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Prática Determinação de Matéria Seca

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Nutrição e Alimentação Animal
Relatório Prática:
Determinação da Matéria Seca
Semestre 2021.2
Discente: Bruna Cristina Barbosa
Docente: Débora Carvalho e Mário Queiroz
Petrolina, 29 de junho de 2022.
Introdução
A Matéria Seca (MS) é a porção que sobra de qualquer alimento após a retirada de toda a sua umidade. È representada em porcentagem e pode variar de acordo com o alimento à ser analisado. 
A determinação de Matéria Seca é essencial na nutrição animal, afim de garantir que os animais estejam recebendo a quantidade ideal de nutrientes na dieta, pois nutrientes como energia, carboidratos, proteínas, minerais e vitaminas fazem parte da sua composição (NENNICH e CHASE, 2007). 
Segundo Borges et al. (2009), o conhecimento do consumo de matéria seca pelo animal é o primeiro passo para a formulação de dietas para vacas leiteras, com isso, é possível determinarmos exatamente a quantidade de nutrientes que o animal está recebendo e a quantidade de alimento necessário para a produção de leite estimada.
O teor de umidade dos alimentos é muito variável (de 75% para gramíneas frescas, por exemplo, até 10% para farelos e fenos). Os resultados da análise química são apresentados com base na MS para permitir que diferentes alimentos sejam comparados quanto as suas características nutricionais, custo de nutrientes, etc., desconsiderando a fração da água (ANDRIGUETO et al., 1982).
Além da mensuração nutricional da dieta, Shena et al. (2007) cita que estimativas seguras dos teores de Matéria Seca da forragem podem ajudar produtores a alcançar melhores níveis de conservação da silagem e, consequentemente, melhor qualidade da dieta em alocação ao máximo rendimento por animal.
Para se obter resultados mais fidedígnos a capacidade nutricional do alimento, Nennich e Chase (2007) sugeriram que, para determinar com precisão a Matéria Seca, a amostra colhida deve ser representativa do todo e a alíquota necessária para a análise varia de acordo com o equipamento à ser utilizado para a secagem, podendo variar de 100 à 500 g.
A secagem pode ser realizada através de uma variedade de equipamentos, como a Estufa de ventilação forçada, Koster Tester, Forno microondas, Secador Vortex, Desidratador de alimentos e Métodos eletrônicos, e a escolha à ser utilizada para secagem varia de acordo com a estrutura disponível e as vantagens e desvantagens de cada equipamento (PETERS, 2000).
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
Colegiado Acadêmico de Zootecnia
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Caracterização da Leucena
A leucena é originária da América Central, de onde se dispersou para outras partes do mundo devido a sua versatilidade de utilização, podendo ser empregada para forragem, produção de madeira, carvão vegetal e melhoramento do solo.
Nas regiões tropicais, em solos férteis bem drenados esta leguminosa pode produzir, de forma barata, elevadas quantidades de proteína para serem empregadas na alimentação animal.
É uma planta altamente palatável para o gado, e sua tolerância à seca é de grande relevância para ser empregada nos sistemas de alimentação do rebanho no Brasil Central.
A leucena mantém-se verde na estação seca, perdendo somente os folíolos em secas muito prolongadas ou com geadas fortes.
A planta apresenta um sistema radicular profundo, com poucas raízes laterais, que ocorrem em pequeno número, próximas à superfície do solo e que portam nódulos fixadores de nitrogênio com 2,5 a 15 mm de diâmetro e com formato freqüentemente multilobado.
As folhas são bipinadas, com 15 a 20 cm de comprimento, apresentando quatro a dez pares de pinas, cada uma com cinco a vinte pares de folíolos em cada pina. Cada folíolo apresenta 7 a 15 cm de comprimento e 3 a 4 mm de largura.
