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TRABALHO SOBRE A UBERIZAÇÃO CORRETO

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UNA BOM DESPACHO
TRABALHO SOBRE VÍNCULO EMPREGATÍCIO ENTRE O APLICATIVO UBER E SEUS MOTORISTAS 
BOM DESPACHO
2021
UNA BOM DESPACHO
“TURMA B – 7º SEMESTRE”
Amanda Gomes da Silva - RA: 0012546
Cecília Lessa Ferreira Amaral - RA: 0012966
Daniele Aparecida Vieira Silva - RA: 0012313
Fernando Gustavo Pereira de Freitas - RA: 0012549
Guilherme de Oliveira Gomes - RA: 0012465
Jéssica Natália Ferreira Barbosa - RA: 0012346
João Victor Xavier Campos – RA: 0012402
Letícia Vitalino Torquato - RA: 0012466
Stefane Isabela Ferreira Borges - RA: 0012132
ATIVIDADE APRESENTADA À DISCIPLINA DE 
RELAÇÕES TRABALHISTAS, DO CURSO DE DIREITO, 
SOBRE A “UBERIZAÇÃO”, COMO PRECEITO DE
 COMPLEMENTAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS,
 SOB A ORIENTAÇÃO DOS PROFESSORES 
CAMILA GIOVANNA XAVIER DE OLIVEIRA
 FRAZÃO E VINÍCIUS DO COUTO LAUAR.
BOM DESPACHO 
2021
Sumário
1-	APRESENTAÇÃO	4
2-	UBERIZAÇÃO E A NOVA MODALIDADE DE GESTÃO EMPRESARIAL	5
3-	O QUE É “UBERIZAÇÃO”?	6
4-	PRECARIADO	6
5-	COMO SURGIU A UBER?	7
6-	COMO FUNCIONA O LUCRO DA EMPRESA?	8
7-	VANTAGENS DA UBERIZAÇÃO	9
8-	A CHEGADA DA UBER NO BRASIL	9
9-	VÍNCULO ENTRE UBER E MOTORISTAS	10
10- PRECARIZAÇÃO NAS RELAÇÕES DE EMPREGO DA UBER	12
11-	CONCLUSÃO	13
12-	ENTENDIMENTOS DOUTRINÁRIOS E JURISPRUDENCIAIS	14
13-	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	17
ESTUDO JURÍDICO DA RELAÇÃO DE EMPREGO ENTRE O APLICATIVO “UBER” E SEUS PROFISSIONAIS 
1- APRESENTAÇÃO 
Ao longo dos anos, as formas de estruturação do capital e a organização do trabalho sofreram diversas modificações vindas da globalização e do capitalismo avançando a todo momento. 
Muitos acontecimentos, como o deslocamento da produção, estoque reduzido, organização enxuta da produção e o controle laboral por através da tecnologia, marcaram períodos de alterações em todo o mundo.
Nos dias atuais, todas as pessoas preferem priorizar serviços que sejam rápidos e com melhor custo benefício para elas, isso acontece com diversos ramos, desde a alimentação até serviços mais burocráticos como compras online e, claro, no ramo da locomoção não seria diferente. 
Com a pandemia que estamos vivendo então, tudo ficou ainda mais difícil, as pessoas não podem sair de casa para trabalhar, com isso, a taxa de desemprego se elevou bastante, levando as pessoas ao desespero, procurando qualquer fonte de renda fácil. 
Hoje, tudo acontece muito rápido, em especial com os famosos aplicativos, que fazem de tudo pra você, sem que você saia do conforto de sua casa. Junto com os mesmos, veio o Uber, que é um aplicativo no qual você chama um motorista, tem acesso ao nome dele e ao tipo de veículo e você somente mostra seu destino e ele decide se te leva ou não, podendo cancelar a corrida depois de aceita. 
Com essa facilidade toda, não temos só pessoas confortáveis em casa, temos também trabalhadores que se cadastram nesses aplicativos e trabalham quando querem e como querem. 
Parece tudo muito confortável no mundo atual, porém, será que para esse tipo de trabalhador é tão fácil assim como estamos descrevendo? 
Neste, iremos descrever um estudo feito para analisar o vínculo empregatício desses trabalhadores com o aplicativo. 
