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Barauna: Técnica cirúrgica Equipe cirúrgica - A equipe cirúrgica é composta, na prática, por cirurgiões, auxiliares ou assistentes e instrumentadores(as). Entretanto, o papel do anestesista, do enfermeiro assistencial e dos circulantes é indispensável na dinâmica cirúrgica. - Em uma equipe, cada profissional tem suas funções e responsabilidades bem definidas, durante a cirurgia. Todos devem estar habilitados para as atividades que venham a exercer. É necessário que compreendam suas funções para que não haja sobreposição ou ausência de ações. Os profissionais devem buscar trabalhar de maneira integrada, para qual o profissionalismo e a eficiência do ato cirúrgico sempre prevaleçam. -O cirurgião é o responsável integral do ato operatório. Ele deve manter o controle, a ordem e a harmonia na cirurgia, bem como a notificação dos procedimentos realizados durante a cirurgia. -O auxiliar do cirurgião pode colaborar ao facilitar o proceder cirúrgico, como: cortar fios, segurar e enxugar estruturas, dissecar acessos, fazer preparação pré e peri- operatório, orientar a posição correta do paciente para a cirurgia e colaborar com o instrumentador e o circulante. - O anestesista deve procurar a melhor via e forma para realizar a anestesia do paciente. Além disso, o anestesista deve estar atento a todas as intercorrências que interfiram no estado geral do paciente durante a aplicação, a ação e após efeito do anestésico. - O instrumentador auxilia a cirurgia ao dinamizar o processo de instrumentação cirúrgica. Este profissional deve ser atento, ágil, organizado, respeitoso e perspicaz. - Os posicionamentos mais usuais do paciente são: → Supina- decúbito lateral dorsal: cirurgia abdominal, pernas levemente afastadas Barauna: Técnica cirúrgica →Decubito dorsal com pernas um pouco elevadas: vísceras subam e pelve livre. Abdome inferior. Posicionamento -O posicionamento dos profissionais, dentro do campo cirúrgico, em sítio cirúrgico supra- umbilical, dá-se com o -cirurgião posicionado à direita do paciente, mais próximo da cabeça do mesmo; -o 1º auxiliar deve ser posicionado imediatamente à frente do cirurgião; o -2º auxiliar posicionado à direita do cirurgião, -instrumentador posicionado à esquerda do primeiro auxiliar, sempre de frente para o cirurgião. • Mas quando o cirurgião fica a esquerda? -cirurgião sinistro, sitio operatório a esquerda (hernia, rim , cirurgia pélvica, Em cirurgias de abdome inferior o cirurgião se posiciona à esquerda do paciente, junto à transição pélvica. -Em sítio cirúrgico supramesocólica: -Cirurgião posicionado à direita do paciente, mais próximo da cabeça do mesmo; -Em cirurgias inframesocólica: O cirurgião se posiciona à esquerda do paciente, junto à transição pélvica. Barauna: Técnica cirúrgica Cirurgia segura no centro cirúrgico • O programa instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS), “Cirurgias Seguras Salvam Vidas” traz como objetivo central definir um conjunto de estatísticas demográficas para cirurgia que incorpore medidas de estrutura e resultado e, que rastreie os esforços do processo. Dentre eles, o uso de uma lista de verificação de segurança em sala operatória que visa melhorar a segurança do cuidado cirúrgico em todo o mundo definindo padrões de segurança. • Segundo a portaria do Ministério da Saúde 2616/98, é adquirida após a admissão do paciente e se manifesta durante a internação ou após a alta, e está relacionada à internação ou procedimentos hospitalares. • O controle da contaminação ambiental no CC é considerado necessário para reduzir a incidência da IH e é determinado pela aplicação de medidas de controle, como: a degermacão e a paramentacão. Estas medidas visam, por meio da conscientização coletiva, reduzir os índices de infecções a níveis aceitáveis para a realização dos procedimentos cirúrgicos. • A preocupação com infecções é constante em todo o ambiente hospitalar, sendo ponto primordial entre todos os profissionais. Deve-se lembrar que as infecções oneram os custos das instituições e dos serviços, ao aumentar o período de hospitalização ou por retardar o retorno às atividades cotidianas do paciente. -Cada membro da equipe