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Farmacologia ocular

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Ana Luiza Spiassi Sampaio 
@anassampaioo 
 Farmacocinética geral: absorção, distribuição, 
metabolismo/biotransformação e eliminação ➝ 
determinem a disponibilização dos medicamentos 
no olho; 
 Barreiras oculares: córnea e barreira 
hematorretiniana; 
 Oral; intramuscular; 
 Baixa penetração intraocular ➝ a barreira 
hematorretiniana está localizada em dois pontos 
anatômicos distintos: entre as células do epitélio 
pigmentado da retina (barreira hematorretiniana 
externa), na zona occludens exercida por fortes 
aderências intercelulares; e entre as células 
endoteliais, na parede vascular interna dos capilares 
retinianos (barreira hematorretiniana interna) 
➝ as aderências intercelulares impedem a 
passagem de moléculas ( incluindo água, íons, 
antibióticos e outros fármacos) para a cavidade 
vítrea; 
o Casos de inflamação intraocular ➝ as barreiras 
não exercem suas funções adequadamente; 
 Concentração intraocular de fármacos está 
relacionada à concentração sanguínea; 
 Maior risco de efeitos colaterais sistêmicos; 
o Imunossupressores para uveítes graves - 
corticóides, ciclosporina, metrotrexate e 
anticorpos monoclonais específicos para a 
inibição do fator de necrose tumoral como o 
infliximab, (Remicade®, Schering-Plough) -
desencadeiam efeitos colaterais que limitam a 
aplicação; 
o Inibidores de crescimento de células 
endoteliais vasculares ➝ eventos 
tromboembólicos cardíacos ou no SNC ➝ IAM, 
AVC; 
 90% dos medicamentos disponíveis (colírios); 
 Função: 
o Tratamento de doenças da superfície ocular 
(como conjuntivites, blefarite e olho seco) ➝ 
aplicação tópica diretamente na córnea e 
conjuntiva é ideal; 
o Tratamento de doenças intraoculares (glaucoma 
e uveítes); 
 Desvantagens para doenças intraoculares: 
o Baixa penetração ocular; 
o Uso incorreto do colírio e fidelidade ao 
tratamento; 
o Barreiras que o fármaco deve ultrapassar 
dificultam a obtenção de doses terapêuticas no 
tecido alvo (retina e vítreo); 
o Absorção intraocular na câmara anterior ➝ 1 e 
5% da dose administrada - drenagem do filme 
lacrimal, reflexo de lacrimejamento e piscar 
no ato de instilar o colírio e o limitado volume 
da solução capaz de se manter no fundo do saco 
conjuntival eliminam rapidamente a maior parte 
da droga administrada; 
o Ligação do fármaco a proteínas do filme 
lacrimal, seu metabolismo por proteínas dos 
tecidos e sua difusão através da córnea e 
conjuntiva para a circulação sistêmica ➝ 
diminuem a absorção intraocular; 
 Propriedades físico-químicas da substância 
envolvidas na capacidade de difusão da droga 
através da córnea: lipofilia, solubilidade, 
Ana Luiza Spiassi Sampaio 
@anassampaioo 
concentração, massa molecular, forma da molécula, 
carga da molécula e grau de ionização; 
 São necessárias interações hidrofóbicas e 
hidrofílicas entre o fármaco e a córnea ➝ a 
córnea é trilaminar (lipídeo-água-lipídeo); 
 
o Epitélio e endotélio ➝ barreiras para 
substâncias hidrofílicas; 
o Estroma ➝ barreira para componentes 
hidrofóbicos; 
o O fármaco precisa apresentar características 
hidrofílicas e hidrofóbicas simultaneamente 
penetrar na córnea; 
 Fórmulas que prolongam o tempo que o 
medicamento permanece na superfície ocular e 
otimizam a absorção intraocular: géis, pomadas e 
lentes de contato gelatinosas; 
 Géis oftálmicos: hidrofílicos; disponíveis como 
lubrificantes (pilocarpina e xilocaína); 
o Prolongam o contato com a córnea por 
propriedades mucoadesivas (elevada 
viscosidade) e liberam o medicamento por 
difusão após erosão do polímero (ésteres de 
celulose, álcool polivinílico, carbopol, 
poliacrilamida, ácido hialurônico e ácido 
plurônico) que se hidrolisa; 
 Pomadas: lipofílicas; contêm óleo mineral e base 
de vaselina e lanolina; atuam através dos mesmos 
princípios dos géis; utilizadas em fórmulas 
contendo antibióticos, agentes cicloplégicos, 
corticóides e mióticos; 
 Após passar a barreira corneal, a penetração do 
fármaco na retina e na coroide é pequena devido à 
grande extensão física que deve ser percorrida para 
atingir esses tecidos; a concentração de antibióticos 
tópicos é 5x menor no vítreo do que na câmara 
anterior; 