2- UBERIZAÇÃO E A NOVA MODALIDADE DE GESTÃO EMPRESARIAL
Diferentemente de tempos passados, em que a realização do trabalho poderia ocorrer apenas no estabelecimento do empregador, fenômenos, como a terceirização, que possibilita a pulverização da cadeia produtiva para outros locais, e o teletrabalho, já são realidade em inúmeras empresas no país e no mundo.
Desde a Lei 12.551/2011, que alterou o texto do art. 6º da CLT, o legislador passou a comparar o trabalho realizado no âmbito empresarial àquele feito em local diverso, à distância, desde que presentes todos os pressupostos fático-jurídicos da relação empregatícia.
Neste mesmo sentido, vale lembrar também da denominada “economia compartilhada”. Nesta, as pessoas passam a usar bens de outras pessoas, sem ao menos saber quem elas são, baseando-se na reputação e na rede de recomendações disponibilizadas por intermédio da internet, ou, até mesmo, fora dela.
Nos EUA, tal modelo é chamado “oficialização do bico”. Isso porque ele não passaria de um jeito das pessoas complementarem a renda, abalada pelas muitas crises mundiais ocorridas nos últimos anos. Seria uma precarização do capitalismo no mundo desenvolvido.
No mercado, taxistas e indústrias hoteleiras são os principais críticos, já que suas áreas sofreram muito com a revolução provocada por Uber, Lyft e Airbnb.
Alguns doutrinadores dizem que tal fenômeno seria conhecido como “economia do bico” sendo dividida em duas: crowdwork ou terceirização online, consistente da realização de tarefas a partir de plataformas online, e o trabalho on-demand ou sob demanda, por intermédio de aplicativos utilizados para a realização de trabalhos tradicionais, como transporte, limpeza e escritório, demandados por plataformas online e gerenciados por empresas denominadas “nuvem” ou “empresas-aplicativo”. O trabalho sob demanda constitui a tendência conhecida como uberização, que é exatamente o que estamos estudando.
O termo vem da empresa Uber, que é uma startup de transporte controlada à distância por plataformas digitais, através de tecnologia e algoritmos muito bem desenvolvidos para seu gerenciamento.
A Uber possui milhões de pessoas cadastradas no mundo todo, seja como usuários, seja como prestadores do serviço, denominados pelas próprias empresas como trabalhadores autônomos.
A empresa realiza a intermediação entre o trabalhador e o cliente, provendo a marca como objeto de confiabilidade e segurança para os usuários dos serviços.
3- O QUE É “UBERIZAÇÃO”?
Os diversos aplicativos desenvolvidos para celulares, trouxe consigo muitas possibilidades. O uso de aplicativos para disponibilização e solicitação de algum serviço ganhou o nome de uberização. Claramente, este termo faz referência ao já citado neste estudo, o aplicativo Uber, que trouxe inovação no mundo dos aplicativos, mudando não somente o mundo dos “apps”, mas o modelo de negócios no mundo. 
Temos aqui um negócio mais simples, pois não se têm a necessidade de intermediários, tirando do jogo as pessoas que ficam entre quem oferece o serviço e quem o consome. 
4- PRECARIADO 
Vamos ressaltar um termo muito importante para nosso estudo, que é o termo precariado. 
O que significa 'precariado'?
 	A palavra, surgida ainda nos anos 1980, está sempre ligada à uberização, por significar justamente uma "nova classe social", como diz Guy Standing, economista da Universidade de Londres e autor do livro "The Precariat: The new dangerousclass" (2011). 
Tal termo é a combinação do adjetivo "precário" e do substantivo "proletariado", que identifica uma classe emergente no mundo todo, composta por pessoas que levam uma vida de insegurança, sem empregos permanentes, garantias trabalhistas, normalmente fazendo trabalhos que não garantem dignidade ou satisfação pessoal. 
5- COMO SURGIU A UBER?
Esta empresa é uma startup, que nada mais é que um grupo de pessoas iniciando uma empresa com extrema incerteza dos resultados, somente aprimorando idéias e negócios já existentes. Neste caso, esta empresa decidiu aprimorar o ramo do transporte de passageiros em todo o mundo. A empresa surgiu e se popularizou ao oferecer carros com serviços análogos aos dos táxis.
