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Gabaritos e Resoluções 1o POLIEDRO ENEM 1o DIA | 2022 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) QUESTÃO 01 _ 22_ENEM_ING_LZ_L1_Q01 A new study shows that the brain takes advantage of the rest periods during practice to review new skills, a mechanism that facilitates learning. The work appears in the journal Cell Reports. A lot of the skills we learn in life are sequences of individual actions. For example, playing a piece of piano music requires pressing individual keys in the correct sequence with very precise timing. That level of virtuosity requires a ton of practice and a lot of repetition. But it also requires a certain amount of rest. We know from previous research that interspersing rest with practice during training is advantageous for learning a new skill. In fact, we recently showed that virtually all early skill learning is evidenced during rest rather than during the actual practice. It’s during those intermittent breaks that the brain starts to sew together the individual movements that make up a seamless piece. HOPKIN, Karen. “Your Brain Does Something Amazing between Bouts of Intense Learning”. Disponível em: <https://www.scientificamerican.com>. Acesso em: 6 ago. 2021. (Adaptado) Na primeira frase do texto, a expressão “takes advantage” se refere à ideia contida no excerto de que o aprendizado de novas habilidades A decorre de sequências de ações individuais. B ocorre quando o cérebro se aproveita do treino recorrente. C é mais vantajoso quando o treino é intercalado com o descanso. D torna-se efetivo quando o aprendiz descansa mais do que pratica. E depende da quantidade de prática e de repetição por parte do aprendiz. GabariTO: C Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C2H5 A expressão “to take advantage”, em português, significa tirar proveito de algo. No texto, mesmo sem saber o significado exato dessa expressão, é possível inferi- -lo por meio da apreensão da ideia central do texto: para aprender, são necessários intervalos intermitentes, ou seja, uma intercalação entre prática e descanso. A ideia central é a de que o cérebro tira proveito dos momentos de descanso para “costurar” as habilidades individuais que resultam no aprendizado (“It’s during those intermittent breaks that the brain starts to sew together the individual movements that make up a seamless piece.”). Alternativa A: incorreta. A informação de que o aprendizado de novas habilidades decorre de sequências de ações individuais está no texto (“A lot of the skills we learn in life are sequences of individual actions”), mas não está relacionada à ideia da expressão “takes advantage”, a qual significa que o cérebro se aproveita de algo. Alternativas B e E: incorretas. As alternativas ignoram a principal tese do texto, que é a de que o cérebro se aproveita dos momentos de descanso para sintetizar o aprendizado de uma nova habilidade. Alternativa D: incorreta. Em nenhum momento, o texto dá indícios de que o aprendiz precisa descansar mais do que praticar. De acordo com a tese explicitada, os descansos precisam ser intermitentes. QUESTÃO 02 _ 22_ENEM_ING_LZ_L1_Q02 One-in-ten eligible voters in the 2020 electorate is part of a new generation of Americans – Generation Z. Born after 1996, most members of this generation are not yet old enough to vote, but roughly 24 million had the opportunity to cast a ballot in November. And their political clout will continue to grow steadily in the coming years, as more and more of them reach voting age. Unlike the Millennials – who came of age during the Great Recession – this new generation was in line to inherit a strong economy with record-low unemployment. That has all changed now, as covid-19 has reshaped the country’s social, political and economic landscape. Instead of looking ahead to a world of opportunities, Gen Z now peers into an uncertain future. PARKER, Kim; IGIELNIK, Ruth. Disponível em: <https://www.pewresearch.org>. Acesso em: 5 ago. 2021. (Adaptado) No artigo sobre a primeira experiência eleitoral da geração Z, nascida a partir de 1996, a expressão “Instead of”, no segundo parágrafo, é usada para inserir uma ideia de A consequência, pois demarca a própria geração Z como culpada pelo seu futuro incerto. B adição, pois constrói uma relação de soma entre as mudanças sociais, políticas e econômicas. C contraste, pois sinaliza a mudança entre uma perspectiva de oportunidades para uma de incertezas. D comparação, pois constrói uma relação de similaridade entre as dificuldades vivenciadas pelos millennials e pela geração Z. E finalidade, pois demarca a necessidade de surgirem novas oportunidades para que a geração Z possa superar um futuro incerto. GabariTO: C Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C2H6 O texto informa que a geração Z passou a integrar, a partir de 2020, o eleitorado nos Estados Unidos. No segundo parágrafo, as autoras apresentam uma comparação entre a geração em questão e a anterior, a dos millennials, uma vez que esta se tornou eleitora durante o período da Grande Recessão, enquanto a geração Z estava na fila para herdar uma economia forte e baixa taxa de desemprego. No entanto, com a pandemia da covid-19, houve mudanças sociais, políticas e econômicas no país. Então, em vez de um mundo de oportunidades, a geração Z herdou apenas um futuro de incertezas justamente no momento em que se tornou apta a exercer sua cidadania. Vê-se, então, que a expressão “Instead of” tem a função de apresentar o contraste entre o que se esperava enquanto panorama para a geração Z e o que ele é de fato. Alternativa A: incorreta. A culpa pelo futuro incerto não é da geração Z, e sim do cenário pandêmico que assolou o mundo. Além disso, não há uma relação de causa e consequência na frase em que se encontra a expressão “Instead of”. Alternativa B: incorreta. A expressão “Instead of” inicia o período seguinte ao que trata das mudanças sociais, políticas e econômicas e não cria nenhuma relação de adição entre tais termos. Alternativa D: incorreta. No trecho em que se encontra a expressão “Instead of”, não há comparação com os millennials, mas uma constatação acerca da própria geração Z. Alternativa E: incorreta. Não há nenhum indício linguístico de que a geração Z precisa ter novas oportunidades para resolver o futuro incerto. A frase apenas aponta uma mudança no panorama nacional, o qual antes era promissor e agora é desconhecido. QUESTÃO 03 _ 22_ENEM_ING_LZ_L1_Q03 Disponível em: <https://www.linkedin.com>. Acesso em: 5 ago. 2021. Os recursos verbais e não verbais utilizados no meme reproduzido têm como intuito manifestar um fator de descontentamento de uma pessoa em relação à esfera do trabalho. Levando em consideração o texto, a sua função e as suas estruturas, subentende-se que seu emissor quer, nesse contexto, o(a) A apoio da equipe de trabalho, buscando a cristalização de valores éticos. B informação antecipada sobre a agenda da empresa, abolindo imprevistos. C fim do trabalho remoto, extinguindo gastos para a manutenção de rede digital. D adoção de comunicação de forma prática, evitando reuniões desnecessárias. E aumento de interações sociais em tempo real, reforçando o vínculo entre colegas. GabariTO: D Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C2H7 O meme apresenta o seguinte texto: “Eu, sentado em uma reunião que poderia ter sido um e-mail”. Logo abaixo, a imagem de uma mulher visivelmente descontente completa o sentido da frase, ou seja, o emissor do meme fica extremamente desgostoso quando precisa participar de reuniões desnecessárias. Sendo assim, o desejo subentendido, conforme solicita o enunciado, é o de que não aconteçam reuniões desnecessárias, isto é, de que a empresa seja capaz de adotar formas de comunicação práticas. Essa ideia é marcada pelo uso do verbo modal “could”, que sinaliza a possibilidade – nesse caso, desejada – de que o momento fossemais bem aproveitado. Alternativa A: incorreta. Não há, no meme, indícios verbais ou não verbais que se refiram ao apoio da equipe ou à cristalização de valores. Alternativa B: incorreta. Não há, no meme, indícios verbais ou não verbais que se refiram à imprevisibilidade das reuniões. A menção ao e-mail sugere uma comunicação de forma prática. Alternativa C: incorreta. Não há, no meme, indícios verbais ou não verbais de crítica ao trabalho remoto ou aos gastos relacionados à manutenção da rede digital, e sim a uma forma de comunicação pouco prática, que pode ser otimizada. Alternativa E: incorreta. Não há, no meme, desejo de aumento de interação social ou de reforço de vínculos, mas de otimização pela adoção de uma comunicação de forma prática, evitando reuniões desnecessárias. QUESTÃO 04 _ 20_ENEM_ING_LZ_L5_Q03 DETORIE, Rick. One Big Happy. A tira retrata o momento em que duas pessoas se encontram casualmente na rua. O diálogo entre os dois adultos leva a inferir que a lição ensinada pelo homem à criança no último quadro se refere ao(à) A ausência de interação entre a criança e a mulher. B fato de que na conversa que teve não se disse nada relevante. C convenção social de ter que interagir com desconhecidos na rua. D incômodo com quem fala exageradamente sobre um mesmo tema. E falta de assuntos das pessoas sem atividades após a aposentadoria. GabariTO: b Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C2H7 Ao perguntar à personagem Avis como ela está, o senhor recebe como resposta uma série de frases prontas em inglês que são conhecidamente utilizadas para se fazer “small talk”, ou seja, frases-clichê, que, na realidade, não dizem nada funcional ou importante. Por isso, após Avis seguir seu caminho, o homem diz à criança: “Viu só? Não são só as pessoas quietas que não têm nada a dizer.”, referindo-se ao fato de que, embora Avis tenha dito uma série de frases, ela não disse nada relevante a respeito de sua vida. Alternativa A: incorreta. Em