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1 EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (JUÍZA) DA ___a VARA DO TRABALHO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO - SP. DEVANIR SIQUEIRA, brasileira, solteira, analista de sistemas, com endereço eletrônico ________,nascida em (data completa de nascimento), filha de (nome da mãe completo), portadora da CPTS nº:_______- Série nº: ________, da Cédula de Identidade RG nº: ______, do PIS nº _________, devidamente inscrita no CPF/MF nº: ____________, residente e domiciliada na Rua Primeiro de Abril, n. 1.400, Centro, São João da Boa Vista - São Paulo/SP, por seu advogado que esta subscreve (nome e endereço completo do advogado), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fundamento no artigo 840, § 1º, da CLT c/c artigo 319 do CPC, propor RECLAMAÇÃO TRABALHISTA PELO RITO ORDINÁRIO, em face de LVX SISTEMAS INFORMATIZADOS (1ª RECLAMADA) (pessoa jurídica de direito privado ou público),devidamente inscrita no CPNJ sob o nº: ___________, sediada (endereço completo e CEP) e EMS/SA (2ª RECLAMADA) (pessoa jurídica de direito privado ou público), devidamente inscrita no CPNJ sob o nº: ___________sediada em São Bernardo do Campo - SP, pelos motivos de fato e de direito abaixo aduzidos: PRELIMINARMENTE DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA A Reclamante encontra-se desempregada e custeia o tratamento médico de seu pai, razão pela qual, não tem condições de arcar com as despesas do processo (custas processuais e honorários) sem prejuízo do próprio sustento. Neste sentido, comprova sua situação econômica desfavorável, mediante aos documentos por ora anexos. Assim, diante de tal situação e de acordo com o que dispõe o art. 790, parágrafo 4º, da CLT, a Reclamante requer desde já o benefício da justiça gratuita. DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA A Reclamante deixou de se socorrer da Comissão de Conciliação Prévia por entender que tal exigência é inconstitucional, eis que viola o artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal de 1988, nos moldes das ADINS 2139 e 2160/05. 2 DO MÉRITO I- DOS FATOS A Reclamante foi admitida em 20.11.18 pela empresa Softwares Macro, que em 02.01.19, foi sucedida pela empresa LVX Sistemas Informatizados, 1ª Reclamada, prestando serviços à 2ª Reclamada, EMS/SA. O contrato de trabalho perdurou até 20.01.20, quando a Reclamante foi dispensada sem justa causa, sem receber qualquer verba rescisória. Se não bastasse isso, não lhe foram concedidas guias para encaminhamento do seguro- desemprego e do FGTS (não depositado). Durante o contrato de trabalho, a Reclamante foi ofendida em sua honra pelo seu superior hierárquico Francis Pinheiro com a utilização de palavras de baixo calão, por considerar a serviço prestado insuficiente. Tal fato se repetiu por mais sete vezes, diante dos demais colegas de trabalho que a tudo presenciaram. O último salário pago a Reclamante foi no valor de R$6.700,00 (Seis mil e setecentos reais). Diante dos fatos, por ora expostos, a Reclamante desde já requer aquilo que lhe é de direito, conforme abaixo restará comprovado. II- DAS VERBAS RECISÓRIAS E DA LIBERAÇÃO DAS GUAIS DE SEGURO DESEMPREGO E FGTS A Reclamante foi admitida em 20.11.18 pela empresa Softwares Macro, que em 02.01.19, foi sucedida pela empresa LVX Sistemas Informatizados, 1ª Reclamada, prestando serviços à 2ª Reclamada, EMS/SA. O contrato de trabalho perdurou até 20.01.20, quando a Reclamante foi dispensada sem justa causa, sem receber qualquer verba rescisória. Diante da conduta displicente e omissa da 1ª Reclamada, a Reclamante faz jus aos haveres trabalhistas daí decorrentes – saldo de salário, aviso prévio indenizado, 13º salário proporcional, férias proporcionais acrescidas do terço constitucional, depósito do FGTS, e a multa de 40%, liberação das guias de seguro- desemprego e FGTS, e respectivamente as multas previstas nos artigos 467 e 477, § 8º, da CLT. Assim, a Reclamada deverá ser condenada a pagar as verbas rescisórias à Reclamante. No ato da dispensa, não foi concedido à Reclamante a entrega das guias do seguro-desemprego e do FGTS. A não entrega das respectivas guias do seguro- desemprego e do FGTS foi motivada pelo ato unilateral da Reclamada. Deste modo, a Reclamada deverá entregar as guias do seguro-desemprego, sob pena de incidência da indenização substitutiva prevista na Súmula 389 do TST. Da mesma forma, deverá liberar a entrega das guias do FGTS ou a indenização respectiva. 3 Diante do exposto, a procedência dos pedidos é medida que se requer. III- DO RECOLHIMENTO DOS DEPÓSITOS FUNDIÁRIOS Ao término do contrato de trabalho a Reclamante verificou que não lhe fora depositado o FGTS pertinente ao período contratual. Assim, diante da conduta da Reclamada, com base na Súmula n 362, I, do TST, e nos termos da Lei n.