Muitas pessoas se perguntam: “Mas como surgiu essa idéia?”
Segundo o que contam os desenvolvedores, eles estavam em Paris, em uma festa e, quando quiseram ir embora, não conseguiram chamar um táxi, daí, segundo eles, surgiu a idéia de fazer com que os passageiros chamem um motorista particular pelo celular!!
Depois de muito trabalho, tais desenvolvedores conseguiram lançar a empresa em 2009, primeiro a chamando de Ubercar. O aplicativo era tão inovador que usava o GPS para mostrar a localização do passageiro. 
A primeira idéia é que o aplicativo fosse usado somente por motoristas que possuíam carros de luxo, porém, foi desenvolvido até que chegasse na condição que conhecemos hoje. Este serviço era tão único e luxuosoque mesmo que fosse mais caros que táxi, as pessoas continuavam usando, afinal, quem não gosta de um luxo e conforto, não é mesmo? 
Como podemos perceber, o principal objetivo destes desenvolvedores, sempre foi a praticidade, podendo pedir sem sair de casa ou de qualquer outro lugar e, ainda sem precisar de dinheiro nas mãos, já que você pode cadastrar um cartão para pagar. 
Logo depois do primeiro ano, começaram a surgir os interessados nessa nova idéia, assim, com mais dinheiro e oportunidades, esse aplicativo foi se expandindo para outras localidades. O grande salto da startup foi criar a Uber X, nesta modalidade, qualquer proprietário de carro, pode se tornar um motorista, o que também melhorou os preços.
Vale ressaltar, para muitas pessoas que não entendem, que a Uber não possui carros ou motoristas, ela funciona com parceiros que se cadastram no aplicativo e, ainda, para garantir a qualidade do serviço, a Uber disponibiliza uma avaliação de cada motorista, tendo uma escala de 0 a 5, só permanecem neste os motoristas que conseguem pelo menos 4,6. Pode ocorrer o desligamento da plataforma daquele trabalhador que venha a ter uma avaliação ruim ou alguma reclamação sobre o trabalho que foi feito, e, também através do controle do tempo de trabalho, que se dá com a inicialização do aplicativo, proporcionando algumas vantagens para aqueles que tiverem um número determinado de corridas ou que trabalharem em determinados horários.
Além das notas dadas aos motoristas, a Uber trabalha com um esquema muito famoso hoje em dia, o esquema de “mimos”, no qual a empresa oferece presentes aos passageiros, de forma a ganhar fidelidade, presentes esses como água e balinha disponíveis nos carros e tem até desconto para usuários que trouxerem mais clientes para a startup. 
Hoje, além dos serviços de viagens, passaram a ser utilizados como serviços de entrega de comida, aluguel de bicicletas e patinetes entre outros.
As manutenções, como o combustível e a reposição de peças desgastadas e/ou que estragam pelo uso, são de responsabilidade do(a) trabalhador(a). Já no caso daqueles/as que prestam serviços com bicicletas, muitas vezes, chegam a alugá-las através dos próprios sistemas de aplicativos para poder trabalhar.
Consta que a primeira corrida de Uber no mundo foi em 05 de Julho de 2010, sendo voltada somente para carros luxuosos, porém, nos dias de hoje ela abrange muito mais países, de acordo com as informações disponibilizadas pela companhia do aplicativo, atualmente a plataforma conta com 75 milhões de usuários, 3 milhões de motorista parceiros e realiza cerca de 15 milhões de viagens por dia .
6- COMO FUNCIONA O LUCRO DA EMPRESA? 
Tal aplicativo funciona como um sistema de comissões. A cada corrida realizada por um motorista, uma parcela do valor pago pelo passageiro vai para a empresa. 
A Uber retém parte do preço pago pelo cliente, sendo que o trabalhador fica responsável pela disposição de sua força de trabalho e pelos custos do bem usado, sendo eles: manutenção do carro, gasolina, seguro e impostos. 
7- VANTAGENS DA UBERIZAÇÃO
Primeiramente, temos como vantagem a estimulação da concorrência, pois todos sabemos que por muitos anos, se teve um monopólio enorme ao redor do mercado de transporte. Os táxis eram o único serviço particular oferecido a quem não queria consumir o transporte público, com a chegada do aplicativo exposto, teve-se mais uma opção e o monopólio dos táxis foi colocado em jogo. Este também traz oportunidades para mais aplicativos concorrentes, que podem, ainda, trazer melhor custo.