A inflorescência é globosa e solitária, sobre um pedúnculo com mais de 5 cm de comprimento, apresentando numerosas flores brancas. As flores da leucena formam inflorescências brancas, redondas e geralmente são de auto polinização, que resultam em cachos de vagens.
As vagens são estreitas e achatadas, com 20 em de comprimento e 2 cm de largura, acuminadas, portando 13 a 20 sementes. As sementes são elípticas, comprimidas e de cor marrom (Skerman 1977; Bogdan 1977).
As vagens, quando maduras, abrem-se longitudinalmente, ejetando as sementes que apresentam uma película cerosa bastante resistente e que impede a sua germinação nos primeiros meses após sua queda ao solo.
É uma planta perene, e são citados plantios com mais de 40 anos em utilização.
Segundo a National Academy of Sciences (1977), são conhecidas dez espécies de leucena: L. leucocephala; L. pulverulenta; L. diversifolia; L. lanceolata; L. collinsii; L. esculenta; L. macrophylla; L. retusa; L. shannanii e L. trichodes.
Produção de forragem e proteína
A produção de forragem de leucena dependerá, como já foi mencionado, da fertilidade e da disponibilidade de água no solo, das variedades empregadas e do manejo adotado. A literatura cita produções anuais de 20 a 25 t MS/ha com 2.730 a 3.450 kg de PB/ha, em regime de dois cortes por ano (Bogdan 1977; National Academy of Science, 1977).
Hutton & Bonner, na Austrália (1960), obtiveram com a cultivar Peru, 12,3 t MS como forragem (folhas + vagens + hastes finas), com 2.450 kg de PB/ha ano.
Em experimentos de competição de variedades realizados no CNPGC em Campo Grande (MS), usando-se espaçamento de 3 m entre linhas e 1 metro entre covas, foram obtidas produções de 5,6 a 9,0 t MS/ha na fração utilizável para forragem, em regime de um corte anual, no início da estação seca (Tabela 6).
Neste trabalho observou-se que a L. pulverulenta vem apresentando melhor adaptação ao solo LVE tipo "cerrado", com pH 5,0 a 5,5, mostrando produções de 9,0 t MS/ha de forragem com 1.891 kg de PB/ha, enquanto que a L. leucocephala var. Cunningham e L. leucocephala cv. Peru apresentaram somente 5,6 e 5,8 t MS/ha com 834 e 936 kg de PB/ha respectivamente.
Quando as variedade Cunningham e Campina Grande foram manejadas em um sistema de dois cortes anuais, um em janeiro e outro em junho, observou-se que, ocorreu uma redução apreciável na produção de forragem disponível no início da estação seca (Tabela 7). Com este manejo, somente foram obtidas produções de 1,5 a 1,8 t MS/ha com 258 a 300 kg de PB/ha para serem usadas na estação seca, manejo que, portanto, mostrou ser desaconselhável.
O teor de PB na forragem e a participação percentual das frações da planta, contidas na produção total de MS das leucenas estudadas, encontram-se na Tabela 8. Observa-se que a fração utilizável para forragem compreende em torno de 50% da MS produzida pela maioria das leucenas. Por outro lado, a fração útil apresenta uma proporção de aproximadamente, metade de folíolos e vagens e metade de hastes finas, à exceção da L. pulverulenta, em que a proporção de folíolos + vagens é maior.
O teor de PB na fração de folhas + vagens situou-se entre 21 e 23% e nas hastes finas situou-se entre 8 a 10%. A fração utilizável para forragem, sendo uma mistura de aproximadamente metade de folhas mais vagens e metade de hastes finas, faz com que a 
forragem obtida apresente teores médios entre 14,7 e 16,5% de PB que, no entanto, na L. pulverulenta foi de 20% devido a maior proporção de folhas (33,3%) em relação a hastes finas (4,7%).
	LEUCENA CAULE
	NUTRIENTE
	MEDIA
	NUTRIENTE
	MEDIA
	MS
	49,41
	MO
	88,19
	PB
	7,15
	EE
	2,09
	MM
	4,44
	FB
	50,80
	FDN
	83,30
	FDA
	54,25
	Ca
	0,56
	P
	0,69
	DIVMS
	24,12
	
