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ENTERITES VIRAIS DOS ANIMAIS JOVENS

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ENTERITES VIRAIS DOS ANIMAIS JOVENS – ROTAVIROSE DOS BEZERROS
Maior causa de diarreia e enterite no mundo 
Acomete principalmente animais jovens 
41-48% dos casos de diarreia neonatal em bezerros (1 a 3 dias de idade),
· Etiologia
Rotavirus 
Família Reoviridae 
− RNA de fita dupla, 
− simetria icosaédrica 
− Resistentes a variação de pH (3-9) e tripsina. 
− Resistente ao iodofor, hipoclorito de sódio 
− Sensíveis ao etanol, fenol, formol 37% diluído 1:10, 
− lisol.
· Epidemiologia
Surgimento repentino e é de fácil disseminação. 
Período de incubação: 15 horas a 5 dias. 
Animais se infectam quando os níveis de anticorpos colostrais no intestino diminuem. 
Eliminação do vírus pelas fezes: 1011 /g de fezes 
Sobrevivem no meio ambiente por meses 
Transmissão é fecal-oral pela ingestão de água e alimentos contaminados.
· Patogenia e sinais clínicos
Porta-entrada: boca 
Replicação nas células das vilosidades do intestino delgado. 
Destruição dos enterócitos maduros, células colunares com capacidade absortiva e substituição destes por enterócitos cúbicos imaturos, com baixa capacidade de absorção. 
Inicialmente a diarreia é líquida/pastosa e de cor amarelada 
Eliminação de fezes com aspecto de iogurte (leite não digerido). 
Pode haver associação com E. coli, agravamento do quadro.
· Resposta a infecção 
IgG: pouco efeito na prevenção da infeção. 
IgA secretados na mucosa intestinal: imunidade local 
Anticorpos colostrais declinam muito em 24-48 horas
· Diagnóstico
Clínico – Presuntivo 
Detecção do agente ou antígeno: 
− Microscopia eletrônica: fezes 
− Eletroforese − ELISA 
Coleta-se fezes (100g) de vários animais nos três dias após o aparecimento dos sintomas. Enviar ao laboratório congelados ou refrigeradas
· Tratamento e prevenção 
Tratamento sintomático 
Instituição de banco de colostro para poder ser fornecido por períodos mais longos, medida bastante complicada quando se trata de rebanho grande. 
A vacinação dos bezerros não é utilizada − infecção ocorre muito cedo > anticorpos colostrais. 
Vacinação das fêmeas antes do parto
CORONAVIROSE DOS SUINOS
· Etiologia
Coronavirus 
Família Coronaviridae, − 60-220 nm, 
− RNA de fita simples, 
− simetria helicoidal 
− envelope que tem projeções, conferindo a este o aspecto de coroa. 
− Tropismo por células do trato digestivo e respiratório. 
Sensíveis ao éter, clorofórmio e detergentes; 
Resistentes à tripsina, ao congelamento e variações de pH.
· Epidemiologia
Ocorrência nos meses frios 
Período de incubação é de 1 a 3 dias. 
Morbidade é alta atingindo animais em diferentes faixas etárias 
Alta mortalidade em animais com menos de 15 dias, 
Mortalidade em adultos não ultrapassa 20%. 
Transmissão fecal-oral 
Vírus também pode ser eliminado por corrimentos nasais e pelo leite.
· Patogenia e sinais clínicos 
A patogenia é semelhante a rotavirose. 
Vômitos seguidos de diarreia líquida e rápida perda de peso. 
Diarreia é profusa de odor fétido que pode conter leite não digerido. Infecção antes de 7 dias de vida geralmente morrem em 2 a 7 dias do início dos sintomas. 
Suínos com mais de 3 semanas normalmente sobrevivem 
Matrizes prenhes podem desenvolver a infecção, mas raramente abortam
· Resposta a infecção
Semelhante a resposta na rotavirose em relação aos animais jovens. Animais recuperados normalmente estão relativamente imunes quando de uma nova exposição ao agente
· Diagnóstico
Clínico: presuntivo 
Detecção do agente ou antígenos virais por: 
− Microscopia 
− Hemaglutinação com títulos mínimos
· Tratamento
Sintomático
· Prevenção
Limpeza da baia maternidade antes do parto 
Vacinação das porcas com vacina atenuada 3 semanas antes do parto, 
A vacinação dos recém-nascidos é de baixa eficácia, devido aos anticorpos colostrais.
Referências
ALVES, A. J. Ocorrência de enteropatógenos em bezerros diarreicos em fazendas de exploração leiteira. 1997. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Unesp, Botucatu.