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ALTERAÇÕES DO LÍQUIDO AMNIÓTICO (25-04-2022)

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Funções do Líquido Amniótico 
 Facilita movimentação fetal 
 Determina o aumento de pressão luminar na árvore 
traqueobrônquica durante os movimentos 
respiratórios fetais, favorecendo o desenvolvimento 
pulmonar 
 Facilita a livre flutuação do cordão umbilical 
 Favorece o desenvolvimento muscular e o 
crescimento fetal 
 Favorece o desenvolvimento dos sistemas urinários 
e digestório 
 Protege o feto de traumas externos e de 
compressões funiculares durante a movimentação e 
as contrações uterinas 
 Protege contra potenciais contaminações e 
infecções fetais. 
 
O sistema amniótico ou amnico é formado por: 
 Membranas fetais 
 Líquido amniótico 
 
Formação do Líquido Amniótico 
Nas primeiras semanas de gravidez 
 Passagem passiva de líquidos por meio da membrana 
amniótica, de acordo com o gradiente osmótico 
(ultrafiltrado do plasma materno) 
 
Na segunda parte da gestação 
 Diversos fatores controlam e regulam as vias de 
entrada e saída de fluidos na cavidade amniótica. 
 Volume aumenta gradativamente, chegando a 
valores máximos por volta de 34 semanas e 
diminuindo gradativamente até o termo. 
 
Desenvolvimento Placentário 
 6 dias após a fecundação, com a implantação do 
blastocisto, as células trofoblásticas invadem o 
endométrio e iniciam a produção de gonadotrofina 
coriônica humana (hCG). 
 8 dias após a fecundação, o blastocisto encontra-se 
praticamente incluído no estroma da decídua com 
sinciciotrofoblasto denso e compacto. 
 
 
 
 
 
 
 
Ao Ultrassom 
 Em torno da sétima à oitava semana depois da data 
da última menstruação (DUM) vê-se a membrana 
amniótica cobrindo o embrião. 
 Por volta da 12ª semana, a expansão da cavidade 
amniótica, de modo que o âmnio se funde com o 
cório, obliterando a cavidade coriônica (celoma 
extraembrionário) 
 
A partir de feto de 25mm ou entre 5,5 a 7 semanas, 
necessário auscultar BCF 
 
Composição do Líquido Amniótico 
 Entre a décima e a vigésima semana, é semelhante 
à do plasma do sangue fetal e a sua quantidade 
relaciona-se diretamente ao peso do feto. 
 Em média, o volume de líquido amniótico aumenta 10 
mL/dia, chegando a 500 mL na 20ª semana de 
gestação. 
 A diurese fetal, a deglutição fetal, assim como face 
fetal da placenta, o sistema respiratório e o cordão 
umbilical; desempenham, a partir da 20ª semana, 
participações mais significativas na dinâmica do líquido 
amniótico. 
 A diurese fetal nesse período está por volta de 2 
mL/h (urina hipotônica). 
 Os pulmões do feto contribuem com a secreção de 
um fluido alveolar, deglutido antes de atingir a 
cavidade amniótica. Produção chega a atingir 200 a 
400 mL/dia. 
 
No terceiro trimestre 
 Diurese fetal em torno de 620 a 1.200 mL, em 24 
horas, 
 Deglutição chega a 200 a 1.000 mL/24h. 
 Faz parte também da formação e da reabsorção do 
líquido amniótico a passagem intramembranosa de 
fluido, entre o líquido amniótico na cavidade amniótica 
e o sangue fetal que perfunde a superfície fetal da 
placenta, a pele do feto e o cordão umbilical. 
 
 95% do total do líquido é renovado por dia 
 pH 7,0 
Isabelle Maia 
(Liquido amniotico) 
 Claro e transparente nos primeiros meses de 
gestação, tornando-se turvo e opalescente no final 
da gestação (partículas de origem fetal e amniótica) 
 Cor vermelho-escura ou castanha na presença de 
feto morto e macerado 
 Amarelada nos casos de sofrimento fetal crônico ou 
aloimunização fetomaterna 
 Esverdeada quando tinto de mecônio, cuja gravidade 
pode ser avaliada pela intensidade da tonalidade 
 
