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Didática da Língua Espanhola I

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Prévia do material em texto

2018
DiDática Da 
Língua EspanhoLa i
Profª. Elys Regina Zils
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Profª. Elys Regina Zils
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
468.24
Z69d Kielwagen, Carla Wille
 Didática da língua espanhola I / Elys Regina Zils. 
Indaial: UNIASSELVI, 2018.
 
 235 p. : il.
 
 ISBN 978-85-515-0129-0
 
 1.Lingua Espanhola. 
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
III
Hola, ¿Qué tal? En primer lugar, quiero darle la bienvenida a la 
enseñanza de español.
A disciplina de Didática da Língua Espanhola I é uma das disciplinas 
do curso de Língua Espanhola e é fundamental na formação de professores. 
Convidamo-lo a refletir sobre questões a respeito da educação e do ensino-
aprendizagem de língua estrangeira. A disciplina introduz elementos iniciais 
para quem está começando no ensino, criando uma base para a futura 
atuação na docência, mas também é interessante para quem já está em sala 
refletir acerca de sua prática.
Essa disciplina introduz diversas questões teóricas que embasam a 
disciplina de Didática da Língua Espanhola I. Na Unidade 1, discutiremos 
a respeito de assuntos referentes às concepções de educação importantes 
na formação de professores e que fundamentam as teorias de ensino e 
aprendizagem. Por ser uma disciplina teórico-reflexiva, estaremos chamando 
você a refletir e a analisar as concepções de educação e didática presentes ao 
longo do recorte histórico apresentado. Estamos falando de teorias que são 
fruto de implicações ideológicas e políticas do seu contexto histórico. 
A partir dessa disciplina, na Unidade 2 você refletirá sobre tendências 
pedagógicas que orientam diferentes concepções didáticas no ensino de 
língua estrangeira. No decorrer da nossa caminhada, você perceberá que 
a disciplina tem também um caráter prático, a fim de ampliar sua visão e 
proporcionar uma análise relacionada com a vida real e, assim, proporcionar 
um conhecimento mais significativo. Essas observações nos levarão a ver 
a implantação dessas tendências e a sua didática relacionada no contexto 
educacional das escolas brasileiras ao longo da história da educação de 
língua estrangeira neste país.
Na Unidade 3, você poderá refletir sobre diferentes questões que 
permeiam as práticas pedagógicas que vivenciará, com uma abordagem 
crítica da utilização das tecnologias do conhecimento e das ferramentas 
digitais de comunicação, tendo em vista especialmente a colaboração desses 
elementos para o ensino de língua e literatura em perspectiva cultural. 
Em nenhum momento daremos receitas e modelos prontos para a sua 
prática em sala de aula. Contudo, consideramos essa disciplina fundamental 
na sua formação como educador e profissional formado em Letras, pois você 
se sentirá mais confiante para atuar como um profissional que reflete sobre 
sua própria prática. Desse modo, sugerimos a você, caro acadêmico, que 
realize as autoatividades propostas, a fim de aumentar a sua compreensão 
dos textos e criar um diálogo com a sua realidade.
Bons estudos!
Profª. Elys Regina Zils
aprEsEntação
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda 
mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza 
materiais que possuem o código QR Code, que 
é um código que permite que você acesse um 
conteúdo interativo relacionado ao tema que 
você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, 
acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor 
de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa 
facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
VII
UNIDADE 1 – A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA ......................................................... 1
TÓPICO 1 – A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE ........................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE: CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO NUMA 
PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA ...................................................................................... 4
3 O ANTIGO EGITO E A EDUCAÇÃO ............................................................................................ 4
4 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A GRÉCIA ANTIGA ................................................... 6
4.1 ESPARTA E A EDUCAÇÃO ..................................................................................................... 7
4.2 A EDUCAÇÃO ATENIENSE .................................................................................................. 8
5 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO DE SÓCRATES, PLATÃO E ARISTÓTELES ................ 9
5.1 SÓCRATES E A EDUCAÇÃO .................................................................................................. 10
5.2 PLATÃO E A EDUCAÇÃO ....................................................................................................... 12
5.3 ARISTÓTELES E A EDUCAÇÃO ........................................................................................... 14
6 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A ROMA ANTIGA ...................................................... 16
6.1 A EDUCAÇÃO NA ROMA ANTIGA ........................................................................................ 17
6.1.1 As escolas romanas ................................................................................................................. 19
6.1.2 As ideias pedagógicas de Cícero .......................................................................................... 21
6.1.3 As ideias pedagógicas de Sêneca .......................................................................................... 22
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 25
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 26
TÓPICO 2 – A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA ............................................................................. 27
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................27
2 VISÃO GERAL DA IDADE MÉDIA .............................................................................................. 27
3 A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA ............................................................................................... 28
3.1 SANTO AGOSTINHO E A PATRÍSTICA ................................................................................. 32
3.2 TOMÁS DE AQUINO E A ESCOLÁSTICA .............................................................................. 35
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 39
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 40
TÓPICO 3 – A EDUCAÇÃO NA IDADE MODERNA ..................................................................... 43
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 43
2 A IDADE MODERNA E O RENASCIMENTO .......................................................................... 43
3 A REFORMA PROTESTANTE E A CONTRARREFORMA ................................................... 44
4 O ILUMINISMO E A EDUCAÇÃO MODERNA ....................................................................... 47
5 COMÊNIO: O PAI DA DIDÁTICA MODERNA ........................................................................ 48
6 ROUSSEAU: O PAI DO ESPONTANEÍSMO.............................................................................. 49
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 53
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 54
TÓPICO 4 – CRENÇAS E O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA ......................................... 57
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 57
2 CRENÇAS NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA ................... 57
sumário
VIII
3 MUDANÇAS DAS CRENÇAS .................................................................................................... 59
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 64
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 70
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 71
TÓPICO 5 – MOTIVAÇÃO DOS ALUNOS E PLANEJAMENTO METODOLÓGICO ........... 73
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 73
2 MOTIVAÇÃO, CRENÇAS E ENVOLVIMENTO DOS ALUNOS NAS AULAS ............... 73
3 MÉTODOS DE ENSINO E PLANEJAMENTO DE AULAS MOTIVADORAS ................ 76
RESUMO DO TÓPICO 5........................................................................................................................ 82
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 83
UNIDADE 2 – ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS 
 DE ENSINO ................................................................................................................... 85
TÓPICO 1 – ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: QUESTÕES 
METODOLÓGICAS ........................................................................................................ 87
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 87
2 MÉTODO, METODOLOGIA E ABORDAGEM ............................................................................ 88
3 MÉTODOS DE ENSINO ..................................................................................................................... 90
4 MÉTODO DA GRAMÁTICA E TRADUÇÃO ................................................................................ 92
5 TÉCNICAS DO MÉTODO ................................................................................................................. 95
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 100
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 105
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 106
TÓPICO 2 – MÉTODO DIRETO .......................................................................................................... 107
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 107
2 MÉTODO DIRETO E O ENSINO DE LÍNGUAS .......................................................................... 107
3 TÉCNICAS DO MÉTODO ................................................................................................................. 108
4 CRÍTICAS AO MÉTODO ................................................................................................................... 111
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 113
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 114
TÓPICO 3 – MÉTODO AUDIOLINGUAL ......................................................................................... 117
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 117
2 MÉTODO AUDIOLINGUAL E UMA APRENDIZAGEM MAIS RÁPIDA ............................. 117
3 APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS LINGUÍSTICOS ...................................................................... 121
4 TÉCNICAS DO MÉTODO ................................................................................................................. 123
5 CRÍTICAS AO MÉTODO .................................................................................................................. 125
6 DECLÍNIO DO MÉTODO AUDIOLINGUAL ............................................................................... 127
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 129
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 130
TÓPICO 4 – MÉTODO SUGESTOPEDIA .......................................................................................... 131
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 131
2 SUGESTOPEDIA .................................................................................................................................. 131
3 APLICAÇÃO DO MÉTODO .............................................................................................................. 133
