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PROCTOLOGIA Patologias orificiais: Fissuras . CONCEITOS GERAIS . ● As patologias orificiais são um conjunto de patologias benignas que acomodem o canal anal, ânus, margem anal, períneo e a região sacrococcígea, sendo aqui abordadas como a doença hemorroidária, fissuras anais, abscessos e fístulas perianais. ● A maior dificuldade dessas patologias é o diagnóstico, devido à dificuldade do paciente em se deixar ser examinado. ● Fissura e Doença hemorroidária possuem tratamentos diferentes, é necessário saber qual a doença até mesmo para encaminhar adequadamente o paciente. ● Sempre examinar o paciente, não existe exame complementar. ● Doenças perianais só dão diagnóstico a partir da inspeção e observação da lesão. ANATOMIA: ● O reto é a porção final do trato gastrointestinal, sendo dividido do canal anal pela linha pectínea. ● Essa divisão é importante, já que é onde ocorrem diversas mudanças histológicas, fisiológicas e da própria anatomia. ● É a linha pectínea que irá delimitar a divisão entre o epitélio colunar simples proximal e o epitélio estratificado distal, a inervação visceral proximal e a inervação somática distal. ● É nessa região que iremos encontrar as colunas retais, compostas pelas criptas (criptas de Morgagni), no interior das quais os ductos excretores das glândulas anais se abrem. ● O canal anal tem cerca de 8 a 12 centímetro e vai até a transição com o sigmoide. ● O reto habitualmente, então, tem cerca de 12 centímetro e possui essas pregas que são as válvulas de Houston. ● Essa região apresenta grande rede muscular para manter o tônus funcionante: ● MÚSCULO ESFÍNCTER EXTERNO: composto por fibras estriadas voluntárias. ● MÚSCULO ESFÍNCTER INTERNO: composto por fibras lisas involuntárias. ● Em relação a vascularização dessa região, teremos: ● PLEXOS VENOSOS SUPERIORES: acima da linha pectínea, responsáveis pela drenagem sanguínea do reto ● PLEXO VENOSO INFERIOR: responsável pela drenagem sanguínea do canal anal, sendo eles os responsáveis pela fisiopatogênese da doença hemorroidária. . FISSURAS . ● Uma fissura anal é uma ruptura ou ulceração no revestimento do canal anal abaixo da junção mucocutânea linha pectínea. ● Mais comumente causada por trauma local, as fissuras anais causam dor durante a defecação que persiste por uma a duas horas. ● A persistência de uma fissura anal está ti- picamente associada a espasmo anal ou alta pressão anal. ● Mais comum em adultos jovens e bebês. ● A região perianal é muito inervada, então a lesão doí muito, incomoda muito o paciente, principalmente no momento da evacuação, podendo fazer com que a evacuação seja interrompida. ● Ocorre na mesma proporção entre o sexo masculino e feminino. Pode ser aguda ou crônica. ● A linha pectínea delimita uma região com inervação muito intensa, então tudo o que está abaixo da linha pectínea é extremamente sensível e doloroso ⇒ acima da linha pectínea, a sensibilidade vai diminuindo gradativamente. ETIOLOGIA: ● FISSURA PRIMÁRIA: ● A principal causa está associada à constipação, ou seja, sua principal causa está ligada ao FATOR TRAUMÁTICO ⇒ pacientes com dificuldade de evacuar, intestino preso ⇒ evacua como fezes de cabritos, fezes em cíbalos, endurecidas. ● Essas fezes laceram e machucam o canal anal e toda vez que o paciente evacua, ele sente dor ⇒ ciclo vicioso ⇒ a dor o faz segurar as fezes e isso as torna ainda mais endurecidas. ● O uso de papel higiênico também tem importante peso na fisiopatogenia da doença, devido a várias evacuações, ele funciona como uma lixa, lesando a mucosa do canal anal. ● O músculo esfíncter interno exposto no leito da fissura frequentemente causa espasmos, o que não apenas contribui para a dor intensa, mas também pode restringir o fluxo sanguíneo para a fissura, impedindo sua cura. ● FISSURA SECUNDÁRIA: ● São causadas por outro processo de doença. ● Doença de Crohn (doença inflamatória intestinal inespecífica em qualquer lugar do TGI), sífilis, tuberculose, gonorreia, clamídia, herpes, AIDS e outras. ● Retocolite ulcerativa – doença autoimune (no reto colo, só