a eficiência pode ser traduzida na capacidade de se manter ou até mesmo aumentar a efetividade das ações ao mesmo tempo em que se reduz os custos. É muito importante que fique bastante claro que na área da saúde, por conta de sua complexidade e de seus valores associados, muitas vezes um maior investimento não significa necessariamente a melhora do grau e dos cuidados de saúde. • OTIMIZAÇÃO: A otimização está diretamente relacionada com a eficiência, se traduzindo como a melhor relação possível entre custos e melhoria (maior qualidade!). • ACEITABILIDADE: A aceitabilidade, na área da saúde, está diretamente relacionada com as expectativas dos clientes. É muito importante que as ações e serviços de saúde estejam em concordância com aquilo que é esperado pela clientela, ou seja, é a aceitabilidadeque garante a plena satisfação dos clientes. Mas para que seja possível oferecer um serviço de pleno acordo com os desejos dos clientes, garantindo a aceitabilidade, alguns elementos muito importantes precisam ser considerados, como por exemplo: 1 – Acessibilidade: O acesso às ações e serviços de saúde precisa ser completamente garantido, em todas as suas formas. Isso inclui o aspecto físico, financeiro, estrutural, psicológico, social etc. Na verdade, no Brasil isso é um direito constitucional, que precisa ser garantido. 2 – Oportunidade: Já vimos que o acesso aos serviços precisa ser garantido. Mas é fundamental que ele possa ocorrer no momento em que o serviço é necessário. Grande demora nos atendimentos, grandes filas, impedem que o serviço seja cumprido da forma que precisa e que deveria ser. 3 – Comodidade: Todos os ambientes em que serão prestados os serviços de saúde precisam oferecer condições muito satisfatórias. Na verdade, eles precisam funcionar como uma das formas capazes de favorecer o bem-estar do cliente. 4 – Resultado: Os resultados precisam estar em plena sintonia com aquilo que o cliente deseja e espera, embora isso possa depender, em certos casos, das características da situação de saúde do cliente. 5 – Custo: Precisa ser controlado, mas dentro das premissas daquilo que já verificamos acerca dos componentes eficiência e otimização. • LEGITIMIDADE: A legitimidade pressupõe que as diferenças culturais e sociais sejam inteiramente respeitadas e consideradas na prestação dos serviços de saúde, ou seja, os serviços precisam estar de pleno acordo com os valores, os costumes, as normas, a legislação. • EQUIDADE: A equidade pressupõe necessariamente a oferta e a prestação de serviços de saúde com honestidade, justiça e, principalmente, com igualdade para todos os clientes, sem distinção de raça, sexo, idade, situação social etc. No Brasil, inclusive, esse componente da qualidade nos serviços de saúde é um dos princípios constitucionais do sistema nacional de saúde. Notem que, tanto nesta aula como na aula anterior, a preferência aqui tem sido pela utilização da palavra CLIENTE, ao invés de PACIENTE, embora esta última seja, como todos já sabemos, de uso infinitamente mais comum na área da saúde. Isso é proposital. Em primeiro lugar, porque as premissas da qualidade exigem a satisfação plena das necessidades do público-alvo de qualquer organização, e esse público precisa ser entendido como cliente. Em segundo lugar, e não menos importante, porque a experiência nos mostra que o paciente, em nossa sociedade, quase nunca é entendido como cliente. Existe mesmo uma cultura bastante enraizada entre as instituições de saúde, os profissionais da área, os usuários e o público em geral de que o PACIENTE é aquele de deve obedecer às ordens do profissional de saúde. Ele deve esperar PACIENTEMENTE pelo atendimento, aceitar sem reclamar o que lhe é oferecido e cumprir todas as recomendações (ordens!) sem questionamento. E ainda tem que ficar muito agradecido! Afinal, quem ele pensa que é para questionar as ordens dadas? O profissional de saúde é o dono do conhecimento técnico e científico! Só ele é capaz de saber o que é melhor, e não pode ser contestado! Não é assim mesmo que costuma acontecer em nossa sociedade, caros alunos? Pois é. No entanto, essa prática tão comum se afasta totalmente das propostas de qualidade e afeta diretamente o princípio mais importante para qualquer organização: a satisfação do cliente! Uma organização da área da saúde que busca a qualidade, que pretende atender com excelência, precisa ter muito claro que essa prática tão comum deve ser totalmente combatida. O paciente tem o direito (vejam bem: DIREITO!) de questionar, de não concordar com as recomendações médicas, de não gostar do ambiente hospitalar e assim por diante. A instituição e o profissional de saúde são os prestadores