4 TÉCNICAS DO MÉTODO ................................................................................................................. 135
5 CRÍTICAS AO MÉTODO ................................................................................................................... 136
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................139
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 140
IX
TÓPICO 5 – MÉTODO SILENCIOSO................................................................................................. 141
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 141
2 MÉTODO SILENCIOSO E A APRENDIZAGEM PELA DESCOBERTA .................................. 141
3 TÉCNICAS DO MÉTODO ................................................................................................................ 143
4 CRÍTICAS AO MÉTODO .................................................................................................................. 146
RESUMO DO TÓPICO 5........................................................................................................................ 147
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 148
TÓPICO 6 – MÉTODO RESPOSTA FÍSICA TOTAL ....................................................................... 149
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 149
2 MÉTODO RESPOSTA FÍSICA TOTAL E O ESTÍMULO SENSÓRIO-MOTOR .................... 149
3 TÉCNICAS DO MÉTODO ................................................................................................................. 150
4 CRÍTICAS AO MÉTODO ................................................................................................................... 152
RESUMO DO TÓPICO 6........................................................................................................................ 154
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 155
UNIDADE 3 – ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO 
ATUAL ............................................................................................................................ 157
TÓPICO 1 – ABORDAGEM COMUNICATIVA ............................................................................... 159
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 159
2 ABORDAGEM COMUNICATIVA E O ENSINO COMUNICATIVO ....................................... 159
3 APLICAÇÃO DA ABORDAGEM ..................................................................................................... 162
4 TÉCNICAS DA ABORDAGEM ......................................................................................................... 163
5 CRÍTICAS AO MÉTODO ................................................................................................................... 165
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 167
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 168
TÓPICO 2 – ABORDAGEM LEXICAL ................................................................................................ 169
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 169
2 ABORDAGEM LEXICAL E A COMPETÊNCIA LINGUÍSTICA ................................................ 169
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 173
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 174
TÓPICO 3 – GÊNEROS TEXTUAIS E O TRABALHO COM PROJETOS DIDÁTICOS .......... 175
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 175
2 GÊNEROS TEXTUAIS ......................................................................................................................... 175
3 PROJETOS DIDÁTICOS .................................................................................................................... 180
3.1 CRÍTICAS AO TRABALHO COM PROJETOS ........................................................................... 184
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 186
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 187
TÓPICO 4 – LITERATURA, CULTURA E ENSINO DE LE ............................................................ 191
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 191
2 LITERATURA E CULTURA ................................................................................................................ 191
2.1 ASPECTOS CULTURAIS E O ENSINO DE LE ........................................................................... 192
2.2 LITERATURA E O ENSINO DE LE .............................................................................................. 195
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 203
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 209
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 210
X
TÓPICO 5 – O ENSINO DE LE E AS TECNOLOGIAS ................................................................... 213
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 213
2 TECNOLOGIAS E APRENDIZAGEM ............................................................................................. 213
3 LETRAMENTO ELETRÔNICO ......................................................................................................... 215
4 RECURSOS TECNOLÓGICOS ......................................................................................................... 216
4.1 ÁUDIO ............................................................................................................................................... 216
4.2 VÍDEOS ............................................................................................................................................. 217
4.3 COMPUTADOR ............................................................................................................................... 218
RESUMO DO TÓPICO 5........................................................................................................................ 224
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 225
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 227
1
UNIDADE 1
A EDUCAÇÃO AO LONGO 
DA HISTÓRIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
• conhecer o percurso histórico das concepções de educação vigentes da An-
tiguidade, Idade Média e Moderna;
• conhecer os principais pensadores que influenciaram a educação;
• identificar as principais visões que fundamentaram o caminho da educação;
• refletir criticamente sobre as concepções de educação praticadas ao longo 
da história;
• relacionar as concepçõesde educação ao longo da história com a realidade 
escolar atual brasileira;
• identificar as crenças de professores e alunos relacionadas à aprendiza-
gem de LE;
• refletir sobre a motivação ou desmotivação dos alunos;
• observar diferentes questões para elaborar o planejamento das aulas de LE.
Caro acadêmico! Esta unidade de estudos encontra-se dividida em cinco 
tópicos de conteúdos. Ao longo de cada um deles, você encontrará sugestões 
e dicas que visam potencializar os temas abordados, e ao final de cada um 
deles estão disponíveis resumos e autoatividades que visam fixar os temas 
estudados.
TÓPICO 1 – A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE
TÓPICO 2 – A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA
TÓPICO 3 – A EDUCAÇÃO NA IDADE MODERNA
TÓPICO 4 – CRENÇAS E O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
TÓPICO 5 – MOTIVAÇÃO DOS ALUNOS E PLANEJAMENTO 
METODOLÓGICO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
A EDUCAÇÃO NA 
ANTIGUIDADE
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, seja bem-vindo à primeira unidade do livro didático da 
disciplina de Didática da Língua Espanhola I. A didática é uma das disciplinas 
presentes nos cursos de licenciatura e de suma importância para a formação de 
professores. O nosso objetivo principal aqui é proporcionar fundamentos para 
sua reflexão acerca da didática e tendências pedagógicas que norteiam o ensino 
e aprendizagem nas práticas educacionais de língua estrangeira, no nosso caso 
particular, o espanhol. Nesse sentido, iniciaremos nossa caminhada discutindo a 
respeito de assuntos essenciais ao ensino e aprendizagem, partindo de diferentes 
concepções de educação presentes ao longo da história da humanidade. Afinal, 
nossa reflexão acerca da didática precisa ser ampla e abarcar o ensinar como um 
ato complexo e não neutro, pois permeia a nossa concepção de mundo, sendo ela 
consciente ou não. 
Vamos falar brevemente sobre as diferentes concepções de educação 
para desenvolvermos uma visão crítica e, posteriormente, refletirmos sobre as 
metodologias de ensino que estiveram presentes no ensino de segundas línguas 
pelo mundo e especialmente no Brasil – na Unidade 2. Como profissional da 
educação, que já atua ou que atuará futuramente na educação, é imprescindível que 
você reflita sobre as questões relacionadas ao ensino e aprendizagem discutidos 
aqui, porque esse conhecimento estará presente não só na sua formação, mas fará 
a diferença na sua prática pedagógica em sala de aula. 
Desse modo, gostaríamos que você, acadêmico, parasse para pensar sobre 
quais as visões de mundo que fundamentam as práticas educacionais e quais 
seriam essas práticas e teorias de ensino e aprendizagem presentes em escolas 
brasileiras. Propomos que você reflita um pouco sobre isso e depois inicie a leitura 
do material didático. 
Nesta primeira unidade, veremos as diferentes concepções de educação 
que se fizeram presentes no decorrer da história da didática. Portanto, para que 
você entenda melhor, vamos fazer uma breve retrospectiva histórica. Vamos lá!
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
4
2 EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE: CONCEPÇÕES DE 
EDUCAÇÃO NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA 
Iniciaremos nosso estudo recordando que os estudos referentes à didática 
implicam refletir sobre o ato de ensinar, e nossa caminhada pelas concepções de 
educação partirá de uma contextualização histórico-crítico-social para chegarmos 
nas práticas pedagógicas que permeiam a didática adotada pelos professores até 
os nossos dias. Através da leitura que você fará, perceberá que a história e as 
concepções de educação possuem íntima relação com o contexto em que estão 
inseridas.
Estamos falando de um meio muito extenso e que passou por muitas 
mudanças ao longo da história, assim apresentaremos alguns recortes históricos 
que envolvem o processo educativo. Lembrando que provavelmente vamos nos 
deparar com momentos nos quais não existe um consenso por parte de teóricos 
e historiadores.
Podemos dividir os períodos históricos em História Antiga, História 
Medieval, História Moderna e História Contemporânea, lembrando que a 
história da humanidade se inicia na Pré-História e não existe um consenso entre 
os estudiosos sobre o início e fim de alguns períodos. Estudar as mudanças que 
o processo educativo atravessou no decorrer da história torna-se mister, uma 
vez que “a história da educação na Antiguidade se torna um objeto interessante 
na medida em que remonta à história de nosso próprio processo pedagógico” 
(MARROU, 1966, p. 4).
A História Antiga refere-se a uma época da história da humanidade que 
se estende com o aparecimento da escrita cuneiforme (de 4000 a.C. a 3500 a.C.) até 
a queda do Império Romano (476 d.C.).
A escrita cuneiforme foi criada pelos sumérios e é produzida com o auxílio de 
objetos em formato de cunha. Utilizavam argila para escrever e, quando queriam que seus 
registros fossem duradouros, colocavam as tabuletas em um forno.
NOTA
3 O ANTIGO EGITO E A EDUCAÇÃO
O antigo Egito é uma das civilizações que se destaca desse período. Se 
desenvolveu no Norte da África e é considerado parte das civilizações do Nilo, 
por estar nas margens do rio. O rio Nilo foi de grande importância para os egípcios 
como via de transporte de mercadorias e de pessoas, como também favorecendo a 
TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE
5
agricultura. Foi uma civilização que se sobressaiu pelas edificações monumentais 
das pirâmides e templos, pelo sistema matemático e nas áreas das ciências.
