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AULA 6 BALANCED SCORECARD Prof. Joel Pereira Munhoz Junior 2 CONVERSA INICIAL Nesta aula veremos o modelo Balanced Score Card (BSC) sob o olhar de Kaplan e Norton. Será possível apreender os conceitos sobre tradução da visão, comunicação e conexão, planejamento de negócios e finalmente feedback e aprendizado. CONTEXTUALIZANDO Esta aula será de grande valia, pois buscaremos esclarecer como pensavam Kaplan e Norton e quais as dificuldades encontradas por eles ao longo do processo. O interessante é observarmos qual foi a reação deles frente às dificuldades encontradas. Esse é mais um exemplo de determinação e persistência. Vamos lá? TEMA 1 – MODELO BSC: KAPLAN E NORTON O Balanced Scorecard (BSC) é um instrumento do Sistema de Gestão Estratégica muito utilizado na maioria das organizações utilizando não financeiros. Utilizando essa abordagem em duas frentes, os indicadores determinam uma estratégia holística para toda a organização. O BSC foi desenvolvido pelos professores David Norton e Robert Kaplan, no início dos anos 1990, como resultado de um estudo em diversas organizações. Ele vem ampliar a visão dos sistemas de controles tradicionais, criando algo a mais no quesito indicadores financeiros, em várias frentes de trabalho, por exemplo, a informação financeira e não financeira. Também traz para dentro da empresa a informação externa e interna, buscando sempre informações sobre o desempenho organizacional. Outro fator importante é a busca de informação sobre os resultados atuais e futuros da empresa. Segundo Norton e Kaplan (1997), quando essa estratégia é aplicada adequadamente, permite ainda transformações organizacionais em termos de ação, em especial no sentido de: • criar uma visão integral da organização e sua situação atual; • olhar em frente de forma proativa; • alinhar a estrutura organizacional; • estabelecer iniciativas priorizadas em direção à estratégia; 3 • influenciar o comportamento das pessoas-chave; • esclarecer e traduzir a visão e a estratégia; • comunicar e associar objetivos e medidas estratégicas; • planejar, estabelecer metas e alinhar iniciativas estratégicas; • melhorar o feedback e o aprendizado estratégico. Segundo seus criadores, Kaplan e Norton (1997), citados por Monteiro, Castro e Pochnik (2003, p. 3), Os objetivos e as medidas utilizadas no Balanced Scorecard não se limitam a um conjunto aleatório de medidas de desempenho financeiro e não-financeiro, pois derivam de um processo hierárquico (top-down) norteado pela missão e pela estratégia da unidade de negócios. Contudo, a formulação inicial do BSC apresenta a estratégia da empresa distribuída em quatro perspectivas: financeira, clientes, processos internos e aprendizado e crescimento. Estas perspectivas são integradas por relações de causa e efeito e nenhuma pode ser vista de forma independente e a ordem é relevante. A direção geral de causalidade é no sentido da última perspectiva, aprendizado e crescimento, para a primeira, financeira. Isto é, a capacitação da organização permite melhorar seus processos que, por sua vez, satisfazem mais aos clientes e, por isso, proporcionam melhores resultados financeiros. Segundo a visão de Kaplan e Norton (1997), citados por Monteiro, Castro e Pochnik (2003, p.3-4): As perspectivas do BSC possuem as seguintes definições: a perspectiva financeira do BSC utiliza os objetivos financeiros tradicionais, tais como: lucratividade, retorno sobre ativos e aumento de receita. Porém o vincula à estratégia da empresa, pois esses objetivos financeiros representam a meta de longo prazo a ser alcançada por ela. Na perspectiva dos clientes dizem que a empresa deve determinar seu segmento-alvo de clientes e negócios e dispor de um conjunto de medidas essenciais para esses segmentos. As medidas essenciais envolvem os seguintes aspectos: participação, retenção, captação, satisfação e lucratividade. Além disso, é preciso identificar o que