Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Mateus Castro MED 2021 SEMANA 6 CLÍNICA MÉDICA II SÍNDROME DIARREICA CLASSIFICAÇÃO Duração Aguda: < 3 semanas. Crônica: > 3 semanas. Topografia Alta (delgado): volumosa, pouca frequência, restos alimentares e sem tenesmo. Baixa (colônica): pouco volumosa, de alta frequência (> 10x/dia) com tenesmo. Inflamatória Presença de sangue, muco e/ou pus nas fezes – inflamação da mucosa intestinal. - Principal função do delgado: absorção. - Principal função do cólon: reabsorção de água e manda embora o resto. Tenesmo: urgência para evacuar. DIARREIA AGUDA Dica de prova: o tempo exato de duração da diarreia aguda tem divergências na literatura (> 3, 4 semanas), assim, na questão, sempre que o enunciado citar uma diarreia que está presente a dias, se trata de aguda. Causas Infecção: • Vírus é a etiologia mais comum: norovírus é o principal no adulto. • Bactérias: E. coli Enterotoxigênica - Diarreia do viajante. - Geralmente diarreia não invasiva, autolimitada. E. coli (EHEC – O157:H7) - Sd. Hemolítico-urêmica. Shigella - Pode causar SHU. - Alterações do SNC (crise convulsiva é comum). Campylobacter jejuni - Sd. Guillain Barré. Salmonela - Infecções à distância. - Pode causar meningite. S. aureus - Incubação curta (horas). C. difficile - Colite pseudomembranosa. Colite Pseudomembranosa Fatores de Risco Uso prévio de ATB (clinda, cefalosporina, quinolonas), idade avançada, uso de antiácidos. Gosta de aparecer em hospitais, asilos. Diagnóstico Presença de toxina das fezes, antígeno GDH, cultura, PCR, NAAT, colonoscopia. Tratamento - Vancomicina (oral) ou - Fidaxomicina ou - Metronidazol (última escolha). Colite fulminante: vancomicina oral + Metronidazol EV. Presença de > 3 recorrências: transp. de microbiota fetal. A diarreia pode demorar até 9 – 10 dias após o uso de ATB. Abordagem na Diarreia Aguda Quando investigar: Sinais de alarme • Desidratação. • Fezes francamente sanguinolentas. • Febre (> 38,5°C). • Não melhora após 48 hrs. • Idoso (> 70 anos). • Imunocomprometidos. • Uso recente de ATB. Como investigar: • Hemograma. • Bioquímica básica. • Exame de fezes (lactoferrina, toxina, cultura e parasitológico). A presença de lactoferrina nas fezes é um marcador inflamatório – diarreia inflamatória. Como tratar: • Hidratação. • Loperamida (Imosec): não usar na disenteria. • ATB: se presença de sinais de alarme. No adulto a escolha é quinolona (Ciprofloxacino). DOENÇA CELÍACA - Reação imunomediada ao glúten (trigo, centeio, cevada). - Presença de HLA-DQ2 (DQ2.5) – HLA-DQ8: a presença desses marcadores está presente em todos os celíacos, Mateus Castro MED 2021 SEMANA 6 mas pode estar presente em pacientes não celíacos. Assim, diante de um resultado negativo, deve-se mudar o diagnóstico. Manifestações Clínicas A clínica é extremamente variável: Assintomáticos, disabsorção parcial (Ca, Fe, esteatorreia), disabsorção total, manifestações neuropsiquiátricas (depressão, miopatia, ataxia). Associações • Dermatite herpetiforme: lesões que lembram o Herpes, mas são causadas por imunocomplexos IgA que atacam a pele do paciente. • Síndrome de Down. • Risco aumentado de linfoma. Diagnóstico Padrão-ouro: EDA com biópsia, porém os seus achados não são patognomônicos (atrofia de vilosidades com infiltrado linfocitário). Sorologias: 1 – Anticorpo antigliadina (desuso). 2 – Anticorpo antiendomísio (desuso). 3 – Anticorpo antitransglutaminase tecidual IgA. De acordo com o Nelson de pediatria, se a sorologia estiver > 10x o valor de referência, não tem necessidade de biópsia para fechar o diagnóstico. Durante a investigação diagnóstica deve deixar o paciente com dieta com glúten – uma vez que tira o gatilho da dieta, os marcadores e a biópsia podem vir sem alterações e atrapalhar ainda mais a investigação. Tratamento Dieta livre de glúten. PARASITOSE INTESTINAL Achado de trofozoítas: protozoários. • E. hystolitica. • G. lamblia (intestinalis). PROTOZOÁRIOS 1 – Unicelulares: não são visíveis a olho nu. 2 – Não causam eosinofilia. 3 – A maioria dos casos são assintomáticos, mas deve- se tratar. 