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O início da vida Origem do universo • Criacionismo • Big Bang Teoria da Gravidade (espaço x tempo) Teoria Geral da Relatividade (espaço = tempo) No boundary proposal (espaço = tempo – sem início) Origem da vida Teoria Criacionista: Deus criou a vida Teoria da Panspermia: Meteoros com células vivas vindas do espaço Teoria Abiogênica: Origem a partir da matéria bruta, ou seja, de uma matéria sem vida Teoria da Evolução Molecular: Mais aceita pela ciência atualmente O INÍCIO DA VIDA SOB A VISÃO DA CIÊNCIA Livro: o gene egoísta (ele diz que o que é vivo é o DNA, que passa de geração para geração, que o corpo é apenas uma proteção, quando a “casca” (corpo) fica velha e ele passa para outra geração – filho/netos). Embora tenha razão e foi levada em consideração por alguns cientistas, não é absoluta. Tipos de reprodução Sexuada: com envolvimento de gametas Assexuada: divisão binária, propagação. Propagação vegetativa, brotamento ou gemulação, divisão parcial, patogênese. Estágios de desenvolvimento - Quando começa a vida Ovo, blastocisto, pré-embrião, embrião, feto, feto viável, recém-nato, capacidade reprodutiva Conceitos distintos: Aborto para o médico significa < 20ª semana ou < 500g. Sistema jurídico < início do TP. Dados alarmantes • 75.000.000 de abortos seguros e inseguros por ano, no mundo • 22.000.000 de abortos clandestinos • 500.000 no Brasil • 22.000.000 abortos clandestinos e realizados anualmente. 80% em países em desenvolvimento. • 216.000.000 de mulheres engravidam anualmente cerca de 89.000.000 de forma involuntária • 17% ocorrem na América Latina e 58% na África. • Pesquisas nacionais mostram que no ano de 2016, 1/5 das mulheres com menos de 40 anos já fizeram aborto sem alteração significativa, 1/3 utilizou medicação sugerida pela OMS. • “Somente” até 360 das 70.000 mortes anuais ocorrem no Brasil. Quase 100% evitável. Relatos raros em países desenvolvidos. 70.000 mortes maternas x 22.000.000 mortes fetais As leis visam o legal (“certo”) deveriam buscar o justo, não o conveniente. Mesmo com a legalização do aborto em alguns países (Ex.: índia) a prática de Aspectos médicos e legais da concepção do aborto abortos em clínicas clandestinas ainda são realizados, sendo que 72% das que realizaram aborto nos EUA revelaram que nunca o teriam feito caso fosse ilegal, outras não souberam responder e apenas 4% disseram que realizariam se ainda fosse ilegal. ABORTO Abortamento é a interrupção da gravidez antes que o feto se torne viável, ou seja, antes que tenha condições de vida extra- uterina. Em lugar de abortamento, é comum o uso do termo aborto, que, a rigor, designa o próprio feto morto em consequência de sua expulsão do útero (privação de nascimento). → O tema “aborto” envolve uma gama de assuntos a serem conceituados e discutidos: 1. Conceito obstétrico de aborto: Interrupção da gravidez, espontânea ou provocada, até a 20ª ou 22ª semana, ou até o feto atingir 500 g, ou até atingir 25 cm. O aborto obstétrico, também considerado espontâneo, não tem interesse legal, uma vez que é um fato natural. Depois desse período, o concepto morto é considerado natimorto. Busca-se, por tanto, traçar um binômio materno-fetal, estando relacionado com a viabilidade fetal. 2. Conceito médico-legal de aborto: Interrupção dolosa da gravidez, antes do seu termo, independentemente da idade gestacional. Busca-se, portanto, preservar a vida do concepto independente de qual fase o mesmo passa na gestação. 3. Aborto criminoso: aborto provocado dolosamente (vontade deliberada de obter um resultado) pela mãe, por terceiro com o consentimento da mãe, ou por um terceiro sem o consentimento da mãe. 4. Nascimento: É a completa expulsão ou extração, do organismo materno, de um feto, independentemente do fato de o cordão ter sido cortado ou de a placenta estar inserida. Fetos pesando menos de 500g não são viáveis e, portanto, não são considerados como nascimento para fins de estatísticas perinatais. Na ausência de peso de nascimento, a idade gestacional de 20 - 22 semanas completas é considerada equivalente a 500g. Quando não se sabe nem o peso nem a idade gestacional, o comprimento de 25 cm (crânio - calcanhar) é considerado equivalente a 500g. 5. Natimorto: É o produto do nascimento de um feto morto. Considera-se feto morto aquele que nasce pesando mais de 500g e que não tem evidência de vida depois de nascer. Para fins de cálculos estatísticos de taxa de mortalidade perinatal para comparação internacional, somente se incluirão fetos mortos que pesam 1000g ou mais ao nascer. 