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Cirurgia – Hérnia de Parede Abdominal Caio Márcio Silva Cruz Página 1 Hérnias da Parede Abdominal Tipos de Hérnia: Umbilical Epigástrica Incisional Spiegel Lombar Inguinal Femoral Hérnia Umbilical Fazer a divisão da hérnia no adulto e na criança, mas ambas são o não fechamento do anel umbilical. - Criança – defeito congênito. • Tratamento: - Conservador, pois geralmente é fechamento espontâneo em até 2 anos (podendo esperar até 4 anos) - Cirurgia: quando é concomitante a hérnia inguinal, quando a hérnia é maior que 2 cm, associada à Derivação Ventrículo Peritoneal e quando não tiver o fechamento em 4 a 6 anos. - Adulto – defeito adquirido. • Tratamento - Conservador, quando a hérnia não está incomodando. - Cirurgia: sintomático ou ascite volumosa. • Fatores de risco para formação da hérnia são os que aumentam a pressão intrabdominal, como gestação e ascite. • É mais comum em mulheres. Hérnia Epigástrica É aquela que se forma na linha Alba, entre a cicatriz umbilical e o apêndice xifoide. - Normalmente o conteúdo é uma gordura peritoneal, e mesmo sendo pequeno pode gerar bastante dor. Hérnia Incisional É aquela que se forma em área de incisão cirúrgica prévia. - O paciente apresenta porque teve a abertura das camadas mais profundas, a deiscência da sutura das camadas músculo-aponeuróticas, e submucosa e a pele se mantiveram íntegras. Fatores de risco - Técnica de fechamento incorreta - Infecção do Centro Cirúrgico, hematoma, seroma. - Desnutrição, idade elevada, uso de corticoide. - Pressão intrabdominal elevada, obesidade. Hérnia de Spiegel É aquela que se forma na borda lateral do reto abdominal e a linha de Spiegel (semilunar) – “junção da musculatura mais lateral do abdômen”. - Sobre ou abaixo da linha arqueada de Douglas Cirurgia – Hérnia de Parede Abdominal Caio Márcio Silva Cruz Página 2 - Se forma de maneira Interparietal – avaliar imagem para o diagnóstico, pois as vezes não se consegue palpar no exame físico. Pode se pedir uma tomografia. Paciente com hérnia umbilical e duas de Spiegel. Hérnias Lombares Aquelas que se formam nos triângulos lombares. Triângulo Lombar Superior – Hérnia de Grynfelt. - Abaixo da 12ª costela Triângulo Lombar Inferior – Hérnia de Petit - Acima da crosta ilíaca Resumo Anatômico • Fáscia Transversalis é a primeira estrutura (mais posterior) que compõe a parede posterior do canal inguinal, que são finas, delgadas e frágeis. • M. Transverso e M. Oblíquo Interno, quase no mesmo plano, formam a parede posterior. Orifícios: » Anel Inguinal Interno – início do canal inguinal. » Canal femoral. • Aponeurose do M. Oblíquo Externo é o que fecha o canal inguinal. - Componente único da parede anterior. Orifícios: » Anel Inguinal Externo – marca o final do canal inguinal. • Ligamento Inguinal (Poupart) – é a própria aponeurose do M. Oblíquo Externo, que faz uma reflexão sobre ele mesmo e faz um espessamento. Canal Inguinal Anel Inguinal interno – Anel Inguinal externo - De lateral para medial, de posterior para anterior, de superior para inferior. “É uma rampa.” Estruturas que passam por ele: • Homem – Funículo Espermático (é um tubo): - M. cremaster, vasos deferentes, plexo pampiniforme. - Conduto peritônio-vaginal obliterado. • Mulher – ligamento redondo do útero. Hérnias da “Região da Virilha” - Hérnia Inguinal Indireta (a mais comum de todas) - Hérnia Inguinal Direta - Hérnia Femoral Hérnia Inguinal Indireta • Anuncia-se através do anel inguinal interno. - ela tá querendo imitar o percurso do testículo quando desceu pro escroto, que só passava pela evaginação do peritônio, formando o Conduto peritônio-vaginal. • Causa – defeito congênito. - É a persistência do Conduto peritônio-vaginal. - Típica da infância. Cirurgia – Hérnia de Parede Abdominal Caio Márcio Silva Cruz Página 3 Hérnia Inguinal Direta • Causa – Defeito adquirido - Enfraquecimento da parede posterior - Se anuncia através do triângulo de Hesselbach, que tem os limites: - Ligamento inguinal - Vv. Epigástricos inferiores - Borda lateral do M. retoabdominal Indireta x Direta - Em relação aos vasos epigástricos inferiores: • Medial – Direta • Lateral – Indireta - Exame físico: tocar o canal inguinal e pedir para o paciente fazer o valsava, • Bate na polpa do dedo – Direta • Bate na ponta do dedo – Indireta: tem o maior risco de encarcerar. A indireta é mais comum no lado direito que do lado esquerdo. O conduto do lado direito demora mais tempo para fechar e por isso tem mais tempo para acontecer erros de fechamento, defeitos congênitos. Hérnia Femoral (ou Crural) Anuncia-se abaixo do ligamento inguinal. - Mais comum em mulheres. - Mais comum à direita. - Maior risco de encarceramento. Classificação de Nyhus I – Indireta com anel inguinal interno normal. (mais comum nas crianças) II – Indireta com anel inguinal interno dilatado. (tem mais do que 2 cm) III – Defeito na parede posterior. A: Direta / B: Indireta / C: Femoral IV – Recidivante A: Direta / B: Indireta / C: Femoral / D: mista. Hérnia Inguino-Femoral – Tratamento • Hérnia Redutível - Cirurgia Eletiva. • Hérnia Encarcerada - Redução manual – manobra de Taxe. - Quando não reduzir? – Quando houver risco de sofrimento isquêmico. » Tempo maior que 6 – 8 horas » Achados de obstrução intestinal » Irritação peritoneal, hiperemia, hipotensão. • Hérnia estrangulada – sinal de isquemia. - Cirurgia de Emergência – Inguinotomia. » Se houver redução espontânea – Laparotomia. Técnicas Operatórias - Abordagem anterior – é a cirurgia aberta convencional. » Herniorrafia anterior + Reforço da parede Posterior. • Técnica de Shouldice: reforço da parede através da imbricação (sutura) de músculos. • Técnica de Liechtenstein (padrão ouro): faz o reforço com tela livre de tensão – sutura ao longo do ligamento inguinal. • Técnica de Mc Vay: boa para a hérnia femoral (Lig. De Cooper) Cirurgia – Hérnia de Parede Abdominal Caio Márcio Silva Cruz Página 4 - Abordagem posterior – de “dentro para fora”, acesso pré-peritoneal. » Indicações: - Recidivas (tratar da maneira oposta que foi tratada na primeira cirurgia) - Bilaterais • Técnica de Stoppa: coloca uma tela bilateral. • Videolaparoscopia: Abordagem posterior e sempre utiliza tela. - Indicações: › Primárias e unilaterais. (padrão ouro no sexo feminino) › Bilaterais › Recidivas - Técnicas › TEP: Totalmente extraperitoneal. › TAPP: Transabdominal pré-peritoneal Abre o peritônio e: Cirurgia – Hérnia de Parede Abdominal Caio Márcio Silva Cruz Página 5 Anatomia Laparoscópica - “Y” invertido: 1 – vasos epigástricos inferiores (VEI) 2 – vasos deferentes (VD): medial 3 – vasos espermáticos (VE): lateral 4 – trato iliopúbico (TI): é o ligamento inguinal visto por dentro. - O “Y” forma triângulos: • Hérnias Diretas: medial aos VEI • Hérnias Indiretas: lateral aos VEI • Hérnias femoral: abaixo do TI • Triângulo de Doom (da desgraça): entre os VD (medial) e VE (lateral), onde passam os vasos ilíacos externos. • Triângulo da Dor: entre os VE (medial) e TI (lateral) onde tem a inervação. Denominações Especiais • Hérnia de Richter: pinça borda antimesentérica - Isquemia sem obstrução - Mais comum na hérnia femoral. • Hérnia de Littré: Divertículo de Meckel • Hérnia de Amyand: Apêndice • Hérnia de Garangeot: Apêndice (femoral)
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