cirúrgica deve ter compreensão da natureza das características dos principais microorganismos patogênicos e não patogênicos encontrados no ambiente hospitalar. -Abaixo, encontram-se listados os termos e conceitos relacionados à infecção, mais utilizados dentro do CC. TERMO CONCEITO: -Agente infeccioso: Parasita (bactéria, fungo, vírus ou qualquer outro tipo de microorganismo). Termos referentes à infecção Barauna: Técnica cirúrgica -Antígeno: Substância estranha ao corpo que estimula a imunidade específica pela produção de substâncias específicas chamadas anticorpos. -Contaminação: Presença de microorganismo patogênico em ou no vetor animado ou inanimado. -Degermação: Significa a diminuição do número de microorganismos patogênicos ou não, após a escovação da pele com água e sabão. Sabões e detergentes sintéticos removem mecanicamente a maior parte da flora microbiana existente nas camadas superficiais da pele, mas não conseguem remover aquela que coloniza as camadas mais profundas. -Desinfecção: Processo pelo qual se destroem os germes patogênicos e/ ou se inativa sua toxina ou se inibe o seu desenvolvimento. Esterilização: Processo de destruição de todas as formas de vida microbiana mediante a aplicação de agentes físicos e/ou químicos. -Germicida: Meios químicos utilizados para destruir todas as formas microscópicas de vida. -Microorganismos resistentes: Seres que habitualmente vivem na epiderme, dobras da pele e fissuras profundas. São mais difíceis de serem eliminados. Microorganismos transitórios: Seres de sobrevida muito curta, tais como da flora normal da pele. -Patógenos: Microorganismos capazes de produzir danos ao tecido ou doenças sob condições favoráveis. A agressividade, virulência, composição, ambiente físico onde se encontra o patógeno e susceptibilidade do hospedeiro determinam os efeitos gerados pelo microorganismo ao corpo humano. -Sepse: Reação generalizada ao microorganismo patogênico e suas toxinas. Equipamento individual: -Um exemplo de procedimento obrigatório no preparo é a degermação: antisséptica das Barauna: Técnica cirúrgica mãos e braços do profissional que trabalha em áreas restritas. -A degermação tem por objetivo remover detritos, eliminar microbiota transitória e reduzir a microbiota residente. A rígida limpeza das mãos e antebraços é parte indispensável do processo de redução da contaminação cirúrgica. – Degermação: A degermação inicia-se, abrindo-se o lavatório e molhando- se as mãos e antebraços com a água escorrendo das mãos aos cotovelos, o que se consegue colocando-se as mãos sempre acima do nível dos cotovelos. Idealmente, as torneiras dos lavabos devem ser aciona- das por dispositivos automáticos por meio de células fotoelétricas ou por pressão a botões encontrados no piso ou próximos ao joelho. O acionar manual das torneiras é prática não recomendada, pois estimula o gasto excessivo de água e coloca a degermação das mãos em risco ao ser potencialmente contaminante Escovação cirúrgica – Continua Barauna: Técnica cirúrgica -Secagem Com as mãos e braços mantidos à frente do corpo, levemente fletidos, com a água aindaescorrendo, deve-se aproximar da mesa que contém os campos e aventais. A secagem das mãos, para o instrumentador, é feita com a 1ª compressa do lap com campos e aventais. A secagem inicia-se pelas mãos, progride para antebraços e, finalmente, para os cotovelos. Nunca devendo, no entanto, retornar a locais anteriormente enxutos. A secagem deve ser com movimentos compressivos e não de fricção, devendo ser feita antes de vestir o avental cirúrgico esterilizado. A compressa utilizada na secagem deve ser descartada em local apropriado, tendo cuidado para que as mãos degermadas não toquem em qualquer local não estéril ao fazer . Paramentação: -O processo de paramentação é realizado após a secagem das mãos e tem como objetivo a criação de uma barreira física entre o campo operatório e os membros da equipe, evitando a contaminação. Ela é caracterizada pelo uso do avental cirúrgico (capote), luva cirúrgica e, eventualmente, avental dorsal. A Colocação do Avental Cirúrgico (Capote): O avental cirúrgico vem dobrado de forma que, se suspendermos por dois pontos a gola de seu tecido, desdobra-se