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A importância da formação para professores

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A Educação Pós pandemia:
a importância da formação
para professores.
Freitas, Eudesia Maria Carvalho¹
¹Especialista em mídias na Educação pela
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
¹Professora Multiplicadora no Núcleo de Tecnologia
Educacional de Natal -NTE
Beira Grande, Felipe² - ²Especialista no desenvolvimento e
aplicação de Jogos no processo de ensino aprendizagem.
Em 2020, fomos pegos de surpresa com o advento da pandemia
do covid 19 que literalmente mobilizou o mundo assim como a gripe
espanhola em 1918. O mundo parou, a saúde se tornou prioridade, a
sociedade se recolheu e a escola interrompeu seus trabalhos.
Os professores foram os que
mais sentiram o impacto seja no
no cotidiano doméstico e
profissional o efeito desta grave
doença. Impossibilitados de
exercer suas atividades rotineiras
devido ao distanciamento social.
Diante disso, o Ministério da
Educação - MEC, criou a lei que criava o ensino remoto como
alternativa para tentar amenizar as consequências desastrosas que a
educação iria sofrer.
No entanto, percebe-se que este modo de ensino amplia a
discrepância entre o ensino público e o privado, tornando evidente o
despreparo das escolas públicas em relação à tecnologia, apesar da
adesão em massa em programas e aquisição de recursos como a
educação conectada. Dois anos depois, a pandemia impôs uma nova
realidade a todos os brasileiros. As atividades foram retomadas a
distância, no entanto, esse modelo também trouxe novos desafios
para alunos e professores.
Felipe Beiragrande², em sua palestra Jogos de tabuleiro e
Educação pós pandemia, nos deu um panorama da educação no Brasil
no contexto da mesma:
1. 66,4% dos professores relataram dificuldades de adaptação ao
processo de educação à distância e 58% não conseguem
ministrar as aulas em casa sem barulho ou interrupções.
2. 78% apresentaram problemas de insônia ou excesso de sono e
52% se revezaram entre atividades domésticas e acadêmicas
durante o período em que está trabalhando em casa.
3. 58% ainda se sentem ansiosos com a situação de trabalho, 53%
estão cansados e 57% sobrecarregados.
4. 72% acreditam que o aprendizado foi extremamente
prejudicado, com os alunos aprendendo muito abaixo (14%) ou
abaixo (58%) do esperado para o ano letivo.
5. Para 63% os alunos não estão motivados a realizarem as
atividades escolares em casa.
Embora 83% dos professores entrevistados tenham recursos
tecnológicos necessários, mais da metade não tem qualificação para ministrar
aulas não-presenciais. Para 46% deles, a participação dos estudantes diminuiu
pouco, mas para 37,7%, diminuiu drasticamente. Outros pontos levantados e
discutidos foram:
1. Falta de acesso a recursos necessários pelos alunos para o
acompanhamento do processo à distância;
2. Falta de autonomia dos estudantes para acompanhar os conteúdos e as
aulas;
3. Falta de qualificação em tecnologias para os professores do ensino
básico.
Muitos especialistas dizem que há uma solução. Uma, não. Um conjunto
de soluções. Soluções estas que vinham sendo deixadas de lado, mas que
agora parecem forçar sua passagem, clamando por urgente implantação.
Há muito tempo o modelo tradicional de educação, em que o professor é
o centro do processo, vem sendo debatido nas escolas. Diversos especialistas
acreditam que ele não promove a aprendizagem por não engajar os alunos no
processo, sendo parcialmente ou totalmente ineficaz.
Dentre as novas tendências estão: o uso de metodologias ativas, o foco
em competências socioemocionais, a tecnologia como facilitadora do processo
de construção do ensino-aprendizagem e o protagonismo do aluno. É
interessante compreender que as metodologias ativas não vieram substituir o
ensino tradicional. Ao contrário: Ela veio dar a sua contribuição tornando o
professor e o aluno colaboradores do processo.