6. Morte Fetal: é a morte do produto da concepção, ocorrida antes da sua completa expulsão ou extração do organismo materno, independentemente do tempo de gestação. A morte é indicada pelo fato de que, depois da separação, o feto não respira nem mostra qualquer outro sinal de vida, como batimentos cardíacos, pulsações do cordão umbilical ou movimentos de músculos voluntários. 7. Nascido vivo: A vida é considerada presente ao nascimento quando o RN respira ou mostra qualquer outra evidência vital, tal como: batimento cardíaco, pulsação do cordão umbilical ou movimentos efetivos da musculatura voluntária. → A vida, no Brasil, por tanto, é protegida desde a nidação (implantação). No âmbito jurídico, a definição do aborto encontra-se na remansosa doutrina, associação entre a interrupção da gravidez com a morte do produto da concepção, em qualquer fase do ciclo gravídico. Com muita propriedade podemos destacar o conceito de aborto na doutrina de Mirabete: ”O aborto é a interrupção da gravidez com a morte do produto da concepção, que pode ser ovo, embrião ou o feto, conforme a fase de sua evolução. Pode ser espontânea, natural ou provocado, sendo nesse último caso criminoso, exceto se praticado em uma das formas do art. 128.” MODALIDADES DE ABORTO 1. Eugênico: consiste em interromper a gestação quando o feto for portador de graves anomalias fetais tanto físicas como psíquicas, que torne a vida extra-uterina do produto da concepção inviável, este tipo de aborto não é previsto na legislação. Ainda é tido como aborto criminoso. 2. Social: Ainda é tido como aborto criminoso. 3. Sentimental ou humanitário: permitido pela legislação penal brasileira, e consiste em interromper a gestação, pois esta foi fruto de uma violência sofrida pela gestante, tal gravidez não era planejada e tão pouco querida, porém com o ato sexual forçado adveio à gestação, tal aborto é previsto e legalizado a fim de zelar pela saúde mental da gestante. É tido como aborto legal. 4. Terapêutico ou necessário: consiste em interromper a gestação quando esta traz riscos fundados a gestante, pois tutela-se um bem jurídico já existente ao invés de tutelar uma expectativa. É tido como aborto legal. Os requisitos para este aborto são: a mãe deve ser acometida de uma doença que seja agravada ainda mais com o decorrer da gravidez, pondo a mãe em um estado de perigo de vida. Para que o aborto seja necessário e autorizável, este deve responder, de fato, á melhoria na saúde da mãe. Mesmo diante disso, o parecer deve ser assinado por mais de um médico (junta médica, de número ímpar). 5. Espontâneo ou natural: fator patológico onde o próprio corpo da mulher expulsa o feto, sem a ajuda ou a querência da gestante ou de terceiro tal aborto não é cabível de punição, pois é algo que ocorre naturalmente sem a influencia do homem. Obs.: De maneira geral, existem duas grandes correntes com relação ao aborto. Uma parte entende que a vida é heterônima, ou seja, que não cabe a nós decidir acerca da vida de um ser, sendo baseada em aspectos religiosos, e tomandocomo fundamento a santidade da vida, o aborto é crime. Por outro lado, há quem pense que a mulher tem autonomia reprodutiva, de modo que a vida seja tangível, e o aborto é uma prática inteiramente neutra. Esta hipótese que é importante para a ética médica. LEGISLAÇÃO → Código de Ética Médica – Capítulo III – Responsabilidade profissional: Art.15: Descumprir legislação específica nos casos de transplantes de órgãos ou de tecidos, esterilização, fecundação artificial, abortamento, manipulação ou terapia genética (o CEM só faz essa menção sobre aborto: remete o aborto a uma legislação que está fora do CEM, estando então no Código Penal). → Código de Ética Médica – Capítulo I – Princípios Fundamentais: VI: O médico guardará absoluto respeito pelo ser humano e atuará sempre em seu benefício. Jamais utilizará seus conhecimentos para causar sofrimento físico ou moral, para o extermínio do ser humano ou para permitir e