os clientes do segmento alvo valorizam e elaborar uma proposta de valor a esses clientes. Ao estabelecer os indicadores dessa perspectiva, deve-se considerar os atributos de funcionalidade, qualidade, preço, experiência de compra, relações pessoais, imagem e reputação. Na perspectiva dos processos internos são identificados os processos críticos em que se busca a excelência, visando atender aos objetivos financeiros e dos clientes. Eles ressaltam a inclusão, nessa perspectiva do processo de inovação, que consiste na análise de mercado e desenvolvimento de novos produtos e processos. Além disso, a empresa deve se preocupar com seu processo operacional e com serviços de pós- venda, identificando as características de custo, qualidade, tempo e desempenho, visando à oferta de produtos e de serviços de qualidade superior. E por fim, temos a perspectiva do aprendizado e crescimento é segmentado em três partes: funcionários, sistemas e alinhamento organizacional. Ressalta-se que os próprios autores consideram que os vetores de resultado dessa perspectiva são mais genéricos e menos desenvolvidos do que das outras perspectivas. 4 Saiba mais: CONTABILIDADE Gerencial: o que é e qual a sua importância. Rede Jornal Contábil, 03 set. 2017. Disponível em: <https://www.jornalcontabil.com.br/contabilidade-gerencial-o-que-e-e-qual-sua- importancia/>. Acesso em: 7 jul. 2018. TEMA 2 – TRADUÇÃO DA VISÃO É o processo de traduzir a missão da empresa de forma compreensível para os gerentes. Isso ajuda os gestores a formar um consenso em torno da visão e estratégia da organização. As diretrizes estratégicas devem ser traduzidas de forma fácil e usando termos operacionais, e oferecer orientação útil para as ações dos gestores. A declaração da missão empresarial deve ser expressa por meio de um conjunto integrado de objetivos e indicadores, que representam direcionadores de sucesso a longo prazo e que devem ser aceitos por todos os gerentes (Martins et al., 2012). Para melhor entendimento da visão leia o artigo a seguir. Teremos alguns questionamentos sobre essa matéria na sequência. Boa leitura: A Microsoft ‘vira a chave’ para a nuvem Quatro anos após mudar de rumo, gigante alcança US$ 20 bi em receita no setor e aposta em inteligência artificial para construir seu futuro TOZZETO, C. A Microsoft ‘vira a chave’ para a nuvem. O Estado de S. Paulo, 21 jan. 2018. Disponível em: <http://link.estadao.com.br/noticias/empresas,a- microsoft-vira-a-chave-para-a-nuvem,70002158369>. Acesso em: 7 jul. 2018. Fonte: Anja W / SHUTTERSTOCK 5 Vamos às perguntas: 1. Com a leitura do artigo anterior, você conseguiu identificar quais foram os objetivos ou metas a serem alcançados pela Microsoft? 2. Você percebeu que se utilizaram valores e os dividiram por segmentos? Quais segmentos você identificou e qual o objetivo? 3. Qual setor o artigo tem em foco? Satya Nadella teve êxito, comente os valores que confirmam ou ratificam sua resposta. 4. Qual a visão da Microsoft no Brasil, quais os objetivos? Podemos concluir, relendo o primeiro parágrafo, que a tradução da visão é colocar em indicadores os objetivos a serem atingidos, para que todos os responsáveis concordem e estejam cientes do papel que cada um têm dentro da organização. O interessante é poder monitorar toda essa visão, pois temos objetivos previamente traçados que podemos acompanhar ao longo do processo, obtendo melhor aproveitamento de todas as áreas, como vimos no artigo da Microsoft. TEMA 3 – COMUNICAÇÃO E CONEXÃO Este é o momento propício para os gestores comunicarem suas estratégias, hierarquicamente falando de cima para baixo, contemplando todos os setores da empresa, a fim de unir os objetivos macro aos departamentais e individuais, podendo assim efetuar-se o alinhamento das áreas – algo extremamentenecessário para a execução da estratégia. Fonte: musicman / SHUTTERSTOCK Assista ao vídeo disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=Qb4 EuXfApVk> (acesso em: 7 