 Fármacos da via tópica são potencialmente 
absorvidas pela circulação sistêmica - através das 
mucosas nasal e ocular ➝ efeitos colaterais 
sistêmicos; 
 Colírio maleato de timolol ➝ tratamento de 
glaucoma; pode causar broncoespasmo e óbito; 
 Cloreto benzalcônico: desconforto ao instilar o 
colírio; reações locais de hipersensibilidade ou 
toxicidade direta na córnea, conjuntiva, pele da 
região periocular e mucosa nasal ➝ pode causar 
ceratopatia punteada ou ulcerativa; 
 Exceções: uso de anti-inflamatórios não hormonais 
administrados por via tópica para tratamento de 
edema macular cistóide; 
o Nepafenac (Nevanac, Alcon) ➝ pacientes que 
evoluíram com elevação da pressão intraocular 
ao utilizarem colírios de corticoides; boa 
penetração através da córnea e esclera; 
 Subconjuntival, subtenoniana ou retrobulbar; 
 Não enfrentam as barreiras exercidas pelo epitélio 
da córnea e da conjuntiva ➝ vantagens sobre as vias 
sistêmica e tópica em patologias intraoculares; 
 Abaixo da capsula de Tenon; 
 Administração periocular anterior: 
o Mais segura; menos invasiva; 
o Pode apresentar absorção imediata ou sustentada 
ao longo do tempo; 
 Administração transescleral: 
o Recomendada para concentrações terapêuticas 
na cavidade vítrea, retina e coróide; 
o Esclera: superfície de área extensa e acessível; 
boa tolerância a implantes em sua superfície.; 
alto grau de hidratação proporciona transporte 
de substâncias hidrossolúveis; hipocelularidade 
resulta na presença de poucas enzimas 
proteolíticas, que degradariam a molécula do 
fármaco; 
o Tamanho molecular e a hidrossolubilidade ➝ 
permeabilidade sofre declínio exponencial com 
o aumento da massa molecular e do raio do 
soluto; 
o Leva em consideração o tamanho molecular 
➝ o mecanismo de passagem de substâncias 
através da esclera é difusão passiva através de 
canais com tamanhos limitantes no tecido 
hipocelular; grandes moléculas hidrofílicas 
(proteínas) têm boa penetração escleral; 
o Barreira hematorretiniana externa: diminui a 
permeabilidade intraocular de compostos que 
atravessam a esclera, sendo então eliminados 
Lipofílico 
Lipofílico 
Hidrofílico 
Ana Luiza Spiassi Sampaio 
@anassampaioo 
pela coroide ➝ transporte transescleral é 
promissor para fármacos hidrofílicos que tem 
como tecido alvo a coróide; 
 Não potencializa o transporte através das barreiras 
oculares, mas libera o medicamento continuamente, 
com a vantagem de prolongar o tempo de ação do 
fármaco durante o tratamento; 
 O aumento da PIO está inversamente relacionado à 
permeabilidade escleral ➝ quanto maior o aumento 
da PIO, menos a permeabilidade escleral a 
moléculas pequenas ➝ PIO elevada comprime 
fibras esclerais e estreita as vias de difusão; 
 Diretamente na cavidade vítrea; 
 Por meio de injeções; 
 Tratamento de doenças vitreorretinianas; 
 Injeção intravítrea disponibiliza altas doses de 
solução aquosa ou suspensão do medicamento 
diretamente na cavidade vítrea; 
 Endoftalmite bacteriana, retinite viral por 
citomegalovírus (ganciclovir); 
 Via de administração mais eficiente para o 
tratamento de doenças inflamatórias, infecciosas 
e proliferativas do segmento posterior; 
 Medicamentos hidrofílicos introduzidos no vítreo 
são eliminados através da hialóide anterior para a 
câmara anterior e para fora do olho pela drenagem 
pelo trabeculado; 
 Medicamentos lipofílicos têm maior facilidade de 
penetrar na retina e serem eliminados pela 
coróide e esclera, embora a via anterior também 
tenha um papel importante; 
 Absorção pela íris e cristalino é desprezível; 
 Medicamentos administrados na cavidade vítrea 
não têm taxa de liberação controlável e sua duraçãode ação é determinada pela meia-vida; 
 Não é recomendado injetar maiores doses para 
prolongar a ação ➝ relacionado ao risco de 
toxicidade para a retina; 
 Triancinolona acetonida (TA): diminui a 
permeabilidade vascular e atividade inflamatória; 
dose segura = 4 mg; tratamento de edema macular 
diabético, edema macular cistóide após cirurgia de 
catarata e outras patologias; 
 
 
 Administração diretamente na cavidade vítrea; 
 Tratamento de doenças vitreorretinianas; 
 Inibidores do fator de crescimento do endotélio 
vascular (VEGF): indicações “off label” 
(tratamento de doenças que não foram estudadas 
