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OSTEOSSARCOMA Apresentação de Aulas Teóricas - 2022/01 Serviço de Oncologia e Hematologia pediátrica - HPP Residente - R2: Aillyn Bianchi - Pediatra RELATO DE CASO - B.L.S, 10 anos Data de nascimento: 06/06/2011 Idade ao diagnóstico: 10 anos Sexo: Feminino Procedência: Mauá da Serra/PR Admitida na enfermaria da oncologia em 01/02/2022, transferida da ortopedia do mesmo serviço. Queixa principal: “edema no joelho esquerdo há 2 meses”. HDA: Mãe refere que criança iniciou dor em região acima do joelho esquerdo em dezembro, sem notar alterações no local. Após cerca de 1 semana notou aumento de volume da região e dificuldade para deambular. Passou por consulta em UBS, prescrito nimesulida 5 dias, com melhora da dor, mas sem mudança no edema local. Encaminhada para ortopedia e solicitado RNM de joelho 13/01, com laudo suspeito de Osteossarcoma. Foi encaminhada para Londrina para passar oncologista particular, que orientou encaminhamento pelo SUS, sendo então realizado contato para transferência ao nosso hospital. Nega febre, perda ponderal ou outros nódulos. Mantinha dor em uso de analgesia frequente, agora em uso de codeina com melhora completa da dor. HPP: previamente hígida. RELATO DE CASO - B.L.S, 10 anos - 13/01/22: RNM de MIE (externo): Grande formação expansiva justacortical na face lateral da região metadiafisária distal do fêmur, que se estende proximalmente até além do segmento analisado, apresentando grandes reações periosteais e infiltração óssea intramedular, medindo 4x3,9 nos maiores eixos. O componente intraósseo apresenta extensão longitudinal de 4,1 cm e de partes moles se estende distalmente até 1 cm da placa fisária distal do fêmur. bem como infiltrando o ventre muscular do vasto lateral. As possibilidades de osteossarcoma periosteal e osterossarcoma de superfície de alto grau devem ser considerados no diagnóstico diferencial. - 31/01/22: TC de tórax: sem alterações significativas. - 01/02/22: TC de joelho direito com biópsia guiada: Massa expansiva femoral distal esquerdo anterolateral com componente predominantemente de partes moles com alteração óssea parosteal. - 01/02/22: Anatomopatológico: NEOPLASIA POUCO DIFERENCIADA COM RARAS CÉLULAS GIGANTES MULTINUCLEADAS. Nota: a) Há presença focal de material eosinofílico amorfo entre as células tumorais. b) Alguns elementos histológicos favorecem a possibilidade de osteossarcoma. No entanto, a exiguidade da amostra dificulta a avaliação. RELATO DE CASO - B.L.S, 10 anos - 03/02/22: Cintilografia óssea: hiperconcentração de radiofármaco de padrão heterogêneo e grau acentuado, excedendo os limites ósseos habituais, no terço distal do fêmur direito. Distribuição assimétrica e de padrão fisiológico para a faixa etária do restante do esqueleto axial e apendicular. Impressão: Aumento heterogêneo do remodelamento ósseo no terço distal do fêmur, suspeito para lesão óssea primária. Não se observam outras áreas de hipercaptação anômala. Rx de joelho e coxa direita - 31/01/22 RELATO DE CASO - B.L.S, 10 anos - Em 15/03/22 internou para semana 04 de QT. DIAGNÓSTICOS: 1) Osteossarcoma de fêmur distal esquerdo, não metastático - Iniciou Protocolo GBTO em: 16/02/22 Tratamento Quimioterapia neoadjuvante Ressecção cirúrgica tumoral total Quimioterapia adjuvante MTX + adriamicina + cisplatina + ifosfamida/ciclofosfamida SLE de 70% em 5 anos Tratamento - 2,6% das neoplasias na infância. - 2 picos de incidência - distribuição bimodal. - Entre 10 - 14 anos -> representa a grande maioria dos osteossarcomas primários. - Mais comum no sexo masculino, porém costuma se desenvolver mais preocemente no sexo feminino. - Predileção pela raça negra e hispânica. Introdução É o tumor ósseo primário maligno mais comum na criança e no adolescente. - Os tumores primários geralmente ocorrem na metáfise de ossos longos (60% em joelhos). - Os tumores secundários possuem distribuição muito mais ampla (+ em adultos). Epidemiologia Epidemiologia Rech, Ângela et al. Características clínicas do osteossarcoma na infância e sua influência no prognóstico. Jornal de Pediatria. 