por ação da gravidade, podendo ser, então, vestido. A vestimenta do avental deve ser precisa e evitar qualquer tipo de contaminação com o meio. Existem duas maneiras recomendáveis de colocação do [avental cirúrgico: colocação do avental cirúrgico sem ou com auxílio de pessoal . Quando sem auxílio, uma das mãos de quem se paramenta pega o avental pela gola e o eleva para que se desdobre, tomando- se cuidado para que o avental não toque no chão ou em material não estéril. Quem se paramenta deve segurar o capote pela face interna do ombro e, com movimento firme e suave para cima, deve introduzir, ao mesmo tempo, os dois braços nas mangas Barauna: Técnica cirúrgica A colocação do avental cirúrgico com o auxílio é normalmente realizada pelo instrumentador, que já esta paramentado. Esse abre o capote de forma a facilitar a introdução dos braços de quem se paramenta. O instrumentador inicia o ajuste do punho do capote enquanto o circulante da sala amarra as tiras dorsais. O capote cirúrgico é considerado estéril na parte anterior do tórax ao nível do campo estéril. As mangas são tidas como estéreis na área dos 5 cm do cotovelo a bainha da manga, no punho. Instrumentação CIRÚRGICA: -Todos os instrumentos e materiais de uso previstos para o procedimento devem estar disponíveis e dispostos em uma mesa principal e/ou em mesas auxiliares. -São utilizados instrumentos distintos para cada etapa do procedimento cirúrgico, portanto, é necessário ordem e metodologia para permitir que o cirurgião execute o procedimento com precisão e rapidez. -Os instrumentos costumam ser separados conforme seu grupo na mesa principal, respeitando as etapas do procedimento cirúrgico. Eles devem sempre ser entregues pelo instrumentador ao cirurgião pela extremidade inferior, permitindo que o cirurgião receba e segure o instrumento da maneira correta a ser utilizado. DIÉRESE: -Fase de abertura, em que ocorre o corte e a dissecção dos tecidos. -Pode ser com corte e sem corte Barauna: Técnica cirúrgica -1º etapa da cirurgia - É composto por bisturis montados. Ao lado, tesouras retas e curvas de mesmo tipo (Mayo e Metzembaum), com a ponta para baixo e para a borda da mesa. -BISTURI: instrumento de corte, ponta com encaixe para lâmina (número 3, para lâminas menores e número 4, para lâminas maiores); -TESOURAS: Corte, divulsão e dissecção. Podem ser curvas ou retas. Tesoura de Metzembaum: usada para cortar os tecidos; Tesoura de Mayo: usada para cortar fios de sutura, tecidos mais densos como músculos e outros materiais. -Tesoura de Mayo-Stille : -As tesouras de Mayo-Stille de ponta romba são comumente utilizadas na Cirurgia Geral para desbridar e cortar tecidos mais densos, como: fáscia e músculos. Podem ser retas ou curvas e, também, usadas para cortar fios cirúrgicos e bandagens, entretanto, não são indicadas para o corte de fio de aço -Tesoura Metzembaum: -É uma tesoura cirúrgica utilizada para cortar tecidos delicados. - Existem de diversos tamanhos, podendo suas lâminas ser retas ou curvas, com tamanhos que variam de 14 a 26 cm. -A principal característica é a proximidade da articulação com a ponta, em que a haste ocupa mais de 50% do total do comprimento. Barauna: Técnica cirúrgica Classificação da diérese: -Mecânica: instrumentos cortantes(bisturis e tesouras) -Física: recursos especiais Mecânica: -Punção: drenar líquidos ou coletar fragmentos de tecidos (agulhas e trocaters) -Secção: dividir, cortar (bisturis, tesouras , laminas) -Cortante: segmentação de tecidos -Divulsao: afastamento dos tecidos sem cortá-los (afastadores, tesouras ) -Curetagem: raspagem da superfície do órgão -Dilatação: processo para aumentar o diâmetro de estruturas (dilatadores específicos) -Deslocamento: separação dos tecidos (pinças e deslocadores específicos) Física: -Termica: uso de calor, energia elétrica -Laser: realiza-se por meio de um feixe de radiação, ondas luminosas HEMOSTASIA: -Detém ou impede o sangramento -Pode ser feito através de : pinçamento de vasos, ligadura de vasos, eletrocoagulação -Os instrumentos têm como função estancar o sangramento dos vasos seccionados durante a diérese. -Os instrumentais utilizados são as pinças hemostáticas de vários modelos e tamanhos. Apresentam