dos serviços, ou seja, sua existência está baseada no servir adequadamente, e não em serem obedecidos, como se estivessem fazendo um favor. Não é favor: é trabalho, é serviço! Essa cultura, entre tantos outros fatores, tem contribuído para que muitas ações e serviços de saúde no Brasil, tanto no setor público quanto no privado, não ofereçam boa qualidade. Mas é preciso lembrar que as organizações da área da saúde precisam buscar a excelência. Isso é condição para sua sobrevivência e sustentabilidade numa sociedade em que os problemas de saúde ainda são muito grandes, afetando inclusive a credibilidade governamental. Também é condição para sua sobrevivência e sustentabilidade num mercado cada vez mais competitivo e numa realidade em que os CLIENTES são cada vez mais exigentes. E um primeiro passo na busca da excelência na área da saúde pode ser o pleno entendimento, por parte das organizações e dos profissionais, do PACIENTE como um CLIENTE! Finalizando nossa discussão sobre os componentes da qualidade na área da saúde, não podemos deixar de abordar mais uma questão muito importante, que também faz parte desse contexto: a relação entre os profissionais de saúde e seus clientes. Para o alcance da qualidade na área da saúde, essa relação deve estar totalmente baseada nos preceitos éticos, na lealdade e no respeito, que, naturalmente, tem que ser mútuo. Mas, além disso, para o alcance da excelência essa relação também depende da consideração de muitos outros fatores de grande relevância. Veremos aqui alguns deles, destacados por MEZOMO (2001): Tanto os objetivos do cliente quanto os dos profissionais precisam seguir em uma mesma direção. A comunicação tem que ser efetiva entre ambos, de forma constante. A autonomia do cliente, assim como sua liberdade, deve ser preservada ao máximo. A individualidade e a dignidade, tanto do cliente quanto do profissional, também têm que ser garantidas em todas as circunstâncias. A privacidade do cliente é fundamental e precisa ser plenamente garantida. A confiança do cliente no profissional de saúde tem que ser conquistada e mantida, não exigida como uma obrigação do cliente. A empatia e a solidariedade por parte do profissional precisam existir e têm que ser reais, mas o envolvimento, tanto pessoal quanto emocional, deve ser evitado. Ausência total e absoluta de qualquer ação ou situação que signifique algum grau de exploração do cliente. Todos esses fatores aqui destacados são essenciais para a qualidade na área da saúde, mas é muito importante deixar bem claro que eles não substituem a necessidade de que os profissionais possuam uma adequada e atualizada formação técnica e científica. APRENDA MAIS Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor online utilizando os recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem. REFERÊNCIAS BERWICK, D.M.; GAFREY, A.B. e ROESSNER, J. Melhorando a qualidade dos serviços médicos, hospitalares e da saúde. São Paulo: Makron Books, 1985. MEZOMO, J.C. Gestão da qualidade na saúde: princípios básicos. São Paulo: Manole, 2001. ATIVIDADES Complete o Jogo da Forca: É entendida como a capacidade de se manter ou aumentar a efetividade das ações de saúde ao mesmo tempo em que se reduz os custos: _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Gabarito: E-F-I-C-I-Ê-N-C-I-A EXERCÍCIOS Objetivo 1 Questão 1: Entre os componentes da qualidade nos serviços de saúde, qual se traduz como a melhor relação possível entre custos e melhoria? f) Efetividade g) Eficácia h) Otimização i) Equidade j) Legitimidade Gabarito: Letra“c”. Justificativa: A otimização está diretamente relacionada com a eficiência, se traduzindo como o bom equilíbrio entre os entre custos e a melhoria da saúde. Questão 2: Entre os componentes da qualidade nos serviços de saúde, qual pressupõe que as diferenças sócio-culturais sejam inteiramente respeitadas e consideradas na prestação dos serviços de saúde? a) Efetividade b) Eficácia c) Otimização d) Equidade e) Legitimidade Gabarito: Letra “e”. Justificativa: De acordo com o componente da Legitimidade, os serviços precisam estar de pleno acordo com os valores, os costumes, as normas, a legislação. Questão 3: Entre os componentes da qualidade nos serviços de saúde, qual depende diretamente do uso da ciência e tecnologia na busca da melhoria do estado de saúde? a) Efetividade b) Eficácia c) Otimização d) Equidade e) Legitimidade Gabarito: Letra “b”. Justificativa: Na saúde, a eficácia depende diretamente do uso da ciência e tecnologia na busca da melhoria do estado de saúde, nas condições mais favoráveis. Questão 4: Entre os componentes da qualidade nos serviços de saúde, qual se configura como um indicador do quanto