Logo em seguida vemos outra vantagem do aplicativo, que é o envolvimento de menos burocracia, antes a pessoa precisava ir até o local para ver se era contratado e, hoje, basta se cadastrar no celular. Este aplicativo garante maior eficiência, pois utiliza de um recurso chamado geolocalização, que permite que o passageiro veja o colaborador mais próximo dele, sem precisar esperar. 
Outra vantagem é a que mais desperta a vontade de trabalhar dos motoristas, pois como são colaboradores, não têm contrato firmado entre as partes, não precisado, assim, cumprir horários ou realizar determinada quantidade de corridas, podendo os colaboradores realizar mais de uma função. 
8- A CHEGADA DA UBER NO BRASIL
Com o sucesso do aplicativo e a sua tecnologia inovadora, a Uber finalmente chega ao Brasil, em 2014. A primeira cidade brasileira a receber o aplicativo foi o Rio de Janeiro, em seguida, foi em São Paulo, Belo Horizonte e Brasília.
Atualmente contando com mais de 500 cidades brasileiras, incluindo todas as capitais e principais regiões metropolitanas, gerando economia e trabalho para os brasileiros, buscando sempre comodidade e praticidade tanto pra quem é parceiro (motorista) quanto pra quem é usuário (passageiros), representando uma forma flexível para gerar renda, tendo mais de 10 opções de serviços exclusivos do aplicativo, contando desde transporte executivo ou público quanto a transporte de comida ou de cargas. A Uber não se considera uma plataforma de transporte e sim uma plataforma de tecnologia que facilita a mobilidade, pelo fato de conectar motorista aos usuários.
9- VÍNCULO ENTRE UBER E MOTORISTAS 
Para primeiro caracterizar esse vínculo, precisamos dar significado a algumas situações. 
Primeiramente, vamos dizer sobre a diferença entre trabalho e emprego, apesar de em muitas situações as pessoas as usem igualmente, referidas expressões têm significados diferentes. Enquanto a expressão trabalho caracteriza objetivos e realizações na vida profissional sem nenhuma necessidade financeira, emprego tem a ver com a mera maneira de conseguir renda. 
Desta feita, muitas pessoas têm a opinião de que a relação da Uber com seus motoristas é uma relação de emprego, visto que as pessoas entram no aplicativo para buscar uma renda em um país tão difícil de se trabalhar. 
Como a startup é um sucesso inegável atualmente, juto com toda essa fama vem também os problemas e, um deles e o talvez mais citado, é a relação da empresa para com os motoristas. Hoje, existem muitos julgados relatando problemas em que os motoristas exigem seus direitos, porém, a empresa mora dizendo que não possui nenhum vínculo empregatício com os motoristas, que eles são de certa forma independentes. 
Já vimos neste estudo a maneira como a empresa Uber se desenvolve internamente, porém o objetivo deste é esclarecer se há ou não o vínculo empregatício.
Para melhor compreender essa relação, primeiro, precisamos levar em consideração os requisitos de uma relação de emprego, que estão presentes na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e ver se os motoristas se encaixam.
Temos na CLT em seu artigo 3º: 
“Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.”
Logo, temos que para configurar uma relação de emprego, são necessários que sejam preenchidos 5 requisitos, cumulativamente:
· PESSOALIDADE 
Este significa que o trabalhador foi contratado por suas próprias habilidades pessoais, ou seja, se este trabalhador não puder ir trabalhar no dia, ele não pode ser substituído por outra pessoa.
· PESSOA FÍSICA 
Este quer dizer que o trabalho deve ser feito por uma pessoa física, ou seja, não há relação de emprego entre pessoas jurídicas. Há empregadores, ainda, que mandam seus funcionários abrirem CNPJ para reduzir custos e desconsiderar a relação de emprego, porém, isso é uma fraude e pode ser rebatida na Justiça do Trabalho. 
· NÃO EVENTUALIDADE
Também conhecida como habitual, quer dizer que o trabalho tem que ser prestado de maneira habitual, ou seja, tem que ser permanente, contínuo, o empregado não pode trabalhar só quando desejar. 