formato semelhante ao da tesoura, diferindo-se delas pela presença da cremalheira entre as duas argolas, que permite o fechamento do instrumental de forma auto-estática com diferentes níveis de pressão de fechamento. Primeiro coloca-se os de hemostasia definitiva e depois os de hemostasia temporária(atraumáticos), com os anéis para cima e pontas para baixo. Pinças Kelly, pinças Halstead (mosquito), Kocher, Crile, Mixter. Barauna: Técnica cirúrgica -As pinças retas, ou pinças de reparo, são utilizadas para pinçamento de material cirúrgico como fios e drenos. -As pinças curvas são utilizadas para pinçamento de vasos e tecidos delicados. -PINÇA KELLY CURVA E RETA: -Com ranhaduras até a metade, reta ou curva; apresenta ranhuras transversais em ate a metade. - Possui pontas menores, sendo utilizada para pinçamento de vaso, fios grossos, além de empregada em cirurgias infantis, face, pescoço ou abdominais . CRILLE: -com ranhadura completa. -Possui ranhuras transversais em toda sua parte preensora. Isto lhe confere utilidade também no pinçamento de pedículos, quando a pinça é aplicada lateralmente. Tem de 14 a 16 cm de comprimento, podendo ser curvas ou retas Barauna: Técnica cirúrgica -HALSTEAD: Mosquito – mais delicado / campo superficial: Apresenta serrilhado transversal delicado em toda sua parte preensora. -É semelhante à pinça de Crile, mas são menores (11 a 13 cm de comprimento). Utilizada muitas vezes para pinçamento de vasos de menor calibre e reparo de fios. ROCHESTER: -Mais robusta. -Serrilhado total; forte, grosseiro e grande. - Possui a capacidade de preensão de vasos e massas. KOCHER: -dentes na ponta: inicialmente era utilizada para hemostasia, entretanto, por ser muito traumática, atualmente é usada no clampe grosseiro e no reparo de tecidos fibrosos, como aponeurose. - Possui pontas longas e robustas, com estrias transversais e dente podendo apresentar-se reta ou curva. Barauna: Técnicacirúrgica Pinça de fixação de campos Backaus: -Tem por finalidade fixar panos de campo, e elementos, como: mangueiras de sucção, cabos de eletrocautério e outros equipamentos necessários. ➔ Lembrar: retas (reparo), curvas (vasos) Divisão da hemostasia : ➔ ➔ Hemostasia temporária: -feita durante a intervenção cirúrgica, deter ou impedir o fluxo de sangue no local da cirurgia (compressão instrumental -uso de pinças e hemostáticos) ➔ Hemostasia definitiva: -obliteraçao dos vasos em caráter permanente -suturas, bisturis, eletrocoagulação, uso de hemostáticos Síntese: junção, união -Estes instrumentos são os responsáveis pelas manobras destinadas à reconstituição anatômica e/ou funcional. -Para isto são utilizadas agulhas e pinças especiais para conduzi-las, denominadas porta- agulhas. -São fundamentais para a confecção das suturas, uma vez que a maioria das agulhas são curvas e os espaços cirúrgicos são exíguos. -Outros materiais são utilizados também para a síntese, como: os grampos, cola cirúrgica, as pinças de dissecção Barauna: Técnica cirúrgica anatômica (e com dente). Os grampeadores mecânicos, por exemplo, são aparelhos acionados pelo cirurgião para aplicação de grampos metálicos. - Fios de sutura agulhado: Porta agulha Mayo-Hegar: -Instrumento cirúrgico usado para segurar uma agulha enquanto é feita a sutura de tecidos em cirurgias. - Concavidade no centro – Superfície estriada ou quadriculada em baixo relevo. Pinça Adson: - A pinça de Adson apresenta-se reta ou com ponta angulada e serrilhada, com múltiplos microdentes e tem 12 cm de comprimento. - -Por apresentar uma extremidade distal estreita e, dessa forma, uma menor superfície de contato, é utilizada em cirurgias mais delicadas, como as pediátricas. Pinça anatômica: Barauna: Técnica cirúrgica -Pinças preensoras, com marcações estriadas em suas pontas, também é chamada de pinça de dissecção. Está disponível em vários tamanhos (10 a 30 cm de comprimento) e utilizada para dissecção e manipulação de tecidos delicados, como: vasos, nervos e parede visceral Pinça com dente: -Semelhante à pinça de dissecção, apresenta dentes em sua extremidade. -É utilizada na preensão de tecidos mais grosseiros, como plano muscular e aponeurose. Tem de 10 a 30 cm de comprimento Foerster: -Utilizada para