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A Sociedade da Informação e suas Transformações

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ESTUDOS SOCIAIS 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Guilherme Carvalho e Profª Máira Nunes 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Seja bem-vindo(a) à nossa disciplina. Em nossas aulas vamos analisar as 
relações entre informações e sociedade, compreender as características da 
sociedade contemporânea e produzir uma crítica aos limites de inserção dos 
indivíduos na sociedade da informação. 
Vamos ver como atingiremos esses objetivos? Acompanhe a seguir! 
CONTEXTUALIZANDO 
Vivemos, atualmente, um momento de grandes transformações, marcado 
pela interconexão. A globalização e a internet possibilitaram que pessoas do 
mundo inteiro pudessem compartilhar informações e tivessem acesso a músicas, 
notícias, filmes, histórias de celebridades. Acompanhamos em tempo real os 
principais acontecimentos do mundo e do nosso país. 
As possibilidades de acesso às informações produzidas nos diferentes 
meios de comunicação influenciam a economia, a política e as relações sociais 
e fazem com que nós estabeleçamos uma nova cultura, a cultura das mídias. 
Podemos, então, nos perguntar: de que maneira a circulação e as informações 
estão influenciando a nossa realidade? 
Oferecemos, aqui, algumas respostas para essas perguntas e 
pretendemos refletir sobre essa nova conjuntura, pois consideramos 
fundamental para os profissionais do jornalismo conhecer as relações entre a 
comunicação, a informação e a sociedade. 
Nesta aula, trabalharemos com os seguintes temas: 
1. A sociedade da informação; 
2. Sociedade civil e movimentos sociais; 
3. Atores sociais e participação; 
4. Cibercultura; 
5. Comunicação. 
TEMA 1 – A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO 
Sociedades são formadas por pessoas que compartilham características 
culturais e que vivem em uma determinada forma de organização política, social 
e econômica. Mesmo tendo passado por diversas transformações ao longo da 
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história, sabemos que sua principal característica é ser um conjunto de 
instituições organizadas com base em uma mesma tradição. Assim, não 
podemos pensar em sociedade sem pensarmos na família, no Estado, nas 
classes sociais e nos meios de comunicação. 
Podemos definir, então, sociedade como “um sistema de inter-relações 
que conecta os indivíduos uns com os outros” (Giddens, 2005, p. 38). As 
relações sociais são organizadas com base em uma única cultura, que é 
comum a todos os seus membros. Isso significa dizer que os traços culturais das 
pessoas que vivem em uma determinada sociedade, ou seja, os indivíduos, 
moldam a forma de organização coletiva. 
A relação que se estabelece entre o indivíduo e o coletivo torna-se 
autônoma, consistindo em fenômeno social, e constitui formas de organização 
que passam a definir as formas de ser de um grupo, constituindo o que 
chamamos de sociedade. 
A sociedade tem por substrato o conjunto de indivíduos associados. O 
sistema que eles formam, unificando-se, varia segundo sua própria 
disposição entre superfície do território, a natureza e o número de vias 
de comunicação, tudo o que constitui a base sobre a qual se edifica a 
vida social. As representações que são sua trama, tanto entre 
indivíduos, de tal forma combinados, quanto entre os grupos 
secundários se interpõem entre o indivíduo e a sociedade total. 
(Durkheim, 2002, p. 41) 
Um dos elementos que ligam esses indivíduos são as possibilidades de 
trocas de conhecimento, ou seja, de informação. É a informação, independente 
da maneira como é transmitida, que permite o estabelecimento de relações entre 
pessoas. 
Exemplo 
Imagine que você viaja sozinho(a) para um país distante e que não fala o 
idioma local, mas acaba conhecendo alguém que fala o seu idioma. Com quem 
você vai estabelecer relações mais próximas? 
Continuando, você precisa de uma série de habilidades e competências 
para selecionar e assimilar o “bombardeio” de informações diárias que lhe são 
transmitidas. Mas, a informação não opera apenas individualmente; a estrutura 
social também é influenciada por ela. Cada vez mais as tecnologias de 
informação ganham um lugar de destaque em todos os segmentos sociais e 
geram uma nova economia, na qual a produção e a transmissão de informações 
se tornam fonte de poder, de modo a redefinir a sociedade com base em 
determinados interesses ou visões de mundo. 