nenhum momento, o homem se refere à ausência da participação da criança na conversa. Alternativa C: incorreta. Não há referência à interação com estranhos, porque as personagens se conhecem. Alternativa D: incorreta. O homem não se refere à fala exagerada, mas àquilo que não é relevante. Alternativa E: incorreta. O comentário do homem não se refere à falta de assunto em uma fase específica, mas à falta de conteúdo no que se diz. QUESTÃO 05 _ 22_ENEM_ING_LZ_L1_Q04 We are not responsible for your lost or stolen relatives. We cannot guarantee your safety if you disobey our [instructions. We do not endorse the causes or claims of people [begging for handouts. We reserve the right to refuse service to anyone. [...] You were detained for interrogation because you fit the [profile. You are not presumed to be innocent if the police have reason to suspect you are carrying a concealed [wallet. It’s not our fault you were born wearing a gang color. It is not our obligation to inform you of your rights. Step aside, please, while our officer inspects your bad [attitude. You have no rights we are bound to respect. Please remain calm, or we can’t be held responsible for what happens to you. MULLEN, Harryette. “We Are Not Responsible”. Disponível em: <https://www.poetryfoundation.org>. Acesso em: 5 ago. 2021. Por meio de seus textos, a escritora Harryette Mullen oportuniza a reflexão sobre a sociedade estadunidense. Ao dar voz a um eu lírico que assume um papel de poder nessa sociedade, o poema transcrito da autora denuncia o(a) A busca por negar a existência do racismo, constatada na cordialidade que está impressa nesse discurso eleitoral. B assistencialismo governamental, constituído na forma de benefícios financeiros que não geram avanço social efetivo. C impunidade dos agentes públicos, desobrigados de responder por atos de corrupção que geram prejuízo aos cofres públicos. D negligência policial, materializada em abordagens permissivas a membros de organizações que vivem à margem da legalidade. E fragilidade da cidadania de um grupo de pessoas, ameaçadas por instituições sociais que deveriam assegurar seus direitos. GabariTO: E Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C2H8 No poema “We Are Not Responsible”, a autora constrói sua crítica por meio da posição discursiva de um eu lírico que faz parte de um grupo detentor do poder na sociedade – possivelmente uma voz representativa de um governo, já que se fala em “nossas instruções” (segundo verso da primeira estrofe) e “nosso policial” (primeiro verso da última estrofe). Em todos os versos, verifica-se uma tentativa de isenção da responsabilidade de tratar pessoas como cidadãs, ou seja, pessoas que deveriam ter seus direitos assegurados pelo Estado: “não podemos garantir sua segurança”, “não somos responsáveis por seus parentes perdidos”; além disso, alguns versos permitem que se verifiquem comentários racistas, o que delimita o grupo de pessoas aos quais o eu lírico se refere: “você foi detido para interrogatório porque se encaixa no perfil”, “não é nossa culpa o fato de você ter nascido vestindo a cor de quem pertence a uma gangue”. Por esses versos, percebe- -se que a crítica reside no fato de as instituições sociais não assumirem as pessoas negras como cidadãs, submetendo sua cidadania a um estado de constante ameaça. Alternativa A: incorreta. O discurso do eu lírico não toma a forma do gênero eleitoral, mas de atendimento a um interlocutor por um agente público. Ademais, por meio do discurso construído, o eu lírico não denuncia a busca por negar a existência do racismo, mas o próprio racismo presente na constante negação da cidadania da população negra associada à tentativa de responsabilizar as pessoas por sua condição social. Alternativa B: incorreta. O poema não trata de qualquer forma de benefício, mas da negação de direitos. Alternativa C: incorreta. Embora seja possível traçar uma relação entre a ideia de impunidade e a ideia de “não somos responsáveis”, presente no título e em alguns versos do poema, a crítica do eu lírico se volta para o desamparo governamental no que diz respeito à garantia de direitos. Além disso, o foco do poema não é a corrupção no sentido financeiro. Alternativa D: incorreta. No poema, não se constata a existência de abordagens permissivas a membros de grupos criminosos. A menção do eu lírico à gangue revela o racismo que embasa o discurso do agente público ao negar direitos à população negra. LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol) QUESTÃO 01 _ 20_ENEM_ESP_PM_L1_Q02 Visitar Suiza en tren y transporte público El uso del transporte público en Suiza está muy extendido. Prácticamente la mitad de sus habitantes poseen un abono de tren para moverse regularmente, y eso es una muy buena señal. La red ferroviaria suiza es de las más densas del mundo, ¡llega a todos lados con una eficiencia tremenda! Nos sorprendió mucho que se puede llegar a cualquier lugar en transporte público. Nosotros estuvimos dos semanas en el país y no echamos de menos el coche en ningún momento. Pudimos llegar a todos los lugares sin complicaciones usando trenes, autobuses y barcos. Además de llegar a casi todos los pueblitos del país, los trenes suizos pasan con mucha frecuencia. No hay que planificar los desplazamientos con antelación porque como mucho esperarás 20 minutos a que llegue el tren. Nosotros usamos la app SBB Mobile (para iOS y Android) y es de gran ayuda. Muestra los horarios, la vía por dónde pasa cada tren, tiempos de conexión e incluso si hay algún retraso en tiempo real. Pero no te preocupes por los retrasos. En un país famoso por fabricar relojes los trenes suelen ser la mar de puntuales. Disponível em: <https://lostraveleros.com>. Acesso em: 16 ago. 2021. No excerto do post extraído de um blog de viagem criado por um casal de jornalistas, ao relatarem a viagem que fizeram pela Suíça, os autores utilizarama expressão “no echamos de menos”, a qual, no texto, refere-se ao fato de que o(a) A pontualidade suíça não falha. B uso de carro particular foi desnecessário. C casal permaneceu na Suíça por duas semanas. D maioria dos suíços utiliza o trem como transporte. E reserva de vaga no transporte público é feita por aplicativo. GabariTO: b Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C2H5 A expressão “no echamos de menos” (“não sentimos falta”), utilizada pelo casal para narrar a experiência que tiveram ao viajar para a Suíça, refere-se ao fato de que não sentiram necessidade de usar carro para se locomover pelo país, pois, segundo os autores, o transporte público suíço é de excelente qualidade. Alternativa A: incorreta. De acordo com o texto, os trens suíços são pontuais, mas a expressão “no echamos de menos” foi empregada no texto em referência ao fato de que o casal não sentiu falta de usar carro durante a sua estadia no país. Alternativa C: incorreta. O casal permaneceu por duas semanas na Suíça, mas a expressão “no echamos de menos” refere-se ao fato de que a dupla não sentiu falta de usar carro durante a sua estadia. Alternativa D: incorreta. De acordo com o texto, praticamente a metade dos suíços têm passe de trem, mas a expressão “no echamos de menos” refere-se ao fato de que a dupla não sentiu falta de usar carro durante a sua estadia. Alternativa E: incorreta. O aplicativo mencionado no texto mostra os horários do transporte coletivo. Não há indicação de que a reserva de vaga seja feita por esse meio. QUESTÃO 02 _ 22_ENEM_ESP_PM_L1_Q03 Los padres debemos enseñar con el ejemplo, crear costumbres y hábitos de buen uso, para poder orientar positivamente a los hijos frente al consumo telefónico y al de las pantallas electrónicas, que si bien tienen muchos aspectos positivos, también los tiene negativos y muy peligrosos como los problemas de acoso cibernético, el sedentarismo e incluso a la apatía social por la dependencia que generan. No se debe olvidar que permiten la comunicación, el desarrollo, la integración, la interactividad, la creación de redes sociales basadas en la amistad y los intereses comunes, etc. Debemos evitar que la nomofobia o la mobilfilia den como resultado jóvenes de mentes vacías y poco reflexivas. Ayuda a tus hijos a que puedan cumplir las normas, objetivos y límites que se hayan puesto o negociado, relacionados con los teléfonos y las pantallas electrónicas. “Amigos virtuales: las nuevas relaciones personales”. Disponível em: <https://www.hacerfamilia.com>. Acesso em: 13 ago. 2021. No artigo, em que se expressa a preocupação em relação ao uso indevido de tecnologia pelos jovens, o próprio autor do texto se inclui como um agente que deve atuar na solução desse problema, o que se confirma no trecho: A “Los padres debemos enseñar con el ejemplo”. B “si bien tienen muchos aspectos positivos, también los tiene negativos y muy peligrosos”. C “los problemas de acoso cibernético, el sedentarismo e incluso a la apatia social”. D “No se debe olvidar que permiten la comunicación”. E “Ayuda a tus hijos a que puedan cumplir las normas, objetivos y límites”. GabariTO: a Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C2H7 No trecho “Los padres debemos enseñar con el ejemplo” (Os pais devemos ensinar com o exemplo), a flexão do verbo na primeira pessoa do plural ao se referir aos pais inclui o próprio emissor do texto, o que o implica na atuação com vista a solucionar o problema do mau uso de tecnologia pelos jovens. Alternativa B: incorreta. Nesse trecho, o autor pondera sobre os aspectos positivos e negativos em relação ao uso de tecnologia, o que não o implica enquanto agente de atuação para a solução do problema do mau uso da tecnologia pelos jovens. Alternativa C: incorreta. No trecho, o autor apresenta aspectos negativos relacionados ao uso de tecnologia, o que não o implica enquanto agente de atuação para a solução do problema do mau uso da tecnologia pelos jovens. Alternativa D: incorreta. No trecho, o autor