A educação egípcia também se evidencia por não ser exclusivamente para 
a elite. Classes ditas inferiores também podiam aprender a ler e a escrever. As 
crianças começavam cedo e a educação visava aos princípios éticos e morais, bem 
como a solução de problemas práticos da sociedade. 
As escolas funcionavam com transcrições de hinos e livros sagrados 
em uma prática repetitiva, além do ensino de aritmética e ciências. Destaca-se 
também a educação voltada à retórica. Os alunos ficavam sentados em esteiras e a 
disciplina era rígida, a desobediência resultava em castigos com punições físicas. 
As turmas eram compostas por cerca de 20 alunos.
DICAS
Quer se aprofundar mais na história da educação na Antiguidade? Uma dica é 
o livro História da Educação na Antiguidade, de Henri-Irénée Marrou, da Editora EPU.
Algumas classes usavam uma espécie de livro-texto ou livro de instrução, 
em que o pai educava o próprio filho ou um discípulo. Esses livros seguiam 
a linha de educação com elementos morais, porém é só no Novo Império que 
a escola se consolida e que se generalizam as coletâneas escolares e cadernos 
de exercícios. A palavra escrita sempre teve grande importância, tanto que as 
pessoas alfabetizadas poderiam ascender socialmente e se tornar um escriba, por 
exemplo. Para se tornar escriba era necessário atingir a perfeição na reprodução 
de textos.
A escolarização era importante para resolver os problemas da sociedade 
egípcia. Para Giles (1987, p. 54): 
Junto à tesouraria real sempre havia uma escola pública, equipada 
para a formação de escribas, cujos serviços eram indispensáveis 
para a manutenção de todo o aparato burocrático do Estado. Mesmo 
não conseguindo emprego junto ao governo, o escriba era sempre 
procurado para a administração das grandes fazendas e junto aos 
grandes comerciantes do reino. A instrução nessas escolas era gratuita, 
custeada pelo próprio Estado. O instrumento de mobilidade e de 
estabilidade social é a escola. Trata-se de aprender a ler e escrever para 
subir socialmente. 
Cabe lembrar que também predominava a educação familiar, na qual 
se aprendiam os ofícios nas oficinas artesanais. Era o conhecimento passado de 
geração em geração.
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
6
Assim, com base em registros históricos, podemos dizer que existiam três 
tipos de escolas no Egito antigo: as Escolas do Templo, para o clero; as Escolas da 
Corte, para a formação de burocratas; e as Escolas Provinciais, para a formação 
de pessoas para trabalharem como funcionários do governo.
DICAS
 Se você quiser saber mais sobreo antigo Egito, leia o livro Fatos e Mitos sobre 
o Antigo Egito, de Margaret Marchiori Bakos. 3. ed. Porto Alegre: EdiPucrs, 2014.
4 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A GRÉCIA ANTIGA
Localizada ao Sul da Europa, é considerada o berço da civilização ocidental, 
com grande influência nas artes, política e princípios éticos. Os primeiros povos a 
ocupar a Grécia foram os pelasgos, em 2000 a.C., mas se formaram após a migração 
de tribos nômades de origem indo-europeia – os helenos. A vinda desses povos 
foi importante e deu início à construção dos tempos homéricos, o que nos faz 
recordar da obra Ilíada, que é atribuída a Homero e é um dos principais poemas 
épicos.
A Grécia estava formada por várias cidades-estados, que seriam as polis. 
As principais polis foram Esparta e Atenas. Com certeza, você já ouviu falar delas, 
certo? E da mitologia grega?
Os gregos desenvolveram uma mitologia muito rica, estudada ainda hoje 
em dia. Lá também surgiram os Jogos Olímpicos, em homenagem aos deuses, 
na cidade de Olímpia, a cada quatro anos. O objetivo era promover a integração 
entre os povos, ideal que perdura em nossos jogos atuais, não é verdade?
A dramaturgia grega também foi de grande importância, com vários 
anfiteatros e na qual os atores usavam máscaras, mas o que se destaca é a 
filosofia. Platão e Sócrates são os filósofos mais conhecidos. Mais adiante vamos 
nos aprofundar um pouco mais nas visões desses filósofos.
A educação na Grécia Antiga mantinha algumas características que 
vimos do antigo Egito, como a educação para cargos de poder e formação para o 
trabalho, mas para os menos favorecidos inicialmente não havia escolas. Assim, 
com o surgimento das polis, surgiram também as escolas, mas eram voltadas para 
os filhos da antiga nobreza/elite e comerciantes.
TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE
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Pode-se dizer que a educação estava voltada para a formação integral 
do homem, preocupada com corpo e espírito, sendo para o preparo militar ou 
esportivo e para a formação intelectual, dependendo do período e lugar. Cabe 
lembrar que existia o “ócio digno”, que seria ter tempo livre para quem não 
precisava se preocupar com o seu sustento. Não é por acaso que a palavra grega 
para escola (scholé) surgiu com o significado de o lugar do ócio (ARANHA, 2006, 
p. 62).
DICAS
Para saber mais sobre a Grécia Antiga, leia A Grécia Antiga e a vida grega: 
geografia, história, literatura, artes, religião, vida pública e privada, de Auguste Jadé, 1977, 
EDUSP. Com tradução de Gilda Maria Reale Starzynski.
Tudo bem até aqui? Esperamos que sim! Então, vamos adiante. 
Muitos historiadores dividem a educação em Esparta e em Atenas. 
Seguiremos essa divisão aqui também por uma questão de organização e assim 
facilitar a percepção de suas diferenças. Vamos lá!
4.1 ESPARTA E A EDUCAÇÃO
Esparta foi uma importante cidade-estado onde o ideal homérico resistira 
e seu sistema social e constituição eram focados no treinamento militar, buscando 
a perfeição física e o soldado ideal. Desse modo, a educação em Esparta tinha 
essência militar e estava subordinada ao Estado. Logo após o nascimento, os 
meninos eram analisados por um grupo de anciãos, que se os julgassem com boa 
saúde, futuramente receberia formação para ser um soldado e servir ao Estado. 
Até os seus setes anos, o menino permanecia aos cuidados de um 
“pedônomo” mantido pelo Estado visando à preparação para se tornar um 
guerreiro. A educação era baseada na imitação e a educação moral enfatizava a 
obediência, castigos físicos e o respeito aos mais velhos.
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
8
Pedônomo: s. m. || magistrado que, na antiga Esparta, olhava pela educação 
das crianças. F. gr. Paidonomos. 
FONTE: Aulete digital. Disponível em: <http://www.aulete.com.br/ped%C3%B4nomo>. 
Acesso em: 12 ago. 2017.
NOTA
Até os 12 anos, os meninos tinham lições de música e poesia, depois dessa 
idade recebiam duro treinamento militar. A educação era veiculada por meio da 
música e até ginástica. E você, está se perguntando sobre a educação das meninas? 
Elas recebiam educação diferenciada, com o objetivo de formar boas esposas e 
mães. Mesmo a participação delas em esportes, era com o intuito de ter um corpo 
saudável para ter bebês saudáveis e fortes. 
DICAS
Assista ao filme 300, de Zack Snyder, 2007. O épico, com a participação do ator 
brasileiro Rodrigo Santoro, se passa na Grécia 480 a.C. e retrata o confronto entre gregos e 
persas. Apesar de toda a licença poética de um filme, ele é interessante para se ter uma ideia 
dessa educação voltada ao treinamento militar de que estamos falando.
4.2 A EDUCAÇÃO ATENIENSE 
A educação ateniense se destaca como berço da concepção de cidadão 
da polis e visava a uma formação completa do indivíduo. Uma educação que aos 
poucos passou a contemplar também os cidadãos livres, os menos favorecidos, e 
não só o grupo da elite. Estamos falando do período em que surge o fortalecimento 
da escrita, que até então ficava limitada à administração estatal.
TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE
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DICAS
O alfabeto grego teve como influência o sistema de símbolos criado pelos 
fenícios (tem-se registros que datam do século XI a.C.). Os fenícios se destacaram pelas 
embarcações e no comércio. Resultante desse movimento, sentiram a necessidade de criar 
um sistema para facilitar a comunicação, assim surge o sistema de símbolos que consistia 
em um alfabeto fonético composto por 22 letras. Os gregos adaptaram esse sistema e, 
posteriormente, os romanos desenvolveram sua forma de escrita, dando origem ao alfabeto 
latino, o nosso alfabeto atual.
Para saber mais sobre a história da escrita, acesse: <http://webeduc.mec.gov.br/
midiaseducacao/material/impresso/imp_basico/e1_assuntos_a1.html>.