se conseguiu melhorar em relação à saúde? a) Efetividade b) Eficácia c) Otimização d) Equidade e) Legitimidade Gabarito: Letra “a”. Justificativa: Na área da saúde, a efetividade se encontra na relação entre o que realmente se ganhou em termos de melhora e o que é possível se ganhar. Questão 5: Entre os componentes da qualidade nos serviços de saúde, qual pressupõe a oferta e a prestação de serviços de saúde sem distinção de raça, sexo, idade, situação social etc.? a) Efetividade b) Eficácia c) Otimização d) Equidade e) Legitimidade Gabarito: Letra “d”. Justificativa: A equidade pressupõe necessariamente a oferta e a prestação de serviços de saúde com honestidade, justiça e, principalmente, com igualdade para todos os clientes. Objetivo 2 Questão 1: Entre os elementos que precisam ser considerados para a garantia da Aceitabilidade na área da saúde, qual precisa estar em plena sintonia com aquilo que o cliente deseja e espera? a) Acessibilidade b) Oportunidade c) Comodidade d) Resultado e) Custo Gabarito: Letra “d”. Justificativa: Os resultados precisam estar em concordância com as expectativas dos clientes embora isso possa depender das características de sua situação de saúde. Questão 2: Entre os elementos que precisam ser considerados para a garantia da Aceitabilidade na área da saúde, qual determina que o serviço precisa ser oferecido no momento em que é necessário? a) Acessibilidade b) Oportunidade c) Comodidade d) Resultado e) Custo Gabarito: Letra “b”. Justificativa: Esse elemento determina que o acesso aos serviços precisa acontecer no tempo necessário. Grande demora nos atendimentos ou muitas filas impedem que o serviço seja cumprido da forma que precisa ser. Questão 3: Entre os elementos que precisam ser considerados para a garantia da Aceitabilidade na área da saúde, qual determina que o acesso às ações e serviços de saúde precisa ser completamente garantido? a) Acessibilidade b) Oportunidade c) Comodidade d) Resultado e) Custo Gabarito: Letra “a”. Justificativa: O acesso às ações e serviços de saúde tem que ser garantido em todas as suas formas (no aspecto físico, financeiro, estrutural, psicológico etc.). Questão 4: Entre os elementos que precisam ser considerados para a garantia da Aceitabilidade na área da saúde, qual precisa ser controlado, mas garantindo a eficiência? a) Acessibilidade b) Oportunidade c) Comodidade d) Resultado e) Custo Gabarito: Letra “e”. Justificativa: O custo precisa ser reduzido, mas sem prejuízo da melhoria da saúde. Questão 5: Entre os elementos que precisam ser considerados para a garantia da Aceitabilidade na área da saúde, qual determina que os ambientes em que serão prestados os serviços de saúde precisam oferecer condições satisfatórias? a) Acessibilidade b) Oportunidade c) Comodidade d) Resultado e) Custo Gabarito: Letra “c”. Justificativa: A comodidade determina que as instalações e o ambiente devem ser totalmente adequados, funcionando como um dos meios de favorecer o bem-estar do cliente. NOTAS NÃO FORAM NECESSÁRIAS NESTA AULA 3. SÍNTESE DA AULA Nesta aula você: • Conheceu os aspectos básicos relacionados aos componentes da qualidade. • Verificou a relevância dos elementos que se relacionam com o componente da Aceitabilidade. • Compreendeu a importância da qualidade na relação cliente-profissional de saúde. PRÓXIMA AULA Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos: • Importância da mensuração da qualidade. • Principais indicadores da qualidade na saúde. Qualidade_nos_Serviços_de_Saúde_AULA_3 Nome da aula: Componentes da qualidade nos serviços de saúde. Case relacionado: Amil and the Health Care System in Brazil APRESENTAÇÃO A dimensão qualidade depende de determinados fatores que compõem as suas estratégias. Esses fatores são identificados como componentes da qualidade, e são voltados para direcionar suas ações. São fundamentais para que as iniciativas de implantação e desenvolvimento da qualidade possam ser realizadas com sucesso. Nessa nossa terceira aula, vamos conhecer as características principais desses elementos que compõem a qualidade, voltados para os serviços de saúde. Vamos também verificar mais detalhadamente os aspectos relacionados com o componente denominado de Aceitabilidade, que possui especificidades de grande relevância. OBJETIVOS Sendo assim, esta aula tem como objetivos: • Indentificar os 7 principais componentes da qualidade no setor saúde. • Discutir os 5 principais elementos que se relacionam ao componente da Aceitabilidade. CONTEÚDO ONLINE COMPONENTES DA QUALIDADE NOS SERVIÇOS DE SAÚDE A proposta de uma gestão baseada nas premissas da qualidade depende sempre de se trazer à tona, no mínimo, três dimensões