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Resumo - Inibidores da Síntese de Ác Nucleicos

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1 terapêutica ii | Lucas Silva 
Inibidores da Síntese 
de Ác. Nucleicos 
Sulfonamidas 
✓ Fármacos que interferem na síntese do 
ácido fólico. 
 
Mecanismo de ação 
• Ácido fólico → Vitamina envolvida na 
biossíntese de precursores do DNA e 
RNA, dos aa (glicina, metionina e ácido 
glutâmico) e outro metabólitos essenciais. 
• Os seres humanos utilizam receptores 
celulares para captar o ácido fólico 
proveniente da dieta. 
• As bactérias são incapazes de obter o 
ácido fólico do meio ambiente, por isso 
sintetizam a partir de PABA, pteridina e 
glutamato. 
• Essa diferença torna essa reação nas 
bactérias um alvo antimicrobiano. 
• Sulfa → Inibe a enzima conversora de 
PABA em Ác. Pteróico. 
• Trimetoprim → Inibe a enzima conversora 
de Ác. Diidrofólico em Ác. Tetraidrofólico. 
• Impedem a produção dos derivados do 
ácido fólico que são essenciais para a 
multiplicação celular (bacteriostático). 
 
Obs.: Quando usados em associação 
apresentam efeito bactericida. 
 
Espectro 
• Amplo espectro → Bacteriostáticos 
• Indicações: Infecções oftálmicas, 
otológicas, das vias urinárias, TGI e 
queimaduras. 
• Sulfonamidas → Bactérias Gram+ 
(Staphylococcus) e algumas Gram- 
(enterobactérias) e Chlamydia. 
o Toxoplasma gondii e P. falciparum 
• Sulfonamidas + Trimetoprim → TGI e 
Respiratório, E. coli, Enterococos, Proteus 
spp. Gonorreia, Febre tifoide. 
 
 
Classificação das bactérias patogênicas mais comuns. 
Classificação 
• Ação curta: Sulfadiazina (VO, tópica) 
• Ação intermediária: Sulfametoxazol (VO, 
EV) e Trimetoprim 
• Ação longa: Sulfadoxina. 
 
Farmacocinética 
• Absorção → VO, EV (emergências) e IM 
(irritante e dolorida). 
• Distribuição → Boa concentração na 
pleura, TGI, TU, pele e outros. 
• Biotransformação e excreção → 
Hepática e Renal. 
• Administração com estômago vazio → 
Alimentos podem retardar a absorção. 
• Deve-se aumentar a ingestão de líquidos 
→ Podem provocar cristalúria. 
• Reduz a absorção de ácido fólico. 
 
Toxicidade 
• Não deve ser administrada no último mês 
de gravidez, durante a amamentação ou 
até 2 meses de vida; 
• Kernicterus do RN → Hiperbilirrubinemia 
o Sulfonamidas competem com a 
bilirrubina pelos sítios de ligação na 
albumina sérica → Lesão cerebral 
grave. 
o Bilirrubina livre se deposita nos 
gânglios da base e nos núcleos 
subtalâmicos do cérebro causando 
encefalopatia conhecida como 
icterícia nuclear. 
• Distúrbios do TU – Cristalúria (nefrotóxico) 
• Anorexia, náuseas e vômitos 
• Discrasias sanguíneas (anemia 
megaloblástica - deficiência de folato) 
• Hipersensibilidade de pele e mucosas 
 
Quinolonas 
✓ Fármacos que interferem na integridade 
do DNA. 
 
Mecanismo de ação 
• Inibem o superenrolamento do DNA 
durante a replicação e separam o DNA 
replicado antes da segregação das cópias 
filhas de bactérias (nuclease e ligase). 
• São bactericidas que interferem na 
síntese do DNA bacteriano inibindo a 
Topoisomerase e a DNA-girase, enzimas 
bacterianas essenciais à sua replicação e 
também pela separação das células filhas 
após replicação. 
 
2 terapêutica ii | Lucas Silva 
• A inibição da DNA-girase resulta em 
relaxamento do DNA, promovendo quebra 
da fita de DNA, já a inibição da 
topoisomerase tem como consequência a 
desestabilização cromossomal durante a 
divisão celular, interferindo na separação 
do DNA recém-replicado. 
 