Essa nova escrita foi responsável pela democratização da educação. A 
metodologia de ensino nesse período está baseada em primeiro aprender as letras 
oralmente, repetindo os nomes das letras e, posteriormente, de modo escrito. 
Você está achando esse método familiar? Se não você, mas seus pais ou avós 
provavelmente passaram por esse método. 
Estamos falando do período em que começa a preocupação com a formação 
do cidadão. Para Maria Lucia Aranha (2006), surge uma nova concepção de 
cultura e de lugar do indivíduo na sociedade, que também influencia a educação 
e as teorias educacionais.
Diferente de Esparta, aqui o menino com sete anos tinha uma educação 
mais “leve”, voltada a três tipos de conhecimentos/escolas: escola de ginástica, 
escola de música e escola das letras. Isso para os meninos, pois as meninas ficavam 
com as mães para aprenderem as atividades do lar até o casamento. As atividades 
físicas eram destinadas a questões de saúde e não visando à guerra.
Você está percebendo como a educação se deu desde o Egito até a Grécia 
Antiga? Suas diferenças e semelhanças? Esse caminho é fundamental para termos 
uma compreensão mais ampla da educação na nossa época.
5 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO DE SÓCRATES, PLATÃO E 
ARISTÓTELES
As primeiras teorias educacionais surgem ainda na Grécia Antiga, mas 
é na época clássica que os conflitos entre o ideal educativo ganham destaque, 
com os filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles. Caro acadêmico, você com certeza 
já ouviu falar nessas três figuras tão importantes. Aqui vamos concentrar nosso 
diálogo na perspectiva da história da educação, pois o legado deles é amplo.
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
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5.1 SÓCRATES E A EDUCAÇÃO
Vamos agora conversar sobre a concepção de educação de Sócrates. 
Começaremos mencionando que nesse cenário (V a.C.) inicialmente estavam 
presentes os sofistas. Esses professores dominavam a educação na época, com 
um modelo de educação voltado à formação técnica em diferentes áreas, artes, 
letras, retórica.
Os sofistas eram grupos de professores ambulantes indo de cidade em cidade 
oferecendo seus ensinamentos a quem podia pagar, à elite, em discursos públicos. O foco 
deles era o discurso e a argumentação, a fim de ensinar a virtudee formar homens da mais 
alta virtude humana, incluindo o homem público.
NOTA
Por pregarem que o homem público, dirigente de Estado, precisava 
dominar a retórica e a oratória sofista para convencer com seus discursos, os 
sofistas foram criticados por Sócrates (469 – 399 a.C.) e seu discípulo Platão (428/7 
– 348/7 a.C.). Esses dois filósofos acreditavam que essa educação não levava em 
consideração valores de verdade, justiça e filosofia, oferecendo uma educação 
fragmentária.
Sócrates defendia em seus diálogos, em praças públicas, uma concepção 
de educação relacionada ao autoconhecimento. Segundo o pensador, o homem 
não adquire capacidade de conduzir a si mesmo ou aos outros, sem a capacidade 
de autodomínio. Para ele, era preciso buscar o conhecimento da essência de cada 
um presente desde o nascimento. Essa visão idealista caracteriza-se como inatista. 
O papel do educador não é ensinar, ele proporciona condições ao aluno para o 
autoconhecimento, ou seja, para revelar o que já estava no aluno. Desse modo, 
o professor não é provedor de conhecimento, mas um meio para que o aluno 
consiga por si próprio iluminar a sua inteligência. 
Para Sócrates, segundo registros na obra de Platão, sua missão era 
caminhar pelas ruas, praças e escolas atenienses dialogando, considerava 
importante o contato com os interlocutores. Podemos pensar aqui em método de 
educação pelo diálogo. 
Afirma-se que Sócrates comparava seu método com a profissão de parteira. 
Em um primeiro momento, seriam as “dores do parto”, em que Sócrates partia da 
premissa de que nada sabia, levando o interlocutor a mostrar suas opiniões. Depois 
levava esse interlocutor a perceber suas próprias contradições e ignorância para 
uma depuração intelectual. Só então ocorria o “parto de ideias” (maiêutica), a 
TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE
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reconstrução do conceito que o interlocutor ia construindo até alcançar o conceito 
verdadeiro por aproximações sucessivas. Chamamos a atenção para o fato de que 
o filósofo não dava luz à ideia, apenas auxiliava.
A maiêutica é um método ou uma técnica que consiste em realizar perguntas 
a uma pessoa até que esta descubra conceitos que estavam latentes ou ocultos na sua 
mente. O questionário é desenvolvido por um professor que deve encarregar-se, com as 
suas perguntas, de guiar o seu discípulo (aluno) para o conhecimento não conceitualizado.
A técnica da maiêutica pressupõe que a verdade se encontra oculta na mente de cada 
pessoa. Através da dialética, o próprio indivíduo vai desenvolvendo novos conceitos a partir 
das suas respostas.
FONTE: Disponível em: <http://conceito.de/maieutica>.
NOTA
autoativida
de
Vamos refletir um pouco sobre este método? Como nós, professores, ou 
os nossos professores fazem para que possamos chegar ao conhecimento? Será que é 
incentivando os alunos a pensarem por si mesmos?
Apesar do modelo sofista persistir por muito tempo, podemos pensar 
em exemplos de educação fragmentária ainda muito próximos a nós, a partir de 
agora já podemos afirmar que o ideal de educação passa a ser a Paideia, visando 
à formação integral do homem. Nesse sentido, estamos rumo à educação para a 
Pedagogia como conhecemos hoje, pois aqui começam as reflexões sobre o ato de 
ensinar.
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
12
ATENCAO
A Paideia originalmente significava criação dos meninos, mas se expande 
nessa época (IV a.C.) para o ideal educativo da Grécia no período clássico. Diz respeito à 
formação do homem como cidadão. Platão define Paideia da seguinte forma: “[...] a essência 
de toda a verdadeira educação ou Paideia é a que dá ao homem o desejo e a ânsia de 
se tornar um cidadão perfeito e o ensina a mandar e a obedecer, tendo a justiça como 
fundamento” (JAEGER, 1995, p. 147).
Para saber mais sobre a Paideia, veja o livro Paideia: a formação do homem grego, de 
Werner Jaeger, 2001, da Editora Martins Fontes.
Desse modo, podemos concluir que a pedagogia socrática parte de 
reflexões sobre o sentido da educação e os objetivos dessa educação. Afirma-se 
que, com Sócrates, “o ser humano voltou-se para si mesmo” (PILETTI; PILETTI, 
2012, p. 28), visando à sabedoria por meio do autoconhecimento. 
Da concepção socrática, de que o homem é composto de alma e corpo, 
nascem duas vertentes: a idealista de Platão e a realista de Aristóteles. Veremos 
ambas a seguir.
5.2 PLATÃO E A EDUCAÇÃO
Iniciaremos nosso diálogo sobre a concepção de educação de Platão. Para 
ele, existe um mundo das ideias que está por trás do mundo sensível. As ideias 
são formas puras e tudo o que percebemos é formado a partir das ideias, mas 
seriam imitações imperfeitas.
O filósofo compartilhava da ideia de inatismo, e acreditava que a alma 
precede o corpo e já possui o acesso ao conhecimento antes de encarnar, porém 
somente por meio da dialética é que se poderia chegar à verdade, a essa realidade 
das ideias. Desse modo, a república ideal seria alcançada por meio da Paideia 
filosófica, por meio da argumentação. Podemos comparar a ideia de que não é 
possível transmitir conhecimento, mas proporcionar aos alunos para que eles 
busquem as respostas.
TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE
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FIGURA 1 – ESCOLA DE ATENAS / AFRESCO DE RAFAEL
FONTE: Disponível em: <http://www.pedagogia.com.br/historia/grego2.php>. Acesso 
em: 23 ago. 2017.
Nesse sentido, sobre essa questão, Platão se diferencia do mestre Sócrates, 
para quem todos seriam capazes de adquirir conhecimento. Platão acreditava 
que só alguns têm essa capacidade, e que somente os cidadãos livres conseguiam 
passar do mundo das aparências/imitações para o mundo das ideias. 
Segundo o filósofo, “o fim da educação é a formação moral do homem, e 
o meio de atingi-la é o Estado, na medida em que ele representa a ideia de justiça. 
Assim, podemos dizer que a ideia central da pedagogia platônica é a formação 
do homem moral dentro do Estado justo” (PILETTI; PILETTI, 2012, p. 29). Platão 
considerava a educação de suma importância, de modo que o Estado deveria ser 
responsável por ela. Esse princípio repercutiu futuramente no Ocidente, assim 
como a questão da educação igualitária para meninos e meninas de Platão. 