2004, v. 80, n. 1. Fevereiro 2022. pp. 65-70. - A localização do tumor primário está relacionada diretamente à sobrevida. - Melhor prognóstico se localizado no fêmur distal e na tíbia proximal. Ocorre principalmente na metáfise de ossos longos (+ no fêmur, ao redor do joelho e úmero proximal). - Menos de 10% ocorre no esqueleto axial. - Podem ser de localização central (medular: > dos casos), superficial (periosteal/paraosteal) ou extra-esquelético. Localização Osteogênese normal Patogênese Fatores de risco - Irradiação prévia. - Agentes químicos (alquilantes). - Alterações genéticas: amplificação do gene MDM2 (comportamento agressivo + metástático), alterações estruturais no braço 17p13 do gene p53. - Síndromes genéticas: Li-Fraumeni, Bloom, Werner, Rothmund-Thomson. - Retinoblastoma hereditário. Fatores de risco “Research has identified associations with secondary osteosarcoma in patients with Paget disease, electrical burns, trauma, exposure to beryllium, exposure to alkylating agents, FBJ virus, osteochondromatosis, enchondromatosis, fibrous dysplasia, orthopedic prosthetics as well as bone infarction and infection. Additionally, osteosarcoma reportedly correlates with exposure to ionizing radiation, radium, and archaic contrast agents such as thorotrast.” Ottaviani G, Jaffe N. The etiology of osteosarcoma. Cancer Treat Res. 2009;152:15-32. Quadro clínico Dor local Edema Massa palpável Claudicação Diagnósticos diferenciais Dor do crescimento Sarcoma de Ewing Osteomielite Tumores ósseos benignos Diagnóstico: laboratorial Os estudos realizados por Thorpe et al. (1979) sugerem que a FA e o LDH são indicadores de prognóstico tumoral. FAL LDH Diagnóstico: imagem Raio X evidenciando a formação do osteossarcoma na extremidade distal do fêmur. (Kundu, 2014.) (a) paraosteal (b) periosteal - Lesão destrutiva, de bordos irregulares. - Destruição da cortical óssea com invasão extra óssea. Diagnóstico: imagem Diagnóstico: imagem Reação periosteal -> “Raios de sol” Levantamento periosteal -> Triângulo de Codman Diagnóstico: patologia Diagnóstico: patologia A presença de infiltração músculo-esquelética salienta o caráter maligno e agressivo da neoplasia. Diagnóstico: patologia Neoplasia altamente celular, composta de células fusiformes, de limites imprecisos, com focos de material róseo homogêneo com características de osteóide. Diagnóstico: patologia Diagnóstico: patologia Diagnóstico: patologia Classificação “Osteosarcoma is grossly divided into various subtypes based on its location within the bone then further subdivided by grade.” Prater S, McKeon B. Osteosarcoma. [Updated 2021, Jun 4]. Graus: G1 - baixo grau; G2 - grau intermediário e G3 - alto grau (mais de 90%) Localização: central (medular), superficial (periosteal/parosteal) e extra-esquelético. - Os de alto grau são subclassificados: Convencionais - osteoblásticos (70%), condroblástico (12%), fibroblástico (10%) Telangiectásicos (4%) Pequenas-células (<1%) Superfície (<1%) Secundários (5%) Estadiamento METASTÁTICO X NÃO METASTÁTICO - TC do membro acometido: destruição e da produção óssea. - RNM do membro acometido: avalia a extensão local da doença, do comprometimento intramedular, invasão da placa de crescimento e da epífise do osso. - TC de tórax: detecção de metástases. - Cintilografia óssea: detecção de metástases ósseas. - PET-CT: determinar a extensão do tumor e para a detecção de recorrência. Estadiamento Avaliação da resposta tumoral à QT neoadjuvante: Fatores prognósticos - Tamanho do tumor - Margens cirúrgicas - Presença de metástases pulmonares BOM: mais de 90% de necrose tumoral, localização parosteal e periosteal, fêmur distal etíbia proximal RUIM: metastáticos e axiais, localização extra-esquelética Tratamento Quando as metástases pulmonares são grandes o suficiente para serem radiologicamente detectáveis, estas também devem ser operadas, porque habitualmente elas progridem e vão causar a morte do paciente. (Kager et al, 2003.) A radioterapia tem uma indicação muito limitada e deve ser reservada para os pacientes com tumores inoperáveis. (Delaney, 2004.) As respostas das lesões tumorais ósseas e as metástases pulmonares podem não diminuir mesmo quando a maioria das células tumorais foi destruída, porque elas frequentemente contém consideráveis quantidades de matriz osteóide. Tratamento Tratamento OBRIGADA! 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