º 8.036/90, deverá a Reclamada, efetuar imediatamente o recolhimento das quantias não depositadas. As parcelas do FGTS deverão ser corrigidas monetariamente de acordo com o índice previsto na legislação vigente, a teor do que dispõe os artigos 13, 15 e 22 da Lei n.º 8.036/90. Desta maneira, a Reclamada deverá ser compelida ao pagamento corrigido das parcelas relativas a todo o período do contrato de trabalho, pertinentes ao recolhimento dos depósitos fundiários. Diante do exposto, a procedência do pedido é medida que se requer. IV- DO ASSÉDIO MORAL PRATICADO EM FACE DA RECLAMANTE E DA CONSEQUENTE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS Durante o contrato de trabalho, a Reclamante foi ofendida em sua honra pelo seu superior hierárquico Francis Pinheiro com a utilização de palavras de baixo calão, por considerar a serviço prestado insuficiente. Tal fato se repetiu por mais sete vezes, diante dos demais colegas de trabalho que a tudo presenciaram. Ora Excelência, a conduta da Reclamada que não coibiu os ataques do superior hierárquico em relação à Reclamante, o que gerou constrangimento e abalo moral à obreira, atingindo sua honra e dignidade, haja vista a indubitável repercussão das humilhações sofridas no ambiente de trabalho, com prejuízos à imagem pessoal e profissional do demandante. Vale, esclarecer que tal conduta foi realizada na presença dos demais colegas de trabalho, o que aumenta o constrangimento da Reclamante, além de deixá-la em uma situação extremamente vexatória, situação, que comprova, o fato gerador a ensejar o pagamento de danos morais, o que conduz ao nexo de causalidade. Assim, o comportamento da Reclamada diante de seu preposto, Sr. Francis Pinheiro, e a mácula causada a imagem da Reclamante, constitui assédio moral, o que confere ao obreiro o direito a percepção de uma indenização, cabendo, para tanto, a fixação do “quantum” indenizatório, considerando-se o valor do salário e o tempo de serviço da Reclamante, além da gravidade dos fatos, a capacidade econômica da Reclamada e o aspecto pedagógico da punição. 4 A Constituição Federal, em seu art. 5º, X, dispõe que "São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação." Nos termos do Código Civil, o dano moral decorre de prática de ato ilícito do ofensor por violação de direito, nos termos definidos no art. 186, ou por abuso de direito, consoante o art. 187, nascendo daí a obrigação de indenização na forma do art. 927, observada a sua dupla finalidade, qual seja de compensação à vítima e pedagógico-punitiva. No mesmo sentido corrobora, o artigo 223 – A à G, da CLT, que uma vez comprovada a prática de dano de natureza extrapatrimonial, permite ao ofendido o direito à reparação. Para tanto, a Reclamante desde já requer a condenação da Reclamada ao pagamento de indenização por danos morais, devendo ser observados os parâmetros contidos no art. 223-G, parágrafo 1º, da CLT. Assim, sendo o atopraticado pela Reclamada ilícito, deverá, diante dos artigos por ora mencionados, reparar o dano causado à Reclamante mediante a indenização respectiva. Assim, diante do exposto a procedência do pedido é medida de que se requer. V- DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA O Reclamante foi admitido em 20.11.18 pela empresa Softwares Macro, que em 02.01.19, foi sucedida pela empresa LVX Sistemas Informatizados, 1ª Reclamada, prestando serviços à 2ª Reclamada, EMS/S/A. O contrato de trabalho perdurou até 20.01.20, quando a Reclamante foi dispensada sem justa causa, sem receber qualquer verba rescisória. Se não bastasse isso, não lhe foram concedidas guias para encaminhamento do seguro- desemprego e do FGTS (não depositado). A relação existente entre as duas Reclamadas, respectivamente, configura terceirização, havendo claramente as figuras da prestadora de serviços e a tomadora, consubstanciadas em um contrato de prestação de serviços. Assim, vale observar que a LVX Sistemas Informatizados, 1ª Reclamada, é a real empregadora do Reclamante, já que o contratou, assalariou, sendo, portanto, responsável por todas as obrigações do contrato de trabalho. Contudo, a 2ª Reclamada, EMS/S/A, na figura de tomadora dos serviços se valeu da prestação dos serviços desenvolvidos pela Reclamante e desta maneira, diante do inadimplemento contratual da 1ª Reclamada, esta deve arcar subsidiariamente com a responsabilidade do contrato. A este respeito, importante consignar que, mesmo inexistindo ilegalidade na terceirização, impõe-se o reconhecimento da responsabilidade subsidiária do tomador, uma vez que foi o beneficiário direto dos serviços prestados pelo Reclamante, ao longo do contrato, e agiu com culpa na eleição da empresa prestadora, que http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730704/inciso-x-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10718759/artigo-186-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 