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ATIVIDADE DISCURSSIVA
Vistos como ineducáveis considerados como inúteis à coletividade, os surdos enfrentavam o preconceito, a piedade, o descrédito, e até mesmo a denominação de loucos até meados do século XVI. O monge beneditino Pedro Ponce de Leon (1510-1584),desenvolveu uma experiência educacional com os surdo, atuando no mosteiro beneditino de São Salvador, em Oña, sendo reconhecido como o primeiro professor de surdo. Ele conseguiu ensinar a linguagem articulada aos surdos, mas destinada apenas aos filhos surdos de ricos e nobres, os quais teriam que ter, em alguns casos, conhecimentos para administrarem os bens da família, consequentemente, garantindo a continuidade de seus bens. Mesmo que se tenha considerado essa experiência educacional satisfatória, rompendo-se com a lógica dominante, esta obteve pouca repercussão na época. Foram enviados ao mosteiro, apenas, os filhos das famílias que faziam parte da nobreza espanhola para receberem atendimento educacional e os surdos que não pertenciam à elite social da época viviam em verdadeira miséria, sofrendo a falta de trabalho e o isolamento social. a metodologia utilizada por Ponce de León foram perdidos, sobrando apenas relatos de terceiros e uma folha manuscrita redigida pelo próprio monge. Sabemos que ele trabalhava com rótulos, nomes escritos pregados em tudo, indicações de palavras escritas para associar à pronúncia da mesma. Conforme testemunhas oculares, o monge utilizava o alfabeto manual, que seria “um modo de soletrar no ar, formando letras com os dedos". Ele também realizou a divulgação de uma metodologia fonética de alfabetização, que diminuía o alfabeto para 21 sons, resolvendo o problema de ensinar os nomes das letras ("Aleph" para "A", por exemplo), e assim, valorizando a representação sonora de cada elemento gráfico.
No século XVIII, surgem vários educadores de surdos, que desenvolveram várias metodologias, como consequência desta preocupação, em 1870, o abade Charles Michel L’Epee fundou, em Paris, um asilo para pessoas surdas. Para o abade, o essencial na Educação de Surdos era a possibilidade que possuíam em aprender a ler e a escrever por meio da Língua de Sinais, pois essa seria a melhor maneira de expressarem as suas ideias, devido a mesma ser a essência de seu processo pedagógico. Abade de L’Epee verificou que eles desenvolviam uma comunicação muito satisfatória por meio do canal viso-gestual. Com base nesta observação, desenvolveu um método educacional, denominado de "sinais metódicos", apoiado na linguagem de sinais da comunidade de surdos. O processo de aprendizagem proposto previa que os educadores teriam que aprender os sinais com os surdos, com o objetivo de ensinarem a língua falada e a escrita do grupo socialmente majoritário, isto é, dos ouvintes. Desta forma, neste período vimos surgir a Língua de Sinais, como meio de favorecer o ensino da língua falada.
Em 1775, L'Epée fundou a primeira escola pública para o ensino da pessoa surda, em Paris, onde professores e alunos utilizavam-se dos sinais metódicos, sendo seus trabalhos divulgados em reuniões periódicas com objetivo de discutir os resultados obtidos. Para L'Epée a linguagem de sinais seria a língua natural dos surdos e, por meio dela, poderia desenvolver o pensamento e a comunicação. Sua escola, em 1791, tornou-se o Instituto Nacional para Surdos-Mudos em Paris. 
O Congresso de Milão, em 1880, foi um momento obscuro na História dos surdos, uma vez que lá um grupo de pessoas a maioria de ouvintes tomou a decisão que a língua oral seria utilizada na educação e no ensino de surdos, substituindo-a língua de sinais/gestuais (o comité do congresso era unicamente constituído por ouvintes.).Em consequência disso, o oralismo foi a técnica preferida na educação dos surdos durante fins do século XIX e grande parte do século XX.