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Valorizamos, cada vez mais, a informação, porque sabemos que ela se 
transforma em conhecimento e, então, percebemos que saber é poder. O que 
nos leva a questões importantes, sobretudo quando sabemos que boa parte das 
pessoas não têm acesso a toda essa informação. 
Para ilustrar isso, vejamos os dados do relatório Digital in 2018, divulgado 
pelos serviços on-line Hootsuite e We Are Social (citados por Ciriaco, 2018), que 
demonstra que uma quantia ainda grande de pessoas não têm acesso à internet 
– cerca de 42% da população, em todo o mundo (ver: 
<https://www.tecmundo.com.br/internet/126654-4-bilhoes-pessoas-usam-
internet-no-mundo.htm>). 
Esse é um dos principais desafios da sociedade da informação: integrar 
todos os grupos e indivíduos excluídos desses processos (pequenos e médios 
produtores e comerciantes, moradores de áreas rurais, classes populares, 
pessoas em situação de rua). Esse é não apenas um desafio econômico ou 
tecnológico, mas também ético, que deve ser superado pela ação social 
conjunta. 
Para fecharmos este tema, confira o que Castells (2000) indica como 
características da sociedade da informação: 
1. A informação é sua matéria-prima: existe uma relação simbiótica entre 
tecnologia e informação, em que uma complementa a outra. As 
tecnologias permitem que atuemos sobre a informação, ao contrário das 
revoluções informacionais anteriores, quando o objetivo era utilizar a 
informação para agir sobre as tecnologias. 
2. Capacidade de penetração das novas tecnologias: a informação é 
parte integrante de toda atividade humana, portanto os meios 
tecnológicos afetam a vida social, econômica e política da sociedade. 
3. Lógica de redes: facilita a interação entre as pessoas, podendo ser 
implementada em todos os tipos de processos e organizações, graças às 
recentes tecnologias da informação. 
4. Flexibilidade: a tecnologia favorece processos reversíveis, permite 
reconfigurar, alterar e reorganizar as informações. 
5. Convergência de tecnologias: o processo de convergência entre os 
diferentes campos tecnológicos resulta da sua lógica comum de produção 
da informação, em que todos os utilizadores podem contribuir, exercendo 
um papel ativo na produção desse conhecimento. Trajetórias de 
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desenvolvimento tecnológico em diversas áreas do saber tornam-se 
interligadas e transformam as categorias segundo as quais pensamos 
todos os processos. 
Saiba mais 
O vídeo indicado a seguir, produzido pela BBC, conta um pouco sobre a 
história da informação e como, ao longo do tempo, produzimos conhecimentos 
sobre nossa própria realidade: <https://www.youtube.com/watch?v=ppNCQ5cC
5uA> (A história, 2013). 
TEMA 2 – SOCIEDADE CIVIL E MOVIMENTOS SOCIAIS 
O conceito de sociedade civil foi elaborado pelo filósofo italiano Antonio 
Gramsci (1988), no início do século XX, para pensar o espaço de atuação de 
pessoas e grupos organizados perante o Estado. Primeiramente, Estado ou 
governo e sociedade civil não são a mesma coisa. 
Mas, o Estado não é o conjunto de todas as pessoas? Não, o Estado é a 
estrutura administrativa de uma nação, que governa todas as pessoas que 
moram no mesmo território. Já a sociedade civil é o conjunto de pessoasque atuam na defesa de seus interesses. Ela pode agir de forma individual ou 
coletiva, organizada em associações, sindicatos, partidos, organizações não 
governamentais (ONG), coletivos, instituições e mídias (de rádio, televisão, 
internet etc.). 
No Brasil, a sociedade civil adquiriu características muito peculiares, 
devido, principalmente, a uma tradição autoritária e marcada por diferenças 
sociais. No final dos anos 1970, temos no país um processo de retomada dos 
movimentos sociais e do movimento sindical, que passam a exigir do governo a 
ampliação dos direitos políticos, sociais e trabalhistas. 
Por isso, quando falamos do surgimento dos debates sobre sociedade 
civil em nosso país, precisamos sempre nos lembrar de que eles começaram 
colocando em oposição a sociedade civil e os governos/elites. 