 98 a 99% do seu conteúdo é água 
 1 a 2%, componentes sólidos representados por 
substâncias orgânicas e inorgânicas 
 Proteínas, glicose, fosfolípides, ureia, bilirrubinas, 
vitaminas, ácido úrico, imunoglobulinas, hormônios 
(prolactina, cortisol, insulina, hCG, hormônio 
somatotrófico coriônico, progesterona, estrógenos), 
muitas enzimas e compomnentes inorgânicos como: 
potássio, cálcio, magnésio, cloro, bicarbonato e 
fósforo 
 
 
 
Oligoâmnio e Polidrâmnio 
Critério diagnósticos Subjetivos: 
Oligoâmnio: pequena quantidade de líquido amniótico 
entre as interfaces fetais e a parede uterina, constatação 
das pequenas partes fetais muito “aglomeradas” e 
dificuldade para o estudo da morfologia fetal em 
decorrência da diminuição evidente do líquido amniótico. 
 
Polidrâmnio: identificação de grandes bolsões resultado 
do aumento evidente do volume de líquido amniótico, a 
divergência entre a quantidade de líquido amniótico e o 
tamanho do feto, espaços entre este e a parede uterina 
anterior. 
 
Critérios diagnósticos semiquantitativos 
Maior bolsão: técnica ultrassonográfica para verificar a 
medida do diâmetro vertical do maior bolsão de líquido 
amniótico, livre de partes fetais e alças de cordão 
umbilical 
 
 
Índice do líquido amniótico (ILA): a soma das medidas do 
maior bolsão vertical identificado em cada um dos 
quadrantes traduz o resultado final, melhor aplicada a 
gestantes com mais de 28 semanas 
e quando o fundo do útero ultrapasse a cicatriz umbilical. 
 
 
 
Anidrâmnio 
Ausência de bolsão de líquido amniótico, tanto pela 
técnica do ILA ou do Maior bolsão vertival (MBV). 
 
Oligoâmnio 
 O volume de líquido amniótico é classicamente 
reconhecido como normal quando está entre 300 e 
400 mL. 
 0,5 a 5,5% das gestações 
 Oligoâmnio quando o índice de líquido amniótico (ILA) 
é menor ou igual a 5 cm ou medida do maior bolsão 
vertical menor que 2 cm. 
 Favorece fenômenos compressivos do cordão 
umbilical, sofrimento fetal e, em graus extremos, 
óbito fetal. 
 
Oligoâmnio - Causas 
 Ruptura prematura de membranas ovulares, 
 Alterações na regulação entre a produção e 
absorção do líquido na cavidade amniótica. 
Agenesia renal bilateral, doença renal cística e obstruções 
urinárias baixas ou bilaterais (mais evidente a partir do 2° 
trimestre de gestação) 
Insuficiência placentária (hipofluxo sanguíneo – 
centralização hemodinâmica). 
 
 
 
As principais causas de oligoâmnio podem ser assim 
enumeradas (Manual Gestação Alto Risco/MS): 
 
Maternas 
✓ Patologias maternas ou obstétricas associadasà 
insuficiência placentária (como pré-eclâmpsia, 
hipertensão arterial crônica, colagenoses, nefropatias e 
trombofilias); 
✓ Medicações: como inibidores da enzima de conversão 
da angiotensina, inibidores da prostaglandina sintetase, 
trastuzumabe. 
 
Fetais 
✓ Cromossomopatias; 
✓ Anomalias congênitas, especialmente relacionadas ao 
trato urinário; 
✓ Restrição de crescimento fetal; 
✓ Óbito fetal; 
✓ Gestação prolongada; 
✓ Rotura prematura de membranas; 
✓ Infecções; 
✓ Síndrome da transfusão feto-fetal; 
✓ Trombose e infarto placentário 
 
Oligoâmnio - Consequências 
 Hipoplasia pulmonar e o aumento do risco de óbito 
perinatal 
 Preditor isolado para broncodisplasia 
 Mau posicionamento das extremidades, a ocorrência 
de deformidades do polo cefálico e da face. 
 