fundamentais, que são a “missão da organização”, os “serviços ou produtos” e a “satisfação do cliente”. Conforme já verificamos em nossas aulas anteriores, essas dimensões, inclusive, se refletem no próprio conceito da qualidade, na medida em que são essenciais para a determinação desse conceito. MEZOMO (2001), em suas considerações sobre a qualidade na área da saúde, destaca enfaticamente que: “Não é possível ‘satisfazer os clientes’ se os ‘serviços’ não forem adequados às suas necessidades e se o atendimento deles não estiver previsto na própria definição da ‘missão’ da instituição”. (MEZOMO, J.C. Gestão da qualidade na saúde: princípios básicos. São Paulo: Manole, 2001). As organizações da área da saúde são muito diferentes entre si. Possuem estruturas variadas, tamanhos variados e também possuem objetivos bastante diversos, de acordo com suas características. Sendo assim, a missão de cada organização da área da saúde também é específica. Ao mesmo tempo, e até por conta disso, sua clientela também é específica: ela vai ser determinada de acordo com suas características. Todos os autores e todos os especialistas no campo da qualidade em saúde sempre afirmam que ela pode ser implantada e desenvolvida em qualquer organização da área. Em qualquer uma mesmo! Portanto, não importa qual a característica, os objetivos, a natureza, o tamanho, a complexidade, ou qualquer outro elemento que caracterize uma organização do setor saúde. A qualidade sempre poderá ser implementada. Na verdade, nossa própria experiência, seja como profissionais ou como usuários, pode nos mostrar que muitas vezes uma unidade básica de saúde, mesmo bem pequena e simples, pode ter qualidade muito superior àquela oferecida porhospitais de grande porte, com a melhor tecnologia de ponta. Isso pode ocorrer porque a qualidade depende da missão da organização. E pode acontecer daquela pequena unidade básica de saúde estar cumprindo plenamente a sua missão, enquanto o grande hospital não está. Nesse sentido, é muito importante reafirmar que o cumprimento pleno da missão organizacional, assim como o desenvolvimento de processos e a oferta de serviços com qualidade, é fundamental para a sobrevivência das organizações de qualquer setor, assim como também da área da saúde. No entanto, embora as missões organizacionais sejam específicas e, dessa forma, a qualidade vai depender também especificamente de cada missão, existem alguns fatores que compõem a qualidade que são comuns a todos os serviços de saúde. Tais componentes, que conheceremos agora, foram pontuados por Donabedian, líder do estudo da qualidade na área da saúde, sobre quem já comentamos anteriormente: • EFICÁCIA: Na área da saúde, a eficácia dependerá diretamente do uso da ciência e tecnologia, de forma bem direcionada e controlada, na busca da melhoria do estado de saúde. • EFETIVIDADE: A efetividade é o indicador do quanto se conseguiu melhorar em relação à saúde. Na verdade, ela se encontra na relação entre o que se ganhou, de fato, em termos de melhora e o que é possível se ganhar. • EFICIÊNCIA: Na área da saúde, a eficiência pode ser traduzida na capacidade de se manter ou até mesmo aumentar a efetividade das ações ao mesmo tempo em que se reduz os custos. É muito importante que fique bastante claro que na área da saúde, por conta de sua complexidade e de seus valores associados, muitas vezes um maior investimento não significa necessariamente a melhora do grau e dos cuidados de saúde. • OTIMIZAÇÃO: A otimização está diretamente relacionada com a eficiência, se traduzindo como a melhor relação possível entre custos e melhoria (maior qualidade!). • ACEITABILIDADE: A aceitabilidade, na área da saúde, está diretamente relacionada com as expectativas dos clientes. É muito importante que as ações e serviços de saúde estejam em concordância com aquilo que é esperado pela clientela, ou seja, é a aceitabilidade que garante a plena satisfação dos clientes. Mas para que seja possível oferecer um serviço de pleno acordo com os desejos dos clientes, garantindo a aceitabilidade, alguns elementos muito importantes precisam ser considerados, como por exemplo: 1 – Acessibilidade: O acesso às ações e serviços de saúde precisa ser completamente garantido, em todas as suas formas. Isso inclui o aspecto físico, financeiro, estrutural, psicológico, social etc. Na verdade, no Brasil isso é um direito constitucional, que precisa ser garantido. 2 – Oportunidade: Já vimos que o acesso aos serviços precisa ser garantido. Mas é fundamental que ele possa ocorrer no momento em que o serviço é necessário. Grande demora nos atendimentos, grandes filas, impedem que o serviço seja cumprido da forma que precisa e que deveria ser. 3 – Comodidade: Todos os ambientes em que serão prestados os serviços de saúde precisam oferecer condições muito satisfatórias. Na verdade, eles precisam funcionar como uma das formas capazes de favorecer o bem-estar do cliente. 