Platão não via com bons olhos a influência dos mais velhos sobre a 
educação das crianças. Desse modo, a educação platônica pregava que as crianças 
deviam ser separadas dos pais e levadas ao campo. Nesse início, a educação seria 
mais leve, incluindo jogos e esportes, até os 10 anos, “[...] pretendia-se, com isso, 
criar uma reserva de saúde para toda a vida” (PILETTI; PILETTI, 2012, p. 29). 
Depois fariam parte da educação aulas de música, poesia, além de matemática, 
história e ciência. Posteriormente, aos 16 anos, a música andaria com os exercícios 
físicos, a fim de desenvolver o corpo e o espírito juntos. 
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
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Aos 20 anos, o jovem passava por um teste. Os reprovados seguiriam 
carreira militar e os aprovados deveriam seguir o caminho da sabedoria, 
estudar filosofia. Estes últimos, se bem-sucedidos, poderiam chegar a se tornar 
governantes.
Podemos concluir que a pedagogia platônica estava intrinsecamente 
ligada à sua filosofia. Desse modo, para Platão, não se aprenderia por meio da 
transmissão de conhecimento, mas se deveria incentivar os alunos a buscarem as 
respostas por si, por meio da conversação.
5.3 ARISTÓTELES E A EDUCAÇÃO
Caro acadêmico, após vermos as concepções de educação de Sócrates 
e seu discípulo Platão, vamos dialogar agora sobre Aristóteles (384-322 a.C.). 
Ele também se destacou no meio grego como filósofo e seus estudos abrangem 
diversas áreas, como lógica, física, metafísica, astronomia, artes, retórica, ética. 
Sua filosofia até influenciou uma revolução científica. 
Para nossos estudos, você precisa saber que Aristóteles foi aluno de 
Platão, que era aluno de Sócrates, e, assim como ele, dá continuidade às ideias de 
Platão, mas também rompe com outras. Desse modo, alguns elementos acerca da 
concepção de educação de Aristótelesvieram de Platão. 
Gostaríamos que você compreendesse que, para Aristóteles, a educação 
era uma forma de preparar o homem para viver em sociedade. Contudo, não era 
crítico da sociedade do seu tempo nem da democracia, como Platão. O pensador 
acreditava que o homem só alcança a plenitude vivendo em uma polis, uma 
cidade-estado. Assim, a educação seria um modo de moldar o homem para ser 
um cidadão virtuoso e com boa educação. 
Sob outra perspectiva, a educação é um meio para desenvolver as 
condições fundamentais para o fortalecimento do Estado. Dada a importância da 
educação para o cidadão e para o Estado, Aristóteles era categórico ao afirmar que 
a educação deveria ser pública, oferecida para todos e um direito que o Estado 
deveria garantir.
Uma das vantagens da educação proveniente do Estado seria uma 
educação mais coesa, defendendo os interesses do Estado, como também a 
busca por uma unidade social, uma vez que o Estado é plural no sentido da 
heterogeneidade étnica.
Não podemos esquecer que, para o filósofo, a educação também viria 
fundamentada na família, além do Estado, isto é, o Estado promoverá com a 
família a educação da criança e supervisionará essa educação visando à qualidade 
esperada para sua polis. 
TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE
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Nesse sentido, Aristóteles era adepto da concepção de Esparta. Como 
vimos, ao nascer, os meninos passavam por uma avaliação de uma comissão que 
julgaria se eles eram saudáveis ou não, ou seja, se eles fossem fortes, seriam úteis 
e teriam direito à vida, caso contrário, seriam sacrificados em prol do Estado. Os 
meninos viveriam com a família até os seus sete anos, a qual deveria nutri-los e 
habituá-los a lições. Posteriormente, o Estado os educaria até os 20 anos, visando 
à educação física, moral e cívica. A educação objetiva a obediência e o serviço ao 
Estado.
Como comentamos inicialmente, Aristóteles discordava de algumas ideias 
de Platão, como no caso do ensino da retórica. Você lembra que Platão valorizava 
a retórica? Esta era indispensável para a educação, mas Aristóteles acreditava que 
não era bem assim, como no ensino da matemática, por exemplo, não se poderia 
aprender por meio apenas da retórica. 
Segundo Aristóteles, a educação se daria por meio da repetição. Uma boa 
educação se daria imitando bons exemplos. Segundo Piletti e Piletti (2012, p. 35), 
Aristóteles desenvolveu seu conceito de educação partindo da ideia de imitação:
O homem se educa na medida em que copia a forma de vida dos 
adultos. Ele se educa porque atualiza suas energias. Segundo a doutrina 
da potência e do ato de Aristóteles, o educando é potencialmente 
um sábio e, com a educação, ele atualiza (converte em ato) o que é 
suscetível de desenvolver. 
A concepção de educação de Aristóteles se diferencia da platônica também 
no sentido de que, para Aristóteles, não se pode ter um ideal utópico, pois o 
homem é imperfeito. O homem pode passar de um estado de imperfeição para a 
perfeição através de um estado virtuoso, mas nem todos alcançam esse ideal. É 
preciso condições adequadas para que se alcance esse estado de plenitude e sua 
finalidade, o que se daria por meio da educação. “A finalidade da educação é a 
felicidade ou o bem” (PILETTI; PILETTI, 2012, p. 32).
Podemos concluir essa parte resumidamente, afirmando que enquanto 
Platão tinha uma concepção mais idealista e elitista, Aristóteles era mais realista 
e acreditava que todos possuíam a capacidade de pensar. Podemos afirmar que, 
para Aristóteles, a educação se dá por meio da experiência e imitação. Nesse 
sentido, o professor era o orientador e o exemplo por meio das suas ações.
DICAS
Quer saber mais sobre Aristóteles? Então leia Introdução a Aristóteles, de 
Otfried Höffe, 2008, publicado pela Artmed. Tradução de Roberto Hofmeister Pich.
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
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6 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A ROMA ANTIGA
Para começar nossa discussão a respeito da educação romana, precisamos 
saber que Roma foi uma civilização itálica que se iniciou como uma pequena 
cidade no século VIII a.C. e se expandiu tornando-se um dos maiores impérios do 
mundo antigo. A herança cultural deixada pelos romanos influenciou fortemente 
a civilização ocidental, como o direito romano e o latim, que está na origem da 
nossa língua.
O latim é oriundo das línguas indo-europeias praticadas na Península Itálica. 
Essa antiga língua foi difundida na Europa ocidental durante a República Romana e depois da 
conversão ao cristianismo. Deu origem às chamadas línguas românicas, como o português 
e italiano, francês, romeno, espanhol, entre outros. Embora a considerem uma língua morta, 
por não ter mais falantes, muitas expressões em latim ainda sobrevivem em nosso dia a dia, 
como: a priori, curriculum vitae, corpus christi, carpe diem etc.
NOTA
DICAS
Saiba mais sobre a história da língua lendo o seguinte livro: BASSO, Renato 
Miguel; GONÇALVES, Rodrigo Tadeu. História da Língua. Florianópolis: LLV/CCE/ UFSC, 2010.
Você também pode obter mais informações sobre o latim acessando o link: <http://latim.
paginas.ufsc.br/files/2017/04/Livro_Lingua_Latina_I.pdf>.
A sociedade romana sofreu influência da cultura grega, assim, muito da 
educação romana é um reflexo da educação grega.
Para os historiadores, na fundação de Roma está a mistura de três povos: 
gregos, etruscos e italiotas. Esses povos habitavam a região da Península Itálica. 
A economia aqui era baseada na agricultura e atividades pastoris. Nesta época, 
a sociedade estava formada por patrícios (nobres donos de terras) e plebeus 
(artesãos, comerciantes e alguns pequenos proprietários). Vigorava a monarquia. 
Ao longo da sua história, Roma passou por várias formas de governo: Monarquia 
(de 753 a.C. a 509 a.C.), República (de 509 a.C. a 27 a.C.) e Império (de 27 a.C. a 
476 d.C.).
TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE
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Desses períodos, destacamos o Império Romano, que se deu após a 
ampla expansão territorial e enriquecimento de Roma. O Império Romano 
se refere ao Estado romano, posterior à reorganização política em um sistema 
semelhante ao da maioria dos países modernos. 
Roma possuía uma religião politeísta, semelhante à da Grécia Antiga. No 
entanto, entre os povos subjugados estavam os judeus, que trouxeram crenças 
do cristianismo primitivo, e em 313 o imperador Constantino instituiu o Edito de 
Milão, e o cristianismo se tornou a religião oficial do império.