· ONEROSIDADE 
Este quer dizer que em troca da força de trabalho do empregado, o empregador deve pagar salário, sendo obrigatório. 
· SUBORDINAÇÃO JURÍDICA 
Este é considerado o elemento primordial para se ter uma relação de emprego. Este se trata do poder diretivo que o empregador tem, ou seja, o empregador dirige, fiscaliza ecoordena a prestação do serviço. É necessário que haja um controle de horários, imposição de ordens e regras, aplicação de suspensões, entre outros. 
Depois de vermos os requisitos, logo já entendemos que no caso dos motoristas do aplicativo Uber, não temos o requisito considerado primordial que é a subordinação jurídica, pois, a referida empresa não dá ordens aos seus motoristas e, muito menos coordena a prestação de serviço e, também, não temos a habitualidade, já que os mesmos podem controlar seus horários e dias de serviço. 
No caso deste aplicativo, temos motoristas praticamente independentes, que instalam o aplicativo e trabalham na hora e quando bem entender, fazendo a quantidade de corridas que quiser, sendo considerado um serviço terceirizado. 
Isso não quer dizer que a empresa Uber não estabelece regras, ela estabelece, porém, como estudado, essas regras são obrigações contratuais que não se confundem com subordinação jurídica. 
Claro, que existem muitos entendimentos, mas é basicamente a falta de subordinação por parte dos empregados que descaracterizam o vínculo empregatício. 
Resumindo: os trabalhadores do Uber são seus empregados, mas não reconhecidos como tal, ficando a empresa desobrigada de seus deveres como empregadora, acarretando isenção de responsabilidade quanto aos direitos mínimos garantidos aos trabalhadores desde a consideração das Leis do Trabalho CLT, que, dentre outras coisas, resguarda o bem-estar do trabalhador. Além disso, os motoristas arcam com todos os riscos da atividade profissional exercida, ou seja, acabam ficando completamente desamparados pela legislação.
O que podemos notar uma certa exploração do trabalho do motorista, não é mesmo?
10- PRECARIZAÇÃO NAS RELAÇÕES DE EMPREGO DA UBER
Temos que hoje em dia, alguns autores dizem que o sistema de uberização precariza as relações de emprego, transformando tudo em uma escravidão moderna. Este estilo leva o motorista a pensar que é livre e autônomo, como se fosse empreendedor, porém, é um marketing Fordista, e a realidade é que a empresa mantenha trabalhadores até que toda a capacidade de produzir tenha se esgotado. Este método prioriza as oportunidades imediatas, esquecendo totalmente projetos de vida e sonhos. 
Temos um autor que explica bem como um salário por oportunidades imediatas, por produtividade, pode ser negativo:
"O efeito líquido é a individualização dos salários e o incremento da competição entre trabalhadores, além da percepção distorcida de que tal ganho é o correspondente fiel do esforço empreendido por cada uma em sua especificidade produtiva, entendido aquele como o conjunto agregado e indissociável, na pessoa, de vários componentes: dispêndio de energia, cuidado, treinamento, dedicação e investimento subjetivo na execução da tarefa. (SILVA, Leonardo Mello, 2010, P. 65)."
A precarização quer dizer também que o motorista produz seu dinheiro, vendendo sua mão de obra com seu meio de produção (carro) para todas as pessoas que precisarem, vendem até mesmo seu tempo, já que querendo mais dinheiro, trabalham demais, porém, como vender uma coisa que não se tem controle?
Os motoristas não têm salários fixos e nem garantias, só trabalham mais e mais para no fim do mês conseguirem pagar as contas, desenvolvendo pressão psicológica e muitas vezes problemas de saúde. 
Muitas vezes as empresas querem se isentar da responsabilidade de seus riscos, e isso é o que acontece com esta citada, já que, por diversas vezes, negou vínculo empregatício com motoristas, então quem assume os riscos são os próprios motoristas, causando riscos democráticos, já que os riscos representam a principal característica do trabalho precário. 
As acusações contra essas empresas vão desde falta de segurança para os usuários até concorrência desleal e sonegação de impostos. O que já era de se esperar!
No entanto, trata-se de uma realidade que vem se expandindo no mundo todo, principalmente no Brasil.