realização de assepsia. CHERON: -utilizada para exames em cavidades estreitas como o endocérvice, retirada de pólipos e exames ginecológicos (colposcopia, biópsias e coleta de material para o exame preventivo do câncer de colo de útero). Tipos de síntese: ➔ Cruenta: coaptação, aproximação, união de tecidos realizada por meio de suturas Barauna: Técnica cirúrgica permanetes ou removíveis (agulha de sutura e fios) ➔ Incruenta:, aproximação, união das bordas (gesso, adesivo, ataduras). ➔ Imediata: coaptação ou união das bordas da incisão, feita imediatamente após o termino da cirurgia ➔ Mediata: aproximação dos tecidos, das bordas é feita algum tempo depois da lesão ➔ Completa: aproximação, união e feita por toda a dimensão/extensão da incisão cirúrgica ➔ Incompleta: aproximação dos tecidos mão ocorre em toda a extensão da lesão, mantendo uma pequena abertura para a colocação de um dreno. AFASTADORES: -Afastam as bordas das feridas cirúrgicas, expondo os planos anatômicos ou órgãos subjacentes. Podem ser →dinâmicos: (Farabeuf, Langenbeck, Doyen, Volkmann) →auto-estáticos (Gosset, Balfour, Finochietto, Gelpi). FARABEUT -lembrar que ele é dinâmico -GOSSET: -é utilizado a fim de manter exposta a cavidade abdominal, e o “Finochietto”, para a cavidade torácica. - Quando queremos facilitar o ato cirúrgico, o auxiliar deve lançar mão dos afastadores dinâmicos tais como o “Farabeauf”, utilizado para a parede abdominal. Barauna: Técnica cirúrgica ESPECIAIS: -Dispostos na parte superior da mesa, conforme o espaço disponível e o tempo cirúrgico em que serão utilizados. Yankauer (aspira- dor), cureta óssea, Babcock, Backhaus (pinça de campo), Cheron (pinça ginecológica), Foerster (anel), Allis. Exérese: - É um procedimento cirúrgico de remoção de uma lesão por meio do corte da pele ao redor desta lesão, permitindo sua retirada. -É usada tanto para remoção de lesões benignas quanto malignas. -Tempo cirúrgico fundamental, onde efetivamente é realizado o tratamento cirúrgico - momento em que o cirurgião realiza a intervenção cirúrgica no órgão ou tecido desejado, visando o diagnóstico, o controle ou a resolução da intercorrência, reconstituindo a área, procurando deixá-la forma mais fisiológica possível. SUTURA: - A palavra sutura refere-se a todo o material usado para aproximar ou laquear tecidos, auxiliando assim o processo de cicatrização por primeira intenção. -A sutura tem como objetivos principais fechar espaços mortos, dar suporte e sustentação às feridas até que a Barauna: Técnica cirúrgica cicatrização se torne forte o suficiente, aproximar as bordas de pele para obter um resultado estético e funcional e minimizar os riscos de sangramento e infecção. Classificação de agulha de sutura -Utilizadas para a reconstrução, servindo como um guia para os fios de sutura. -as agulhas têm a finalidade de transfixar as partes -classificada de diferentes maneiras, sendo essa três partes : ponta, corpo e fundo -A ponta é a parte ativa da penetração do tecido, podendo ser triangular, cilíndrica, ovalada ou quadrada. -O corpo é a parte em que a agulha toma sua forma (reta, curva ou semi-curva). O fundo, por sua vez, pode ser fixo (ou verdadeiro) -fundo falso: (quando o fio de sutura é fixado sob pressão) ou atraumático, que é quando o fio de sutura já vem acoplado ao fundo da agulha. -Agulhas retas e agulhas curvas -São as agulhas que se diferenciam quanto seu ângulo interno. -As agulhas curvas possuem um ângulo de 180º em seu corpo. Já as curvas e as semi- curvas são mais utilizadas e necessitam do uso de um porta-agulhas. -As agulhas retas são usadas sem o auxílio de um porta-agulhas e seu emprego é cada vez mais raro. Agulhas traumáticas e agulhas atraumáticas: -As agulhas traumáticas precisam ter o fio montado em seu fundo, deixando-o Barauna: Técnica cirúrgica mais volumoso e causando lesão ao tecido quando passada -A agulha atraumática, por sua vez, já vem com o fio acoplado em seu corpo, chamado de corpo-único, o que a faz deixar menos lesão tecidual quando empregada. Agulhas cilíndricas e agulhas cortantes -Elas se diferenciam pela sua secção transversal na ponta. As cilíndricas são agulhas especiais para serem usadas em tecidos resistentes à