Nesse período histórico, as disputas pelo governo, as invasões bárbaras, 
o discurso igualitário cristão e uma conjunção de fatores levaram o império à 
crise. Roma se tornaria pequenos reinos. Nesse cenário, estamos falando do fim 
da Antiguidade e começo da Idade Média.
Assim como durante seus vários séculos de existência, Roma passou 
por várias fases, e o modo como proporcionava a educação também foi se 
transformando. Posto isso, podemos partir para a discussão sobre a educação na 
Roma Antiga. 
6.1 A EDUCAÇÃO NA ROMA ANTIGA
Podemos resumir a educação romana como essencialmente prática e 
utilitária, pautada na moral militarista e utilizando-se da imitação, tendo o sujeito 
mais velho como exemplo. Para melhor compreensão do processo da educação 
romana, vamos ver atentamente os diferentes períodos e sua evolução. Vamos lá!
Comentamos anteriormente que a cultura romana teve influências da 
civilização grega e, de fato, teve, porém precisamos esclarecer que apesar dos 
filósofos gregos, que vimos no tópico anterior, terem discutido sobre a educação, 
sobre métodos, organização e objetivos relacionados à educação, isso muito 
pouco repercutiu na educação romana. 
Para Piletti e Piletti (2012, p. 37), na transição da educação grega para 
a romana “observa-se que os romanos descobrem que toda educação tem um 
fundo comum a todos os povos e tempos. Em outras palavras, descobrem que 
existe algo próprio em todos os seres humanos, algo que só eles podem criar 
e assimilar”. Desse modo, a educação grega se transforma em uma educação 
diferente, com um novoideal. Cícero chamou essa educação de humanitas, de 
acordo com a natureza de cada indivíduo. Veremos mais sobre as concepções de 
Cícero adiante.
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
18
DICAS
Se você ficou interessado em descobrir mais sobre a Roma Antiga e como 
era a vida nessa época, uma dica de leitura é o livro Guia do Viajante pelo Mundo Antigo 
– Roma, de Ray Laurence, da Editora Ciranda Cultural, 2010. Ele irá transportá-lo de volta ao 
tempo, dando vida à história.
A educação romana estava orientada pela Lei das Doze Tábuas. Era um 
documento gravado em 12 placas de bronze e redigido por uma comissão, fixado 
em 451 a.C. Nesse texto-base estava exposto o valor da tradição – costumes e 
disciplina familiar –, além de valores como coragem e dignidade, e expressado 
um código civil. 
Inicialmente, a educação na República Romana estava condicionada a 
um caráter prático e familiar. O pai era o primeiro educador e ele estava a cargo 
de questões como moral e estudo das letras. Ele era o pater familias. Segundo 
Manacorda (1999, p. 74), “[...] desde os primeiros tempos da cidade, a autonomia 
da educação paterna era uma lei do Estado: o pai é dono e artífice de seus filhos”. 
A mulher também era valorizada como educadora na primeira infância, 
aqui ela era menos submissa que na Grécia, mas sua educação ainda era visando à 
formação de boas esposas. A família era a instituição mais importante no processo 
educativo e o processo vigorava com disciplina rígida e autoritária. A partir dos 
seus sete anos, os meninos deveriam acompanhar o pai na vida civil.
Aos 16 anos, o adolescente passava à condição de adulto e vestia a toga 
viril, sua educação era compartilhada com parentes ou amigos da família para 
aprender a arte da guerra, ginástica, natação, equitação, agricultura, história da 
pátria e a ler e escrever. 
Posteriormente, no auge do período da República ao Império Romano, 
o sistema educacional foi se formalizando, pois Roma crescia e o sistema de 
educação familiar decaía. Inicialmente, o novo sistema educacional seguia os 
Podemos dividir a educação romana em três momentos: o primeiro, de 
uma educação latina original com características patriarcais, o segundo momento 
com influências do helenismo e reprovada pelos defensores da tradição, e o 
terceiro momento com a fusão da cultura romana e helenística, com claros valores 
gregos.
TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE
19
moldes da educação grega. Surgiram escolas rudimentares voltadas ao ensino 
básico. Vamos ver no próximo item mais sobre essas escolas romanas.
6.1.1 As escolas romanas
Com a expansão do Império Romano, o modelo de educação anterior já 
não era suficiente. Assim, as escolas passaram a receber influências de outros 
povos, e como já comentamos, a educação romana se aproximou dos estudos 
gregos, visando à formação gramatical e relacionada à língua grega. Às vezes 
eram escravos libertos gregos com inclinação para a educação que se tornavam 
pedagogos. Alguns desses escravos ensinavam sua própria língua e cultura. Na 
verdade, de certo modo, essa já era uma prática no seio familiar. Para Manacorda 
(1999, p. 78), “[...] com o evoluir da sociedade patriarcal romana, a educação se 
torna um ofício praticado inicialmente por escravos no interior da família e, em 
seguida, por libertos na escola”. Quando os estudantes romanos procuravam 
níveis mais altos de educação, recorriam à Grécia para estudos de filosofia.
Uma curiosidade é que, diferentemente da Grécia, que via o professor/
mestre como um homem sábio, merecedor de respeito, em Roma parece que 
o mestre não possuía regalias, recebia baixos salários e, como comentamos 
anteriormente, muitas vezes eram escravos libertos. Lógico que havia exceções e 
o reconhecimento começou a surgir na época imperial.
O sistema educacional literário também passou a se desenvolver com a 
aproximação dos gregos, afinal, os romanos não possuíam um método literário, 
pois não tinham literatura nacional e os gregos contavam com grandes obras. 
O ensino da literatura em versos era baseado em obras dos gregos. Os romanos 
também escreviam, mas as obras se limitavam à prosa, e afirma-se que “a 
literatura do cidadão romano deve ser de participação nos atos públicos ou de 
manifestação de suas funções privadas, como a de um administrador ou a de um 
educador, jamais poderia ser uma arte ou uma profissão exercida para viver [...]” 
(MANACORDA, 1999, p. 84).
DICAS
Você pode saber mais sobre a literatura latina com a leitura do seguinte livro: 
CARDOSO, Zélia de Almei da. A literatura latina. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
20
Grimal (2010, p. 154) chega a afirmar que a língua cultural em Roma era o 
grego e que muitos professores gregos em terras romanas impuseram sua língua 
e se recusaram a aprender a língua latina. Nesse sentido, também podemos dizer 
que nessa época surgia uma educação baseada em uma língua estrangeira, pois 
os alunos romanos tinham aulas em grego.
É atribuído aos romanos o primeiro sistema de ensino centralizado, que 
coordena várias escolas pelas províncias. Os gregos já haviam considerado a 
importância de o Estado controlar a educação, no século II a.C., mas os romanos 
se diferenciaram nesse aspecto, preferindo ir caminhando e escolhendo, sem 
muita preocupação com a unificação e organização das matérias relevantes.
Uma curiosidade que historiadores acreditam é que só no século I a.C. 
foi fundada uma escola de retórica latina dando reconhecimento à língua dos 
romanos. Na verdade, a Retórica era o ramo do saber que mais gozava de 
prestígio em Roma, apesar de que no começo as escolas de Retórica não eram 
bem-vistas, foi só na época de Júlio César que passaram a ser aceitas. “Além do 
mais, a educação retórica foi caindo num formalismo vazio censurado por muitos 
pensadores. Então, o Direito e a Filosofia vieram preencher esse vazio. Surgiram, 
assim, as escolas de Direito. Roma e Constantinopla tiveram as melhores escolas 
desse gênero” (PILETTI; PILETTI, 2012, p. 38).
Nesse sentido, além das escolas de Direito também surgiram escolas 
de filósofos e institutos helenísticos, ambos contribuíram para o surgimento de 
universidades em Roma. Podemos destacar o Ateneu, fundado pelo imperador 
Adriano, como um grande centro de cultura superior.
As universidades romanas tinham o objetivo de reunir várias disciplinas, 
mestres e aprendizes. Para Piletti e Piletti (2012, p. 39), logo se percebeu as 
vantagens dessa reunião, “tanto que elas serviram de modelo para o que mais 
tarde se chamou de universitas litterarum (universidade do saber)”. Essas foram 
devidamente organizadas e protegidas por imperadores por meio de decretos 
que garantiam sua estabilidade e incentivo. Nesse cenário, também mencionamos 
que as bibliotecas começam a se multiplicar. 
Os imperadores também se preocuparam com o ensino elementar, que era 
incentivado à custa do Estado, uma vez que já existia uma preocupação com os 
menos favorecidos. Os imperadores Nero e Trajano (I d.C.) chegaram inclusive a 
fornecer alimentação para as crianças mais pobres. Outro exemplo de imperador 
preocupado com a educação foi Antonio, que criou exames oficiais para os que 
desejavam ser professores, e o imperador Juliano organizou um sistema de 
inspeção escolar (PILETTI; PILETTI, 2012).