Com o foco no aluno, a carga de
trabalho, pelo menos na execução, fica
sendo compartilhada entre educador e
turma, na qual os alunos precisam
combinar conhecimentos e propor meios
para resolver algo, que pode ser
hipotético ou real.
A sala de aula invertida, onde os
alunos têm contato prévio com o tema de
uma aula futura, utilizando o momento da reunião para tirar dúvidas, interagir
com os colegas e executar exercícios mais complexos. o storytelling, que nada
mais é do que transformar um conteúdo em uma história, ou correlacionar
aspectos do conteúdo com uma narrativa envolvente e que tenha valor para os
alunos.
Algumas metodologias ativas que cativam os estudantes pois possibilita
o aprendizado de coisas práticas e facilita a cultura maker. O aluno aprende
conceitos complexos produzindo coisas no mundo real, favorecendo assim, a
participação e engajamento.O uso da tecnologia será corriqueiro e amplamente
difundido, com incremento de acesso a equipamentos e serviços para a
democratização do ensino.
Não preciso lembrar que já conversamos sobre o que a BNCC exorta
no que diz respeito a tecnologia como desenvolvedor de competências e
habilidades. É necessário apenas que o professor tenha a formação correta
para tal. A Base Nacional Comum Curricular, homologado com o parecer
CNE/CP nº 15/2017, aprovado em 15 de dezembro de 2017 especifica com
clareza o objetivo da tecnologia no cotidiano do aluno como forma de auxílio ao
aprendizado e para inovar com as tecnologias é preciso ter clareza de todos os
fazeres pedagógicos, a saber.
“Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de
informação e comunicação de forma crítica, significativa,
reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as
escolares) para se comunicar, acessar e disseminar
informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e
exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.”
(Competência 5)
Esta competência foca no uso das
tecnologias na aprendizagem com senso
crítico, mas, é preciso ter um
acompanhamento e responsabilidade no
uso. O estudante deve conhecer o
universo digital, e ser capaz de usar
ferramentas multimídia para aprender e
produzir e ajudar em seu protagonismo.
Se a função da escola não é só formar o cidadão e sim capacitá-los para
a tomada de decisões futuras, se preparar para os desafios e para a escolha
informada acerca de todos os aspectos na vida em sociedade que as afetam, a
tecnologia vem como instrumento para proporcionar essa oportunidade
Quanto mais a responsabilidade for compartilhada entre professor e alunos, e
quanto mais integral se tornar a educação, maior a necessidade de
participação familiar.
Preocupado com a nova função do professor para essa geração
eclética, o Plano Nacional de Educação (PNE) criado com a Lei n° 13.005/2014
determina diretrizes, metas e estratégias para a política educacional no período
de 2014 a 2024, também privilegia a formação do professor em tecnologias, a
saber:
(...) Garantir a todos(as) os(as) profissionais da
educação básica formação continuada em sua área de
atuação, considerando as necessidades, demandas e
contextualizações dos sistemas de ensino.(Meta 16).
É notório que a Educação passou por mudanças drásticas nos últimos
18 meses. Entendemos, também, que algumas dessas mudanças perdurarão
por algum tempo: tempo esse desconhecido. O MEC prevê que a
“normalização” do ensino só ocorrerá em, no mínimo, dois anos após a
vacinação ampla de alunos, professores e demais colaboradores das escolas.
Talvez o ensino a distância ou ensino híbrido ou remoto ainda seja realidade
por algum tempo. Neste cenário, as metodologias ativas no ensino remoto têm
se destacado por contribuírem para um maior desempenho na aprendizagem.
Mas nós, educadores, não podemos ser vencidos. Nossa missão é
nobre e nosso trabalho nunca para.
Referencial Bibliográfico
1. FREITAS, Eudesia Maria Carvalho. Curso de capacitação em
jogos e gamificação. 2010.
2. Beira Grande, Felipe. Panorama de Jogos de tabuleiro pós
pandemia. In Seminário de Jogos e Gamificação. 2020.

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