penetração, sendo classificada como uma agulha atraumática. -Já as agulhas cortante, podem ser ou convencional ou invertida, ambas classificadas como agulhas traumáticas, sendo a primeira usada em aponeuroses e na sutura da pele, enquanto a segunda é empregada para tecidos de difícil penetração. Fios de sutura: -Os materiais orgânicos são destruídos por proteólise, ao contrário dos sintéticos que sofrem hidrólise e que por essa razão estão associados a menores reações inflamatórias - Os fios de sutura estão divididos em dois grandes grupos,: → os absorvíveis, que são normalmente indicados em suturas internas, →os não absorvíveis,que normalmente são utilizados em suturas externas, em locais em que possam ser posteriormente removidos. - São propriedades inerente aos fios de sutura a configuração, a manuseabilidade, a força de tensão e a reacção tecidual. -A configuração refere-se ao número de camadas que compõe um fio. -Quanto à configuração: os fios podem ser monofilamentos, associados a menor risco infeccioso e menor traumatismo tecidular, ou multifilamentos, com maior força tênsil, mais flexíveis e mais fáceis de manusear. Barauna: Técnica cirúrgica -A manuseabilidade é determinada por três propriedades: a memória, a elasticidade e a tensão dos nós. →A memória refere-se à tendência para manter a posição - quanto maior memória maior é a dificuldade em dar os nós e a mantê- los com tensão. →A elasticidade diz respeito à possibilidade de retorno à posição inicial após a sutura ter sido estirada - efeito de elástico; permite manter a tensão da sutura em áreas de variações de volume (edema). Tipos de nos →A tensão dos nós é a força necessária para um nó deslizar, sendo de especial importância na laqueação arterial. A força de tensão refere-se à força necessária para partir uma sutura. Está relacionada com a espessura da sutura, sendo que para o mesmo material, suturas mais finas são mais fracas. O nó é o local de menor força de tensão. -Usam-se fios mais finos em tecidos mais delicados e em locais sem tensão, -fios mais grossos em tecidos mais grosseiros ou em tecidos com mais tensão. -O Ponto Simples: - A agulha deve penetrar a pele a um ângulo de 90°. -A distância e profundidade da linha deve ser a mesma nas duas bordas da ferida. Essas medidas variam de acordo com o sítio anatômico. -Como fazer o nó: Após a transfixação do fio nas bordas da ferida, realiza-se duas voltas em torno do porta-agulha com a extremidade do fio livre de agulha. Apreende-se, então a agulha e realiza-se uma tração, a fim de que o primeiro no seja dado. Para fixação realiza-se mais uma volta em torna do porta-agulha, porém em lado oposto ao anteriormente feito. Terceiro nó é o de segurança. Repete-se uma volta em lado alternado, fixação na agulha e deslizamento do fio. - O número de suturas necessário para fechar uma ferida operatória depende do tamanho, local e formato da ferida. Em geral, as suturas devem estar a uma distancia suficiente para que não haja espaços entre as bordas da lesão Barauna: Técnica cirúrgica Tipos de fios: Quanto ao diâmetro? -O calibre dos fios varia de nº 0 até nº 12. -Quanto menor o número de zeros, maior é o calibre do fio, portanto, um fio 2.0 (dois zeros) é mais calibroso que o fio 4.0 (quatro zeros). Ou seja o 12-0 e menos calibroso do que o o fio nº 3. -Isso é importante por que cada calibre do fio exerce uma tensão na sutura, sendo necessária a escolha do calibre adequado. -Usam-se fios mais finos em tecidos mais delicados e em locais sem tensão, -fios mais grossos em tecidos mais grosseiros ou em tecidos com mais tensão. Anestésicos locais →Anestesia local: Bloqueio reversível da condução nervosa, determinada perda das sensações, em nível local, sem alteração do nível de consciência →Mecanismo de ação: Bloqueio fisicamente interações com os canais de cálcio das membranas neuronais terminal = bloqueia a transmissão neural (potencializado com o uso do vasoconstrictor, não usar em extremidades) - Neurônios de menor diâmetro são mais facilmente bloqueado. -Anestésicos locais podem, ainda, ser agrupados de acordo com sua duração de efeito em agentes de: Barauna: Técnica cirúrgica (a) curta duração, como procaína e cloroprocaína; (b) duração