Curiosidade 
Um momento importante de consolidação da sociedade civil brasileira 
ocorreu entre 1986-1988, durante a Assembleia Constituinte, sendo essa um 
espaço de discussão e busca de uma nova reorientação da relação entre o 
Estado e a sociedade civil. Outro aspecto importante a que precisamos estar 
https://www.youtube.com/watch?v=ppNCQ5cC5uA
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atentos é ao fato de que os movimentos sociais dos anos de 1960 e 1970 eram 
movimentos locais (mesmo que muitas vezes acontecessem em todo o mundo) 
– foi apenas com o surgimento da internet que passamos a ter movimentos de
caráter internacional, como a luta antiglobalização do início dos anos 2000. 
Os movimentos sociais podem ser entendidos como um conjunto de 
atores, coletivos e de diferentes classes sociais, que se unem numa 
conjuntura específica de relações de força na sociedade civil. 
Nesse sentido, os movimentos sociais constituem-se em ações de grupos 
que buscam mudanças nas condições sociais, relacionadas a questões 
trabalhistas, ambientais, de direitos humanos, de direitos de animais, entre 
outras. 
No Brasil, um movimento recente que alterou significativamente o cenário 
político foram as chamadas Jornadas de Junho de 2013. As manifestações que 
ocorreram naquele momento foram marcadas por massivas mobilizações que 
congregavam pessoas que reivindicavam pautas bastante heterogêneas 
(diferentes). Um dos aspectos determinantes nesse movimento foi a 
comunicação. 
Leitura complementar 
Leia o texto cujo link disponibilizamos a seguir, que faz uma análise sobre 
a sociedade civil e as Jornadas de Junho de 2013, no Brasil: 
<https://uninter.com/revistacomunicacao/index.php/revistacomunicacao/
article/view/541/304> (Nunes, 2014). 
TEMA 3 – ATORES SOCIAIS E PARTICIPAÇÃO 
Todo ator é um agente que visa à transformação social. O ator é 
alguém que participa de um grupo de maneira ativa, que assume nele um papel. 
Esse ator se torna social quando assimila as normas de funcionamento da 
sociedade. 
Na contemporaneidade, o ator se torna um agente de informação que, 
por meio da cultura, dá sentido aos fenômenos sociais. Podemos afirmar, então, 
que os atores sociais manifestam interesses comuns, sejam políticos, 
econômicos, sociais ou culturais, e compartilham valores éticos e culturais, ou 
seja, aspectos identitários que envolvem visões de mundo, estilos de vida, 
interesses, religiões, gêneros, nacionalidades etc. 
https://uninter.com/revistacomunicacao/index.php/revistacomunicacao/article/view/541/304
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Os atores sociais podem ser estatais, não estatais, locais e não locais, 
de acordo com seu pertencimento ou não a esferas do governo e Poder Público, 
assim como com sua forma de organização em rede e sua pauta política. Da 
mesma forma, dizemos que a mídia se constitui como um importante ator 
social nas mudanças políticas por ela sintetizar demandas sociais e culturais 
que se projetam sobre as representações da vida social. 
Os atores participam de todas as esferas nas quais pessoas e grupos 
podem construir experiências culturais pessoais e coletivas. A ideia de sujeito, 
presente na concepção de ator social, permite a reconstrução de novas formas 
de vida que são, ao mesmo tempo, coletivas e pessoais. 
Para Alain Touraine (2006, p. 123), devemos lembrar que “só nos 
tornamos plenamente sujeitos quando aceitamos como nosso ideal reconhecer-
nos – e fazer-nos reconhecer enquanto indivíduos – como seres individuados, 
que defendem e constroem sua singularidade, e dando, através de nossos atos 
de resistência, um sentido a nossa existência”. 
Da mesma forma que o sujeito infere na constituição do ator social, os 
movimentos sociais tornaram-se, cada vez mais, aspectos fundamentais da sua 
esfera de atuação. 
Saiba mais 
Ação coletiva representa uma disputa ou conflito entre diferentes atores 
(estatais e não estatais) pelo controle das pautas políticas, dos meios culturais e 
pela defesa de interesses individuais. 
O foco e a forma de atuação tanto dos atores quanto dos movimentos 
sociais têm mudado constantemente ao longo do último século, acompanhando 
as transformações históricas pelas quais temos passado. São diferentes 
aspectos dessas mudanças que interferem nas nossas relações e na forma 
como atuamos no mundo, sendo esses aspectos: 
 A estrutura política;
 As relações de trabalho;
 As questões de identidade e a globalização;
 O multiculturalismo.
Um dos aspectos fundamentais em que devemos pensar ao falarmos
dessa atuação é a questão da participação política. 