É muito preocupante diante da concorrência que existem nesses ramos, havendo diversas empresas-aplicativo que conseguem reduzir cada vez mais a tarifa de seus serviços às custas do trabalhador, que não vê outra alternativa no mercado de trabalho que não seja aumentar ainda mais as horas de trabalho para proporcionar um sustento próprio e de sua família, o que é um absurdo se analisarmos as leis trabalhistas e normas que estabelecem um máximo de horas para cada trabalhador.
11- CONCLUSÃO
Concluindo, os motoristas deste aplicativo têm autonomia e flexibilidade que são incompatíveis com o vínculo empregatício. 
Para embasar este estudo, temos a opinião do ministro Ives Gandra Martins Filho que afirma: 
“Já existe autonomia ampla do motorista para escolher dia, horário e forma de trabalhar, podendo desligar o aplicativo a qualquer momento e pelo tempo que entender necessário, sem nenhuma vinculação a metas determinadas pela Uber.” 
O mesmo ainda relata: 
“Não cabe ao Judiciário criar conceitos que não estão na lei para tentar encaixar novas relações de trabalho nos requisitos para o vínculo de emprego, como a habitualidade e a subordinação jurídica”. 
O ministro ainda ressalta a quantidade de pessoas que nesta pandemia estavam desempregadas e, hoje, têm uma fonte de renda fácil e acessível através do Uber, mostrando a capacidade destes aplicativos de gerar trabalho e atividade econômica, que pode ser frustrada se for enquadrada equivocadamente em moldes antiquados. 
Como vimos neste, a uberização trouxe consigo muitas vantagens para os serviços oferecidos via aplicativo. Com o grande sucesso alcançado pela Uber, muitos outros aplicativos foram criados e desenvolvidos utilizando-se do mesmo modelo de negócios.
E, como mostrado neste estudo, muitos trabalhadores enfrentam dificuldades e barreiras para realizar o seu exercício laboral, o que deveria ser uma liberdade financeira, se tornou uma prisão em semiaberto, onde há sempre impedimentos que dificultam uma vida financeira estável e segura. 
12- ENTENDIMENTOS DOUTRINÁRIOS E JURISPRUDENCIAIS 
No que tange ao suposto vínculo empregatício tratado no presente trabalho, na relação da Uber (Plataforma tecnológica) e os motoristas, observa-se algumas decisões nos tribunais nacionais e internacionais relacionadas ao tema. Como:
Uma recente decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) entendeu não haver relação trabalhista entre um motorista e a Uber. Em face disso, não caberia à empresa arcar com custos típicos deste tipo de vínculo. A decisão reforça a jurisprudência sobre o tema no Brasil e pode servir de referência para outros processos semelhantes.
Referente a ação a qual incidiu a decisão cita à cima, o motorista exigia o pagamento de verbas rescisórias, horas extras, dano moral e danos materiais (custos com gasolina e reparos do veículo), além de recolhimentos previdenciários, juros e correção monetária. A relatora do processo, desembargadora Maria de Lourdes Antonio, entende que a legislação trabalhista regida pela CLT exige “o reconhecimento do vínculo de emprego”, algo que ela não observou no caso.
Entretanto a mesma reconhece a Uber como uma mera plataforma tecnológica que faz a intermediação entre usuários e autônomos. Segundo Maria de Lourdes, quem presta o serviço de transporte é o motorista e não a Uber. Além dos critérios técnicos de funcionamento da empresa de transportes, a magistrada levou em conta o depoimento do motorista.
Lourdes Antonio relatou que o controle nos pagamentos é “uma característica do novo modelo de negócio” e o sistema de avaliação é uma “mera ferramenta de feedback”. Em sua avaliação, o fato de poder cancelar (ou simplesmente não aceitar) viagens e controlar a jornada de trabalho já seriam suficientes para descaracterizar o vínculo empregatício.
No que tange aos tribunais Internacionais, observa-se uma ótica diferente quanto ao assunto, como no Reino Unido a Uber foi obrigada a registrar motoristas. Entretanto a decisão da 17ª turma do TRT-2 vai na contramão da recente decisão da Suprema Corte do Reino Unido, que reconheceu a relação de trabalhoentre motoristas associados e o aplicativo de transporte. Por lá, os motoristas da Uber foram classificados como trabalhadores e, por isso, terão direito a salário mínimo e férias pagas.