durante o desenvolvimento do medicamento e não 
constam na bula); 
o Bevacizumabe (Avastin, Genentech): inibidor 
dos receptores subtipo A do VEGF ➝ efeito 
clínico rápido; 
 Reduz a neovascularização e diminui a 
permeabilidade vascular em pacientes com 
degeneração macular relacionada à idade 
(DMRI) e retinopatia diabética; 
 Eficiente em oclusões vasculares da retina, 
neovascularização corneana, glaucoma 
neovascular e retinopatia da prematuridade; 
o Ranibizumabe (Lucentis, Genentech): 
fragmento de anticorpo humano recombinado 
capaz de inibir o VEGF; 
 Estabiliza a visão em pacientes com 
membrana neovascular sub-retiniana 
secundária a DMRI; 
 Limitações: meia-vida curta dos anticorpos 
monoclonais na cavidade vítrea; 
o Doenças coriorretinianas crônicas necessitam de 
múltiplas aplicações ➝ aumento do risco de 
complicações graves - descolamento de retina, 
hemorragia vítrea ou endoftalmite; 
Ana Luiza Spiassi Sampaio 
@anassampaioo 
 Alternativa para manter níveis terapêuticos do 
fármaco no meio intraocular; 
 Para o segmento posterior do olho; 
 A duração de qualquer sistema é diretamente 
proporcional à quantidade de fármaco armazenada 
nele; 
 Quanto maior a velocidade de difusão, mais 
rápida a liberação e mais breve a duração do 
sistema; 
 Para determinada velocidade de liberação, quanto 
maior for a quantidade de medicamento 
inicialmente disponível no implante, mais 
prolongada será a duração da liberação do sistema e 
por mais tempo será possível manter os níveis 
intraoculares; 
 Compostos por vesículas biocompatíveis e 
biodegradáveis, com estrutura semelhante à de 
membranas celulares, que formam uma dupla 
camada de lipídeos separados por uma fase aquosa, 
com um componente aquoso interno; 
 Utilizados para armazenar o medicamento dentro 
dessas vesículas ➝ reduz efeitos colaterais; 
 Proporcionam maiores concentrações no tecido 
alvo ➝ potencializam o efeito terapêutico; 
 Fármacos lipofílicos: ligam-se à membrana da 
vesícula; 
 Fármacos lipofóbicos ou polares: encapsulados 
na porção aquosa dentro do lipossomo; 
 Vantagens: aumento da meia-vida, especificidade 
e biodisponibilidade através de membranas; 
diminuição da toxicidade de antibióticos, 
antifúngicos, antivirais e antimetabólicos; proteção 
contra enzimas inativadoras; 
 Desvantagens: complexidade de seu preparo; 
processo de esterilização; uso de lipídeos; 
o Se espalham difusamente no vítreo, interferindo 
nas propriedades ópticas e na acuidade visual, 
podendo dificultar o exame da retina por um 
período de 14 a 21 dias; 
 Usados para encapsular medicamentos ➝ aumenta 
a meia-vida e limita a toxicidade na retina; 
 Micropartículas: constituídas por polímeros (de 
ácido lático ou ácido glicólico) com tamanho entre 
10 e 1000 nanômetros; mais facilmente produzidas 
do que os lipossomos; permitem maior controle de 
liberação do medicamento; 
 Ganciclovir (Vitrasert, Bausch & Lomb) ➝ 
tratamento da retinite por citomegalovírus; 
o Funciona como um reservatório, implantado 
cirurgicamente e suturado na pars plana ➝ o 
medicamento se difunde através da membrana 
semipermeável; 
o Capaz de sustentar a dose terapêutica por oito 
meses, sem picos de concentração; 
o Administração controlada na cavidade vítrea, 
evitando toxicidade sistêmica; 
 Desvantagem: necessidade de esclerotomia ampla 
para inserção do dispositivo, de 3 a 5 milímetros ➝ 
risco de complicações (descolamento de retina, 
hemorragias e infecções); 
 Sistema matricial para liberação controlada ➝ 
libera o medicamento de sua estrutura conforme se 
hidrolisa; 
o Corticóides (fluocinolona e dexametasona); 
o Tratamento de uveítes posteriores não 
infecciosas; 
 Complicações: glaucoma, catarata e oclusões 
vasculares da retina (altas doses); 
 Corantes: componentes químicos que se ligam a 
substâncias e alteram sua aparência, facilitando a 
diferenciação de outros tecidos e auxiliando a 
identificação de microestruturas durante 
procedimentos cirúrgicos; 
o Indocianina verde, azul brilhante ➝ ideais 
para corar a membrana limitante interna; 
Ana Luiza Spiassi Sampaio 
@anassampaioo 
o Azul de tripan e azul patente ➝ indicado para 
corar a membrana epirretiniana; 
o Acetonido de triancinolona ➝ se deposita 
sobre a hialóide posterior;

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