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FISIOPATOLOGIA DO CICLO MENSTRUAL → OVOGÊNESE: Antes do nascimento: ovogonias sofrem mitose e formam ovócitos primários, onde ficam até o nascimento. Ovócito primário passa por MEIOSE I (prófase I) durante a ovulação ---> formando um ovócito secundário e um corpo polar. Ovocito secundario só termina sua MEIOSE I se for fecundado. Nascimento: folículos primários são circundados com células da granulosa, conforme estimulo do FSH e LH, se forma vacúolos da periferia da célula da granulosa, que se chama folículo maduro/antral/graasf. → SISTEMA DE CONTROLE HORMONAL: 1. HIPOTALÁMO: responsável pela liberação de GnRH (hormônio regulador de gonadotropinas) que regula a secreção da hipófise, por meio do sistema porta hipotalamo-hipofise. . 2. HIPÓFISE: através do estimulo do GnRH – secreta os hormônios FSH (folículo estimulante) e LH (luteinizante). FSH – responsável pela maturação dos folículos primordiais e primários. As células foliculares (teca interna) produzem estrogênio. LH – É responsável pela OVULAÇÃO; também atua nas células da granulosa e tecais, convertendo-as em células secretoras de progesterona através do CORPO LÚTEO. Ou seja: o LH altera as células da granulosa e tecais em células luteínicas (esse processo se chama luteinização – “amarelado”). 3. OVÁRIOS (gônadas): produz e secreta estrogênio, progesterona e inibinas A e B. A inibina é importante pois faz FEEDBACK NEGATIVO/RETOALIMENTAÇÃO sobre hipófise e hipotálamo para que diminua a produção de FSH quando os folículos estão prontos para a ovulação. Estrogênio: é secretado pelo corpo lúteo durante a fase luteínica do ciclo, levando a efeitos de feedback na hipófise anterior – mantendo reduzido os níveis de FSH e LH. − Ajuda na proliferação do estroma endometrial que ajudará no fornecimento de nutrição ao óvulo implantado. − Aumenta as células epiteliais ciliadas que reveste a trompa de falópio, ajudando a propelir o ovulo fertilizada na direção do útero. o B-Estradiol - é o principal. o Estrona. o Estriol - é o mais fraco, é um metabolito derivado do estradiol e estrona, e sua conversão é feita nos tecidos periféricos (principalmente fígado). Progestinas: “pró-gestação” - prepara o útero para a implantação do óvulo fertilizado. E diminui as contrações uterinas, impedindo a expulsão do óvulo implantado. o Progesterona – Na mulher não grávida: ela é secretada apenas na segunda metade de cada ciclo, pelo corpo lúteo. Na mulher grávida: é secretada pela placenta – especialmente depois do quarto mês de gestação. ♦ ESTIMULANTES PARA LIBERAÇÃO DE HORMONIOS: glutamato, neuropeptídeo e norepinefrina. ♦ INIBIDORES DA LIBERAÇÃO DE HORMONIOS: endorfinas (ex. Atletas liberam muita, por isso não menstruam) e dopaminas. PRODUÇÃO DOS ESTEROÍDES SEXUAIS: estradiol, estroma e estriol. Sua base é o COLESTEROL (produz hormônios suprarrenal e sexual) - “ciclopentanopehidrofenantino” está em todos os hormônios. ✓ O colesterol entra nas células da teca e se transforma em testosterona e progesterona - androstenediona. ✓ Quando tiver necessidade de estroma e estradiol – a testosterona e androstenediona – entram nas células granulosa e sofrem aromatização (aromatase), se transformando em estroma e estradiol respectivamente. CICLO MENSTRUAL 1o dia do ciclo = 1o dia da menstruação. Dividimos o ciclo em 2 partes: 1. Fase folicular: maduração dos folículos pelo FSH e escolha do folículo dominante que será ovulado. FSH: é liberado periodicamente e em níveis baixos até o 7o dia, e seu pico é 24 horas antes da ovulação - com a intenção de aumentar ainda mais o tamanho do folículo, ajudando-o a se romper. Produção de estrogênio: é liberado 36h antes da ovulação, causando aumento do muco cervical que facilita passagem do espermatozoide, lubrificação, proliferação do endométrio para que ocorra a nidação, aumenta libido e atua nas mamas também. Produção de inibina: responsável por fazer retroalimentação na hipófise para diminuir a síntese de FSH. 2. Fase luteíca: dura 14 dias...após