mucosa). LOCALIZAÇÃO: ● A grande maioria (90%) das fissuras anais está localizada na linha média posterior do canal anal. ● As fissuras estão localizadas na linha média anterior em até 25% das pacientes do sexo feminino e 8% dos pacientes do sexo masculino. ● Em 3% dos pacientes, as fissuras anterior e posterior da linha média (“fissuras de beijo”) estão presentes simultaneamente. FISSURAS PRIMÁRIAS linha anterior ou linha posterior do anus FISSURAS SECUNDÁRIAS não na linha média linhas laterais ● Pacientes com uma fissura anterior são mais propensos a ter lesão esfincteriana oculta e função do esfíncter externa prejudicada em comparação com pacientes com fissura posterior. MANIFESTAÇÕES: ● Pacientes com fissura anal aguda apresentam dor anal que geralmente está presente em repouso, mas é exacerbada pela defecação. ● A dor que se intensifica com a defecação geralmente dura horas após o ato, que é um sintoma debilitante. ● Embora a dor anal seja o principal sintoma de uma fissura, as fissuras anais também podem estar associadas ao sangramento anal. ● O sangramento da fissura, não é um sangramento importante. Geralmente o paciente percebe quando vai limpar e percebe o sangue no papel higiênico ou às vezes pode gotejar dentro do vaso sanitário. É um sangramento discreto. ● FISSURA CRÔNICA: eleva as bordas, expondo as fibras brancas orientadas horizontalmente das fibras musculares do esfíncter anal interno na base da fissura. ● FISSURA AGUDA: aparece como uma laceração superficial fresca, como um corte de papel; ● As fissuras anais crônicas são frequentemente acompanhadas por marcas de pele externas (pilha de sentinelas) na extremidade distal da fissura e papilas anal hipertrofiadas na extremidade proximal ⇒ inflamação crônica e subsequente fibrose. . DIAGNÓSTICO . ● O diagnóstico é feito pela inspeção. ● Para examinar, é necessário afastar as pregas anais, para possibilitar visualizar as fissuras. ● Exames complementares em geral não são necessários. ● Manometria ano-retal: útil para avaliar o tônus do esfíncter anal interno ⇒ feita quando se decide operar o paciente, quando já tentou tratar com medicamento e não funcionou. ● Quando o tônus estiver muito elevado, a cirurgia é um sucesso. ● Quando não faz a manometria e faz a cirurgia e o tônus do paciente está normal, o paciente vai desenvolver incontinência fecal. . TRATAMENTO . FISSURA AGUDA: ● Grande resposta com apenas tratamento conservador. ● O objetivo do tratamento é relaxar o esfíncter anal interno, iniciar e manter a passagem atraumática das fezes e aliviar a dor. ● Hábitos para melhora do trânsito intestinal: ○ Dieta rica em fibra ○ Não usar papel higiênico ○ Não usar álcool ○ Atividade física ○ Perda de peso ○ Consumo adequado de água ● Medidas de suporte por um mês: ○ Banho de assento ○ Analgésico tópico ○ Vasodilatadores tópicos (nifedipina ou nitroglicerina). FISSURA CRÔNICA: ● Mesmo tratamento conservador. ● Relaxamento do esfíncter anal interno com medicamentos tópicos: ○ Bloqueadores de canal de cálcio (diltiazem) tópicos. ○ A toxina botulínica é muito cara e não tem efeito duradouro. ○ Esfincterotomia lateral ⇒ não indicada para pacientes com alto risco de desenvolver incontinência fecal com a cirurgia. Mulheres que tiveram muitos partos vaginais; Pacientes mais velhos; Pessoas que tiveram algum trauma, como um acidente, cirurgia ou AVC. . ESFINCTEROTOMIA INTERNA . . LATERAL . ● O tratamento cirúrgico pode ser oferecido a pacientes cuja fissura não cicatriza com terapia médica. ● Pacientes que desejam se submeter a tratamento cirúrgico são submetidos a triagem adicional com base no risco de incontinência fecal. ● Consiste em fazera secção das fibras do esfíncter anal interno, o qual não tem controle voluntário. ● A incisão geralmente é feita na lateral. ● Disseca-se o esfíncter anal e secciona-se parte das fibras ⇒ não pode seccionar todas as fibras. ● A forma de analisar é fazendo um toque digital durante a cirurgia ⇒ Secciona-se as fibras e faz-se o toque. ● Quando o tônus é muito intenso pode-se até seccionar todas as fibras.
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