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Produção de Mudas de Cafeeiro

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4. Produção de mudas de cafeeiro
Histórico:
O substrato padrão para produção de mudas de cafeeiro em saquinhos de polietileno segue a
mistura (para um metro cúbico de substrato):
 - 700 litros de terra de barranco (subsolo) peneirada
 - 300 litros de esterco de curral curtido e peneirado
 - 5 quilos de superfosfato simples
 - 0,5 quilos de cloreto de potássio
Ultimamente, a produção de mudas de cafeeiro em tubetes de polietileno ou mesmo em
bandejas de poliestireno (isopor), tem tido boa aceitação, e para tanto pesquisas têm sido realizadas
com o objetivo de sanar dúvidas ainda existentes nesse tipo de produção de mudas.
Padrões de Sementes
As sementes deverão ser oriundas de frutos que se encontravam no estádio "cereja" por
ocasião da colheita, sendo em seguida despolpados, degomados e secas inicialmente ao sol e depois
à sombra. Cuidados deverão ser tomados para que durante o processamento das sementes não
ocorram misturas no lavador, despolpador e tanque de fermentação.
A unidade básica de produção de sementes deverá conter no mínimo: armazém, balança,
despolpador, tanque de fermentação, terreiro para secagem. As embalagens deverão permitir o
arejamento das sementes a serem usadas ou comercializadas.
Padrões do Viveiro
A escolha do local do viveiro de mudas de cafeeiro é também fator importante na produção
de mudas sadias e vigorosas: Deve ser localizado em área de fácil acesso: é importante ter acesso
livre e fácil para se chegar e sair do local de produção de mudas. Desde o transporte de materiais
como terra, esterco, fertilizantes e materiais de construção do viveiro, até a retirada das mudas,
retirada essa que é feita em época de chuvas freqüentes e o transporte deve ser facilitado.
O local do viveiro deve também ser bem ensolarado e bem drenado, pois disto dependerá o
pleno desenvolvimento das mudas sem ataques severos de doenças de maior proliferação em
ambientes úmidos como a Rhizoctoniose e bacterioses.
O local deve ser cercado para evitar a entrada de animais domésticos, muito comuns nos
locais de produção de mudas. Para se evitar umidade excessiva e mesmo o abrigo de pragas e
doenças, recomenda-se que deva haver uma faixa lateral de no mínimo 5 metros além do viveiro,
livre de qualquer vegetação ou entulho. Dispor de proteção contra enxurradas, com valas profundas
ou cordões altos junto de toda a área. Essa medida visa isolar a área na medida do possível, quanto a
contaminação por nematóides e por plantas daninhas. Os canteiros deverão ser identificados com
numeração seqüencial e caracterização de linhagens. Não é permitida a instalação de viveiros de
mudas de cafeeiro abaixo de lavouras de café e em terrenos infestados com plantas daninhas de
difícil eliminação como a tiririca. Lembramos também que o declive do local deve ser suave, a fim
de facilitar o encanteiramento das mudas e no caso da produção de mudas de ano, o local deve ser
alto e livre de possíveis geadas, pois as mudas permanecerão no viveiro no período frio do ano.
Padrões de Mudas
As sementes para utilização na formação das mudas devem ser, comprovadamente, oriundas
de produtores credenciados na Entidade Fiscalizador. Para tanto, o IMA tem registrado campos de
produção de sementes que são fiscalizados periodicamente.
As mudas devem ser obrigatoriamente, oriundas do processo de semeadura direta. Essa
exigência se deve ao fato de que a semeadura indireta, se feita por mão de obra pouco treinada,
pode trazer problemas futuros à lavoura cafeeira, como o "pião torto".
Por ocasião da comercialização, as mudas devem ter, no mínimo 3 pares de folhas
verdadeiras para mudas de meio ano, e no máximo 13 pares para mudas de ano.
Será também, permitida a comercialização de mudas podadas, desde que apresentem vigor e
crescimento semelhantes ao de uma muda normal.
As mudas devem estar totalmente aclimatadas e isentas de pragas e moléstias consideradas
impeditivas pelo regulamento da Defesa Sanitária Vegetal.