	
	LEUCENA FOLHA
	NUTRIENTE
	MEDIA
	NUTRIENTE
	MEDIA
	MS
	35,48
	MO
	82,77
	PB
	23,72
	EE
	2,21
	MM
	9,88
	FB
	21,19
	FDN
	89,08
	FDA
	16,16
	Ca
	2,18
	P
	0,20
	CAROTENO
	536,00
	DIVMS
	52,15
	LEUCENA FENO
	NUTRIENTE
	MEDIA
	NUTRIENTE
	MEDIA
	MS
	90,40
	MO
	91,67
	PB
	18,41
	EE
	3,04
	MM
	5,91
	FB
	26,63
	FDN
	62,20
	FDA
	44,34
	Ca
	1,00
	P
	0,22
	LIGININA
	13,49
	
	
	LEUCENA
	NUTRIENTEMEDIA
	NUTRIENTE
	MEDIA
	MS
	30,77
	MO
	92,71
	PB
	21,99
	EE
	0,91
	MM
	7,54
	FB
	-
	FDN
	43,99
	FDA
	29,55
	Ca
	0,80
	P
	0,47
	LIGININA
	15,17
	
	
Determinação de Matéria Seca
Materiais e Métodos:
· Amostra de Leucena (Leucaena leucocephala);
· Cadinho;
· Balança analítica;
· Dessecador;
· Estufa de circulação de ar forçada;
· Espátula;
· Pinça;
· Papel Toalha
Metodologia:
Após a pré-secagem da amostra úmida, inicou-se a secagem para a quantificação de Matéria Seca. 
O cadinho nº 1 e nº 5 foram lavados e colocados na estufa à 105ºC por 2 horas para secagem e esterilização, após isso foi colocado no dessecador e retirado com a pinça para tara e pesagem da amostra à ser utilizada para secagem.
Após tarar o cadinho nº 1, utilizando a espátula para colocar a amostra no cadinho, foi pesado na balança analítica 1,6198 g de amostra, e no cadinho nº 5, após a tara, foi colocado 1,4282 g de amostra. Os cadinhos com as amostras então foram colocados na estufa à 105º C por 16 horas e posteriormente foi pesado na balança analítica.
Resultados:
· Cadinho nº 1:
Peso do cadinho vazio: 22,3063 g
Peso do cadinho com amostra: 23,9261 g
Amostra: 1,6198 g
Peso do cadinho + amostra seca: 23,8152 g
Amostra Seca: 1,5089 g
· Cadinho nº 5:
Peso do cadinho vazio: 18,6860 g
Peso do cadinho com amostra: 20,1142 g
Amostra: 1,4282 g
Peso do cadinho + amostra seca: 20,0165 g
Amostra Seca: 1,3305 g
· % de Matéria Seca (MS) definitiva:
% MS = Peso de amostra seca (ASE) x 100
 Peso de amostra (ASA)
 
 % MS (cadinho nº 5) = 1,3305 x 100 = 93,1592 %
 1,4282
 % MS (cadinho nº 1) = 1,5089 x 100 = 93,1534 %
 1,6198
· % da MS da forragem
% MS total = ASA (55ºC) x ASE (105ºC)
 100
% MS total = 37,15 x 93,15 = 34,6052 %
 100
· % de umidade: 
100 – 34,60 = 65,40 %
Conclusão
No método de determinação de Matéria Seca utilizado na aula prática foi obtido 93,15 % de Matéria Seca definitiva. O valor de Matéria Seca da amostra de leucena utilizada foi de 34,60% e o valor da umidade foi de 65,40%.
Referências Bibliográficas	
· BORGES, A.L.C.C. et al. Regulação da ingestão de alimentos. In: Alimentação de gado de leite. Belo Horizonte: FEPMVZ, 2009. 412p.
· NENNICH, T.; CHASE, L. Dry matter determination. Feed Management Education Project/USDA – NRCS CIG program, 2007. Disponível em: http://www.extension.org/pages/11315/dry-matter-determination. Acesso em 26 jun. 2022.
· PETERS, J. On-Farm Moisture Testing of Corn Silage. Focus on Forage, Madison, v.2, p.1-3, 2000.
· SCHENA, T.E. et al. Comparação de três metodologias para a determinação da matéria seca de plantas de milho (Zea mays L.) Destinadas à produção de silagem. In.: ENCONTRO ANUAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 16., 2007, Ponta Grossa. Anais... Ponta Grossa: Universidade Estadual de Ponta Grossa/Laboratório de Mecanização Agrícola/Lama, 2007.
· GODINHO, R.F. et al. Determinação da matéria seca em alimentos para uso animal por meio do forno microondas e Koster Tester. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v.13, n.3, 2014. Disponível em: https://www.revistas.udesc.br/index.php/agroveterinaria/article/view/5701/4150. Acesso em 29 de jun. 2022.
· SALMAN, A.K.D. et al. Metodologias para avaliação de alimentos para ruminantes domésticos. Porto Velho, RO: Embrapa Rondônia, 2010. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/884369/1/doc136alimentacaoderuminantes.pdf. Acesso em 29 de jun. 2022.
· VERDUGO, A. A importância do monitoramento constante da Matéria Seca. Disponível em: https://agroceresmultimix.com.br/blog/importancia-do-monitoramento-constante-da-materia-seca/. Acesso em 29 de jun. 2022.
· BOGDAN, A. V. Tropical pasture and fodder plants. New York, Longman, 1977. 465p.
· HUTTON, E. M. & BONNER, I. Dry matter and protein yields of four strains of Leucaena glauca Benth. J. Aust. lnst. Agric. Sci., 26:276-7 1960. Citado por SKERMAN, 1977. 
· NATIONAL ACADEMY OF SCIENCES, Washington, EUA. Leucaena promising forage and tree-crop for the tropics. Washington, National Research Council, T977. 115p. 
· SKERMAN, P. J. Tropical forage legumes. Rome, FAO, 610p. 1977.

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