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Uma pergunta que podemos fazer, com base nisso, é se é possível 
participarmos ativamente e atuarmos nas esferas políticas sem ser pela eleição 
de representantes. É, sim. Existem fóruns, conselhos e comitês na sua cidade 
ou no seu estado. 
Desde o fim do regime militar no Brasil, em 1985, o governo e a sociedade 
brasileira têm buscado formas de possibilitar a participação política e estabelecer 
canais de comunicação para a expressão política de atores e segmentos da 
sociedade civil. Aos poucos, teve início uma abertura de iniciativas de 
descentralização e a criação de espaços institucionais que permitem a 
participação e a representação política. 
No âmbito institucional, verifica-se a existência de mecanismos que 
possibilitam a participação mais direta da comunidade na criação e 
implementação de políticas públicas. Essa participação pode ser feita por: 
 Consultas aos grupos diretamente interessados na elaboração de
projetos e programas específicos;
 Estabelecimento de orçamentos participativos, elaborados a partir da
deliberação sobre a alocação de recursos públicos destinados a
investimentos, por representantes de organizações da sociedade civil.
Ao pensarmos no papel que todos esses conceitos (atores, sujeitos, redes
e participação) exercem na atividade política e social, podemos ter em vista a 
necessidade de repensarmos as formas como estabelecemos relações 
institucionais entre Estado e sociedade e percebemos as reais possibilidades de 
produção de resultados concretos em termos de políticas públicas e 
transformação social. 
Os movimentos que tornam as sociedades tão dinâmicas e provocam 
várias mudanças conjunturais nos diferentes países estão relacionadas a 
disputas de interesses. Em alguns momentos, certos grupos ganham maior 
representatividade do que outros. 
As relações sociais se tornaram mais complexas no contexto da 
contemporaneidade à medida que também se complicaram as 
representações sociais, que envolvem diversas misturas de elementos 
do passado, provenientes da sociedade antiga e da sociedade 
moderna, todas reinscritas e reconfiguradas sob as múltiplas molduras. 
(Plümer et al., p. 80) 
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Leitura obrigatóriaPara compreender melhor esse debate, leia trecho do livro de Plümer et 
al. (2018, p. 79-82), disponível na nossa biblioteca virtual. 
TEMA 4 – CIBERCULTURA 
Todos os dias, presenciamos novas transformações sociais provocadas 
pela tecnologia. Mais pessoas participam do espaço público, criando e alterando 
conteúdos de informação multimídia. Os dispositivos móveis, por exemplo, 
permitem que estejamos conectados e que possamos nos organizar em rede, 
pela internet. Esse processo começou nos anos 1950, com o desenvolvimento 
da informática e da cibernética, e resultou no surgimento da rede mundial de 
computadores. 
O conjunto de técnicas, tecnologias e práticas culturais 
desenvolvidos a partir da segunda metade do século XX deu origem ao que 
chamamos hoje de cibercultura, definida por André Lemos (2005, p. 1) como 
“as relações entre as tecnologias informacionais de comunicação e informação 
e a cultura, emergentes a partir da convergência informática/telecomunicações 
na década de 1970. Trata-se de uma nova relação entre as tecnologias e a 
sociabilidade, configurando a cultura contemporânea”. 
Essa cultura contemporânea, mundial, virtual e desenvolvida no 
ciberespaço potencializa a produção, o compartilhamento, e distribuição e a 
apropriação de bens simbólicos. Nesse sentido, podemos afirmar que o 
ciberespaço representa um ambiente midiático, sendo a infraestrutura em 
que se dá a comunicação digital e também o conjunto de informações que 
ela abriga. 
Suas principais características são: interconexão dialógica, 
estabelecimento de comunidades virtuais como espaços de cooperação e 
encontro e inteligência coletiva, resultante da colaboração e compartilhamento 
de informações. 
Saiba mais 
O termo ciberespaço foi usado pela primeira vez por William Gibson 
(1984), em seu livro Neuromancer, uma ficção sobre redes digitais que 
influenciou inclusive o filme Matrix (1999). De lá para cá, a vida no ciberespaço 
tornou-se parte da realidade das pessoas que vivem nos países ocidentais e 
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consolidou o lugar da cibercultura como parte integrante da sociedade 
contemporânea. 