As mudas de meio ano devem ser embaladas em saquinhos de polietileno perfurados na sua
metade inferior, com no mínimo 9 centímetros de largura e 18 centímetros de altura.
Permite-se o comércio de mudas produzidas em tubetes, desde que apresentem vigor
semelhante ao do sistema tradicional.
Fiscalização de Mudas
Afim de manter o padrão das mudas produzidas, o IMA procura fiscalizar os viveiros de
mudas, que deverão ser registrados no referido órgão. A fiscalização, além de verificar o
cumprimento dos padrões, promove a coleta de raízes em mudas para análise de: Mudas com
sistema radicular defeituoso e presença de nematóides.
Viveiros de Mudas
Atualmente as mudas são produzidas em viveiros com o uso de saquinhos de polietileno ou
tubetes, para posteriormente serem levadas ao campo. O processo de produção por saquinhos
possue algumas características gerais, como:
- Os canteiros devem ter no máximo 1,2 metros de largura por 20 metros de comprimento,
pois medidas superiores dificultariam os tratos culturais como capinas, irrigações, pulverizações e
desbaste.
- O encanteiramento das mudas feitas com o uso de saquinhos plásticos, deve ser o mais
vertical quanto possível, afim de se possibilitar o perfeito desenvolvimento do sistema radicular,
sem que esse toque as laterais dos recipientes. Os saquinhos são colocados em canteiros delimitados
por bambus rachados ou não, que são amarrados a estacas cravadas ao chão e entre si, até uma
altura de cerca de 15 cm do solo.
- Os corredores (circulação), devem ter de 40 a 60 cm de largura e nunca devem coincidir
com as colunas de sustentação da cobertura, o que dificultaria o livre trânsito.
- A cobertura deve proporcionar uma insolação de 50%, até a época da aclimatação das
mudas.
O processo de produção por tubetes possue algumas características gerais, como:
- Os tubetes são colocados sobre "bancadas" a uma altura aproximada de 80 cm do chão, que
podem ser de telas de arame, ou arame esticado, a fim de facilitar o trabalho com as mudas.
- O substrato mais usado para esse tipo de muda ainda é o produto comercial denominado
plantimax - café com adição de fertilizante de liberação lenta (osmocote), na dosagem de 1g/tubete. 
a - Tipos de viveiros
Atualmente são utilizados 2 tipos de viveiros para produção de mudas de cafeeiro, o de
"cobertura baixa " e o "de cobertura alta " 
Viveiros de cobertura baixa: Nesses, a cobertura é individual para cada canteiro a uma altura de
aproximadamente 70 a 90 cm. São normalmente construções de baixo custo, com aproveitamento
de materiais da propriedade como: Bambu, capim elefante, e folhas de bananeira. Em volta dos
canteiros são fixadas estacas de " madeira roliça", com uma forquilha, onde é apoiada a cobertura.
Esse tipo de viveiro é pouco usado, pois apesar de seu baixo custo, dificulta muito o manejo
como irrigações, capinas e desbaste, necessitando de remoção contínua da cobertura. Outra
desvantagem desse tipo de viveiro é a pouca proteção oferecida às mudas das laterais dos canteiros,
que ficam mais sujeitas à insolação e ao ressecamento.
Viveiros de cobertura alta: Nesse tipo de viveiro, a cobertura fica a uma altura de 1,8 a 2,0 metros,
permitindo assim o livre trânsito de pessoas e facilitando os tratos culturais, manejo e a retirada das
mudas, sem a necessidade de se retirar a cobertura como ocorre no tipo cobertura baixa.
O material a ser utilizado nesse tipo de viveiro pode ser de maior ou menor durabilidade
conforme a disponibilidade. Se a opção for por materiais mais duráveis, usa-se mourões que podem
ser de madeira ou concreto, cobertura de ripado ou tela plástica (sombrite 50%); se por materiais de
menor custo, mourões de bambu gigante e cobertura de capim elefante ou outro material disponível
na propriedade.
Construção do viveiro
Como atualmente o tipo de viveiro mais utilizado ainda é o de cobertura alta, com produção
de mudasem saquinhos de polietileno, comentaremos aqui apenas sobre esse tipo de construção.
