Vulvoplastia

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1 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA 
 
 
 
É uma cirurgia que envolve reparo / construção da região perineal (vulva) 
 
É um procedimento desenvolvido a principio para tratar quadros de 
penumovaginite (entrada de ar devido a atividade atlética), que evolui para 
quadros inflamatórios / infecciosos 
 
• Redução da abertura da vulva 
o A conformação da vulva muda e aumenta com a idade 
o Vulva é localizada mais horizontal em relação ao ânus, 
acumulando resíduo fecal nos lábios vulvares e aumento da 
predisposição a infecções 
 
• É importante controlar a infecção previamente ao procedimento cirúrgico 
 
• Atenção com a deformação primária e o ângulo da superfície vulvar 
relativamente vertical 
o Índice de Caslick → indica a necessidade de realizar a vulvoplastia 
através do cálculo entre as comissuras da vulva (quanto mais 
vertical, maior a necessidade do procedimento) 
 
• Necessidade de ressecção perineal para melhora da conformação 
(método de Pouret) 
 
ANATOMIA DA ÉGUA 
Vagina 
• Estrutura ímpar 
• Porção cranial (cérvix até a entrada da uretra) 
• Porção caudal / vestíbulo (orifício uretral até a vulva) 
Funções urinarias e reprodutivas 
 
Vulva 
É a abertura do vestíbulo para o exterior 
• Encontrada ventralmente ao ânus (mais arredondada) 
• Comissura ventral arredondada 
• Comissura dorsal pontiaguda (égua) 
Funções urinárias e reprodutivas 
 
 
 
 
Vulvoplastia 
“Caslick’s Procedure” 
 Vestíbulo da vagina → entre o vestíbulo e a vagina existe a 
abertura da uretra. 
 Do vestíbulo em direção à vulva tem o clitóris e os lábios vulvares. 
 Cranial à cérvix está a região do útero 
 
 
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Anatomia do trato reprodutivo da égua 
 
 
ANATOMIA DA VACA 
Índice de Caslick → cálculo da altura do osso da pelve, próximo ao púbis e ísquio 
 
Anatomia do trato reprodutivo da vaca 
• Ventral ao ânus 
• Cérvix volumosa e palpável 
• Base óssea da pelve é localizada mais ventral (importante para 
determinar o índice de Caslick) 
• Dorsal para ventral: reto, e logo abaixo existe uma prega que separa o 
reto da região da vulva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na vaca o útero (corno 
uterino e ovários) tendem a 
ir em direção ventral 
 
Corno uterino muito longo 
 
 
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INTRODUÇÃO A TÉCNICA 
Fácil de realizar, porém abusivamente praticada, onde muitas éguas são 
desnecessariamente submetidas a cirurgia de vulvoplastia. 
 
Anatomia dos órgãos genitais femininos é intensamente influenciada pela idade, 
condição física e histórico reprodutivo 
• Idade: angulação da vulva tende a sofrer alterações 
• Condição física: animais com escore corporal abaixo do animal terão 
algumas diferenças de angulação da vulva 
• Histórico: animais que iniciam a vida reprodutiva mais jovens 
 
Defeitos vulvares X falhas durante a gestação / parto 
• Avaliar quantidade de partos, se houveram complicações 
 
Índices reprodutivos abaixo do esperado (retira da vida reprodutiva) 
 
Laceração Perineal 
Profundidade e grau de destruição tecidual 
 
Grau 1 
Superficiais da mucosa vaginal / vulvar 
 
Grau 2 
Afetam toda parede da vagina / vulva 
 
Grau 3 
Envolvem toda parede vaginal e vulvar, bem como o corpo perineal e o esfíncter 
anal (abertura comum dos sistemas genital e digestório) 
 
Fístula Retrovaginal 
Existe uma fístula entre o reto e a vagina (comunicação entre as estruturas; fezes 
em contato com ambiente da vagina) 
• Períneo e ânus intactos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conteúdo fecal 
chegando em 
região de 
vestíbulo 
Laceração: inicio da 
laceração pelo reto 
 
Técnica de 
vulvoplastia para 
reduzir a abertura e 
evitar maiores 
infecções 
Fistula retrovaginal 
 