média, abrangendo lidocaína, prilocaína, mepivacaína e articaína; (c) longa duração, como bupivacaína, tetracaína, etidocaína e ropivacaína. -Anestésicos locais podem ser combinados a vasoconstritores (epinefrina e felipressina) e glicose. Vasoconstritor: -Os vasoconstritores preservam a ação de Anestésicos locais, pois se contrapõem à vasodilatação por eles induzida, impedindo rápida distribuição a sítios diferentes da intenção anestésica. -Ainda são úteis na redução da quantidade de anestésico local necessária para obtenção de adequado bloqueio da dor. -Com o uso de vasoconstritor, podem- se empregar 50% da dose de anestésico local, o que também contribui para a menor frequência de efeitos adversos. -Além disso, vasoconstritores servem como agentes hemostáticos, reduzindo o sangramento transoperatório e tornando fácil o procedimento. - Em qualquer técnica anestésica/analgésica utilizada, a combinação de anestésico local e vasoconstritor é opcional, exceto em : → bloqueio intercostal: seu uso é obrigatório→ por se tratar de área de ampla irrigação sanguínea. → contraindicado em: sítios com limitada circulação colateral (dedos, orelhas, nariz e pênis), assim como por via intradérmica, pois a vasoconstrição por agentes simpaticomiméticos pode determinar dano hipóxico sem reversão, com isquemia e necrólise de tecidos. -Vasoconstritores combinados a Anestésicos locais pertencem a dois grupos farmacológicos: →Agentes adrenérgicos incluem epinefrina, norepinefrina, fenilefrina e corbadrina (levonordefrina), enquanto felipressina, análogo sintético da vasopressina (hormônio liberado pela hipófise posterior), é o único agente não-adrenérgico em uso. - Entre os diversos agentes vasoconstritores, dá-se preferência à epinefrina pelo melhor perfil de eficácia e segurança. Epinefrina, - é bem tolerada pela maioria dos pacientes hipertensos ou com outra doença cardiovascular Barauna: Técnica cirúrgica -os benefícios da vasoconstrição parecem superar desvantagens ou riscos prováveis. -Em anestesia tópica, epinefrina não tem significante efeito local e não prolonga a duração de Anestésicos locais aplicados em mucosas, por causa de insuficiente absorção. -Da mesma forma, adição de epinefrina a opioides administrados por via subaracnoidea não afeta a intensidade ou a duração da analgesia em trabalho de parto, mas aumenta a frequência de náusea e vômito Cloridrato de bupivacaína -empregado em procedimentos de maior duração ou quando se deseja analgesia pós- operatória mais prolongada. -Comparada a lidocaína, seu início de efeito é mais lento, mas apresenta duração maior. -Durante seu uso em anestesia espinhal, especialmente obstétrica, foram descritos casos de parada cardíaca de difícil recuperação que, no entanto, se tornam improváveis se há emprego de solução de menor concentração e menores doses. -Concentrações de 0,06% a 0,25%, por via epidural, frequentemente em combinação a analgésico opioide (fentanila), são eficazes para analgesia de parto e analgesia pós- operatória obstétrica, sem bloqueio motor significante. -Bupivacaína 0,5% a 0,75% determina bloqueio motor significante, além de efeito analgésico, sendo útil em procedimentos cirúrgicos de médio e grande portes - Soluções a 0,75% são contraindicadas no bloqueio epidural obstétrico. - A preparação combinada à glicose (hiperbárica) tende a manter o anestésico em porções mais inferiores do saco dural. -É usada em anestesia espinhal (bloqueio subaracnóideo) -Além disso, também pode ser administrada por via intravenosa para tratamento de arritmias cardíacas em serviços de urgência cardiológica ou unidades de cuidados intensivos. -É ainda usada como adjuvante em anestesia geral por causa de seu efeito supressor potente (presumivelmente central) do reflexo da tosse, em analgesia pós-operatória e tratamento de dor crônica (particularmente de origem neuropática) não respondente a outras intervenções. -Absorção pelapele intacta é usualmente lenta, e altas concentrações são necessárias (lidocaína a 40%). - Em forma de gel penetra bem nas mucosas. A aplicação intraoral tópica pode ser usada para Barauna: Técnica cirúrgica reduzir desconforto de injeção anestésica, prover alívio sintomático de dor