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1Material elaborado por Joana Ferrez LEITES FERMENTADOS Processamento Tecnológico LEITES FERMENTADOS Processamento Tecnológico Professora Joana Ferrez Medicina Veterinária Tecnologia de leite e derivados Material elaborado por Joana Ferrez 2 Conceito – RTIQ (I.N. no 46, 2007 / MAPA) “Entende-se por Leites Fermentados os produtos adicionados ou não de outras substâncias alimentícias, obtidas por coagulação e diminuição do pH do leite, ou reconstituído, adicionado ou não de outros produtos lácteos, por fermentação láctica mediante ação de cultivos de microorganismos específicos. Estes microorganismos específicos devem ser viáveis, ativos e abundantes no produto final durante seu prazo de validade” Tipos � IOGURTE � Streptococcus salivarius subsp thermophilus e Lactobacillus delbruecki subsp bulgaricus, os quais podem ser acompanhados de outras bactérias lácticas. � LEITE FERMENTADO OU CULTIVADO � Deverá conter um ou vários dos seguintes cultivos: Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus casei, Bifidobacterium sp., S. thermophilus e ou outras bactérias lácticas. � LEITE ACIDÓFILO OU ACIDOFILADO � Fermentação realizada EXCLUSIVAMENTE com Lactobacillus acidophilus. � KEFIR � Mistura de báctérias ácido-lácticas e leveduras � Grãos de Kefir (Kluyveromyces marxianus e Saccharomyces, Lactobacillus casei, Bifidobacterium e S. thermophilus), Lactobacillus kefir, espécies dos gêneros Leuconostoc, Lactococcus e Acetobacter, com produção de ácido-lático, etanol e CO2. � KUMYS � Lactobacillus delbruecki subsp bulgaricus e Kluyveromyces marxianus. � COALHADA ou CUAJADA � Cultivos mistos ou individuais de bactérias mesofílicas ácido- lácticas Material elaborado por Joana Ferrez 4 Classificação � Quanto ao teor de gordura (base láctea) � Com creme: mínimo de 6% � Integral: de 3,0 a 5,9% � Parcialmente desnatado: 0,6 a 2,9% � Desnatado: máximo de 0,5% � Quanto às adições não lácteas � Leite fermentado com açúcar/açucarado ou adoçado � Leite fermentado aromatizado/saborizado Material elaborado por Joana Ferrez 5 Composição ♦ Ingredientes obrigatórios: leite (e/ou leite reconstituído) padronizados para o teor de gordura e cultivos de bactérias específicos. ♦ Ingredientes opcionais: creme, leite em pó, caseínatos, soros lácteos, pedaços de frutas, polpas, sucos, mel, cereais, chocolate, açúcares, amidos (máximo de 1% do produto final). � Ingredientes opcionais não lácteos: máximo de 30% do produto final. Material elaborado por Joana Ferrez 6 Material elaborado por Joana Ferrez 7 Resultado da metabolismo microbiano (fermentação) � Ácido láctico � Todos leites fermentados � Álcool etílico + CO2 � Kefir e Kumys Kumys é fabricado a partir de leite de égua Kefir é fabricado a partir de leite de cabra, ovelha ou vaca Material elaborado por Joana Ferrez 8 Tratamento térmico � Matéria-prima: Leite pasteurizado (normalmente temperatura entre 80/95º C) � Produto final: Leites fermentados não deverão ter sido submetidos a qualquer tratamento térmico após a fermentação � Microrganismos das culturas lácticas (cultivos) devem ser viáveis e ativos e estar em concentração de acordo com a legislação Material elaborado por Joana Ferrez 9 Conservação e comercialização � à temperatura não superior a 10ºC. Material elaborado por Joana Ferrez 10 Leite Acidófilo � RTIQ � Leite fermentado cuja ”fermentação se realiza exclusivamente com cultivos de Lactobacillus acidophilus.” � Característica probiótica* � Bactéria capaz de se implantar no intestino grosso � Constipação, cólica não-ulcerativa e diarréia * Probiótico: Microrganismo que apresenta efeitos benéficos para o hospedeiro, promovendo o equilíbrio da microbiota normal (Portaria 323 de 2003, ANVISA) Material elaborado por Joana Ferrez 11 Leite Fermentado ou Cultivado � RTIQ � Leite fermentado cuja “fermentação se realiza com um ou vários dos seguintes cultivos: Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus casei, Bifidobacterium sp., Streptococcus salivarius subsp. thermophilus e/ou outras bactérias ácido lácticas que, por sua atividade, contribuem p/ a determinação das características do produto final.” Material elaborado por Joana Ferrez 12 Iogurte � RTIQ: ”fermentação se realiza com cultivos protossimbióticos de Streptococcus salivarius subsp. thermophilus e Lactobacillus delbrueckii subsp. bulgaricus (...)” Material elaborado por Joana Ferrez 13 Relação de simbiose durante a fermentação Após a inoculação do fermenteo primeiramente o S.thermophilus começa se multiplicar (capacidade de desdobrar a lactose em pH neutro)� abaixa parcialmente o pH e produz ácido fórmico� estimula desenvolvimento do L. delbrueckii subsp bulgaricus que consome o ácido fórmico e se multiplica melhor em pH mais baixo� abaixa ainda mais o pH e produz aminoácidos como a valina, histidina e glicina que estimulam o crescimento do S. thermophilus (consome estes AA) e produz acetaldeído substância que dá o aroma� iogurte deve ser resfriado gradualmente abaixo de 10º C para cessar a fermentação Material elaborado por Joana Ferrez Cinética da fermentação lática 14 • O ótimo aroma