menciona a importância do uso de tecnologia, o que não o implica enquanto agente de atuação para a solução do problema do mau uso da tecnologia pelos jovens. Alternativa E: incorreta. No trecho, o autor aconselha pais a atuarem para solucionar o problema do uso indevido de tecnologia pelos filhos, utilizando um verbo no imperativo que não o implica enquanto responsável por um jovem. QUESTÃO 03 _ 22_ENEM_ESP_PM_L1_Q01 FORGES. Disponível em: https://www.castilla124.blogspot.com>. Acesso em: 13 ago. 2021. A sátira ao mundo do trabalho presente no texto é recorrente no conjunto da obra do cartunista espanhol Forges. No cartum, a relação entre as diferentes menções ao cargo de estagiário (“becario”) e a referência irônica ao pleno emprego (“pleno empleo”) no título contribui para a composição de uma crítica que alude ao(à) A ingresso de pessoas em idade avançada nas universidades. B falta de perspectiva de progressão profissional dentro de uma empresa. C necessidade de se ter experiências variadas antes de assumir um cargo de liderança. D dificuldade enfrentada pelos profissionais inexperientes em busca do primeiro emprego. E desinteresse da universidade em colaborar para incorporar o estudante ao mercado de trabalho. GabariTO: b Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C2H7 Em seu cartum, a sátira construída por Forges alude à falta de perspectiva de crescimento profissional dentro de uma empresa, o que se verifica na menção ao pleno emprego no título em contraste com a imagem de trabalhadores ocupando cargos em uma progressão de carreira na qual o cargo de estagiário, que, em tese, seria de entrada no mercado de trabalho, é o ápice. Alternativa A: incorreta. Embora a ideia de “becario” se remeta ao estudante que trabalha (estagiário ou bolsista), a tira de Forges alude exclusivamente ao âmbito do trabalho. Alternativa C: incorreta. A questão em torno da qual gira a sátira não é a obtenção de experiências variadas, mas a fixação do trabalhador no cargo de estagiário (um cargo de entrada, pelo qual, teoricamente, a passagem deveria ser rápida). Alternativa D: incorreta. A dificuldade à qual alude o cartum não é restrita aos profissionais inexperientes em busca do primeiro emprego, mas aos profissionais que, tendo encontrado o primeiro emprego, encontram dificuldade de progredir em suas carreiras. Alternativa E: incorreta. A problemática à qual o cartum alude não envolve a universidade, e sim a progressão do profissional após a sua inserção no mercado de trabalho. QUESTÃO 04 _ 22_ENEM_ESP_PM_L1_Q02 Disponível em: <facebook.com/ilustrana>. Acesso em: 15 ago. 2021. (Adaptado) No post publicado em uma rede social por uma artista gráfica mexicana, o texto verbal reproduzido pela autora sugere de modo implícito que, na vida, para ser feliz, é melhor A viver sem se fixar ao passado. B aprender com os próprios erros. C fingir que não existem problemas. D planejar detalhadamente o futuro. E ignorar o que acontece ao redor de si. GabariTO: a Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C2H6 No texto verbal, aparece a máxima “A tristeza olha para trás, a preocupação olha ao redor, a alegria olha para a frente”, o que significa que se fixar em situações pelas quais se passou ou está se passando é uma fonte de tristeza e de preocupação, enquanto viver a vida seguindo adiante é uma fonte de alegria. Assim, o texto sugere que o melhor é viver sem se ater ao passado. Alternativa B: incorreta. A máxima apresentada não sugere que se aprenda com os próprios erros, e sim que se siga adiante sem se ater a preocupações do presente ou tristezas do passado. Alternativa C: incorreta. A ideia apresentada não é de fingir que problemas não existem ou de ignorá-los, e sim de não se fixar nos problemas. Alternativa D: incorreta. O texto sugere que se siga adiante vivendo, sem citar um planejamento minucioso. Alternativa E: incorreta. A ideia não é de ignorar o que acontece, e simde não se fixar nisso com preocupações, seguindo o curso da vida. QUESTÃO 05 _ 22_ENEM_ESP_PM_L1_Q04 Yo me llamo cumbia, yo soy la reina por donde voy, no hay una cadera que se esté quieta donde yo estoy, mi piel es morena como los cueros de mi tambor, y mis hombros son un par de maracas que besa el sol. Como soy la reina, me hace la corte un fino violín, me enamora un piano, me sigue un saxo y oigo un clarín, y toda la orquesta forma una fiesta en torno de mí, y yo soy la cumbia, la hembra coqueta y bailo feliz. Yo nací en las bellas playas Caribes de mi país, soy barranquillera, cartagenera, yo soy de ahí, soy de Santa Marta, soy monteriana, pero eso sí, yo soy colombiana, ¡oh! tierra hermosa donde nací GAREÑA, Mario. “Yo Me Llamo Cumbia”. Disponível em: <www.letras.mus.br>. Acesso em: 13 ago. 2021. Na letra da canção do compositor Mario Gareña, na qual se verificam informações sobre a cúmbia, um ritmo tradicional na Colômbia, o eu lírico é A um dos instrumentos da orquestra descrevendo o ritmo. B o próprio ritmo personificado se apresentando a um interlocutor. C uma dançarina colombiana apresentando o ritmo e exaltando seu país. D a rainha cujo nome deu origem ao ritmo caribenho contando sua trajetória. E um coletivo de vozes representando os diversos locais onde se escuta o ritmo. GabariTO: b Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C2H8 Tanto no título da canção, encontrado nos créditos do texto, como em todos os seus versos há marcas do uso da primeira pessoa, que caracterizam a personificação da própria música típica da Colômbia se apresentando como uma rainha que, por onde passa, não deixa ninguém parado, cuja pele reflete a miscigenação de negros, indígenas e brancos, que é cortejada pelos instrumentos da orquestra que a executa e que pertence aos diversos locais da Colômbia. Alternativa A: incorreta. Na segunda estrofe, o eu lírico afirma que, como é a rainha, é cortejada pelo violino, o piano, o saxofone, o clarim e por toda a orquestra, ou seja, a cúmbia, enquanto eu lírico, trata dos instrumentos que, em orquestra, envolvem-se na execução do ritmo. Alternativa C: incorreta. Embora a canção aluda à dança e, de fato, exalte a Colômbia, desde o primeiro verso é possível perceber a personificação do próprio ritmo, quando o eu lírico afirma que é a cúmbia. Alternativa D: incorreta. No texto, não há referência à origem do nome do ritmo; a própria cúmbia, enquanto eu lírico, outorga a si mesma o título de rainha, já que é um ritmo tradicional que não deixa ninguém parado em lugar algum e que a orquestra toda se dedica a executar. Alternativa E: incorreta. Na última estrofe, o eu lírico afirma ser proveniente das praias do Caribe, Barranquilha, Cartagena, Santa Marta, Montería, enfim, de toda a Colômbia, e não que ele represente locais. Questões de 06 a 45 QUESTÃO 06 _ 22_ENEM_POR_CR_L1_Q08 Quer saber qual é a primeira regra para administrar um fundo multimercado de um bilhão de dólares ou mais? Não esquente a cabeça com as métricas. Nosso lance não são os números. Sabe qual é o nosso lance? Nós vendemos uma história. Os fundos multimercado são uma história sobre como nós vamos ganhar dinheiro. Uma história sobre ser inteligente, conseguir acesso, se associar a alguém incrível. A você. Você é alguém inteligente o suficiente para fazer com que os outros sejam inteligentes também. Você vai oferecer aos seus investidores algo muito mais difícil do que uma métrica. Você vai oferecer para eles a história de como vocês podem ser incríveis juntos. SHTEYNGART, Gary. Lake Success. André Czarnobai (Trad.). São Paulo: Todavia, 2019. No excerto, o protagonista do romance Lake Success é um administrador bem-sucedido de fundos multimercado e explica a jovens como obter êxito nessa atividade. Administradores de fundos multimercado têm a liberdade de aplicar os recursos dos investidores em ações, títulos do tesouro, moedas internacionais e outros fundos. Considerando o contexto de especulação financeira dos primeiros anos do século XXI, constata-se que, para o narrador do romance, a chave para a captação de recursos para esses fundos é a A capacidade de estabelecer relações de parceria com agentes estratégicos. B utilização de métodos de persuasão baseados em métricas, sem falar nelas. C habilidade de contar aos investidores uma história de possibilidade de sucesso. D combinação de recursos matemáticos com a capacidade de inspirar investidores. E aplicação de métricas precisas de mercado a narrativas convincentes e atrativas. GabariTO: C Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C5H15 Para responder adequadamente à questão, dois trechos do parágrafo são suficientes. O primeiro é “Sabe qual é o nosso lance? Nós vendemos uma história.”, em que fica evidente que, para o narrador, a capacidade de absorver investidores não está associada à apresentação de resultados financeiros, mas à capacidade de contar uma história de possibilidade de sucesso, o que se confirma no segundo trecho: “Você vai oferecer para eles a história de como vocês podem ser incríveis juntos.”. Em síntese, a captação de investidores não está baseada em resultados palpáveis, mas na possibilidade de alcançá-los. Alternativa A: incorreta. Há, no texto, uma alusão à capacidade de estabelecer agentes estratégicos, mas ela não é considerada, no conjunto, a chave para a captação de recursos. Alternativa B: incorreta. O pressuposto da alternativa B é que o narrador descarte as métricas na aparência do seu discurso, cuja superfície seria uma narrativa, mas que se basearia, na realidade, nos resultados mensuráveis. Não é possível verificar esse pressuposto com base no parágrafo apresentado na questão. Nele, o narrador descarta, de fato, as métricas para convencer os investidores, substituindo- -as por uma história convincente. Alternativas D e E: incorretas. O narrador afirma explicitamente que “o lance” para obter investidores não são as métricas, mas a venda de “uma história”. No trecho, os recursos métricos são descartados e não são sequer combinados à capacidade narrativa dos administradores de fundos. QUESTÃO 07 _ 22_ENEM_POR_NB_L1_Q01 Esse homem deve ser da minha idade – mas sabe muito mais das coisas. Era colono em terras mais altas, se aborreceu com o fazendeiro, chegou aqui ao Rio Doce quando ainda se podia requerer duas colônias de cinco alqueires “na beira da água grande” quase de graça. [...] Olho sua cara queimada de sol; parece com a minha, é esse o mesmo tipo de feiura triste do interior. Conversamos sobre pescaria de robalo, piau, traíra. Volta a falar de sua terra e desconfia que eu sou do governo, diz que precisa passar a escritura. Não sabe ler, mas sabe que essas coisas escritas em um papel valem muito. Pergunta pela minha profissão, e tenho vergonha de contar que vivo de escrever papéis que não valem nada [...]