4 – Resultado: Os resultados precisam estar em plena sintonia com aquilo que o cliente deseja e espera, embora isso possa depender, em certos casos, das características da situação de saúde do cliente. 5 – Custo: Precisa ser controlado, mas dentro das premissas daquilo que já verificamos acerca dos componentes eficiência e otimização. • LEGITIMIDADE: A legitimidade pressupõe que as diferenças culturais e sociais sejam inteiramente respeitadas e consideradas na prestação dos serviços de saúde, ou seja, os serviços precisam estar de pleno acordo com os valores, os costumes, as normas, a legislação. • EQUIDADE: A equidade pressupõe necessariamente a oferta e a prestação de serviços de saúde com honestidade, justiça e, principalmente, com igualdade para todos os clientes, sem distinção de raça, sexo, idade, situação social etc. No Brasil, inclusive, esse componente da qualidade nos serviços de saúde é um dos princípios constitucionais do sistema nacional de saúde. Notem que, tanto nesta aula como na aula anterior, a preferência aqui tem sido pela utilização da palavra CLIENTE, ao invés de PACIENTE, embora esta última seja, como todos já sabemos, de uso infinitamente mais comum na área da saúde. Isso é proposital. Em primeiro lugar, porque as premissas da qualidade exigem a satisfação plena das necessidades do público-alvo de qualquer organização, e esse público precisa ser entendido como cliente. Em segundo lugar, e não menos importante, porque a experiência nos mostra que o paciente, em nossa sociedade, quase nunca é entendido como cliente. Existe mesmo uma cultura bastante enraizada entre as instituições de saúde, os profissionais da área, os usuários e o público em geral de que o PACIENTE é aquele de deve obedecer às ordens do profissional de saúde. Ele deve esperar PACIENTEMENTE pelo atendimento, aceitar sem reclamar o que lhe é oferecido e cumprir todas as recomendações (ordens!) sem questionamento. E ainda tem que ficar muito agradecido! Afinal, quem ele pensa que é para questionar as ordens dadas? O profissional de saúde é o dono do conhecimento técnico e científico! Só ele é capaz de saber o que é melhor, e não pode ser contestado! Não é assim mesmo que costuma acontecer em nossa sociedade, caros alunos? Pois é. No entanto, essa prática tão comum se afasta totalmente das propostas de qualidade e afeta diretamente o princípio mais importante para qualquer organização: a satisfação do cliente! Uma organização da área da saúde que busca a qualidade, que pretende atender com excelência, precisa ter muito claro que essa prática tão comum deve ser totalmente combatida. O paciente tem o direito (vejam bem: DIREITO!) de questionar, de não concordar com as recomendações médicas, de não gostar do ambiente hospitalar e assim por diante. A instituição e o profissional de saúde são os prestadores dos serviços, ou seja, sua existência está baseada no servir adequadamente, e não em serem obedecidos, como se estivessem fazendo um favor. Não é favor: é trabalho, é serviço! Essa cultura, entre tantos outros fatores, tem contribuído para que muitas ações e serviços de saúde no Brasil, tanto no setor público quanto no privado, não ofereçam boa qualidade. Mas é preciso lembrar que as organizações da área da saúde precisam buscar a excelência. Isso é condição para sua sobrevivência e sustentabilidade numa sociedade em que os problemas de saúde ainda são muito grandes, afetando inclusive a credibilidade governamental. Também é condição para sua sobrevivência e sustentabilidade num mercado cada vez mais competitivo e numa realidade em que os CLIENTES são cada vez mais exigentes. E um primeiro passo na busca da excelência na área da saúde pode ser o pleno entendimento, por parte das organizações e dos profissionais, do PACIENTE como um CLIENTE! Finalizando nossa discussão sobre os componentes da qualidade na área da saúde, não podemos deixar de abordar mais uma questão muito importante, que também faz parte desse contexto: a relação entre os profissionais de saúde e seus clientes. Para o alcance da qualidade na área da saúde, essa relação deve estar totalmente baseada nos preceitos éticos, na lealdade e no respeito, que, naturalmente, tem que ser mútuo. Mas, além disso, para o alcance da excelência essa relação também depende da consideração de muitos outros fatores de grande relevância. Veremos aqui alguns deles, destacados
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