do iogurte é normalmente obtido quando a quantidade de acetaldeído está entre 23 e 24ppm e o pH entre os valores de 4,4 e 4,0. • A taxa de produção é altamente dependente do nível de acidificação e é aumentada quando se elevam os sólidos do leite. • Durante o armazenamento, há perdas de acetaldeído, especialmente se o produto contiver pouca quantidade de gordura, a qual tem propriedade de reter este composto Material elaborado por Joana Ferrez 15 Etapas importantes no preparo do iogurte a) Aumento do teor de sólidos desengordurados: concentração do leite ou por adição de leite em pó desnatado (densidade do leite aumenta para 1,040-1,045) b) Homogeneização do leite: melhora textura e cremosidade c) Pasteurização do leite com temperatura mais alta: favorece coagulação das proteínas do soro � aumenta viscosidade do iogurte d) Inoculação do fermento em temperatura ideal ao tipo de fermento (iogurte ~ 42º C) e) Resfriamento:Pontos críticos na produção do iogurte.Função é reduzir a atividade metabólica da cultura e controlar a acidez final do produto Material elaborado por Joana Ferrez 16 Etapas importantes no preparo do iogurte f) Quebra do gel: O gel só deverá ser quebrado após o resfriamento da massa a 10°C, o que possibilita uma melhor reabsorção do soro pelas micelas de caseína, evitando a sinérese. Quando são adicionados aroma, sabores e pedaços de frutas, este é o momento ideal. Quando se pretende obter um produto de consistência mais líquida, pode-se iniciar a quebra do gel assim que a temperatura atingir 35°C g) Adições: polpa, sabor,corante etc. 3- Ex. adição de leite em pó desnatado (o mais comum), proteínas lácteas além de amido (até 1%) com a finalidade de melhorar a textura (mais firme) e evitar a tendência de separação de soro do coágulo Seleção do leite cru Clarificação/ Padronização G Padronização extrato Seco desengordurado Homogeneização Pasteurização 90 a 95º C 3 a 5 minutos 4- Melhora a viscosidade do produto pela maior retenção de glóbulos de gordura no coágulo de caseínas 5- Elimina microrganismos patogênicos, microbiota indígena competidora do fermento e ainda desnatura grande parte das proteínas do soro aumentando a viscosidade do iogurte e o rendimento Resfriamento 42 a 45º C 6- Após pasteurização leite deve ser rapidamente resfriado a temperatuta de inoculação do fermento ~ 42º C Adição de cultura Láctica (2 a 3%) 3 a 4 horas incubando Resfriamento gradual até alcançar < 10º C 8- Parar a fermentação para pH do iogurte ficar ~ 4,7 ou ~70º Dornic Adição de ingredientes e quebra do gel Ex.polpa, corante, mel, aromas etc. Envase Estocagem a 4º CDistribuição 1 2 3 45 6 7 8 9 10 1112 PROCESSAMENTO DE IOGURTE Material elaborado por Joana Ferrez Influência do aquecimento e da homogeneizaçãona viscosidade do leite fermentado 19 • A homogeneização melhora a viscosidade e a textura do produto pela maior retenção de glóbulos de gordura no coágulo protéico. • A desnaturação de 80-90% das proteínas do soro (solúveis), obtidas com um binômio de 90 - 95°C / 3 - 5 min, aumenta a firmeza do produto e o rendimento, além de prevenir a separação do soro. Lembrando que após a pasteurização, o leite deve ser rapidamente resfriado até a temperatura de inoculação, que é em torno de 42°C. Material elaborado por Joana Ferrez 20 Tecnologia para a produção de iogurtes � Iogurte Tradicional ou Natural(integral ou desnatado, OBRIGATORIAMENTE fermentado na embalagem) � Após o leite inoculado ser disposto em embalagens individuais, estas são conduzidas às câmaras de fermentação, até atingir a acidez desejada. � Obs.: Além do iogurte tradicional, iogurtes naturais com diferentes conteúdos de matéria gorda e também iogurtes que contêm ingredientes opcionais não lácteos permitidos, de consistência firme, têm sua fermentação ocorrida na própria embalagem. Material elaborado por Joana Ferrez 21 Material elaborado por Joana Ferrez Tecnologia para a produção de iogurtes � Iogurte Batido (fermentado em tanques) � Quando os ingredientes são adicionados o coagulo é quebrado para serem misturados 22 Material elaborado por Joana Ferrez 23 Material elaborado por Joana Ferrez 24 Curiosidade: Bebida láctea � Instrução Normativa 36 (MAPA, 2000): “"entende-se por Bebida Láctea o produto obtido a partir de leite ou leite reconstituído e/ou derivados de leite, reconstituídos ou não, fermentado ou não, com ou sem adição de outros ingredientes, onde a base láctea represente pelo menos 51% do total de ingredientes do produto“ � Fermentado ou não � A base láctea (leite ou derivados do leite (ex.soro de leite e leitelho) é de pelo menos 51% do total (o leite em natureza não é ingrediente obrigatório como no iogurte) � Os outros 49% podem ser: açúcares, gorduras vegetais, amidos, gelatina, pedaços/polpa/suco e outros preparados à base de frutas, mel, cereais, chocolate, etc. � Limita o teor mínimo de proteínas de origem láctea em 1,2% Material elaborado por Joana Ferrez 25 Material elaborado por Joana Ferrez 26 Material elaborado por Joana Ferrez 27 Material elaborado por Joana Ferrez 28 Consumidor, exija qualidade!
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