. BRAGA, Rubem. “Lavoura”. Disponível em: <https://cronicabrasileira.org.br>. Acesso em: 18 ago. 2021. No fragmento da crônica “Lavoura”, de Rubem Braga, originalmente publicada em 1956 na revista Manchete, é possível perceber que o cronista narrador A critica os planos de governo para a distribuição de terra. B se sente em situação de superioridade diante do lavrador. C denuncia um lavrador que vive ilegalmente em terras do governo. D reconhece que o conhecimento pode advir das experiências pessoais. E revela sua insatisfação com a baixa remuneração do trabalho de escritor. GabariTO: D Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C1H1 O trecho “Esse homem deve ser da minha idade – mas sabe muito mais das coisas.” revela que o cronista se compara com o lavrador e reconhece que a sabedoria que o homem sugere ter é maior que a que ele, escritor, tem. Nessa comparação, o cronista valoriza os saberes historicamente construídos. Alternativa A: incorreta. Em nenhum momento no texto, o cronista tece crítica ao governo. Alternativa B: incorreta. O cronista se posiciona com certa reverênciadiante do lavrador e de seus conhecimentos e experiências. Alternativa C: incorreta. A crônica tece uma reflexão sobre o trabalho do campo e o trabalho com as palavras. O cronista narra as experiências do lavrador sem adentrar no tema da distribuição de terras. Alternativa E: incorreta. O cronista não se revela insatisfeito com a remuneração de sua profissão; ele afirma que tem vergonha de contar que vive de escrever papéis que não valem nada diante da necessidade que o lavrador tem da escritura, voltada à dimensão utilitária da escrita, que a crônica não abarca. QUESTÃO 08 _ 21_ENEM_POR_NB_L4_Q02 A presença da Ciência e da tecnologia no dia a dia das pessoas é hoje amplamente reconhecida. Assuntos dos mais relevantes centram-se em temas científicos, como novas vacinas e terapias, alimentos transgênicos, biocombustíveis, clonagem genética, mudanças climáticas e outros. Decisões políticas importantes para a sociedade muitas vezes precisam ser tomadas com base em conhecimentos científicos diferenciados daqueles do senso comum. O desenvolvimento científico e tecnológico tornou-se um fator crucial para o bem-estar social a tal ponto que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) utiliza desde 2000 um sistema de distinção entre os povos com base na capacidade de criar ou não o conhecimento científico. Em seus estudos sobre economia da pobreza, na Universidade Harvard, Jeffrey Sachs conclui que “Ciência e tecnologia são hoje mais excludentes que o capital” e “o mundo de hoje é dividido não pela ideologia, mas pela tecnologia”, destacando que Ciência e tecnologia definem hoje o futuro de um povo, sua capacidade de inovar e de adaptar as tecnologias desenvolvidas em outros lugares. [...] ARAÚJO-JORGE, Tania C. “Relações entre Ciência, arte e educação: relevância e inovação”. Disponível em: <https://agencia.fiocruz.br>. Acesso em: 19 ago. 2021. De acordo com as informações apresentadas na introdução do artigo de opinião acerca do desenvolvimento científico e tecnológico, o(a) A tecnologia, cuja importância é reconhecida, pode constituir um fator de exclusão dos povos que não a dominam. B domínio de um povo sobre a tecnologia e a Ciência é aferido por meio dos temas que tangem suas conversas pessoais. C bem-estar social é determinado pelo desenvolvimento tecnológico, principalmente por estar ao alcance de todos os povos. D conhecimento pautado no senso comum tem sido responsável pela tomada de decisões políticas equivocadas, com base em ideologização. E dificuldade de alguns países em desenvolver conhecimento científico é decorrente da segregação imposta a eles pela Organização das Nações Unidas. GabariTO: a Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C9H30 A autora inicialmente reforça a importância da Ciência e da tecnologia e, logo em seguida, afirma que o bem-estar social está relacionado ao desenvolvimento científico e tecnológico de um povo e que Ciência e tecnologia, hoje, são mais excludentes que o capital. Alternativa B: incorreta. A autora constata que, entre os assuntos mais relevantes da atualidade, há temas que concernem à tecnologia e à Ciência. A afirmação de que os temas que tangem as conversas pessoais permitiriam aferir o domínio de um povo sobre Ciência e tecnologia extrapola o conteúdo do texto. Alternativa C: incorreta. Segundo o texto, nem todos os povos têm o domínio da tecnologia. Alternativa D: incorreta. A autora afirma que decisões políticas muitas vezes precisam se embasar em conhecimento científico, e não que elas se têm embasado em senso-comum e, por isso, são equivocadas. Alternativa E: incorreta. A autora informa que a Organização das Nações Unidas distingue os países com base em sua capacidade de criar conhecimento científico, e não que impõe segregação a alguns países e que essa segregação resulta em dificuldade de desenvolver conhecimento científico. QUESTÃO 09 _ 22_ENEM_POR_MB_L1_Q02 DAHMER, André. Disponível em: <http://www.malvados.com.br>. Acesso em: 18 ago. 2021. Em charges, cartuns e tirinhas, o objetivo comunicativo é, comumente, relacionado a uma reflexão crítica sobre a contemporaneidade. Na tirinha de André Dahmer, no que tange à questão da tecnologia, o diálogo entre as personagens revela a crítica A às instalações das empresas de tecnologia, consideradas hostis e precárias em termos de infraestrutura. B ao ritmo vertiginoso de evolução tecnológica, que impõe aos indivíduos a necessidade exaustiva de se atualizarem constantemente. C ao estado de hiperconexão de alguns indivíduos com o mundo digital em detrimento do convívio e dos contatos tradicionais presencialmente. D à superioridade da tecnologia sobre os demais âmbitos da vida humana, notadamente aqueles vinculados à cultura, que são amoldados pelas mudanças técnicas. E ao descompasso entre a evolução tecnológica e as transformações no âmbito dos costumes e das ideias, as quais, na prática, guiam os usos que se podem fazer da tecnologia. GabariTO: E Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C9H30 Na tirinha, constata-se que a evolução tecnológica em si não é suficiente para provocar mudanças significativas no âmbito das relações de trabalho, pois, para além do salto técnico, é preciso promover também a atualização dos valores que regem o mundo do trabalho. Alternativa A: incorreta. Não existem elementos na tirinha que permitam supor a existência de uma infraestrutura precária de trabalho. Alternativa B: incorreta. Na tirinha, não se faz menção à atualização constante da tecnologia, apenas comenta-se sobre um estágio específico da evolução tecnológica, a internet. Alternativa C: incorreta. Uma das personagens defende, justamente, a possibilidade de trabalho em modalidade home office, sem a necessidade de deslocar-se à empresa, o que demanda conectividade. Alternativa D: incorreta. Pelo contrário, a tirinha constata que a tecnologia é condicionada pela cultura, e não o inverso. QUESTÃO 10 _ 22_ENEM_POR_CR_L1_Q12 TEXTO I Normalmente, esta iconografia articula num espaço simbólico, tal como no painel do Masp, a representação de um Juízo Final no qual o Paraíso encontra-se circunscrito pelas muralhas da Cidade de Deus, tendo à esquerda do Cristo o Inferno, com seus indefectíveis antipapas, e à direita o Purgatório, com a representação dos natimortos do Limbo e da humanidade rediviva. Ao centro, enfim, representa-se São Gregório, a quem aparece miraculosamente no momento da elevação da hóstia a imagem de Cristo. MIGLIACCIO, Luciano; MARQUES, Luiz. Texto explicativo sobre O Juízo Final e a missa de São Gregório do Museu de Arte de São Paulo. In: Catálogo do Museu de Arte de São Paulo. Coordenação geral de Luiz Marques. São Paulo: MASP, 1998. p.17. (Adaptado) TEXTO II Mestre da Família Artés, O Juízo Final e a missa de São Gregório, 1500-1520, óleo sobre painel, 200 cm × 130 cm, Museu de Arte de São Paulo, São Paulo, Brasil. A análise da imagem do Texto II à luz da explicação sobre ela, no Texto I, permite perceber que a justaposição de imagens, no painel, é a representação visual de uma concepção de mundo na qual A a dimensão humana da experiência não é levada em conta. B os desejos e vontades humanos se sobrepõem a desígnios divinos. C o tempo e o espaço humanos são relativizados pela eternidade divina. D o isolamento pessoal constitui a verdadeira chave da salvação humana. E a experiência humana de espaço e tempo é organizada de forma linear. GabariTO: C Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C4H13 A obra de Mestre da Família Artés contém uma justaposição de imagens sem proporção: no topo, o Cristo cercado de anjos e santos, isolado por uma muralha diminuta; à sua esquerda, imagens do Inferno, e à direita, do Purgatório. Ao fundo, as montanhas conferem perspectiva à imagem central, de São Gregório em oração, que também confere profundidade parcial às representações do Inferno e do Purgatório. Essa combinação inusitadarevela que a experiência humana de espaço e tempo, organizada pela