jul. 2018) e responda: https://www.youtube.com/watch?v=Qb4EuXfApVk https://www.youtube.com/watch?v=Qb4EuXfApVk 6 Fonte: Anja W / SHUTTERSTOCK • Quais as condições ideais para que haja uma comunicação adequada entre o emissor e o receptor? • Encontramos os mesmos problemas citados no vídeo em nosso dia a dia profissional? A comunicação interna tem que ser de qualidade. Não podemos deixar nossos objetivos e estratégias mal-interpretados, pois dessa forma nunca conseguiremos alcançar os resultados tão esperados. Em uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE), para mapear as práticas adotadas pelas organizações em relação ao seu processo de comunicação interna, foram realizadas entrevistas em 179 empresas de diversos segmentos e setores da economia, todas classificadas na lista das 1.000 maiores empresas do Brasil. Os dados da pesquisa mostraram o crescente aumento da função estratégica desempenhado pela comunicação interna, em 50% das empresas participantes, a comunicação organizacional teve reporte direto à presidência da organização. Para 76% das empresas participantes, a área de comunicação corporativa ocupa os níveis mais elevados na estrutura organizacional dessas empresas, sendo 34% no nível de diretoria e 34% no nível de gerência. O que mostra a importância do engajamento dos gestores no desenvolvimento da comunicação interna da empresa. No desenvolvimento das atividades relativas à comunicação interna, 64% das empresas participantes, contam com a realização conjunta entre profissionais da equipe interna e equipe externa (fornecedores). Analisando a pesquisa realizada pela ABERJE, podemos perceber que existe uma necessidade crescente do acompanhamento contínuo e troca de informações com os colaboradores e equipes para auxiliar e garantir os melhores resultados na aplicação da comunicação interna. O que já era necessário, nos dias atuais com a competitividade no mercado, tornou-se fundamental. 7 Saiba mais State Grid aproxima gestão de desempenho dos colaboradores ROLFINI, F. State Grid aproxima gestão de desempenho dos colaboradores. ITF365, 2018. Disponível em: <https://www.itforum365.com.br/ti-negocios/state- grid-aproxima-gestao-de-desempenho-dos-colaboradores/>. Acesso em: 7 jul. 2018. TEMA 4 – PLANEJAMENTO DE NEGÓCIOS Este processo permite às organizações integrar seus planos de vendas e financeiros. É nesta etapa que as estratégias e iniciativas da empresa devem ser transformadas em indicadores para os planos dos gestores, bem como para uma base para as decisões de alocação de recursos e estabelecimento de prioridades. Saiba mais Fiep potencializa vendas ao otimizar processo de relacionamento com o cliente ROLFINI, F. Fiep potencializa vendas ao otimizar processo de relacionamento com o cliente. ITF365, 2018. Disponível em: <https://www.itforum365.com.br/ti- negocios/fiep-potencializa-vendas-ao-otimizar-processo-de-relacionamento-com- o-cliente/>. Acesso em: 7 jul. 2018. TEMA 5 – FEEDBACK E APRENDIZADO O feedback nada mais é do que o retorno de todas as ações tomadas para atingimento das estratégias. Martins et al. (2012) dizem: O feedback e os processo de revisão da estratégia e foco existentes concentram-se no fato de que a empresa, seus departamentos e seus empregados terem alcançado suas metas financeiras previstas. Com o BSC como ferramenta gerencial, uma empresa poderá monitorar os resultados de curto prazo a parti das três perspectivas – clientes, processos internos de negócios e aprendizado e crescimento – adicionado as metas financeiras, e assim avaliar a estratégia adotada medindo o recente desempenho. Este quanto processo possibilita o aprendizado estratégico. 8 Saiba mais Como o CEO da Microsoft está reinventando uma empresa envelhecida Satya Nadella lançou um livro para contar sobre o processo de transformação da Microsoft em uma companhia mais aberta e focada em computação móvel e serviços na nuvem COMO O CEO da Microsoft está reinventando uma empresa envelhecida. Gazeta do Povo, 29 set. 2017. Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/economia/nova-economia/como-o-ceo-da- microsoft-esta-reinventando-uma-empresa-envelhecida- 7wlr8tpne1aeo2rmichyhmiug>. Acesso em: 7 jul. 2018 Podemos observar no artigo que para mudar antigos conceitos, devemos ter pessoas dispostas a mudar junto conosco, para que possamos então alcançar os resultados tão sonhados. FINALIZANDO Nesta aula foi visto o modelo Balanced Score Card (BSC) sob o olhar de Kaplan e Norton. Foi possível apreender o conceito de tradução da visão, comunicação e conexão, planejamento de negócios. Finalmente, vimos os conceitos relacionados a feedback e aprendizado. LEITURA COMPLEMENTAR Texto de abordagem teórica • “Contabilidade gerencial como ferramenta de gestão”. Disponível em: <http://repositorio.aee.edu.br/bitstream/aee/8247/1/TCC%20DAIANE%20 CHAVES%20CAVALCANTE.pdf >. • “Como o CEO da Microsoft está reinventando uma empresa envelhecida”. Disponível em: <https://news.microsoft.com/pt-br/livro-de-satya-nadella- ceo-da-microsoft-e-lancado-no-brasil/>. • KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. A estratégia em ação: balanced scorecard. 13. ed. São Paulo: Campus, 1997. 9 • MARTINS, T. S.; GUINDANI, A. R.; REIS, J. A.; CRUZ, J. A. W. Incrementando a Estratégia: uma abordagem do Balanced Scorecard. Curitiba: InterSaberes, 2012. Texto de abordagem prática • “Você sabe como fazer uma comunicação se conectar”. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Qb4EuXfApVk>. • “Fiep potencializa vendas ao otimizar processo de relacionamento com o cliente”. Disponível em: <https://itforum.com.br/noticias/fiep-potencializa- vendas-ao-otimizar-processo-de-relacionamento-com-o-cliente/>. Saiba mais • “A Microsoft ‘vira a chave’ para a nuvem”. Disponível em: <http://link.estadao.com.br/noticias/empresas,a-microsoft-vira-a-chave-para-a- nuvem,70002158369>. • “State Grid aproxima gestão de desempenho dos colaboradores”. Disponível em: <https://www.itforum365.com.br/ti-negocios/state-grid-aproxima-gestao-de- desempenho-dos-colaboradores/>. 10 REFERÊNCIAS COMO O CEO da Microsoft está reinventando uma empresa envelhecida. Gazeta do Povo, 29 set. 2017. Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/economia/nova-economia/como-o-ceo-da- microsoft-esta-reinventando-uma-empresa-envelhecida- 7wlr8tpne1aeo2rmichyhmiug>. Acesso em: 7 jul. 2018. CONTABILIDADE Gerencial: o que é e qual a sua importância. Rede Jornal Contábil, 03 set. 2017. Disponível em: <https://www.jornalcontabil.com.br/contabilidade-gerencial-o-que-e-e-qual-sua- importancia/>. Acesso em: 7 jul. 2018. KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. A estratégia em ação: balanced scorecard. 13. ed. São Paulo: Campus, 1997. MARTINS, T. S.; GUINDANI, A. R.; REIS, J. A.; CRUZ, J. A. W. Incrementando a Estratégia: uma abordagem do Balanced Scorecard. Curitiba: InterSaberes, 2012. MONTEIRO, P. R. A.; CASTRO, A. R.; PROCHNIK, V. A mensuração do desempenho ambiental no balanced scorecard e o caso da Shell. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE GESTÃO EMPRESARIAL E MEIO AMBIENTE, 7., 2003, SÃO PAULO. Anais..., São Paulo: FGV/USP, 2003. ROLFINI, F. State Grid aproxima gestão de desempenho dos colaboradores. ITF365, 2018. Disponível em: <https://www.itforum365.com.br/ti-negocios/state- grid-aproxima-gestao-de-desempenho-dos-colaboradores/>. Acesso em: 7 jul. 2018. ROLFINI, F. Fiep potencializa vendas ao otimizar processo de relacionamento com o cliente. ITF365, 2018. Disponível em: <https://www.itforum365.com.br/ti- negocios/fiep-potencializa-vendas-ao-otimizar-processo-de-relacionamento-com- o-cliente/>. Acesso em:7 jul. 2018. TOZZETO, C. A Microsoft ‘vira a chave’ para a nuvem. O Estado de S. Paulo, 21 jan. 2018. Disponível em: <http://link.estadao.com.br/noticias/empresas,a- microsoft-vira-a-chave-para-a-nuvem,70002158369>. Acesso em: 7 jul. 2018.
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