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TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA

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PSIQUIATRIA Carolina Ferreira 
 
-O transtorno do espectro autista (TEA), também conhecido como transtorno invasivo do desenvolvimento (TID) ou 
transtorno global do desenvolvimento (TGD), refere-se a uma condição do neurodesenvolvimento definida por 
algumas características comportamentais 
-De acordo c/ o DSM-5, as principais características clínicas do TEA incluem prejuízos em 2 áreas do funcionamento – 
comunicação social e interação social, além de padrões repetitivos do comportamento, interesses e atividades. 
-Características principais: prejuízo persistente na comunicação social recíproca e na interação social + padrões 
restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades 
-Quadro clínico: os sintomas estão presentes desde o início da infância e limitam/prejudicam o funcionamento 
diário, costumam ser reconhecidos durante o 2º ano de vida (12 a 24 meses), embora possam ser vistos antes dos 12 
meses de idade, se os atrasos do desenvolvimento forem graves, ou percebidos após os 24 meses, se os sintomas 
forem + leves. As características comportamentais são inicialmente evidentes na 1º infância, c/ alguns casos 
apresentando falta de interesse em interações sociais no 1º ano de vida. Algumas crianças apresentam platôs ou 
regressão no desenvolvimento, c/ uma deterioração em comportamentos sociais ou uso da linguagem, 
frequentemente durante os 2 primeiros anos de vida. Geralmente, é acompanhado de outras manifestações 
inespecíficas, como fobias, alterações do sono ou da alimentação, crises de hétero ou autoagressividade. 
-O DSM-5 caracteriza TEA por: 
• Déficit persistente na comunicação social e na interação social em diversos contextos 
• Padrões de comportamento, interesses ou atividades restritos e repetitivos, atuais ou observados ao longo da história 
clínica 
• Prejuízo significativo nos aspectos sociais, ocupacionais ou em outras importantes áreas do funcionamento 
• Presença de sintomas desde o início do desenvolvimento, mas podem ñ se manifestar completamente até que as 
demandas sociais ultrapassem a capacidade da criança 
• Dificuldades não explicadas por deficiência intelectual ou atraso global do desenvolvimento 
-Fatores de risco: idade dos pais avançada, baixo peso ao nascer ou exposição maternal ao valproato podem 
contribuir p/ o risco de TEA. A prevalência de TEA em deficiência intelectual (de 8 a 27,9%), síndrome do X frágil (24 
a 60%), esclerose tuberosa (36 a 79%) e síndrome de Down (6 a 15%). 
-Diagnóstico: investiga-se perturbação característica do funcionamento em cada 1 destes 3 domínios: interações 
sociais, comunicação e comportamento focalizado e repetitivo. 
-Tratamento: deve ser feito por equipe multiprofissional, geralmente composta por psiquiatra da infância e da 
adolescência ou neurologista infantil, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicopedagogos e 
educadores, a depender da demanda do caso. De modo geral, o tto depende do mapeamento adequado de áreas de 
potencialidades e de déficits dos indivíduos p/ estruturação do programa de intervenção. O tto do autismo ñ leva à 
cura, mas melhora sobremaneira o prognóstico e o desempenho do paciente. A terapêutica c/ melhor evidência de 
eficácia é a de base cognitiva comportamental, + especificamente análise aplicada ao comportamento 
-Tratamento medicamentoso: são utilizados para tratamento dos sintomas-alvo comórbidos, como desatenção, 
agitação psicomotora, agressividade, irritabilidade, ansiedade, estereotipias excessivas, insônia e sintomas 
depressivos. Podem ser utilizados antipsicóticos, como risperidona, ou antidepressivos, como fluoxetina, p/ da 
impulsividade e agressividade.

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