perspectiva (que é, antes de tudo, uma proposta de representação do espaço), submete-se à centralidade e superioridade do Cristo, ou à sua eternidade, que é a ausência do tempo, tal como a conhecem os homens. Alternativa A: incorreta. A dimensão humana da experiência, organizada pelo tempo e espaço lineares, está representada na imagem central, de São Gregório em oração, e pode definir a trajetória do espírito. Alternativa B: incorreta. Na obra analisada, os desejos e as vontades dos homens são punidos no Inferno e no Purgatório, localizados abaixo do Paraíso, que os organiza e os submete. Alternativa D: incorreta. Não se pode concluir, pela justaposição de imagens, que o isolamento seja a chave para a salvação humana. Nota-se que, embora o todo não esteja organizado pela perspectiva, ela abrange o quadro parcialmente. Existem, no todo do painel, áreas de interseção, pontos de contato por meio dos quais fica sugerido que é possível o acesso ao Paraíso, como se verifica à esquerda, numa porta de acesso por entre as muralhas, em que uma pessoa é recebida. Alternativa E: incorreta. Caso as experiências de espaço e tempo fossem organizadas de forma linear, as imagens como um todo estariam submetidas à profundidade dada pelas montanhas do fundo, o que não ocorre – elas não abrangem o Paraíso, que paira acima de tudo; Purgatório e Inferno estão parcialmente organizados por elas. É somente na imagem central, de São Gregório em oração, que a perspectiva se aplica de forma completa. QUESTÃO 11 _ 22_ENEM_POR_CR_L1_Q18 Disponível em: <https://www.instagram.com/picheiamor>. Acesso em: 18 ago. 2021. As imagens foram encontradas em uma rede social por meio de uma busca pela hashtag “#protesto”, que levou a um perfil no qual são publicadas imagens de intervenções nas ruas de diversas cidades por meio de pichações e cartazes. Levando em conta esse processo de procura e o contexto virtual em que elas estão postadas, pode-se considerar que o(a) autor(a) do perfil julga que essas intervenções nas ruas A são formas contraditórias de protesto, na exata medida em que podem valorizar o amor em termos afetivos ou materiais. B são legítimas para expressar concepções livres, não tradicionais e poéticas de amor, mas que poluem visualmente as cidades. C expressam uma concepção de amor libertária, manifesta de forma literal, que não se prende a manifestações materiais ou à tradição. D reproduzem formas de comportamento consolidadas nas classes médias, sem representatividade na sociedade como um todo. E são uma forma poética de protesto contra a capitalização do amor e a favor de sua livre expressão, sem seguir obrigatoriamente as tradições. GabariTO: E Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C1H4 De forma geral, intervenções como pichações são consideradas uma forma de expressão de revolta e protesto: o próprio ato de usar muros que delimitam propriedades privadas para veicular mensagens ao público em geral já contém em si o germe da insatisfação que se quer manifestar. Nas três imagens analisadas, o alvo do protesto são as formas convencionais do amor, por meio de recursos poéticos. Na primeira, ocorre personificação do dinheiro e do amor, para evidenciar que aquele prejudica este. Na segunda, defende-se o amor mais radicalmente livre que pode assumir uma forma tradicional, desde que ela aconteça pela escolha (e não pela imposição social, como se pode inferir). Na terceira, predomina a polissemia, recurso também poético: “o amor é ouro” é metáfora cujo sentido (“o amor é importante, fundamental, valioso”) opõe- -se ao sentido literal de capital; “não cobre” dá continuidade à primeira frase: entende-se que o amor não é cobre (em oposição ao ouro), e que, no amor, não deve haver cobranças, isto é, que ele deve ser baseado na livre escolha, e não nas imposições. Alternativa A: incorreta. Não se pode afirmar que há valorização material do amor nas três imagens. Na primeira, o dinheiro é evidentemente visto como agente material que prejudica o amor. Na segunda, a defesa da liberdade escapa à valorização material do amor. Finalmente, na terceira, a expressão “amor é ouro” deve ser compreendida no sentido figurado: ela quer dizer que o amor é importante, fundamental. Alternativa B: incorreta. Não existem referências, nos três textos, à poluição visual das cidades. Além disso, a própria escolha dos autores do perfil pelas imagens de pichações de rua revela certa predileção por essa forma de protesto, aprovando-o. Alternativa C: incorreta. Nas três imagens, as frases fotografadas escapam, em alguma medida, aos sentidos literais. Na primeira, dinheiro e amor estão personificados; o mesmo processo ocorre com o amor na segunda; na terceira, finalmente, as duas frases contêm duplo sentido. Alternativa D: incorreta. Nas imagens analisadas, não há alusões à manifestação do amor nas diferentes classes sociais. QUESTÃO 12 _ 22_ENEM_POR_CR_L1_Q01 Edgar Francisco da Silva, presidente da AMABR (Associação dos Motofretistas de Aplicativos e Autônomos do Brasil), afirma que os atuais aplicativos de entrega recrutam motociclistas sem qualquer critério ou treinamento, procedimento que ele classifica como irresponsabilidade. “Eles não cobram que o entregador seja capacitado ou esteja regulamentado e, por isso, pagam menos pelo frete do que recebe um motofretista [regulamentado]. As propagandas de ‘faça seu dinheiro’ ou “seja seu próprio chefe” geram interesse nas pessoas. Quando o entregador vê a realidade, descobre que ganha pouco e que não vale a pena, mas aí já está ocupando o dia todo com as entregas e precisa pagar o financiamento da moto, então tem que seguir trabalhando”, argumenta. “O problema é que, para ganhar um pouco a mais e se livrar disso, ele busca fazer um número maior de entregas possível num dia, e é quando começa a cometer infrações de trânsito e a correr o risco de sofrer acidentes”, completa Da Silva. TORRES, Camila; FELIX, Leonardo; BANDEIRA, Renan. Disponível em: <https://www.mobiauto.com.br>. Acesso em: 16 ago. 2021. Quanto ao impacto social dos aplicativos de entrega, as declarações destacadas entre aspas no texto indicam que o(a) A conteúdo das propagandas das empresas de aplicativos obriga os entregadores a cometer infrações de trânsito. B realidade do trabalho dos entregadores de aplicativos não corresponde ao discurso das propagandas que os atraíram. C capacitação dos entregadores de aplicativos é melhor do que a dos motofretistas, o que explica as infrações que aqueles cometem. D risco de acidentes de entregadores e as infrações de trânsito sofrem redução gradual à medida que os profissionais ganham experiência. E impossibilidade de abandonar o trabalho de entregador das empresas de aplicativos leva os entregadores a buscarem regulamentação profissional. GabariTO: b Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C9H28 De acordo com as afirmações destacadas entre aspas, os aplicativos de entrega divulgam propagandas em que seduzem os entregadores pela possibilidade de auferir ganhos significativos sem ligações trabalhistas formais. É o que se verifica nas expressões “faça seu dinheiro” ou “seja seu próprio chefe”. A promessa é ganhar bem, desfrutando de liberdade, sem hierarquias. Mas ganho limitado acaba por prender os entregadores a uma ocupação exploratória, de maneira que a “realidade” que se apresenta a eles não corresponde ao discurso da propaganda. Alternativa A: incorreta. É exagerada a afirmação de que o conteúdo das propagandas das empresas de aplicativos obriga os entregadores a cometer infrações de trânsito. As frases “faça seu dinheiro” e “seja seu próprio chefe” sequer sugerem que aquelas infrações sejam cometidas. Alternativa C: incorreta. De acordo com o texto, a capacitação dos entregadores de aplicativos é menor do que a dos motofretistas, como se verifica no início do segundo parágrafo.Os aplicativos de entrega não exigem capacitação nem regulamentação para oferecer aos entregadores salário menor do que o dos motofretistas. Alternativa D: incorreta. Não há afirmações no texto a respeito da suposta redução gradual nas infrações de trânsito e no risco de acidentes de entregadores de aplicativos. Alternativa E: incorreta. De acordo com o texto, a impossibilidade de abandonar o trabalho de entregador das empresas de aplicativos leva esses profissionais às infrações de trânsito e ao risco de sofrer acidentes. A regulamentação sequer é cogitada no texto. QUESTÃO 13 _ 21_ENEM_POR_VP_L2_Q06 Disponível em: <https://mail.habbonight.com.br>. Acesso em: 20 ago. 2021. O que gera o efeito de humor da piada é o(a) A omissão de uma palavra na resposta. B sarcasmo direcionado a uma profissão. C ordem indireta das palavras na pergunta. D duplo sentido de uma palavra no contexto. E intertextualidade com um programa de tevê. GabariTO: D Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C6H18 Na piada, a palavra “plantão”, que significa serviço noturno ou que excede o horário de trabalho regular, pode ser entendida como substantivo no grau aumentativo, com significado de planta grande, em oposição à “plantinha” mencionada na pergunta. Alternativa A: incorreta. Não há omissão de palavra na resposta. Alternativa B: incorreta. Não há sinal de sarcasmo direcionado a uma profissão. Alternativa C: incorreta. Os termos na frase estão em ordem direta, e a pergunta posposta à afirmação não gera humor. Alternativa E: incorreta. Não há ocorrência de intertextualidade no texto. QUESTÃO 14 _ 21_ENEM_POR_NB_L2_Q03 Capítulo VI Ia encontrar Basílio no Paraíso pela primeira vez. [...] Ia, enfim, ter ela própria aquela aventura que lera tantas vezes nos romances amorosos! Era uma forma nova do amor que ia experimentar, sensações excepcionais! Havia tudo – a casinha misteriosa, o segredo ilegítimo, todas as palpitações do perigo! Porque o aparato impressionava-a mais que o sentimento; e a casa em si interessava-a, atraía-a mais que Basílio! Como seria? [...] Desejaria antes que fosse no campo, numa quinta, com arvoredos murmurosos e relvas fofas; passeariam, então, com as mãos enlaçadas, num silêncio poético; e depois o som da água que cai nas bacias de pedra daria um ritmo lânguido aos sonhos amorosos [...]