Oligoâmnio - Conduta 
 Condição clínica (diarreia aguda, vômitos e infecções 
virais), a queda de líquido amniótico pode ser 
reversível após o tratamento da gestante e sua 
hidratação). Caso não haja reversão, considerar 
conduta ativa. 
 Oligoâmnio diagnosticado no termo da gravidez (37 
a 42 semanas) e nos casos entre 34 e 37 semanas 
com oligoâmnio grave (ILA inferior a 3 cm) ou 
associação de oligoâmnio com restrição de 
crescimento fetal – conduta ativa 
 25 e 34 semanas é importante considerar 
corticoterapia materna para maturação pulmonar 
fetal. O oligoâmnio grave é relevante para determinar 
a conduta resolutiva 
 
 
 
Motivos para interromper conduta expectante - RPMO 
 Sinais de infecção materna e/ou fetal*. 
 Comprometimento da vitalidade fetal. 
 Maturidade fetal confirmada. 
 Desencadeamento espontâneo do trabalho de parto. 
 Atingidas as 34 semanas de gestação (a depender 
de cada serviço). 
 
Condutas conservadoras 
 Hidratação materna: o volume intravascular e a 
osmolaridade estão relacionados ao estado de 
hidratação materna. Há a possibilidadede reverter 
com reposição volêmica casos de oligoâmnio isolado, 
provavelmente decorrentes de desidratação 
materna grave. Hidratação por via oral é mais efetiva. 
 A hidratação da mãe com 2 L de água por via oral 
em 2 horas, em casos de oligoâmnio, demonstrou o 
aumento médio de 30% no ILA 
 Amnioinfusão: instrumento para complementação 
diagnóstica de casos de oligoâmnio grave 
 
Polidrâmnio 
 Volume de líquido amniótico excede 2.000 mL 
 Ocorre em aproximadamente 0,2 a 2% das 
gestações 
 Relacionado a trabalho de parto prematuro e altas 
taxas de mortalidade perinatal 
- Agudo: surge em poucos dias. Frequentes no 2° 
trimestre, principalmente antes das 24 semanas. Maior 
gravidade. 
- Crônico: leva semanas para aparecer, frequente no 3° 
trimestre. Menor gravidade 
 
Causas - polidrâmnio 
 
 
Quadro clínico associado (Manual/MS) 
 Falta de ar, 
 Irritabilidade 
 Contrações uterinas, 
 Desconforto e distensão abdominal, 
 Edema nas porções inferiores do ventre, 
 Pele do abdome lisa e brilhante, 
 Presença de estrias 
 
Polidrâmnio - Consequências 
 Desconforto respiratório materno 
 Trabalho de parto prematuro 
 RPMO 
 Descolamento prematuro de placenta (DPP) 
 Apresentação fetal anômala 
 Parto moroso 
 Distocia funcional, 
 Prolapso de membros ou cordão 
 Atonia uterina 
 Hemorragia pós-parto 
 
 
 
Exames solicitados para investigação das causas: 
 Teste de tolerância oral à glicose de 75 g, para 
investigação de diabetes gestacional. 
 Ultrassonografia morfológica fetal de segundo 
trimestre para avaliação de malformações fetais e da 
placenta. 
 Ecocardiografia fetal. 
 Sorologias para toxoplasmose, citomegalovírus, 
parvovírus e sífilis. 
 Pesquisa de anticorpos irregulares para investigação 
de aloimunização. 
 Doppler da artéria cerebral média com avaliação do 
pico de velocidade sistólica máxima (>1,5 MoM) para 
detecção de anemia fetal. 
 Pesquisa de anemias hereditárias. 
 Amniocentese para estudo de cariótipo fetal ou PCR 
para infecções no líquido amniótico na dependência 
de achados sugestivos de aneuploidias ou infecções. 
 Aconselhamento genético diante da confirmação de 
malformação fetal ou síndrome genética. 
 
Polidrâmnio - Conduta 
 Correção das causas maternas e fetais (causas 
primária), quando possível 
 Amniodrenagem: nos casos com dispneia e/ou dor 
abdominal materna acentuadas. 
 O uso de prostaglandinas e ocitocina para preparo 
do colo uterino e indução do parto não é 
contraindicado, no entanto deve ser feito de forma 
cautelosa, em função do risco de embolia amniótica 
e hemorragia pós-parto. 
 Polidrâmnio grave, o parto deve ocorrer em centro 
terciário e a indução, se não houver 
contraindicações, está indicada com 37 semanas.

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