Cálculo da área do viveiro:
A construção do viveiro passa inicialmente pela escolha do local mais adequado da
propriedade, como foi visto anteriormente em "padrão do viveiro". Em seguida o viveirista deve
definir a área necessária para essa construção. Logicamente, o viveiro deve ser dimensionado
dependendo do tipo de mudas que se quer produzir, bem como o número desejado de cada tipo
dessas ("mudas de meio ano" ou "de ano"), além de se reservar o espaço para circulação interna.
Para tanto, usa-se alguns índices para o cálculo da área total a ser ocupada com o viveiro, ou seja, a
área necessária para as mudas mais aquela necessária para a circulação interna: 150 mudas/m2 no
caso de mudas de meio ano (saquinhos com dimensões de 9 a 11 cm de largura por 18 a 22 cm de
comprimento) e 120 mudas/m2 no caso das "de ano"(saquinhos com cerca de 15 cm de largura por
25 cm de comprimento).
Cobertura do viveiro de mudas:
Se for construída por ripas de madeira ou materiais como capim elefante, a cobertura deve
ser orientada no sentido norte-sul para que ao longo do dia, a insolação seja melhor distribuída com
o caminhamento do sol.
Enchimento de saquinhos 
Os saquinhos devem ser bem compactados após seu enchimento, sendo que o substrato
ultrapasse os bordos superiores do mesmo. Assim se evita destorroamentos ou quebra dos torrões
durante o manuseio das mudas e também, possibilitando a perfeita acomodação do substrato após as
regas, sem que haja dobra dos bordos dos saquinhos impedindo a irrigação dos mesmos.
O encanteiramento das mudas deve ser feito de forma que os saquinhos sejam colocados na
posição vertical e de forma organizada para facilitar a contagem dos mesmos durante a retirada das
mudas do viveiro.
Semeadura
Existem basicamente, dois tipos de semeadura em viveiros: a semeadura direta e a indireta,
sendo que atualmente, o Instituto Mineiro de Agropecuária proíbe o uso do segundo, por razões que
iremos apontar.
a) Semeadura direta:
A semeadura diretamente nos recipientes, é feita após se perfurar a superfície da terra que
enche os recipientes (essa deve estar úmida), com o auxílio de um perfurador de madeira.Em
seguida as sementes são colocadas nas perfurações que devem ser uniformes (cerca de 1,5 cm), para
que a germinação possa se dar de forma homogênea no viveiro. Após o semeio, cobre-se as
sementes que, normalmente são colocadas duas a duas nos recipientes para desbaste posterior, com
o próprio substrato usado no enchimento dos saquinhos, ou com areia de rio.
A semeadura direta pode também ser realizada manualmente, empurrando as sementes com
o dedo indicador com a terra dos saquinhos bem seca, mas corre-se o risco de desuniformidade de
profundidade de semeio e consequentemente de germinação.
No caso da semeadura direta, deve-se atentar para o fato de que, um quilo de sementes têm
em média 4.000 a 6.000 sementes, ou seja, 1 Kg é suficiente para o semeio de 2.000 a 3.000 mudas
com 2 sementes por saquinho.
b) Semeadura indireta
A semeadura indireta, apesar de ser proibida pelo IMA será contemplada nesse trabalho para
efeito didático e se divide em: uso de sementes pré-germinadas e transplante para os recipientes de
plântulas nos estádios de "palito de fósforo "ou "orelha de onça ".
Esse tipo de semeadura já foi muito usado pelos viveiristas com o objetivo de acelerar o
processo de germinação de sementes de cafeeiro. Essa preocupação se deve ao fato que as sementes
de cafeeiro perdem muito rapidamente seu poder germinativo após 6 meses de armazenamento em
condições naturais e, não podendo portanto utilizar sementes do ano anterior, os viveiristas somente
podem efetuar o semeio após o mês de junho, quando há disponibilidade de sementes no mercado.
Como as "mudas de meio ano "levam de 6 a 7 meses para sua formação, a disponibilidade de mudas
de cafeeiro somente acontece a partir do final do mês de dezembro e início de janeiro, perdendo-se
portanto grande parte do período chuvoso do ano. Com a semeadura indireta, ganha-se cerca de 30
dias no período de formação das mudas, pois as sementes são submetidas a temperaturas mais
elevadas e regas constantes.
