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INSTABILIDADE POSTURAL E QUEDAS NOS IDOSOS Aula 11 – Internato APS – Profº Paulo Apratto 01/06/22 Resumo Aula Medcel A instabilidade postural é uma das grandes síndromes geriátricas devido ao seu mais temido desfecho: a queda (e fraturas) Definição: falha das funções sensoriais centrais e periféricas na manutenção da posição ereta e equilíbrio do indivíduo, ou seja, incapacidade de manter o controle postural. Sistemas interligados envolvidos: visão, propriocepção/ sistema somatosensorial, sistema vestibular, sistema osteomuscular, cerebelo, núcleos da base e córtex motor Alterações fisiológicas da marcha ↓ tempo de apoio bipedal ↓ balanço dos braços, rotação pélvica e amplitude de movimento do joelho ↓ flexão plantar Alterações patológicas da marcha Marcha cerebelar atáxica: passos pequenos, regulares e instáveis, com tendência a virar para o lado doente. Associa-se a eventos vestibulares, AVC, alcoolismo, esclerose múltipla e paralisia supranuclear progressiva. Espástica: o membro afetado fica tônico, rígido e, geralmente, estendido, com discreta flexão na bacia, normalmente, com o braço ipsilateral afetado e fletido no cotovelo. Essa alteração é presente entre pacientes com hemiparesia ou paraparesia. Consequência pós AVC. Frontalizada: ou marcha do lobo frontal/ marcha magnética. Ocorre quando há alargamento de base, postura fletida, pequenos passos hesitantes e festinantes e os pés parecem grudados no chão. Está presente em demências e hidrocefalia de pressão normal Parkinsoniana: consiste em movimento simétrico e rápido dos pés, com velocidade crescente a partir do início da marcha (hesitante no início) e inclinação para a frente do tronco, deslocando o centro de massa e ocasionando instabilidade e flexão dos joelhos Músculo - Massa muscular diminui 50% entre 20 a 90 anos - 15% por década a partir dos 50 anos - 30% por década aos 70 anos - 50% por década aos 80 anos Osso - A redução da estatura normal é de 1 cm para cada década de vida após os 30 anos. O pico de massa óssea do organismo é atingido entre 25 e 30 anos. Risco de queda nos idosos 60% dos idosos que caíram no ano anterior vão cair novamente no próximo ano Consequências da queda no idoso o Fobia de queda: medo de cair com características de TEPT. Pode comprometer até 50% dos idosos após fratura de quadril. o Perda funcional: 2/3 não recuperam funcionalidade o Fratura: 80% das fraturas em idosos o Imobilidade: apenas 43% om osteoporose estavam em tratamento o Mortalidade: complicações de fraturas são a principal causa de morte acidental nos idosos. Mortalidade de 25% na fratura de colo de fêmur. Avaliação Número de quedas no útimo ano Timed up and go Velocidade de marcha Circunferência da panturrilha devido risco de sarcopenia Reposição de vitamina D3 Revisão periódica e tentativa de retirada de medicamentos tricíclicos e sedativos (escopolamina, antihipertensivos), por conta do alto risco de HO, tonteira e queda Revisão de iluminação adequada, barras de apoio, corrimão e retirada de tapetes FATORES DE RISCO Intrínsecos Sociodemográficos: idade, sexo feminino, sem cônjuge, antecedente de queda, medo de cair Doença: Parkinson (e outras doenças degenerativas), diabetes, artrose, incontinência urinária, vertigem, hipotensão ortostática (causada principalmente por medicamentos), deficiência de vitamina D. Condições clínicas e funcional: alteração da marcha, problemas de mobilidade, alteração de equilíbrio, fraqueza muscular, limitação funcional, alteração de propriocepção, ddor Medicamentos: psicotrópicos, polifarmácia Sistema nervoso: déficit cognitivo, depressão Atividade física excessiva ou de risco Extrínsecos Pisos escorregadios Tapetes soltos ou dobrados Calçados inadequados Iluminação inadequada Obstáculos Degraus altos ou estreitos Ausência de corrimão Uso de lentes multifocais TRATAMENTO Prevenção Trabalho multidisciplinar A classificação em 6 níveis de risco de queda, elaborada por Moreland et al. (2003) baseada em uma revisão sistemática Principais FR para queda: idade, fraqueza muscular, história prévia de queda, déficit cognitivo, desequilíbrio, tontura e uso de psicotrópicos. Nível 1 Comprometimento cognitivo: rastreio e treinamento neurocognitivo Psicotrópicos: revisão periódica e tentativa de retirada, principalmente, tricíclicos e sedativos o Medicações de maior risco para queda no idoso: antipsicóticos (típicos e atípios), antidepressivos (tricíclicos), inibidores de canais de cálcio (flunarizina), opioides, buscopam/ escopolamina, benzodiazepínicos, diuréticos de alça (furosemida), prometazina. Nível 2 Polifarmácia: aumenta o risco 5X de queda. Revisão periódica de prescrição e interações medicamentosas. Ambiente: revisão de iluminação adequada, barras de apoio, corrimão e retirada de tapetes. o 25 a 35% de todas as quedas ou lesões nos idosos ocorrem em ambiente domiciliar o 85% das fraturas ocorrem em casa Acuidade visual: óculos ou cirurgia de catarata (cuidado com lentes multifocais) Nível 3 Incontinência urinária Hipotensão ortostática Tonteira/ vertigem: vertigem paroxística posicional benigna é a mais frequente Nível 4 a 6 ↓ força e sedentarismo: Tai Chi Chuan, trail walking e fisioterapia. Treinamento de força. Suplementação de vitamina D ↓ suporte social
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