Classificação 
• 1ª geração → Ácido nalidíxico 
• 2ª geração → Norfloxacino, 
Ciprofloxacino (fluoroquinolonas). 
• 3ª geração → Gemifloxacino, 
levofloxacino e 
• 4ª geração → Moxifloxacino (novas). 
 
espectro 
• Bactérias gram-negativas sem ação contra 
anaeróbios, exceto ciprofloxacino, que 
demonstrou ação sobre anaeróbios de 
cavidade bucal (não é primeira escolha). 
• As novas gerações apresentam ação 
contra gram-positivas. 
• Indicações: 
o ITU, ITR, Infecções do TGI, 
Osteomielites, infecções de partes 
moles. 
o Ácido nalidíxico: infecções do TU baixo. 
o Fluoroquinolonas: pielonefrites 
complicadas 
o Ativas contra bactérias do trato genital 
(Chlamydia e Mycoplasma hominis). 
o Infecções do TGI → Bactérias de 
gastroenterites são suscetíveis às 
quinolonas, inclusive as salmoneloses, 
diarreia do viajante, shigelose, infeções 
causadas por Campylobacter jejuni. 
o Infecções do trato respiratório: 
Infecções de VAS (pneumococos); 
Bronquites crônicas (predomínio de 
bacilos gram-negativos); Pneumonias 
atípicas, infecções respiratórias em 
pacientes com fibrose cística (P. 
aeruginosa). 
o Infecções de partes moles: Pele e 
tecido subcutâneo (escaras infectadas, 
úlceras crônicas, pé-diabético). 
 
Farmacocinética 
• Uso VO 
o Levofloxacino, Ciprofloxacino e 
Moxifloxacino podem ser utilizados EV. 
• Bem absorvidos e distribuídos 
• Excreção renal 
Efeitos adversos 
• TGI → Náuseas, vômitos, diarreia e 
anorexia 
• SNC → Cefaléia, tonturas, alucinações, 
delírios e convulsões 
• Anormalidades laboratoriais (leucopenia e 
alteração de transaminases) 
• Pele → Fotossensibilidade, prurido, 
erupções. 
• Contraindicado: Crianças e gestantes 
(artropatias e erosões de cartilagem). 
• Reações adversas graves e 
persistentes, incapacitantes e 
potencialmente irreversíveis. 
o Pacientes que já apresentaram 
reações adversas prévias; 
o Não utilizar em infecções leves a 
moderadas (a menos que ocorra 
resistência a outros medicamentos); 
o Cuidado com pessoas idosas, 
transplante de órgãos e tratados com 
corticoides; 
o Tendinite, ruptura de tendão, mialgia, 
fraqueza muscular, artralgia e edema 
articular; 
o Neuropatia periférica, psicose, 
ansiedade, insônia, depressão, 
alucinações, pensamentos suicidas, 
confusão, comprometimento da visão, 
audição, olfato e paladar. 
o Risco de aneurisma e dissecção 
aórtica (idosos) 
 
Metronidazol 
✓ Fármacos que geram compostos 
reativos que destroem o DNA. 
 
Mecanismo de ação 
• Pró-fármaco que ao penetrar na célula é 
degradada por enzimas chamadas 
nitrorredutases, originado compostos 
citotóxicos (radicais livres, ect.) que 
destroem a estrutura helicoidal do DNA (a 
bactéria morre – Bactericida). 
• Tem excelente atividade contra bactérias 
anaeróbicas estritas (cocos gram+, bacilos 
gram- e bacilos gram+) e certos 
protozoários causadores de amebíase, 
tricomoníase e giardíase. 
• Bactérias aeróbicas não possuem 
enzimas que reduzam a droga e, portanto, 
não forma os compostos tóxicos 
intermediários com atividade 
antibacteriana → São naturalmente 
resistentes. 
 
3 terapêutica ii | Lucas Silva 
Farmacocinética 
• Administração tópica, VO e EV. 
• Bem absorvidos por via oral 
• Metabolização hepática 
• Excreção renal 
• Efeitos adversos: 
o Náuseas, cefaleia e boca seca 
o Dores abdominais, diarreia e vômitos 
o Gosto metálico 
o Neutropenia reversível 
o Raramente: Neuropatia periférica, 
convulsões, disfunções cerebrais 
o Teratogênico 
 
Indicações 
• Fármaco com distribuição em quase todos 
os tecidos e fluidos do organismo, tendo 
poder bactericida; 
• Usado para tratar grande variedade de 
infecções por anaeróbios, como 
abscesso cerebral, pulmonar, bacteremia, 
infecções de partes moles, osteomielite, 
infecções orais e dentárias, sinusite 
crônica, infecções intra-abdominais; 
• Indicado no tratamento do tétano, sendo 
considerado por alguns como 
antimicrobiano de primeira escolha. 
• Pode ser associado à claritromicina ou à 
amoxicilina no tratamento do H. pylori e é 
eficaz no tratamento da vaginose 
bacteriana (Gardnerella vaginalis).

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