. A carruagem parou ao pé de uma casa amarelada, com uma portinha pequena. Logo à entrada um cheiro mole e salobre enojou-a. A escada, de degraus gastos, subia ingrememente, apertada entre paredes onde a cal caía, e a umidade fizera nódoas. No patamar da sobreloja, uma janela com um gradeadozinho de arame, parda do pó acumulado, coberta de teias de aranha, coava a luz suja do saguão. E por trás de uma portinha, ao lado, sentia-se o ranger de um berço, o chorar doloroso de uma criança. QUEIRÓS, Eça de. O Primo Basílio. São Paulo: Scipione, 1994. p. 123-4. O excerto do romance O Primo Basílio retrata os momentos que precedem o encontro de um casal de amantes em um local que convencionaram chamar de “Paraíso”. No segundo parágrafo, a predominância das sequências descritivas tem a função de A expressar o caráter de empatia da personagem preocupada com os mais pobres. B revelar o sentimento de satisfação da personagem apaixonada ao chegar a seu destino. C evidenciar a quebra de expectativa da personagem que idealiza o lugar do encontro romântico. D exprimir imageticamente a precariedade da condição econômica da personagem na carruagem. E criar a atmosfera de suspense que atende aos anseios da personagem expostos no primeiro parágrafo. GabariTO: C Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C5H16 O segundo parágrafo do trecho apresenta sequências descritivas que se opõem discursivamente ao que é exposto no primeiro parágrafo, no qual a personagem espera o encontro perfeito. O fragmento “Ia, enfim, ter ela própria aquela aventura que lera tantas vezes nos romances amorosos!” exemplifica esse sentimento de esperança e de ansiedade que são frustrados por meio dessas sequências descritivas do ambiente, como no fragmento “Logo à entrada um cheiro mole e salobre enojou-a.”. Alternativa A: incorreta. A personagem não demonstra preocupação com os mais pobres; ela se sente enojada ao chegar ao local. Alternativa B: incorreta. A personagem não demonstra satisfação; ela se sente enojada ao chegar ao local. Alternativa D: incorreta. A personagem na carruagem não sofre de condição econômica precária; o lugar ao qual ela chega é precário. Alternativa E: incorreta. A atmosfera do lugar não atende aos anseios da personagem no primeiro parágrafo; ela idealizava um local idílico e se sentiu enojada com o local ao qual chegou. QUESTÃO 15 _ 22_ENEM_POR_NB_L1_Q02 Dia 13 de julho é conhecido como o Dia Mundial do Rock. Particularmente, não gosto de nada que precisa ser “oficializado”. Ainda mais em se tratando do gênero musical cuja ideia era ser contra instituições, regras e padrões, certo? Mas o tal Dia Mundial do Rock existe e é propagado pelos quatro cantos desta internet brasileira em busca de algum clique, view e play. Nos Estados Unidos, alguns ainda celebram o gênero em outras datas, como o 9 de fevereiro, quando os Beatles fizeram a primeira apresentação em solo dos Estados Unidos. No Brasil, a celebração no dia 13 de julho pegou de um jeito curioso. O gênero sempre tão esquecido ganha um dia para ser celebrado quase que obrigatoriamente, o que perde todo o sentido a partir do histórico do que é rock, não acham? De qualquer forma, de mundial essa celebração não tem nada. É tão mundial quanto o vira-lata caramelo. ANTUNES, Pedro. “Dia do rock é tão mundial quanto o vira-lata caramelo”. Disponível em: <www.uol.com.br>. Acesso em: 18 ago. 2021. No artigo de opinião, quanto a seu posicionamento, o autor se revela A patriota ao defender que o dia mundial do rock é o dia criado pelos brasileiros. B assertivo ao atestar a legitimidade do dia 13 de julho como dia mundial do rock. C crítico ao defender que o dia mundial do rock é 9 de fevereiro, e não 13 de julho. D irônico ao comparar a universalidade do dia mundial do rock à do vira-lata caramelo. E negacionista ao questionar a existência de celebrações do rock no Brasil ou nos EUA. GabariTO: D Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C1H3 A questão exige conhecimento de mundo do estudante, que deverá reconhecer que somente os brasileiros se referem a essa raça de cão como vira-lata caramelo. Ao comparar a universalidade do dia mundial do rock à do cachorro caramelo, o autor ironiza o termo mundial, ou seja, um dia considerado “mundial” pelos brasileiros, mas comemorado apenas no Brasil. Alternativa A: incorreta. O autor do texto não demonstra patriotismo, mas descredibiliza esse dia ao afirmar que o evento tem tanto alcance mundial como o cão vira-lata caramelo, conhecido assim somente no Brasil. Alternativa B: incorreta. O autor não reconhece o dia 13 como mundial, e o trecho “Nos Estados Unidos, alguns ainda celebram o gênero em outras datas, como o 9 de fevereiro” reforça a ideia de que cada país comemora o dia do rock em uma data diferente. Alternativa C: incorreta. O autor é crítico, mas ao defender que o dia não é mundial, e sim um dia comemorado apenas pelos brasileiros. Alternativa E: incorreta. O autor não nega a existência das celebrações; ele apenas ironiza que o fato de esse dia, 13 de julho, ser considerado mundial, já que não é, pois cada país o comemora em um dia específico. QUESTÃO 16 _ 21_ENEM_POR_MN_L2_Q05 Por que me fiz poeta? Porque tu, morte, minha irmã, No instante, no centro De tudo o que vejo. No mais que perfeito No veio, no gozo Colada entre eu e o outro. No fosso No nó de um íntimo laço No hausto No fogo, na minha hora fria. Me fiz poeta Porque à minha volta Na humana ideia de um deus que não conheço A ti, morte, minha irmã, Te vejo. HILST, Hilda. “XXXII”. Uma superfície de gelo ancorada no riso: antologia de Hilda Hilst.Seleção, organização e apresentação de Luisa Destri. São Paulo: Globo, 2012. p. 126. No poema da escritora brasileira Hilda Hilst, para o eu lírico, a razão do fazer poético está relacionada à ideia de que a poesia A pode exprimir seus desejos mais profundos. B é seu modo de entender e lidar com a finitude. C está presente em seu cotidiano mais prosaico. D representa a comunicação entre o eu e o outro. E constitui a forma pela qual a figura divina se revela. GabariTO: b Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C5H17 No poema, o eu lírico se pergunta acerca da razão de ter se tornado poeta, o que justifica mencionando a morte. Assim, desenvolve a ideia de que, por se saber mortal, a si e a todos, o sujeito vai criando a necessidade de se expressar poeticamente. Alternativa A: incorreta. O eu lírico não descreve seus desejos, mas salienta sua vocação para poeta atrelada à consciência da mortalidade. Alternativa C: incorreta. O que está atrelado à vida prosaica do eu lírico é a morte, sempre presente e a razão pela qual o eu lírico é poeta. Alternativa D: incorreta. De acordo com o eu lírico, a morte está presente em tudo, inclusive nas relações; a poesia como comunicação entre eu e outro não constitui, para o eu lírico, a razão pela qual é poeta. Alternativa E: incorreta. O eu lírico afirma: “ideia de um deus que não conheço”; a poesia não é uma ferramenta para o encontro com Deus, mas um modo de lidar com a morte. QUESTÃO 17 _ 22_ENEM_POR_CR_L1_Q11 TEXTO I Os painéis com tema de caçada, do século XVIII, adequados às paredes de maiores dimensões de uma antiga quinta (propriedade rural) portuguesa, foram alterados em sua adaptação às paredes do Salão da Lareira do Açude: Caçada ao urso constituía um painel duplo com A caçada do javali. Os Museus Castro Maya. São Paulo: Banco Safra, 1996. p. 102. TEXTO II Azulejos de Lisboa, Portugal, século XVIII. Caçada ao urso, cerâmica esmaltada, 220,8 cm × 250,5 cm, Museus Castro Maya, Rio de Janeiro, Brasil. Levando em consideração a reprodução do painel dos Museus Castro Maya e a explicação a respeito dele, é possível reconhecer que a arte da azulejaria tinha por finalidade o(a) A criação de cenários de fundo para apresentações teatrais, cuja temática era exibida nas imagens representadas. B proteção de paredes externas, adornadas com imagens sóbrias, desprovidas de ornamentação, representando temas aleatórios. C revestimento de paredes que continham colunas estruturais, que eram representadas nos ornamentos que abrangem as próprias imagens. D ilustração pedagógica dos trabalhos manuais, voltada aos trabalhadores da cozinha, representando atividades associadas a esse espaço. E decoração de diferentes paredes com painéis de tema correlato, cuja imagem central era ornamentada por representações de colunas decoradas. GabariTO: E Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C4H12 A reprodução do painel de azulejos revela a representação de uma caçada ao urso, a que se refere o próprio título da obra. Essa imagem está cercada de representações de colunas ornamentais. As informações do Texto I indicam que essa azulejaria era parte de um painel duplo, cujo tema era similar: a caçada ao javali. Alternativa A: incorreta. Não há menção, na imagem ou no texto, a uma suposta utilização dos azulejos como parte de um cenário teatral. Alternativa B: incorreta. De fato, uma função primeira dos azulejos é a proteção de paredes externas. Mas essa afirmação, além de não mencionar o caráter decorativo dos azulejos, é seguida da afirmação incorreta de que não há ornamentação na imagem. A representação da caçada é cercada de colunas ornamentais, ostensivamente decoradas. Alternativa C: incorreta. Não há menção, na imagem ou no texto, ao revestimento de paredes que contivessem colunas estruturais. Alternativa D: incorreta. Não há elementos no painel ou na imagem que permitam afirmar que a ilustração tinha finalidade pedagógica, voltada aos trabalhadores da cozinha. Além disso, não se pode afirmar que a caça seja direta ou obrigatoriamente