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1 GABRIELA VIEIRA 2022.1 MEDFIP GBI ASSUNTO: ESTRATEGIAS PARA MUDANÇAS DE HABITOS DE VIDA VOLTADOS PARA A SAÚDE PROF: ELIONARA A teoria cognitiva social: explicita a importância dos fatores ambientais (variáveis externas) e das disposições intrínsecas de cada pessoa no comportamento humano e ressalta a inter-relação entre essas variáveis MOTIVAÇÃO Possibilidade de mudar à medida que o tempo passa Adequado controle dos agravos crônicos à saúde Coordenação e integração do cuidado Corresponsabilização da pessoa Vontade individual Mudança de hábitos de vida adesão ao tratamento Teorias comportamentais ou das ciências sociais Modelos conceituais Base para a investigação e o entendimento do comportamento Estratégias motivacionais e apoio profissional Educação em saúde 2 GABRIELA VIEIRA 2022.1 MEDFIP GBI Complexa (variáveis extrínsecas e intrínsecas) Podem impactar positivamente ou negativamente a motivação da pessoa MODELO TRANSTEÓRICO (MTT) Década de 1980 (Prochaska e DiClemente.) Engloba diferentes teorias da psicologia social É constituído por 4 construtos: estágios de mudança do comportamento; processo de mudança; equilíbrio de decisões e auto eficácia O construto de mudança de comportamento é composto por 5 etapas: 1. Pré contemplação: (i won’t- eu não quero): não considera a possibilidade de mudar, nem se preocupa com a questão 2. Contemplação (I might- eu deveria): admite o problema, é ambivalente e considera adotar mudanças eventualmente (nos próximos 6 meses). 3. Preparação (i will- eu irei): inicia algumas mudanças, planeja, cria condições para mudar, revisa tentativas passadas (nos próximos 30 dias) 4. Ação (i am- eu estou): implementa mudanças ambientais e comportamentais, investe tempo e energia na execução da mudança (a mudança ocorreu há menos de 6 meses). 5. Manutenção (i have- eu tenho que): processo de continuidade do trabalho iniciado com ação para mantar os ganhos e prevenir uma recaída (a mudança ocorreu há mais de 6 meses) Não é incomum que pessoas que se encontram nos estágios mais avançados (ação e manutenção) retornem, em algum momento do seu processo de evolução, a estágios anteriores, o que leva a uma reclassificação, chamada recaída – ou seja, a falha em se manter em um estágio, com a consequente retomada do hábito ou comportamento anterior. De acordo com Prochaska a pessoa não caminha nos estágios de forma linear-causal: uma vez atingida alguma mudança, não significa que se manterá nesse estágio. Pode-se, então, representar o processo de mudança como uma espiral, que pressupõe movimento, em que as pessoas podem progredir ou regredir por meio dos estágios de comportamento. O MTT possibilita avaliar o momento em que ocorre a mudança de comportamento e como ela ocorre, a pessoa podendo transitar pelos estágios, avançando ou retrocedendo. Os estágios de mudança de comportamento dão a dimensão temporal do modelo, ou seja, mostram quando ocorre a mudança. ENTREVISTA MOTIVACIONAL (EM) É um estilo de conversa colaborativa voltada para o fortalecimento da própria motivação da pessoa e comprometimento com uma mudança. A meta específica é resolver a ambivalência, que é definida como a experiência de um conflito psicológico para decidir entre dois caminhos diferentes. A EM é compreendida com caráter de intervenção breve, podendo ser utilizada por uma ampla gama de profissionais em diferentes serviços Utilizada para qualquer problema de saúde mental, dificuldades de relacionamento, para o desenvolvimento de comportamentos saudáveis (adoção de dietas saudáveis e práticas esportivas), na educação e na promoção da saúde, essa abordagem destina-se a pessoas que não reconhecem que devem mudar qualquer aspecto de seu comportamento habitual, que recusam tratamento ou que sentem uma ambivalência muito grande. Embora possa ser usada em uma única entrevista, habitualmente é empregada em quatro ou cinco consultas. 3 GABRIELA VIEIRA 2022.1 MEDFIP GBI INDICAÇÕES: qualquer problema de saúde mental, dificuldades de relacionamento, desenvolvimento de comportamentos saudáveis, educação e na promoção da saúde. PÚBLICO: pessoas que não reconhecem que devem mudar qualquer aspecto de seu comportamento habitual, que recusam tratamento ou que sentem uma ambivalência muito grande; PERIODICIDADE: pode ser usada em uma única entrevista, mas, habitualmente é empregada em quatro ou cinco consultas. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EM: EXPRESSAR EMPATIA: Significa aceitar a postura da pessoa, tentando entende-la, sem julgamento. DESENVOLVER DISCREPÂNCIA: Significa fazer um contraponto entre o atual comportamento da pessoa (p. ex., o sedentarismo) e seus objetivos mais amplos (praticar atividades físicas, perder peso e controlar os níveis de glicose). EVITAR DISCUSSÕES: Deve-se evitar discutir e debater com a pessoa sobre a importância de uma mudança para evitar o estabelecimento de resistências. DISSIPAR RESISTÊNCIAS: Todo profissional deve estar atento ao timing do paciente e saber usar os vários momentos de um processo de mudança para poder influenciar suas percepções. ESTIMULAR A AUTO EFICÁCIA: Experiências exitosas anteriores reforçam a crença da pessoa na sua capacidade de conseguir alcançar seu objetivo ESTILOS DE COMUNICAÇÃO: DIRECIONAMENTO Implica uma relação desigual de poder, conhecimento, experiência ou autoridade. Tem seu lugar em situações de risco e necessidade de liderança, e normalmente é o fundamento da formação da maioria dos profissionais da saúde. A mensagem implícita neste estilo é: “Eu sei o que você deve fazer e como você deve fazê-lo”. O direcionamento dá funções, instruções, e o “receptor” é complementar, obedece, atende ao que lhe é sugerido. ACOMPANHAMENTO: Saber escutar, sem interromper, sem advertir, analisar, concordar ou discordar, dando à pessoa a ideia de que “não vou mudar ou forçar você, e vou deixar você resolver isso em seu próprio tempo e do seu próprio jeito”. ORIENTAÇÃO 4 GABRIELA VIEIRA 2022.1 MEDFIP GBI É um ouvinte qualificado e oferece informações de especialistas, quando necessário. Ajuda a encontrar o caminho e a resolver os problemas. Dá ao receptor a autonomia da decisão, oferecendo as opções que podem ser escolhidas e o ajuda a chegar ao objetivo proposto. Comunica a seguinte ideia: “Posso ajudá-lo a resolver isso por sua própria conta”. A comunicação habilidosa é o equilíbrio dinâmico entre esses três estilos, mudando de um para outro conforme a situação o exija O espirito da EM envolve um estilo colaborativo, evocativo e com respeito à autonomia da pessoa A postura do profissional dever ser equânime e equilibrada. O espírito da EM é composto de 4 elementos: parceria, aceitação, evocação e compaixão PROCESSOS FUNDAMENTAIS PARA A REALIZAÇÃO DA EM: Segundo Miller e Rollnick, existem quatro processos fundamentais para a realização da EM desenvolvidos por meio do engajamento, do foco, da evocação e do planejamento, permeados pela aplicação da metodologia PARR. ENGAJAMENTO: Construção de uma aliança terapêutica, uma conexão útil e uma relação de trabalho, que busca uma solução para o problema apontado, pautada no respeito e na confiança mútuos. FOCO: Foco durante o atendimento, para que a conversa não se perca no meio do caminho. EVOCAÇÃO: Implica obter, por meio da conversação, os próprios sentimentos concernentes ao propósito de mudança da pessoa. PLANEJAMENTO: Atinge o estágio de preparação, ela diminui os seus questionamentos e começa a se preparar para uma tomada de atitude. O planejamento está na construção do movimento de “quando” e “como” mudar e não mais no “ porque” mudar. *permeados pela aplicação da metodologia PARR METODOLOGIA PARR Caixa de ferramentas da EM:5 GABRIELA VIEIRA 2022.1 MEDFIP GBI Utilização de reflexões, de reforços positivos, de resumos e de perguntas abertas em uma relação de no mínimo 2:1 (utilização de duas estratégias para cada pergunta) As perguntas são utilizadas em menor proporção, porque se espera que todas as estratégias possam gerar mais reflexões na pessoa e assim possibilitar que ela fala mais do que o profissional e tenha oportunidade de ouvir a si mesma, de descobrir coisas por si só e, ao final, perceber que é capaz de discernir, fazer escolhas, tomar decisões e agir, reafirmando o seu protagonismo. Depois de um resumo, é importante adicionar uma pergunta ativadora, convidando a pessoa a uma atitude dinâmica e resolutiva: “Depois de conversarmos sobre tudo isso, o que você pode fazer? ” *não há soluções mágicas e uma abordagem efetiva geralmente associa várias delas. RESUMINDO A primeira estratégia da EM é vincular-se à pessoa, a fins de que ela se proporcione em relação aos hábitos que precisa mudar. Além disso, deve-se coloca-la no processo de mudança e usar estratégias de comunicação adaptados a cada necessidade Em uma etapa posterior, deve-se promover a consciência da pessoa para seu comportamento, aumentar os níveis de contradição entre suas crenças e suas ações e, por conseguinte aumentar seus níveis de conflito Deve-se ainda trabalhar a ambivalência, a auto eficácia e apoiá-la por meio de ajuda ativa COMPONENTES FUNDAMENTAIS PARA O PROCESSO DE EMPODERAMENTO (OMS) 1. Compreensão pela pessoa do seu papel; 2. Aquisição de conhecimento suficiente para poder se envolver com seu profissional de saúde 3. Habilidades pessoas 4. Presença de um ambiente facilitador Se bem trabalhados, haverá a facilitação e o apoio ás pessoas para que possa refletir sobre sua experiência no processo de autocuidado A autorreflexão se dá em uma relação que envolver segurança, colaboração, respeito aos fatores psicológicos intrínsecos, sendo essencial para estabelecer as bases para mudanças comportamentais positivas, de emoções, assim como de atitudes autodirigidas O empoderamento leva a uma compreensão do indivíduo de que o processo de cuidado não envolve fazer algo para ele, e é o desenvolvimento dessa reflexão que tem o potencial de conscientiza-lo e leva-lo à compreensão das consequências de suas decisões de autogestão de sua saúde. 6 GABRIELA VIEIRA 2022.1 MEDFIP GBI