No caso do uso de sementes pré germinadas, essas são colocadas a germinar em
germinadores de areia (um quilo de sementes por metro quadrado entre dois pedaços de sacos de
aniagem), até que ocorra a protusão das radículas, para então serem colocadas nos recipientes com o
substrato indicado.
No caso da opção pelo transplantio de "palitos de fósforo "ou "orelhas de onça", somente
ocorre o transplante para os recipientes, quando as plântulas atingem os estádios acima referidos.
O motivo pelo qual a semeadura indireta não é recomendada se deve ao fato de que, no caso
das sementes pré-germinadas pode haver lesões nas radículas afetando a germinação. No caso de
transplante de "palito"ou "orelha de onça", há o grande risco do comprometimento da futura lavoura
por má formação do sistema radicular ("pião torto" ou "garfo"), principalmente com o uso de mão
de obra não treinada.
Condução das mudas no viveiro
Irrigações:As mudas devem ser regadas constantemente, para que o substrato se mantenha
próximo a capacidade de campo. Uma maneira prática de se determinar a necessidade de regas, é
utilizando-se o dedo indicador, que passado sobre o substrato indicará a necessidade de regas se a
umidade existente não for necessária para sujá-lo.
Controle de plantas daninhas: Mais comumente, o controle de plantas daninhas em viveiro,
arrancando-as manualmente, assim que aparecem. Porém em viveiros de grandes dimensões, pode
ser necessário a utilização de herbicidas. Alves, Mendes e Guimarães (1996), indicam o uso do
herbicida oxyflurfen, na dose de 4 litros por hectare se aplicado até a fase de "palito de fósforo" das
mudas de cafeeiro, não afetando assim o desenvolvimento normal das mudas e proporcionando um
controle eficiente de plantas daninhas.
A escarificação às vezes se torna necessária devido à compactação da parte superior dos
"blocos das mudas", causadas por irrigações com regadores de crivos de maior diâmetro, ou pelo
uso de solos muito argilosos no substrato.
Adubações foliares: Normalmente, o fornecimento de micronutrientes via foliar em mudas
de cafeeiro em fase de viveiro não é necessária (Guimarães - 1994 e 1995), pois se o substrato
utilizado foi o considerado como padrão, a parcela de esterco de curral supre totalmente essas
necessidades. Porém, constatada a necessidade da aplicação de micronutrientes, essa pode ser feita
junto ao controle de pragas e doenças na dosagem de 0,2 a 0,3 % de sulfato de zinco, ácido bórico e
cloreto de potássio, adicionando-se ainda 30 ml de espalhante adesivo para cada 100 litros de calda.
Adubações suplementares com nitrogênio em cobertura: apesar de se encontrar na literatura
disponível, indicações de regas com fertilizantes nitrogenados, Guimarães (1995) mostra que tais
aplicações causam um maior desenvolvimento da parte aérea das mudas em detrimento de seu
sistema radicular, o que pode comprometer o "pegamento" e o desenvolvimento dessas. Porém, no
caso do uso dessas aplicações (substrato mal preparado), deve-se regar os canteiros com água pura,
imediatamente após as aplicações dos adubos nitrogenados, afim de se evitar queimaduras.
Podas em mudas passadas: é uma prática pouco utilizada, mas se bem conduzida pode
resultar um aproveitamento racional de mudas de cafeeiro. Carvalho e Caldani (1984), testando a
influência da altura e época de poda em condições de viveiro, chegaram a conclusão que o melhor é
a poda no mês de maio, na altura do terceiro ao quarto pares de folhas.
Aclimatação das mudas: após o aparecimento do segundo par de folhas verdadeiras, as
mudas devem ser submetidas ao processo denominado "aclimatação", que consiste em expor as
mudas à estresseshídricos e excessos de insolação (acima de 50%), gradativamente, até que possam
suportar as condições de campo. No final desse processo, ou seja, quando as mudas estiverem
prontas para serem levadas ao campo, a cobertura do viveiro deverá estar proporcionando apenas
cerca de 20 a 30 % de cobertura (70 a 80 % de insolação), apenas para proteger parcialmente as
mudas no caso da ocorrência de chuvas torrenciais ou de granizo.

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