associada ao espaço da cozinha. Como se sabe, a atividade da caça era uma prática, muitas vezes, esportiva, associada à nobreza. QUESTÃO 18 _ 21_ENEM_POR_JH_L3_Q03 Veja bem, meu bem, sinto te informar que arranjei alguém pra me confortar Este alguém está quando você sai E eu só posso crer pois sem ter você nestes braços tais Veja bem, amor, onde está você? Somos no papel, mas não no viver Viajar sem mim, me deixar assim Tive que arranjar alguém pra passar os dias ruins Veja bem além destes fatos vis Saiba, traições são bem mais sutis Se eu te troquei não foi por maldade Amor, veja bem, arranjei alguém Chamado saudade CAMELO, Marcelo. “Veja bem, meu bem”. In: Los Hermanos. Bloco do eu sozinho. Abril Music, 2001. Na canção da banda brasileira de rock Los Hermanos, o discurso do eu lírico promove uma quebra de expectativa ao revelar que o(a) A casal que se separou não se amava. B sensação de culpa do eu lírico o atormenta. C troca da qual trata o eu lírico foi por um sentimento. D pessoa traída atribui ao eu lírico a responsabilidade pela traição. E eu lírico não tem interesse em reatar o relacionamento com seu interlocutor. GabariTO: C Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C1H1 A canção é construída com base na expectativa da separação por traição. O eu lírico quebra essa expectativa afirmando que o sentimento de amor foi tomado por outro sentimento, o da saudade, devido à distância entre os amantes. Não se trata, portanto, do envolvimento de outra pessoa, como o verso “traições são bem mais sutis” mostra. Alternativa A: incorreta. Há amor entre o casal: o eu lírico chama o interlocutor de “meu bem” e de “amor”, além de afirmar sua saudade. Alternativa B: incorreta. Não há vestígio de sensação de culpa do eu lírico, mas um testemunho de sua saudade diante da ausência da pessoa amada. Alternativa D: incorreta. Na canção, não há espaço para a apresentação da subjetividade do interlocutor, e sim apenas do eu lírico. Ademais, a última estrofe da canção revela que não houve traição, mas que o eu lírico sente saudade da pessoa amada devido à sua ausência. Alternativa E: incorreta. O eu lírico afirma que sente saudade da pessoa amada, sua interlocutora, o que indica seu desejo de reencontrá-la. QUESTÃO 19 _ 22_ENEM_POR_VP_L1_Q02 Disponível em: <https://antigo.saude.gov.br>. Acesso em: 22 ago. 2021. A função apelativa da linguagem, também chamada de conativa, caracteriza-se por objetivar a persuasão e é vastamente empregada na área do marketing. Na propaganda governamental da vacinação contra o sarampo, o que marca o predomínio dessa função da linguagem é o foco no(a) A canal de comunicação, verificado na apresentação do site governamental. B emoção do enunciador, notado na postura heroica assumida pela personagem. C formato da mensagem, constatado na justaposição de linguagem verbal e não verbal. D receptor, percebido no uso dos verbos no modo imperativo “vacine-se”, “procure” e “leve”. E informação, reconhecido em “Pessoas de 6 meses a 49 anos de idade devem ser vacinadas.”. GabariTO: D Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C6H19 Como afirma o enunciado, a função apelativa se caracteriza por objetivar a persuasão, por isso seu foco é no receptor da mensagem. Na propaganda apresentada, isso se nota sobretudo no emprego de verbos no modo imperativo, diretamente dirigidos ao receptor: “Vacine-se”, “procure” e “leve”. Alternativa A: incorreta. A função da linguagem cujo foco é o canal de comunicação é a fática. Alternativa B: incorreta. A função da linguagem cujo foco é a transmissão da emoção e da subjetividade é a emotiva, também chamada de expressiva. Alternativa C: incorreta. A função da linguagem cujo foco é o formato da mensagem é a poética. Alternativa E: incorreta. A função da linguagem cujo foco é a informação é a referencial, também chamada de denotativa. QUESTÃO 20 _ 21_ENEM_POR_EY_L2_Q05 Quem achavive se perdendo Por isso agora eu vou me defendendo Da dor tão cruel desta saudade Que por infelicidade Meu pobre peito invade Batuque é um privilégio Ninguém aprende samba no colégio Sambar é chorar de alegria É sorrir de nostalgia Dentro da melodia [...] ROSA, Noel; VADICO. “Feitio de oração”. Disponível em: <https://www.letras.mus.br>. Acesso em: 19 ago. 2021. Na canção, são explorados diversos recursos linguísticos. No verso “Quem acha vive se perdendo”, por exemplo, os compositores lançam mão de uma dupla de palavras cuja aproximação A atenua o conteúdo da mensagem, tendo em vista a necessidade do emissor de obter a empatia do interlocutor. B aparenta incoerência, uma vez que, a depender de seu significado, elas podem ser consideradas antônimas. C exprime ideia de progressão, pois parte da trivialidade rumo à importância dada ao sentimento do enunciador. D expressa exagero, já que elas conferem ênfase expressiva ao conhecimento adquirido pelo enunciador acerca do samba. E estabelece uma comparação assimilativa, porque, no contexto, os verbos “achar” e “perder” têm o mesmo significado. GabariTO: b Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C1H3 No verso em questão, há ocorrência de paradoxo, que constitui uma contradição, compreendido, assim, como incoerência. Caso o verbo “achar” seja considerado sob a acepção de “encontrar”, seu sentido é contrário ao do verbo “perder”, o que torna a ideia de que “Quem acha vive se perdendo” paradoxal. No entanto, ao considerar que o sentido do verbo “achar” é “supor”, não há incoerência. A alusão posterior à ideia de que não se aprende samba no colégio reforça a segunda acepção apresentada do verbo “achar”. Alternativa A: incorreta. A atenuação, que corresponde ao eufemismo, não se verifica no verso, que expressa a opinião do emissor. Alternativa C: incorreta. O conceito de progressão cabe à gradação, que não ocorre no verso, já que as palavras não têm diferença hierárquica quanto à trivialidade. Alternativa D: incorreta. Não há, no verso em questão, a figura hipérbole, que se constitui pelo exagero. Alternativa E: incorreta. Não há ocorrência de comparação assimilativa, ou símile, no verso em questão. Uma comparação entre dois elementos demanda o uso da conjunção “como” ou equivalente (“tal como”, “tal qual” etc.). Ademais, os verbos “achar” e “perder” não são equiparáveis. QUESTÃO 21 _ 21_ENEM_POR_NB_L2_Q02 Você já se deparou com algum banco irregular, pinos pontiagudos em fachadas de lojas e por aí vai. A implementação desses aparatos, chamados de arquiteturas hostis, é escorada no argumento de tornar a cidade mais segura. Em sua dissertação de mestrado, a arquiteta e urbanista e mestre em planejamento urbano Débora Faria define as arquiteturas hostis como “estratégias de controle social que pretendem excluir grupos considerados indesejáveis”. Presente em diversos países, o uso desses objetos é justificado, em geral, como uma resposta ao medo da violência e do crime. Débora aponta que no Brasil o implemento de soluções de segurança envolve também o “medo de estranhos, o medo do outro, o medo dos pobres e o medo do próprio espaço urbano”. Segundo a arquiteta, assim como o medo da violência resulta no levantamento de muros e cercas, o medo do outro leva à criação de medidas que delimitam o espaço público: “Onde antes era possível sentar, são colocados pinos, espetos e outros mobiliários, os quais tornam desconfortável qualquer forma de permanência.”, afirma a arquiteta. ZARPELON, Maria Cecília. “É preciso combater a arquitetura hostil”. Disponível em: <https://www.plural.jor.br>. Acesso em: 20 ago. 2021. (Adaptado) No texto apresentado, as aspas são usadas para A sugerir a discordância da autora do texto em relação às ideias apresentadas pela arquiteta citada. B indicar a citação direta do discurso da especialista consultada acerca de questões relacionadas à arquitetura hostil. C realçar as sugestões dadas pela especialista consultada à população para driblar elementos de arquitetura excludentes. D ressaltar o caráter sarcástico de parte da fala da entrevistada ao se opor ao uso de arquitetura hostil contra determinados grupos sociais. E marcar a oposição da profissional consultada aos aparatos de arquitetura hostil no artigo em que a autora defende o uso desses objetos por segurança. GabariTO: b Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C1H4 No artigo, as aspas servem para isolar as citações diretas do discurso da arquiteta e urbanista Débora Faria acerca dos elementos de arquitetura hostil. Alternativa A: incorreta. Não há qualquer indício de que a autora do texto discorde da arquiteta consultada. Alternativa C: incorreta. A arquiteta consultada menciona a face excludente dos elementos de arquitetura hostil, mas não dá sugestões para driblá-los. Alternativa D: incorreta. Não há sinal de sarcasmo nas falas da arquiteta consultada. Alternativa E: incorreta. Não há defesa dos objetos de arquitetura hostil por nenhuma das partes. QUESTÃO 22 _ 22_ENEM_POR_VP_L1_Q01 Em comum, os entrevistados afirmam que a aposentadoria traz segurança e estabilidade [...]. “Eu tenho minha aposentadoria, eu tenho recurso. Não é suficiente, mas garante uma doença ou o desemprego. Tem a mulher, tem os filhos, hoje a gente os olha para amanhã eles olhar a gente. Minha esposa parou de trabalhar porque veio os filhos, né?”. (Abraão) COCKELL, Fernanda Flávia. “Idosos aposentados no mercado de trabalho informal: trajetórias ocupacionais na construção civil”. Psicologia e Sociedade, v. 26, n. 2, ago. 2014. O texto faz parte de um estudo sobre aposentados da área da construção civil no Brasil. O trecho entre aspas, no qual está transcrito o depoimento de um entrevistado gravado pela pesquisadora, revela o emprego uma linguagem A técnica, usando jargão e vocabulário de áreas específicas. B lírica, empregando sentimentalismo e figuras de linguagem. C regional, usando expressão típica de determinados estados. D culta, seguindo a norma-padrão e usando termos rebuscados. E informal, expressando coloquialidade em alguns usos linguísticos. GabariTO: E Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C8H25 O trecho em destaque mostra uma linguagem típica da oralidade (já que se trata de uma entrevista gravada), apresentando sinais de coloquialidade no desvio quanto à concordância verbal em “veio os filhos”, no uso do verbo “ter” em vez de “haver” no impessoal em “Tem a mulher, tem os filhos” e na contração de “não” e “é” em “né?”