acobertar tentativa contra sua dignidade e integridade. → Em face do Código de Ética Médica, o médico não pode tomar nenhuma posição com relação ao aborto, uma vez que este remete o aborto a uma legislação específica – o Código Penal Brasileiro, que admite o aborto em duas hipóteses: na modalidade sentimental e terapêutica (necessário). Em nenhum momento, o Código Penal protege a hipótese de aborto com embriões anencefálicos. Qualquer decisão judicial ou posicionamento que esteja a favor em casos de anencefalia, está indo de encontro à lei penal. ABORTO NO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO Art. 123: matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: pena – detenção, de dois a seis anos. Art. 124: provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque: pena – detenção, de um a três anos. Art. 125: provocar aborto, sem o consentimento da gestante: pena – reclusão. De três a dez anos. Art. 126: provocar aborto com o consentimento da gestante: pena – reclusão de um a quatro anos. Parágrafo único: aplica-se a pena do artigo anterior se a gestante não é maior de quarenta anos, se é alienada ou débil mental ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. Art. 127: as penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço se, em consequência de aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. Art. 128: não se pune o aborto praticado por médico I: se não há outro meio de salvar a vida da gestante. II: se a gravidez resulta de estupro e o aborto é procedido de consentimento da gestante, ou, quando incapaz, de seu representante legal. (têm-se dois valores: a integridade moral da mulher a vida do concepto, sendo o primeiro valor predominante para a lei). Obs.: Para a mulher provar que foi estuprada, não necessita de absolutamente nada, nenhuma prova ou documento. O CFM orienta apenas o médico que solicite um boletim de ocorrência para transparecer a situação. Mesmo o médico tendo valores contra o aborto, ele deverá interromper a gestação ou realizar uma curetagem em uma gestante caso a mesma corra perigo de morte e ele seja o único profissional disponível naquela localidade, naquele momento. Feto Anencéfalo Interrupção da gravidez – mulher – liberdade sexual e reprodutiva – saúde – dignidade – autodeterminação – direitos fundamentais – crime – inexistência Casos de feto anencefálico > interrupção da gravidez ACÓRDÃO: Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em julgar procedente a ação para declarar a inconstitucionalidade da interpretação segundo a qual a interrupção da gravidez de feto anencefálico é conduta tipificada nos artigos 124, 126 e 128, incisos I e II, do Código Penal, nos termos do voto do relator e por maioria, em sessão presidida pelo Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 12 de abril de 2012. DOAÇÃO DE ÓRGÃOS O tema é bastante discutido, uma vez que existem teorias que abordam quando ocorre o fim e início da vida, sendo que o mais aceito está relacionado à atividade cerebral. O papa João Paulo II, por ocasião do 18º Congresso Internacional sobre Transplante de Órgãos, dizia: “a doação de órgãos é uma decisão livre de oferecer, sem recompensa, uma parte do próprio corpo em benefício da saúde e do bem-estar de outra pessoa”. Questão de hermenêutica, por analogia: Teoria do 15 dia – fim e início da vida relacionados à atividade cerebral. LEI DA BIOSSEGURANÇA 11.105/05 Art. 3º: para efeito desta lei, considera-se: I: organismo: toda entidade biológica capaz de reproduzir ou transferir material genético, inclusive vírus e outras classes que venham ser conhecidas; IX: clonagem terapêutica: clonagem com finalidade de produção de células-tronco embrionárias para utilização terapêutica; Art. 5º: é permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as seguintes condições. De acordo com o ordenamento: Art. 5º CF: “todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviabilidade do direito a vida, a liberdade, a igualdade, a segurança e a propriedade...”. Art. 2º CC: A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. Art. 124 CF: provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque a partir da concepção de vida: (Vide ADPF 54). Pena - detenção, de um a três anos.
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