A sistematização das escolas se deu por graus e com manuais didáticos 
específicos. Existiam três graus distintos de escolas: o primeiro grau ou elementar 
com a instrução primária, depois o ensino secundário e superior. Cada um 
TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE
21
desses graus possuía um mestre especializado e tem-se conhecimento das escolas 
primárias já no século VI a.C., e as secundárias datariam do século III a.C. Vamos 
ver um pouco mais sobre cada um desses graus:
• O primeiro grau era o elementar, destinado à alfabetização, ler, escrever e 
calcular. Essas escolas eram conhecidas como Ludi, que significa jogo, no 
sentido de diversão,e o mestre era o ludi-magister. 
• O próximo grau se refere à gramática, eram as escolas do gramático, nas quais 
se aprendia a cultura, como música, astronomia, oratória, além da literatura 
com perspectivas gramatical e filosófica. Seria o que hoje chamamos de curso 
secundário. Como existiam o ensino da língua grega e da língua e literatura 
romana, acredita-se que essa formação estava baseada em dois grammaticus: o 
grammaticus graecus e o grammaticus latinus, mas muitas crianças mais pobres 
não chegavam a esse grau da educação, pois ao terminar o Ludi, iam para casas 
de mestres a fim de instrução técnica/profissionalizante.
• O terceiro era as escolas de retórica, como estabelecimento de educação terciária. 
Aqui se discutiam problemas reais e fictícios, como sobre discursos morais. 
Essas escolas, “após acolher o ensino do Direito e da Filosofia, se transformaram 
numa espécie de universidades” (PILETTI; PILETTI, 2012, p. 39).
Mesmo com esse desenvolvimento das escolas e a preocupação dos 
imperadores com a educação dos menos favorecidos, frisamos que ainda existia 
distinção de classes e, assim, existiam escolas para esses menos favorecidos. Lá a 
educação era voltada às questões profissionalizantes.
Como vimos, por muito tempo a educação era responsabilidade da 
família e foi se formalizando aos poucos ao longo dos tempos, desse jeito não 
tivemos grandes pensadores/pedagogos em Roma, como na Grécia, porém entre 
as referências da reflexão sobre a educação na Roma Antiga, destacaremos aqui 
Cícero e Sêneca. A seguir, veremos quais foram as contribuições deles para o 
ensino.
6.1.2 As ideias pedagógicas de Cícero
O seu nome completo era Marco Túlio Cícero (106-46 a.C.), embora não 
fosse de família tradicional, conseguiu ter carreira política e foi um eminente 
orador romano, falava e escrevia perfeitamente a língua grega. Desse modo, ele 
dá grande importância ao ideal do orador, “pois considera a eloquência a forma 
decisiva na vida pública romana” (PILETTI; PILETTI, 2012, p. 37). Cícero foi 
grande admirador de Platão, sua pedagogia se baseia nas ideias desse filósofo, 
seguindo sua linha política.
Sua pedagogia enaltecia cursos de oratória que deveriam ser divididos 
em duas partes, “puerilis institutio”, um curso básico, e o “politior humanitas”, 
um nível superior. Na base da formação do orador estariam as disciplinas de 
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
22
inspiração grega, que ele chamou de “Artes liberais”, como Filosofia, Matemática, 
Retórica, Geometria e Astronomia, porém as disciplinas mais importantes para 
um orador seriam a História, para conhecimento do povo, e o Direito.
Para Piletti e Piletti (2012, p. 37), além do objetivo político de Roma, Cícero 
acreditava em um ideal educativo com um sentido cosmopolita. Para ele, “o ideal 
ecumênico da humanitas deve reunir os diversos povos num império, o Império 
Romano”.
Humanitas foi a expressão usada por Cícero que corresponderia à “Paideia” dos 
gregos. Contudo, se trata de uma cultura humanística e universal. Diz respeito à formação do 
homem sábio e virtuoso, além de um orador ideal.
NOTA
Para Cícero, a educação deveria visar ao pleno desenvolvimento da 
natureza humana geral (humanitas), ou seja, desenvolver a vocação e aptidões 
naturais de cada indivíduo, assim como as disposições peculiares com base nas 
quais o indivíduo deve escolher sua profissão, o que estava em consonância com 
a doutrina platônica das vocações humanas. 
Suas ideias pedagógicas influíram na educação na época do Império 
Romano, mas também ultrapassaram a Antiguidade como expressão da latinidade 
e humanistas, repercutindo no Renascimento.
 
6.1.3 As ideias pedagógicas de Sêneca
Sêneca (2-66) foi um dos mais importantes pensadores romanos em matéria 
de pedagogia. Nasceu em Córdoba, mas passou a maior parte da sua vida em 
Roma. Suas ideias pedagógicas partem da preocupação com a individualidade do 
aprendiz. Semelhante a Cícero, afirma que o mestre precisa considerar a psique 
frágil do seu aprendiz para que seja alcançado o objetivo de viver em harmonia 
com a natureza. Nesse sentido, suas ideias vão ao encontro dos helenistas que 
buscavam um meio para a libertação do indivíduo dos males e rigores da vida. 
A intenção educativa de Sêneca também comparte seus fundamentos com 
os modelos do Estoicismo, com uma preocupação pedagógica relacionada aos 
saberes mais universais e autônomos.
TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE
23
A filosofia estoica é a primeira da história a considerar-se “sistemática”. A palavra 
sistema designava em grego a constituição de um organismo ou de uma cidade e foram os 
estoicos que a aplicaram pela primeira vez à filosofia, querendo significar que a sabedoria 
é um todo. Sua divisão em partes somente era possível fazer didaticamente, segundo as 
necessidades do ensino, mas com a condição de compreender que cada parte é solidária às 
outras e que o abandono de uma delas provoca a ruína do conjunto.
A escola estoica foi fundada em Atenas, por Zenão de Cício, por volta de 300 a.C.
Fonte: CABRAL, João Francisco Pereira. "Os Estoicos". Brasil Escola. Disponível em <http://
brasilescola.uol.com.br/filosofia/os-estoicos.htm>. Acesso em: 28 jun. 2017.
NOTA
Dando continuidade, para Sêneca, a educação deve ter um caráter 
prático, não se limitando ao conhecimento escolar, mas visando à vida. Para ele, a 
educação era voltada para a educação moral. Segundo Sêneca, “a formação moral 
da juventude tem que ser dada principalmente através dos exemplos, pois eles 
conduzem ao fim mais depressa do que os preceitos” (PILETTI; PILETTI, 2012, 
p. 40).
autoativida
de
Reflita a respeito do que vimos sobre a educação romana e a educação 
brasileira na atualidade. Será o bom exemplo ainda valorizado como forma de educação a 
seguir, ou vivemos em um “faça o que eu digo, mas não faça o que faço?” 
Para o pensador, a aquisição da virtude levaria à felicidade através da 
liberdade e da filosofia, que seriam responsáveis pela conduta moral. Nessa 
dinâmica, o conhecimento conduz à liberdade, e esta, à moralidade. Quando 
falamos em liberdade, temos que ter claro que, para Sêneca, assim como para os 
estoicos, não estamos nos referindo ao gozo dos prazeres, mas ao domínio dos 
apetites pessoais. Só assim se alcançaria a felicidade.
DICAS
Para saber mais sobre os estoicos, uma dica é o livro O estoicismo romano, de 
Reinholdo Aloysio Ullmann, da EDIPUCRS, 1996.
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
24
Sêneca acreditava que o homem alcançaria a plenitude se lograsse 
viver conforme a natureza, ou seja, desenvolver o seu potencial, mas de modo 
espontâneo, só assim se chegaria à virtude e à felicidade suprema (REALE, 1994). 
Esse era o caminho para a educação.
O objetivo fundamental da educação não estava restrito a conhecimentos 
culturais e intelectuais, e sim visava à regeneração do homem, procurando as 
qualidades do homem de bem e como sê-lo. Assim, para Sêneca, a sabedoria ia 
além dos conhecimentos das leis universais, abrangendo também a formação de 
um homem que soubesse como se conduzir e no exercício da virtude.
DICAS
Além do conteúdo que você estudou neste tópico, trazemos para você 
algumas sugestões de materiais que podem complementar seus estudos. Confira:
• CHAUÍ, M. Dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
• MANACORDA, Mario Alighiero. História da Educação: da Antiguidade aos nossos dias. 12. 
ed. São Paulo: Cortez, 2006.