liberação de LH, a ovulação ocorre e forma-se o corpo lúteo. Caso o óvulo tenha sido fecundado – ele libera progesterona e estrogênio, que aumenta a vascularização do endométrio e prepara para nidação. A concentração de progesterona e estrogênio sobe após 6 horas da ovulação e seu pico é no 21/22o dia do ciclo pois o embrião leva de 6 a 7 dias para nidação (processo de implantação do embrião). Como o corpo lúteo tem 14 dias de vida, quando tem fecundação é liberado o hCG que mantem o corpo lúteo. Caso não tenho fecundado os níveis de progesterona e estrogênio diminuem, e leva a menstruação consequentemente diminui o feedback negativo sob o GnRH estimula FSH e LH reiniciando todo o ciclo. VARIAÇÕES DO CICLO: 1. POLIMENORRÉIA: intervalos < 21 dias. 2. OLIGOMENORRÉIA: intervalos > 35 e < 45 dias. 3. ESPANIOMENORRÉIA: intervalos > dias. 4. MENORRAGIA: intervalos normais com fluxo e duração excessivo. 5. METRORRAGIA: intervalos irregulares - não tem intervalo – fluxo e duração excessivos. 6. AMENORRÉIA: ausência de menstruação por 6 meses ou + 3 ciclos sem menstruar. SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL (SUA) Perda menstrual excessiva com repercussões físicas, emocionais, sociais e materiais na qualidade de vida da mulher, que podem ocorrer isoladamente ou em combinação com outros sintomas. Crônica: episódios que se repetem pelo menos nos 6 meses anteriores. Agudo: necessita de cuidados imediatos, pois pode levar a morte. A idade influencia na orientação das hipóteses diagnosticas: − Adolescência: nos primeiros 2 anos após a menarca, a irregularidade pode ser por imaturidade do eixo hipotálamo-hipófise. − Mulheres 20 a 40 anos: após excluídas causas obstétricas, pensamos em lesão estrutural nos órgãos. − Mulheres > 40 anos: a menopausa pode causar irregularidade. CAUSAS ESTRUTURAIS: podem ser visualizadas através de exames de imagem. Pólipo endometriais: são glândulas endometriais que crescem de forma anormal. Mais comum em mulheres na peri e pós menopausa. Causam aumento do volume menstrual. Menstruações irregulares. Sangramento pós-coito (sinusorragia). Sangramento intermenstrual. Adenomiose: “prima-irmã da endometriose” - endometriose dentro do miométrio. Seus sintomas dependem da profundidade: - superficial: causa mais sangramento (SUA). - Profunda: apresenta dor, dispareunia (dor na relação) e dismenorreia (dor pélvica que surge no primeiro dia do ciclo). Leiomioma: Nem todo mioma causa sangramento --> Seus sintomas variam com a localização: - Submucosos: é o que mais causa SUA pois tem contato com o endométrio. - Intramural - Subseroso Malignidade e hiperplasia: Tem maior incidência em mulheres peri e pós menopausa --> suspeitar pela presença de sangramento na pós menopausa. - Fatores de Risco: ▪ Obesidade. ▪ Diabetes. ▪ Hipertensão arterial. ▪ Nuliparidade (maior tempo de exposição a estrogênios). CAUSAS NÃO ESTRUTURAIS: Coagulopatias: - A causa mais comum: Doença de Von Willebrand (DVW) - Apresenta menorragia com início na menarca. - Frequente em JOVENS. Ovulatório: - Jovens: imaturidade do eixo hipotálamo-hipófise até 3 anos pós-menarca. - Período reprodutivo: causa de anovulação é SOP. - Peri menopausa: alteração na regulação do eixo hipotálamo-hipófise, com isso o ovário não responde levando a um ciclo anovulatório. Endométrio não malignas: - DIP: endometrite --> alteração na homeostasia endometrial. - Síndrome de Ketrek. Iatrogenia: - Sistemas intrauterinos (DIU); - ACO: sangramentos intermenstruais e manchas (spotting); - ASS (ácido acetilsalicílico);- Anticoagulantes; - Antiepiléticos; - Hormônios da tireoide; - TAMOXIFENO; - Corticosteroides; Não especificadas/Classificadas: - Malformações arteriovenosas; - Hipertrofia miometrial; - Alterações mullerianas; - Istmocele; DIAGNÓSTICO SUA: 1. Anamnese detalhada + exame físico. 2. Avaliação laboratorial: B-hCG, hemograma completo 3. USG. 4. Histerossonografia. 5. Histeroscopia: em casos de pólipos. 6. Biopsia endometrial: CA endométrio.
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