 
 
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INDICAÇÕES 
• Sequencia de partos 
• Escore corporal (magras) 
• Prevenção de doenças / complicações 
• Retenção de prolapsos 
• Vaginites, cirvicites, metrites e infertilidade 
• Relação anatômica entre vulva e ânus (conformação) 
• Idade 
• Traumatismos 
• Pneumovagina – principal 
o Vulvas horizontalizadas tendem a ter uma abertura maior, 
favorecndo a entrada de ar 
 
 
 
 
 
 Égua de baixo escore corporal: ânus projetado mais internamente a 
 uma vulva de angulação horizontal 
 
 
 
 
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CONFORMAÇÃO VULVAR 
 
 
 
 
Medidas a serem consideradas (Índice de Caslick): 
1. Medida (cm) da comissura dorsal até a ventral → comprimento da vulva (H) 
2. Medida (cm) da comissura dorsal até a base da pelve → comprimento vulvar efetivo (L) 
3. Nas vulvas horizontalizadas, medir a tangência / ângulo de declinação da base da pelve até 
a comissura dorsal (A = alfa) 
 
 
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VULVÔMETRO 
 Ângulo = 5º 
 Medida da vulva = 8 cm 
 
 
 Ângulo = 30º 
 Medida da vulva -= 8 cm 
 
 
 
Índice de Caslick 
Multiplica os valores do ângulo e da medida da vulva 
• Até 100 – 110: não são indicadas para técnica 
• Acima de 120º são indicadas 
 
 
 
 
Índice de Caslick = 40º (ideal) 
Índice de Caslick = 240º (ideal) 
o Ultrapassou 120º → égua indicada para 
o procedimento 
ângulo X medida da vulva = índice de Caslick 
A x B: angulo x medida da comissura dorsal até a base do isquio 
Índice até 120 graus: não há necessidade de cirurgia 
Acima de 120: precisa ser submetido a vulvoplastia 
 
 
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PRÉ OPERATÓRIO 
• Sedação 
• Bloqueio / anestesia local (5 – 10ml em cada lábio vulvar) 
• Anestesia epidural 
• Retirada de conteúdo fecal 
• Cauda do animal enfaixada → “tail bandage” 
• Contenção física 
• Antissepsia adequada (vulva, períneo e entrada do vestíbulo) 
• Campo cirúrgico em ambos os lábios vulvares e comissura dorsal 
 
TÉCNICA CIRÚRGICA 
1. Incisão em formato de “U” invertido, respeitando o limite entre pele e 
mucosa 
2. Divulsão com tesoura seguida de remoção de uma faixa / tira do tecido 
(muoca) de aproximadamente 3mm 
3. Junção mucocutânea de cada lábio vulvar, desde a comissura dorsal até 
um nível abaixo da base óssea da pélvis 
4. Aproximação e sutura dos bordos (PSS com fio 2-0, absorvível ou 
inabsorvível – Nylon / prolipropileno) 
 
Uso de grampos cirúrgicos cutâneos para sutura dos bordos externos (rapidez 
na execução) 
 
 
 
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CUIDADO 
Garantir que a redução não seja excessiva de modo a causar disúria ou impedir 
a monta natural 
 
 
PÓS OPERATÓRIO 
• Remoção dos pontos de pele (aproximadamente 7 – 10 dias) 
• AINEs e ATB 
• Soro antitetânico 
• Cuidados com coberturas e partos futuros 
• Se necessário: abrir cirurgicamente os lábios vulvares a fim 
de evitar danos maiores 
 
 
 
 
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Outras opções 
• Fita umbilical estéril instalada previamente ao acasalamento / 
monta 
o Assim que o animal fizer a monta, retira a fita 
• Episioplastia → remoção da mucosa dorsal e dorsolateral do 
vestíbulo 
o Indicada em casos onde há comprometimento da 
função dos músculos constritores da vulva e vestíbulo 
 
 
 
COMPLICAÇÕES 
• Deiscência ou esgarçamento da sutura 
• Dificuldade na aproximação dos bordos 
• Infecções adversas 
• Laceração perineal