. Alternativa A: incorreta. Não há nenhum jargão no trecho, e o vocabulário é simples. Alternativa B: incorreta. Não há lirismo ou sentimentalismo na fala do entrevistado; nenhuma figura de linguagem foi empregada. Alternativa C: incorreta. O vocabulário usado não é típico de nenhuma região e é comum em todo o país. Alternativa D: incorreta. A fala do entrevistado não segue a norma-padrão, porque há desvio quanto à concordância. QUESTÃO 23 _ 22_ENEM_POR_MN_L1_Q01 Ouço as árvores lá fora sob as nuvens Ouço vozes risos uma porta que bate É de tarde (com seus claros barulhos) como há vinte anos em São Luís como há vinte dias em Ipanema Como amanhã um homem livre em sua casa. GULLAR, Ferreira. “O prisioneiro”. Dentro da noite veloz. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. p. 69. O poema “O prisioneiro”, de Ferreira Gullar, foi escrito em janeiro de 1969, um mês após a publicação do Ato Institucional no 5. Em vista das consequências desse momento histórico na vida de artistas e intelectuais, percebe-se que, no poema, o(a) A eu lírico se sente prisioneiro e projeta suas esperanças no futuro, apesar de o mundo exterior parecer inalterado. B natureza permite que o eu lírico se sinta aliviado ao reconhecer que não ocorreram mudanças políticas significativas no país. C eu lírico encontra-se melancólico, afastado de sua origem familiar e assustado diante de sons que aludem a protestos populares. D eu lírico é prisioneiro político, comodescreve o título, e, apesar de a notícia ter se espalhado, ele não tem possibilidade de escapatória. E natureza representa o conforto para o sujeito angustiado, descrevendo uma realidade estática que o acalma e o convence a aceitar a nova ordem política. GabariTO: a Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C5H15 Em “O prisioneiro”, o eu lírico contrasta a continuidade (“como há vinte anos em São Luís / como há vinte dias em Ipanema”) de alguns elementos do mundo exterior (o som do vento nas árvores, as nuvens, o riso dos homens e a percepção visual da tarde) com a sensação de aprisionamento vivida pelo sujeito lírico, devido ao contexto político-social. Contudo, como se vê nos dois últimos versos, o poeta vislumbra nova esperança em um “amanhã”, em que possa haver liberdade. Alternativa B: incorreta. O eu lírico não está refletindo diretamente sobre a natureza das mudanças, e sim contrastando as percepções do mundo exterior à sua condição de prisioneiro. Alternativa C: incorreta. O poema não indica manifestações populares vindas do mundo exterior, que é descrito em termos amenos e voltados para a natureza. Alternativa D: incorreta. A menção feita a São Luís e Ipanema tem a função de mostrar como a percepção da natureza se mantém semelhante em diferentes lugares e diferentes tempos, sem qualquer relação direta com contextos políticos e sociais. Ademais, o poema termina anunciando a esperança na liberdade. Alternativa E: incorreta. Quando o poeta projeta a liberdade no “amanhã”, ele indica a sua inexistência no hoje, ou seja, mesmo a natureza não o conforma do estado político-social em que se encontra. QUESTÃO 24 _ 22_ENEM_POR_MB_L1_Q01 LUSCAR. Mano a mano. A língua não é uma realidade homogênea, afinal a situação cultural, econômica e regional de seus falantes não é uniforme. Na tirinha, a personagem explora variedades diversas para se referir a um mesmo alimento. Nesse contexto, a conclusão a que chega a personagem no último quadrinho expressa A indiferença quanto à palavra utilizada, desde que o alimento lhe seja provido. B valorização da culinária típica do Sudeste como forma de afirmação da própria cultura. C consciência de que o uso das palavras constitui uma forma de manifestação cultural e identitária. D intenção didática, pois pretende corrigir o uso incorreto do termo “jerimum” por parte de alguns dos falantes. E resgate da identidade regional por meio de uma crítica frontal ao emprego de variedade considerada academicista. GabariTO: C Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C8H26 Na tirinha, a personagem atesta a superioridade do doce de jerimum devido à sua “pitada cultural”. Ou seja, a diferença entre ele e o doce de abóbora não se dá propriamente no âmbito culinário ou gastronômico, e sim no cultural. Não por acaso, a personagem usa um chapéu tipicamente associado à região Nordeste do país, o que auxilia o leitor a contextualizar o lugar de fala da personagem. Nessa perspectiva, a conclusão a que se pode chegar é que, embora jerimum e abóbora sejam o mesmo alimento, o emprego do termo “jerimum”, segundo a personagem, envolve a valorização de uma identidade regional específica. Alternativa A: incorreta. A personagem não se mostra indiferente quanto à opção de uso. Pelo contrário, recomenda, expressamente, o termo “jerimum”. Alternativa B: incorreta. A discussão não se limita ao âmbito culinário. Ademais, a personagem está ligada ao contexto regional nordestino, e não vinculada ao Sudeste. Alternativa D: incorreta. A personagem não censura o uso do termo, e sim o valoriza. Alternativa E: incorreta. Não houve crítica frontal, isto é, explícita, a qualquer variedade ou se considerou alguma variedade academicista. QUESTÃO 25 _ 22_ENEM_POR_CR_L1_Q07 “Saúde” era a palavra que mais nos vinha aos lábios quando falávamos em Jorge Ben. Essa já se tornara e permaneceria uma palavra-chave para nós em julgamentos e apreciações. José Agrippino de Paula e Rogério Duarte já a tinham usado para falar até de literatura (na verdade, Rogério se referia a Panamérica, de Agrippino, como um livro demasiadamente saudável para ser boa literatura: “Você tem muita saúde”, dissera ele a Agrippino, “talvez a literatura precise de um pouquinho mais de neurose”), dando-lhe uma conotação que eu captei e incorporei imediatamente. Saúde era o que exalava da figura, do timbre, das ideias de Jorge Ben. A própria atração pela cena pop norte-americana era já para nós a essa altura um sinal de “saúde”. A cena pop norte-americana era apenas um dos elementos que tínhamos deixado de desprezar como “vulgares” para cultuarmos como “saudáveis”. VELOSO, Caetano. Verdade Tropical. 3 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. p. 213-4. (Adaptado) No excerto, Caetano Veloso explica o uso específico que ele e seus amigos e interlocutores do ambiente artístico faziam da palavra “saúde”. O texto permite reconhecer que, para eles, “saúde” designa A um conceito usado para valorar obras de arte. B a proposta neurótica das canções de Jorge Ben. C o repúdio ao pop norte-americano na obra de Jorge Ben. D o hibridismo da figura, do timbre e das ideias de Jorge Ben. E a dessintonia de obra e autor em relação à cena pop norte-americana. GabariTO: a Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C6H20 No texto de Caetano Veloso, ele explica que o termo “saúde” era utilizado para avaliar obras de arte. Tratava- -se de uma “palavra-chave para nós em julgamentos e apreciações”. Para Rogério Duarte, a obra Panamérica, de José Agrippino de Paula, era excessivamente saudável: faltava-lhe algo de “neurose”; para Caetano e seus pares, Jorge Ben (Jor) e sua obra tinham muita “saúde”, e a cena pop norte-americana era também saudável. Nota- -se que, no texto, o termo “saúde” não é explicado, mas é exemplificado o tempo todo. Alternativa B: incorreta. No texto, a palavra “neurose” é utilizada para se referir à avaliação que Rogério Duarte faz da obra de José Agrippino de Paula. Ela não se refere à obra e à figura de Jorge Ben. Alternativa C: incorreta. Para Caetano Veloso e seus pares, a cena pop norte-americana é avaliada como saudável, e não como repudiável. Alternativa D: incorreta. Não há, no texto, referências a um suposto “hibridismo” de Jorge Ben. Alternativa E: incorreta. Para Caetano Veloso e seus pares, a cena pop norte-americana é avaliada como saudável. Para haver “saúde”, é necessário que obra e autor estejam em sintonia com essa cena artística. QUESTÃO 26 _ 22_ENEM_POR_CR_L1_Q16 TEXTO I Na instalação audiovisual Gasolina neles (2021), o grupo Teto Preto revisita seu primeiro videoclipe, Gasolina (2016), para recontextualizá-lo em um espaço de museu, no subsolo do mesmo lugar onde foi filmado: o vão livre do MASP. [...] No videoclipe, o artista Loïc Koutana dança durante um ato realizado na Avenida Paulista contra as Olimpíadas no Rio de Janeiro em 2016. A movimentação convulsiva de Loïc se contrapõe à presença da força policial, evidenciando dois tipos de coreografias radicalmente opostas. Trazendo a estética da pista de dança, Gasolina neles potencializa o vídeo com estímulos visuais e sonoros, despertando no espectador a memória dos corpos resistentes que dançam na noite e protestam na rua. Texto explicativo sobre a instalação audiovisual Gasolina neles, aberta à visitação no Museu de Arte de São Paulo, de 27/04 a 20/06/2021. Disponível em: <https://masp.org.br>. (Adaptado) TEXTO II TETO PRETO, Gasolina neles, 2016. (7min45s). Disponível em: <https://youtu.be/k0XzDN-Gv3A>. Acesso em: 18 ago. 2021. Levando em consideração as explicações no Texto I a respeito do videoclipe do grupo Teto Preto e do contexto em que foi filmado, o caráter de protesto do grupo se manifesta no Texto II, sobretudo, pela oposição entre A o espaço do museu e o local da filmagem. B a flexibilidade do dançarino e a rigidez dos policiais. C a beleza do Rio de Janeiro e a aridez de São Paulo. D a interação dos policiais e
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