Mesmo proporcionando uma mudança no processo comunicacional entre 
emissor-mensagem-receptor e no modelo de cultura de massa, a cibercultura 
não chega a ser uma completa superação desse modelo, mas apresenta-se, sim, 
como uma ampliação do ambiente midiático contemporâneo, uma forma mais 
complexa de reconfiguração ou remediação do campo midiático, econômico, 
político e cultural. 
Assim, temos no ciberespaço a possibilidade de circulação de falas e 
discursos que até então não tinham espaço de repercussão. Da mesma forma, 
a conectividade permite que todas as informações e os sujeitos estejam em rede 
e a remediação resulte na reconfiguração de práticas comunicacionais e na 
modificação de estruturas sociais. 
Uma dessas possibilidades são os sites de redes sociais, espaços que 
permitem, segundo Recuero (2009, p. 103): 
 A construção de uma persona, por meio de um perfil ou página pessoal;
 A interação, via comentários;
 A exposição pública da rede social de cada ator.
Essa transposição de barreiras do espaço físico possibilita também a
emergência da sociedade em rede, na qual os modelos sociais e econômicos 
estabelecidos por meio das novas tecnologias de informação e comunicação 
permitem a integração, em um mesmo sistema, das formas escrita, oral e 
audiovisual da comunicação humana. 
Saiba mais 
Vamos praticar a cibercultura? Acesse a série de vídeos, cujos links 
indicamos a seguir, intitulada Sociedade em rede: o homem na era das novas 
mídias (2009a, 2009b, 2009c, 2009d), que discute a integração das pessoas à 
era digital: <https://www.youtube.com/watch?v=6GBEF1aizwo>; <https://www.y
outube.com/watch?v=Xl0tcGZEm9Y>; <https://www.youtube.com/watch?
v=5RAAXNE6M_Y; <https://www.youtube.com/watch?v=Zhjp8POgrho>. 
https://www.youtube.com/watch?v=6GBEF1aizwo
https://www.youtube.com/watch?v=Xl0tcGZEm9Y
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TEMA 5 – COMUNICAÇÃO 
Os meios de comunicação são uma parte fundamental da sociedade civil, 
pois não fornecem apenas formas de entretenimento e diversão, mas, 
principalmente, ajudam a moldar nossa visão de mundo e a opinião pública. 
Muitos teóricos estudaram a chamada sociedade de massa, no século 
XIX, como uma consequência da industrialização, do avanço no comércio, do 
progresso nos transportes e na comunicação. A informação produzida por essas 
novas tecnologias foi, ao longo de todo o século XX, sendo absorvida pelos 
meios de comunicação de massa, transformando-se num conjunto de 
conhecimentos acerca do mundo. 
Atualmente, todos os meios de comunicação (imprensa, rádio, cinema, 
televisão) estão interligados na rede de computadores, resultado do processo de 
convergência na produção, na distribuição e no consumo de informações. A 
sociedade civil tem amplo acesso à informação e ao debate político; no entanto, 
a produção da mídia global ainda tem grande ênfase no entretenimento, o que 
pode dificultar a circulação de conteúdo de interesse coletivo, além de estar sob 
o domínio de grandes corporações. 
A comunicação é um dos aspectos mais fundamentais da vida em 
sociedade. A capacidade que temos de transferir informações, seja 
individualmente, seja pelos meios de comunicação, tem sido objeto de estudos 
de importantes teóricos e se constitui também num importante campo de 
pesquisa científica. 
O surgimento dos meios de comunicação de massa, a partir do século 
XIX, tornou necessário o seu estudo científico e teórico. Entendemos teoria, aqui, 
como “um saber que se sabe a si próprio e que, por saber-se a si próprio, acaba 
por transformar aquele que o sabe” (Serra, 2007, p. 3). Dessa forma, 
compreendemos de que maneira construímos e transformamos os saberes 
sobre a comunicação. 
Podemos classificar, inicialmente, as formas de comunicação em três 
tipos: 
1. Comunicação interpessoal: quando pessoas trocam informações entre 
si, de maneira direta (frente a frente) ou indireta (mediada por diferentes 
meios como o telefone ou o computador). 
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2. Comunicação institucional: mediada e ocorre entre a instituição e o 
público, envolvendo pessoas que representam cargos e funções. 
3. Comunicação de massa: mediada e envolve os meios de comunicação, 
que veiculam informações para toda a sociedade. 