5 se demonstra inadimplente com os encargos trabalhistas. Nesse sentido, o entendimento jurisprudencial consubstanciado no Súmula nº 331, inciso IV, do TST. Da mesma forma, diante das alterações trazidas pela Lei n. 13.467 de 2017, há também de se observar o regramento contido no artigo 4º da Lei 6.019 de 1974, bem como nas implicações da Lei n. 13.429 de 2017, para a atribuição da responsabilidade subsidiária à 2ª Reclamada. Assim, desde já requer o reconhecimento da responsabilidade subsidiária da 2ª Reclamada, bem como sua aplicação perante o inadimplemento contratual da 1ª Reclamada. Diante do exposto, a procedência do pedido é medida que se requer. VI- DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA Caso a preliminar, por ora, arguida não seja acolhida, em atenção ao princípio da eventualidade, a Reclamante pugna pelo mérito, quanto a obtenção dos benefícios da justiça gratuita. A Reclamante encontra-se desempregada e custeia o tratamento médico de seu pai, razão pela qual, não tem condições de arcar com as despesas do processo (custas processuais e honorários) sem prejuízo do próprio sustento. Neste sentido, comprova sua situação econômica desfavorável, mediante aos documentos por ora anexos. Desta forma, a Reclamante requer os benefícios da gratuidade da justiça, a teor do que dispõe o parágrafo 4º, do art. 790 da CLT. Diante do exposto, a procedência é medida que se requer. VII- DOS HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS A Reclamada deverá ser condenada a pagar os honorários sucumbenciais, na forma prevista no caput do art. 791-A, da CLT, ou seja, 15%, visto que na fixação de seu valor deverá ser levada em consideração a natureza e a importância da presente causa, bem como o intenso trabalho realizado pelo advogado, e o tempo que lhe foi exigido para seu serviço (§ 2º, do art. 791-A, da CLT). Diante do exposto, a procedência é medida que se requer. DOS PEDIDOS Diante do exposto, pleiteia o Reclamante a condenação das Reclamadas nos seguintes pedidos: a) Saldo de Salário – 20 dias R$_________; b) Aviso prévio indenizado R$_________; c) 13º salário proporcional - R$_________; d)Férias proporcionais acrescidas do terço constitucional R$_________; e) FGTS sobre verbas rescisórias R$_________; 6 f) Multa de 40% sobre saldo do FGTS R$_________; g) Liberação das guias do seguro-desemprego, sob pena de incidência da indenização substitutiva prevista na Súmula 389 do TST; bem como a liberação das guias do FGTS; h) Multa do artigo 477, § 8º, da CLT R$_________; i) Pagamento das quantias devidas a título de FGTS, durante todo o pacto laboral, corrigidas monetariamente, sendo certo que sobre o valor atualizado dos depósitos fazer incidir juros de mora de 1% (um por cento) e multa de 20% (vinte por cento), nos termos do artigo 22, da Lei n.º 8.036/90 R$_________ j) Pagamento de indenização por danos morais, devendo ser observados os parâmetros contidos no art. 223-G, parágrafo 1º, da CLT R$__________; k) O reconhecimento e a aplicação da responsabilidade subsidiária à 2ª Reclamada, para que também possa figurar no pólo passivo desta ação; l) A concessão dos benefícios da justiça gratuita, vez que a Reclamante não reúne condições de arcar com o pagamento das custas e demais despesas processuais sem prejuízo de seu sustento próprio e de sua família; m) Pagamento dos honorários sucumbenciais, na forma prevista no caput do art. 791-A, da CLT, ou seja, 15%, sobre o valor que resultar a liquidação da sentença, do proveito econômico obtido, ou não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa R$_____________; Requer outrossim, o pagamento das verbas rescisórias em primeira audiência, sob pena de pagamento acrescido de multa de 50%, nos termos do art. 467, da CLT. Posto isso, requer a notificação das Reclamadas para responderem aos termos da presente ação, comparecendo à audiência que for designada, apresentando suas respectivas defesas, sob os efeitos da revelia e da confissão quanto à matéria de fato, devendo ser julgada PROCEDENTE, com consequente condenação das Reclamadas nas verbas rescisórias, com atualização monetária e juros. Provará o alegado por todos os meios de prova admitidas em direito, especialmente, pelo depoimento pessoal das Reclamadas, na pessoa do preposto, sob pena de confissão nos termos da Súmula n.: 74, do TST, oitiva de testemunhas, perícias e outras mais que se fizerem necessárias, o que desde já requer. Dá-se a causa o valor de R$________________________ (valor por extenso). Nestes termos, Pede deferimento. Local e Data. (nome do advogado – número da OAB) http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10710324/artigo-477-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10709953/par%C3%A1grafo-8-artigo-477-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
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