Com isso a justiça britânica elencou cinco pontos que fazem com que a empresa tenha vínculo com seus motoristas — são eles: controle sobre as tarifas cobradas; termos de contrato com o passageiro; penalização para o motorista que recusa muitas viagens; punição para avaliações negativas; e restrição na comunicação com o passageiro.
No entanto, a desembargadora destacou que tal fato se dá em virtude do Reino Unido, assim como os Estados Unidos da América, seguirem a tradição do sistema da common law, cuja característica principal é a quase ausência de normas escritas, sendo que a fonte principal do direito são os costumes, firmados pelos precedentes dos tribunais, enquanto a República Federativa do Brasil segue o sistema da civil law (família romano-germânica), com regras escritas de direito, pelo que é completamente irrelevante a decisão da Corte Trabalhista do Reino Unido para a discussão da relação jurídica havida entre as partes, que é regida pelas normas de direito interno, sob pena de ofensa ao princípio da legalidade (art.5º, II, da CRFB/88)”.
Contudo, entendemos que em face dos diferentes costumes, princípios e formas de utilização das normas adotadas por ambas nações citadas á cima, ocorre essa discrepância de entendimento, a qual não conseguiríamos linkar ao nossos. Fato que vai contra aos modos operantes de aplicação das leis regidas pela CLT e CF em nossos tribunais.
O TST confirmou que não existe vínculo empregatício entre a Uber e os motoristas parceiros. De forma unânime, a 4ª Turma do Tribunal negou provimento ao recurso de um motorista independente que tentava reverter sentença da segunda instância que já havia negado o pedido de vínculo empregatício. 
	Em decisão recente, publicada pelo site JuriNews (12-05-2021) temos que a Justiça determinou, mais uma vez que não existe vínculo empregatício entre Uber e motoristas. A 5º Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) ressaltou que não há elementos que mostrem que ambas as partes possuem relação de emprego. Com isso, o TST negou provimento de um recurso de um motorista contra a decisão do TRT-RJ. O motorista pedia vínculo empregatício e o pagamento de compensações vinculadas ao período de 2016 a 2018, no qual trabalhou ativo no aplicativo.
	O relator, ministro Breno Medeiros, mostrou a “ausência de elementos caracterizadores da relação de emprego”. Ele ainda mostra que o motorista disse que podia decidir quando ligar ou não o aplicativo e para quem prestar seus serviços. O magistrado ressaltou, ainda, que o modelo dessa relação Uber-motorista é mundialmente conhecida. 
O ministro afirma em seu voto:
“O intento de proteção ao trabalhador não deve se sobrepor a ponto de inviabilizar as formas de trabalho emergentes, pautadas em critérios menos rígidos e que permitem maior autonomia na sua consecução, mediante livre disposição das partes, o que ocorre no caso dos autos”.
Esta já é a quarta vez que o TST decide contra o vínculo empregatício entre Uber e motoristas. O tribunal já tinha apresentado entendimentos muito parecidos em fevereiro e setembro do ano passado, e em março deste ano.
13- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
_________. JUSBRASIL. Disponível em <https//www.nicoleblum.jusbrasil.com.br/artigos/587286515/a-in-existencia-de-relacao-de-emprego-dos-motoristas-do-uber> Acesso em 08 MAI 2021
_________. MEGA JURÍDICO. Disponível em < https://www.megajuridico.com/quais-sao-os-requisitos-da-relacao-de-emprego> Acesso em 08 MAI 2021
_________. DIREITO NET. Disponível em < https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/9540/Dos-elementos-caracterizadores-da-relacao-de-emprego> Acesso em 08 MAI 2021
_________. PERIÓDICOS UFPA. Disponível em < https://periodicos.ufpa.br/index.php/complexitas/article/view/8047> Acesso em 09 MAI 2021
_________. Catho. Disponível em < https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/carreira/trabalho-e-emprego-voce-conhece-a-diferenca-entre-os-dois> Acesso em 09 MAI 2021
_________. JuriNews. Disponível em < https://jurinews.com.br/direitos-fundamentais/uber-e-motoristas-nao-tem-vinculo-empregaticio-diz-decisao-do-tst> Acesso em 12 MAI 2021
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