Temos desenvolvido, com o passar do tempo, diferentes formas de 
interagir no mundo, de nos locomover e de nos comunicar. Usamos diferentes 
ferramentas e equipamentos que nos permitiram encurtar distâncias e conhecer 
melhor o mundo em que vivemos. 
A linguagem, a palavra escrita e os meios de comunicação influenciaram 
toda a nossa estrutura social. A televisão, por exemplo, fornece para nós 
imagens de todo o mundo e permitiu que transportássemos conhecimentos. 
Esse fenômeno foi chamado de aldeia global pelo teórico da Escola de Toronto, 
Marshall McLuhan (1972). 
Para esse autor, os meios de comunicação tornaram-se muito mais do 
que instrumentos que usamos para nos comunicarmos; passaram a ser 
extensões dos seres humanos, uma espécie de prolongamento do que nos 
rodeia. Isso quer dizer que acabamos construindo nossa própria realidade e 
traduzimos o conhecimento em novas formas. 
No entanto, essa mesma característica pode ser vista como um processo 
de massificação e controle, pois as empresas de comunicação (jornalísticas, 
televisivas etc.) agem de acordo com interesses econômicos. 
Já para os teóricos da Escola de Frankfurt, temos então a chamada 
indústria cultural, a indústria de entretenimento que produz filmes, televisão,música, rádio, jornais e revistas. O consumo desses produtos padronizados e 
pouco exigentes eliminaria a possibilidade de estabelecimento de um 
pensamento crítico. 
A presença dos meios de comunicação nas nossas vidas faz com que 
possamos processar as informações e, com base em nossas experiências e 
interações pessoais, gerar o debate e ampliar nosso conhecimento e nossas 
experiências. 
TROCANDO IDEIAS 
Como vimos ao longo desta aula, cada vez mais estamos imersos no 
ciberespaço, nele realizando nossas atividades diárias, interagindo e ampliando 
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nossos conhecimentos sobre o mundo e a sociedade. No entanto, há muitas 
críticas sobre a forma como esse desenvolvimento tecnológico ocupa nossas 
vidas. 
Alguns estudiosos acreditam que estamos gerando formas de isolamento 
social, pois as formas tradicionais de contato e entretenimento estão sendo 
substituídas pela vida virtual. Reflita sobre essa experiência e responda ao 
seguinte questionamento: pensando na forma como interagimos no mundo 
virtual, será que estamos perdendo nossa capacidade de nos comunicar? 
NA PRÁTICA 
O sociólogo Zygmunt Bauman é um importante estudioso da sociedade 
contemporânea e, no vídeo cujo link indicamos a seguir, ele apresenta uma 
análise interessante sobre os principais aspectos da nossa vida atual: 
<https://www.youtube.com/watch?v=POZcBNo-D4A> (Zygmunt, 2011). Já na 
entrevista da revista Cult, o autor afirma que é preciso acreditar no potencial 
humano: <https://revistacult.uol.com.br/home/entrevis-zygmunt-bauman/> 
(Oliveira, S.d.). 
Assista ao vídeo e leia a entrevista. Depois, compare as críticas do autor 
com os temas que abordamos na nossa aula e elabore um esquema de síntese 
com os principais assuntos abordados. 
FINALIZANDO 
Chegamos ao final desta aula. Nela, vimos como a sociedade se organiza 
na contemporaneidade e como os meios de comunicação influenciam nossa 
forma de ver o mundo e de pensar a realidade. Falamos sobre as formas de 
produção e circulação de informações e sobre como as mídias estão presentes 
nas diferentes formas como construímos nossas visões de mundo. 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
A HISTÓRIA da informação: documentário. Documentarios Ciencia, 27 ago. 
2013. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ppNCQ5cC5uA>. 
Acesso em: 25 fev. 2019. 
CASTELLS, M. A era da informação: economia, sociedade e cultura. In: _____. 
A sociedade em rede. v. 1. São Paulo: Paz e Terra, 2000. 
CIRIACO, D. Mais de 4 bilhões de pessoas usam a internet ao redor do mundo. 
Tecmundo, 30 jan. 2018. Disponível em: 
<https://www.tecmundo.com.br/internet/126654-4-bilhoes-pessoas-usam-
internet-no-mundo.htm>. Acesso em: 25 fev. 2019. 
DURKHEIM, E. As regras do método sociológico. São Paulo: Martin Claret, 
2002. 
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