relacionada a lesões superficiais de mucosa (como úlceras) ou tratar dor dentária depois de exodontia. -Para reparação de pequenas lacerações, lidocaína a 1% pode ser usada por infiltração intradérmica ou topicamente.A primeira técnica pode causar desconforto e dor por si mesma. A anestesia tópica tem sido investigada como opção para esses casos. - Administrada topicamente em forma de aerossol, um minuto antes da intubação, permite facilidade no procedimento. -Lidocaína sem vasocontritor -é especialmente indicada para procedimentos cirúrgicos de menor porte, especialmente em sítios com limitada circulação colateral (dedos, orelhas, nariz e pênis), o que contraindicado vasoconstrição. – -Em associação com vasocontritor adrenérgico, geralmente epinefrina, garante- se efeito hemostático e prolonga-se duração de efeito anestésico local. O pico de concentração plasmática de lidocaína é reduzido em 30% a 40%, quando é administrada intraoralmente em combinação a epinefrina. -Preparações com glicose (hiperbáricas) tendem a manter o anestésico em porções mais inferiores do saco dural, sendo indicadas em anestesia espinhal (bloqueio subaracnoideo ou raquianestesia) e anestesia epidural (peridural ou extradural). -Descreveram-se danos neurológicos (lombalgia e de membros inferiores) transitórios (duração de 6 horas a 4 dias) com lidocaína hiperbárica. O uso de lidocaína aumentou esse risco em comparação a outros Anestésicos locais. -Os sintomas desapareceram espontaneamente no quinto dia pós operatório. -Em cirurgias abdominais, o uso sistêmico de lidocaína reduziu o tempo de internação e -Metabolização - Lidocaína: 1% e 2%, segura de uso tópico e infiltração local, possui uma baixa reação tecidual, baixa latência, media duração e intoxicação SNC. -Bupivacaina: 0,5% anestésico e analgésico, anaestesia local e peridural, alta e media potencia Barauna: Técnica cirúrgica -Ropivacaina: semelhante a bupivacaina, média potência, longa latência e longa duração -Adrenalina: prolonga a ação, boa eficácia e segurança Técnicas de anestesia • Anestesia infiltrativa: -pequenos procedimentos superficiais (pele e mucosas) -lidocaína e bupivacaina, com ou sem vasoconstritor. • Anestesia tópica (pele, mucosas, sondagens) • Bloqueio de campo (losango) • Bloqueios regionais (nervo que bloqueia) Cicatrização - A cicatrização é um processo complexo, que envolve mecanismos celulares, moleculares e bioquímicos, visando a restauração da função e estruturas normais dos tecidos. -Envolve três etapas básicas: fase inflamatória, fase proliferativa e fase de maturação 1. Exsudativa • Temos a formação do coágulo > vasodilatação > transdução > retração 2. Fase inflamatória -A fase inicial do processo cicatricial, a inflamatória, inicia no exato momento da lesão e dura cerca de três dias. Barauna: Técnica cirúrgica -Dano tissular, desencadeia →restauração - hemostasia com a contração dos pequenos vasos próximos→agregação plaquetária→ ativação da cascata de coagulação →formação de uma matriz de fibrina. - Afibrina age como barreira para tentar impedir a contaminação da ferida e também como base para o processo cicatricial, servindo de apoio para a migração celular e estímulo para os fatores de crescimento. 3. Fase proliferativa: - A fase proliferativa inclui reepitelização, síntese da matriz e neovascularização, processos que iniciam em torno do terceiro dia após a lesão e dura algumas semanas. -Essa fase é caracterizada pela formação do tecido de granulação, e é o marco inicial da formação da cicatriz. -Os fibroblastos e as células endoteliais são as células predominantes e mais importantes 4. Maturação: -A última etapa, e característica dessa fase da cicatrização, é a formação do tecido de granulação. - Ele é composto basicamente pelos neo-vasos, fibroblastos, macrófagos e colágeno frouxo, resultado da neo-angiogênese e fibroplasia. -A aparência do tecido é vermelha, com muitos espaços vazios e granular, por possuir grande concentração de vasos imaturos, exsudativos e que sangram facilmente. -Ao final da fase proliferativa, a ferida está recoberta com o tecido de granulação, neovascularizada e em processo de regeneração.
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