• FISCHER, Steven Ro ger. História da escrita. São Paulo: EdUNESP, 2009.
DICAS
• Quer conhecer a obra “As Catilinárias de Cícero (Orador Romano)? Assista à 
narração, disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=MpDnhhAQc9c>.
• Assista ao vídeo sobre a História da Roma Antiga. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=T5JgS405CgA>.
• Você pode também assistir ao documentário sobre Roma. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=KnKwHAw5afM>.
• E para saber mais sobre a Paideia, assista ao vídeo “PAIDEIA:O ideal da Educação 
na Grécia Clássica”, da Nova Acrópole. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=fFNDdEjmki0>.
25
Neste tópico, você viu que:
• A educação egípcia começava cedo e visava aos princípios éticos e morais. Se 
dava por meio da repetição, como transcrição de hinos e livros sagrados, e 
estava voltada para a solução de problemas da sociedade.
• Na Grécia Antiga a educação visava à formação integral do homem, corpo 
e espírito, valorizando mais o preparo militar ou a formação intelectual, 
dependendo do período e lugar. 
• Esparta foi uma importante cidade-estado da Grécia e sua educação estava 
voltada para a formação militar e formação do soldado perfeito.
• Em Atenas, outra importante cidade-estado da Grécia, a educação estava 
preocupada com a formação completa do indivíduo e formação do cidadão.
• A pedagogia socrática refletia sobre o sentido da educação e os objetivos que 
deveriam ser alcançados. O melhor caminho para a sabedoria, para Sócrates, 
era o autoconhecimento. 
• Platão possui uma visão da educação mais seletiva, acreditando que poucos 
tinham aptidão e que o conhecimento não era transmitido, mas que o aluno 
deveria ser incentivado a descobrir sozinho.
• Para Aristóteles, caberia à educação desenvolver o hábito da virtude e ser o 
caminho da felicidade, tudo a favor da polis.
• A pedagogia romana baseou-se no modelo educativo dos gregos, mas 
acrescentou particularidades também. Roma foi importante para a 
institucionalização de um sistema de ensino e para a unificação e organização 
das matérias relevantes.
• A educação romana preservava uma mentalidade prática, e a família mantinha 
um papel importante na educação, assim como a memorização e a retórica.
RESUMO DO TÓPICO 1
26
1 Dos povos da Antiguidade, os gregos se destacam em vários aspectos, 
inclusive no que se refere à educação. Lá surgem as primeiras teorias 
educacionais e repercutem as influências de grandes pensadores, como 
Sócrates, Platão e Aristóteles. Sobre esses três pensadores, analise e relacione 
os itens que seguem:
1- Sócrates
2- Platão
3- Aristóteles
a) ( ) Defendia uma concepção de educação inatista. Em seus diálogos em 
praça pública promovia o autoconhecimento, proporcionando aos seus 
interlocutores condições para revelar o que já estava neles desde o nascimento, 
através de um método de perguntas e respostas chamado maiêutica.
b) ( ) Compartilha com seu mestre a ideia de inatismo, valorizando a 
argumentação como meio de buscar conhecimento, porém se diferencia ao 
acreditar que nem todos os homens seriam capazes de adquirir conhecimento, 
somente alguns tinham a capacidade de passar do mundo das aparências 
para o mundo das ideias. 
c) ( ) Muitas de suas ideias sobre educação vieram do seu mestre Platão, mas 
para ele a educação seria uma forma de moldar o homem para viver em 
sociedade e ser um cidadão virtuoso, pois acreditava que só se alcançaria a 
plenitude vivendo em uma polis. Assim a educação seria para o fortalecimento 
do Estado e para a felicidade.
2 Atualmente, a cultura do corpo é supervalorizada. Há cada vez mais 
academias e estádios para os espetáculos esportivos. Nesse contexto, 
responda aos questionamentos: Cabe a reflexão de Sêneca sobre o assunto? 
E o que podemos acrescentar? Que excessos se observam hoje em relação 
à cultura física e aos espetáculos esportivos? Caberia à educação um papel 
importante no estabelecimento de um equilíbrio e de uma harmonia entre a 
cultura do corpo e a cultura do espírito? Seria por meio de matérias específicas 
do currículo, ou de práticas educativas adequadas a esse propósito?
3 Com base no que você estudou sobre o Egito Antigo, Grécia Antiga e 
Roma Antiga, reflita sobre como as diferentes realidades sociais e políticas 
interferem na educação do Brasil, apresentando diferentes necessidades 
educativas, ou não, e elabore um pequeno texto.
AUTOATIVIDADE
27
TÓPICO 2
A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Continuaremos nosso estudo sobre as concepções de educação. Já vimos 
as concepções egípcias, as gregas e as presentes durante a Roma Antiga, agora 
seguiremos nosso estudo a respeito de outra época da história: a Idade Média. 
Convidamo-lo a adentrar conosco neste estudo sobre a educação durante o 
período milenar no qual começamos a ver as noções modernas europeias, e para 
iniciarmos essas reflexões você precisa saber que predominava a filosofia cristã, e 
essa influenciou as concepções de educação naquela época.
Neste período encontramos as ideias de Santo Agostinho e São Tomás de 
Aquino, que se destacam nas concepções de educação. Podemos afirmar que o 
pensamento deles parte de Sócrates e Platão.
2 VISÃO GERAL DA IDADE MÉDIA
Para iniciarmos nossas reflexões acerca da educação na Idade Média, 
dedicaremos aqui um espaço para introduzir uma contextualização geral do 
referido período, para então buscarmos refletir sobre a educação na Idade Média. 
Esse período também ficou conhecido como Idade das Trevas, refletindo uma 
visão negativa. 
Apesar de controversa a nomenclatura, podendo ser acusada de difundir 
uma ideia errônea de que foi um período meramente intermediário até a chegada 
da Idade Moderna. Não focaremos nessa discussão, porque nosso foco não é a 
história em si. Queremos compreender como as concepções de educação que 
perpassaram essa época vieram a refletir na nossa educação atual para podermos 
pensar criticamente nossa realidade. 
Estamos falando de uma época que se inicia com a queda do Império 
Romano e se estende até o século XV, durando aproximadamente um período de 
mil anos. Comumente é dividida pelos historiadores em duas partes, a Alta Idade 
Média e a Baixa Idade Média. 
Na Alta Idade Média destaca-se a crise que levou à queda do Império 
Romano, além da crise econômica, apontamos principalmente as invasões 
bárbaras (povos estrangeiros e que não falavam latim) como responsáveis pela 
referida crise.
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
28
Nesse período, o Império do Oriente e sua capital, Constantinopla, 
atingiram o seu ponto máximo como um dos Estados mais poderosos do 
Mediterrâneo.
Com a queda do Império Romano, ressaltamos a estrutura econômica 
e política que se deu marcando o predomínio da vida rural, estamos falando 
do feudalismo. Você recorda como era essa sociedade? Apesar do feudalismo 
variar conforme região e época, destaca-se o sistema baseado em duas classes 
sociais: os senhores e os servos. Os senhores eram os donos das terras, e os 
servos/camponeses buscavam proteção e abrigo com eles em um sistema de 
colonato, usavam as terras, mas deviam dar parte da produção aos senhores. Não 
existia preocupação com a educação desses servos, a não ser a formação cristã. 
Somente com a desagregação do sistema feudal, quando a economia começa a se 
transformar alavancando as atividades comerciais, a partir do século XI, podemos 
começar a falar em Baixa Idade Média.
O período denominado Idade Média está marcado pelo crescimento 
urbano e aumento do consumo, consequentemente ampliação da produção. 
Ocorreu um desenvolvimento de técnicas agrícolas e hidráulicas, transformando 
as sociedades rurais e caminhando para o capitalismo. As Cruzadas também 
tiveram um papel relevante nesse desenvolvimento.
As Cruzadas foram expedições militares sob o comando da Igreja, com o 
intuito de recuperar Jerusalém, reunir o mundo cristão e dominar rotas comerciais orientais. 
Ficou com esse nome, pois os integrantes usavam cruz em suas roupas. Para esses soldados, 
participar das Cruzadas era uma forma de penitência e pagar promessa.
NOTA
As novas cidades cresciam próximas a rios e aos burgos fortificados, que 
costumavam ter uma catedral e um castelo. Surgiu a burguesia, classe formada 
por banqueiros, mercadores e artesões. 
Sobressaem aqui as construções góticas e românicas, principalmente nos 
séculos XI e XII, porém com o século XIV chegou a crise, trazendo a Peste Negra 
e Revoltas Camponesas.
3 A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA
Como

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