4 – Transmissão clássica: fecal-oral (ligado diretamente a pobreza). Ciclo Evolutivo Cisto → Trofozoíta → CISTO Forma parasitária no intestino. - No exame de fezes, pode-se achar tanto os cistos como os trofozoítas. Diagnóstico • EPF, antígeno/anticorpo fecais. • Sorologia (nas formas extra-intestinais). Tratamento • “...nidazol” – metro, sec, ti. • Nitazoxanida 1cp 12/12h por 3 dias. Tinidazol 2g em dose única é o que tem melhor resultado. As Diferenças Amebíase Protozoário invasivo do cólon: - Disenteria, ameboma, abscessos (hepático). Tratamento: - Assintomática: Teclosan ou Etofamida. - Outras formas: associar Teclosan ou Etofamida ao “...nidazol”. ATENÇÃO: Entamoeba coli, Iodamoeba butschlii e Endolimax nana → não tratar, pois são amebas comensais. Giardíase Não é um agente invasivo – acomete o delgado, com atapetamento. - Má-absorção pelo atapetamento. *Fezes mal cheirosas: não absorve. Tratamento: - Alternativa: Albendazol por 5 dias. Em termos estatísticos, giardíase é muito mais comum do que amebíase. Assim, um poliparasitário que pega Helmintos + Giárdia seria o Albendazol (substituindo o Nitazoxanida). Mateus Castro MED 2021 SEMANA 6 HELMINTOS 1 – São bichos visíveis. 2 – Causam eosinofilia. 3 – Maioria dos casos é assintomático, porém trata. 4 – Transmissão fecal-oral, pele ou carne crua. Ciclo Evolutivo Ovo → Larva → Verme → Ovo - No parasitológico podem ser encontrados ovos. Tratamento 1 – “...bendazol” – me, tia, al. 2 – Nitazoxanida. Particularidades dos Agentes Ascaridíase (Ascaris lumbricoides) Ciclo Evolutivo: Ovo Ingestão Larva Durante a transição de larva para verme, ocorre um ciclo pulmonar – Síndrome de Löeffler: Tosse seca, infiltrado pulmonar MIGRATÓRIO e eosinofilia. Verme Intestino delgado Ovo Fezes Síndrome de Löeffler: Strongyloides stercoralis. Ancylostoma duodenale. Necator americanus. Toxocara canis. Ascaris lumbricoides. Quadro Clínico: - Síndrome de Löeffler. - Obstruções: intestinal, apêndice, colédoco. Diagnóstico -EPF com achado de ovos. Tratamento Outros: Levamisol, Pirantel, Ivermectina. Abordagem da Suboclusão intestinal: - Suporte: SNG + Hidratação. - Piperazina (Não tem pra vender) + óleo mineral. - Após eliminação: “bendazol”. *Caso persistente: desobstrução cirúrgica. Toxocaríase (Toxocara canis) “Ascaris do cachorro” – Larva migrans visceral. Hospedeiro definitivo: cachorro – libera os ovos nas fezes. Hospedeiro acidental: crianças – come areia com os ovos (na praia, parque...). A larva fica passeando pelo corpo do ser humano, pois não consegue completar o ciclo evolutivo. Quadro Clínico - Síndrome de Löeffler. - Hepatomegalia, febre, quadro sistêmico. - Eosinofilia intensa: o que mais causa. Caso clínico top: criança + praia + eosinofilia intensa. Diagnóstico - Sorologia (ELISA). Tratamento - Albendazol +/- Corticoide. Ancilostomíase (Ancylostoma duodenale / Necator americanus) Ciclo Evolutivo: Verme Intestino Ovo Fezes Solo → larva rabditoide (RN) → larva filarioide (fura – infectante) → pele → pulmão → intestino... Quadro Clínico - Lesão cutânea pela penetração da pele. - Síndrome de Löeffler. - Anemia ferropriva (cada verme suga 0,1 ml de sangue por dia). Caso clínico: anemia micro hipo + eosinofilia – no nosso meio deve-se pensar em ancilostomíase. Diagnóstico - EPF com ovos nas fezes. Tratamento - “...bendazol”. - Outro: Pirantel. Estrongiloidíase (Strongyloides stercoralis)Ciclo Evolutivo: Verme Intestino Ovo (não precisa de macho) Eclode a larva rabditoide (RN) no intestino Fezes → Solo → Filarioide (fura) → Pele → Pulmão → Verme adulto → Intestino... Mateus Castro MED 2021 SEMANA 6 SOS: O uso de corticoide em dose imunossupressora pode fazer com que a larva filarioide (fura) ecloda ainda dentro do intestino → ocorre uma autoinfestação medonha, com risco de sepse por Gram negativo entérico. Assim, sempre que for fazer uso de corticoide em dose alta, deve-se fazer o tratamento. Quadro Clínico - Lesão cutânea / Síndrome de Löeffler. - Autoinfestação: forma disseminada e sepse. Diagnóstico - EPF pela técnica de Baermann-Moraes (para larva). Tratamento - Ivermectina (melhor resposta terapêutica). - Outros: Albendazol, tiabendazol. Enterobíase / Oxiuríase (Enterobius vermicularis) Parasita de intestino grosso. - Prurido anal, em especial noturno. - Causa de corrimento vaginal da infância. Diagnóstico: fita gomada (método de Grahan). Tratamento: “...bendazol” ou pirvínio ou pirantel. Tricuríase / Tricocefalíase (Trichuris trichiura) - Prolapso retal. Diagnóstico: EPF. Tratamento: “...bendazol” ou ivermectina. Teníase (T. solium – porco e T. saginata – boi) - Contaminação por carne crua ou malcozida. Diagnóstico: ovos ou proglótides nas fezes. Tratamento: Praziquantel ou Niclosamida. Himenolepíase (Hymenolepis nana) - Tênia anã. Diagnóstico: EPF. Tratamento: igual teníase. DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS Doença de Crohn Retocolite Ulcerativa - Transmural (fístulas, úlceras). - Boca ao ânus (íleo terminal é o local mais comum). - Não contínua (salta). - Mucosa (mucosite). - Acomete Reto e Cólon. - Contínuo e ascendente (fronteira entre o que está bom e está ruim). Clínica Clínica Diarreia + dor abdominal + emagrecimento. Colite disentérica. Cigarro Cigarro Fator de risco. Fator de proteção. Manifestações Extra-Intestinais • Manifestações cutâneas 1 – Eritema nodoso: marcador de atividade da doença. 2 – Pioderma gangrenoso: retocolite ulcerativa – pode ser manifestação independente do acometimento intestinal. • Manifestações hepatobiliares 1 – Cálculos biliares: crohn. 2 – Colangite esclerosante: retocolite ulcerativa – pode ser uma manifestação independente da atividade da doença. • Manifestações articulares 1 – Artrite periférica: mais comum em Crohn e é um marcador de atividade da doença. • Manifestações urológicas 1 – Nefrolitíase: crohn – ocorre por uma hiperoxalúria entérica. 2 – Fístulas: Crohn. Diagnóstico • Laboratório 1 – Lactoferrina e Calprotectina: marcadores de diarreia inflamatória. Prediz recaída e diagnóstico de bolsite. • Sorologia Doença de Crohn Retocolite Ulcerativa ASCA + pANCA - ASCA - pANCA + Quem tem Crohn se lasca, quem se lasca tem ASCA positivo. • Exame endoscópico DC: “pedras de calçamento”, úlceras. RCU: mucosa eritematosa, friável, edemaciada e podem ter pseudopólipos. • Biópsia DC: granuloma não caseoso. RCU: criptite. Mateus Castro MED 2021 SEMANA 6 Tratamento Tratamento Medicamentoso Derivados 5-ASA (anti-inflamatório tópico): - Sulfassalazina (ação colônica). - Pentasa (ação em todo o intestino). Corticoide: indicado para remissão. Imunomoduladores: podem ser usados para manutenção e remissão dos quadros. - Azatioprina. - Mercaptopurina. - Metotrexato. Biológicos: 1° escolha para doença moderada a grave. Abordagem Medicamentosa: Doença de Crohn Doença leve: derivados 5-ASA. Doença moderada a grave: biológico + imunomoduladores. Retocolite Ulcerativa Doença leve: derivados 5-ASA +/- corticoide. Doença grave / fulminante: ATB + corticoide +/- biológicos. Tratamento Cirúrgico Indicações para RCU: - Casos refratários. - Displasia, câncer. - Complicações (megacólon, sangramento maciço). Tipo de cirurgia (curativa): - Eletiva: protocolectomia com IPAA. - Urgência: colectomia à Hartmann. Indicações para DC: Crohnplicações: obstrução ou perfuração intestinal, abscesso, hemorragia maciça, megacólon tóxico. SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL • Alteração funcional. • Mais comum em mulheres entre 30 – 50 a. • Associado com alterações psiquiátricas (80%). Manifestações Clínicas Dor abdominal + diarreia e/ou constipação + muco nas fezes (50%). Diagnóstico Exclusão + Critérios de Roma IV. Critérios de Roma IV Dor abdominal pelo menos 1 dia/ semana nos últimos 3 meses. + (pelo menos 2) - Relação com evacuação. - Alterações na frequência. - Alterações na forma das fezes. Tratamento Sintomático. Anotações: Mateus Castro MED 2021 SEMANA 6 PEDIATRIA II SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS NA INFÂNCIA II Com taquipneia, sem estridor PNEUMONIA - Bacteriana - Atípica - Viral (bronquiolite) Ao se avaliar uma criança < 5 anos, com exceção do período neonatal, as pneumonias virais são as etiologias mais comuns. PNEUMONIA Pneumonia Bacteriana Quadro agudo, grave. Pneumonia Atípica Quadro insidioso. Bronquiolite Presença de sibilos. Pneumonia Bacteriana Quadro Clínico • Pródromos catarrais. • Evolui com febre alta e tosse mais intensa durante o dia todo. • Taquipneia: marcador de maior sensibilidade. • Sinais clássicos: estertores na AP, submacicez na percussão, broncofonia, aumento do frêmito toracovocal. Sinais de Gravidade • Tiragem subcostal: retração dos arcos costais inferiores, resultantes de uma contração diafragmática mais vigorosa. • Batimento de asa nasal: identificado com mais frequência nas crianças pequenas. • Gemência: tentativa do organismo de aumentar a capacidade residual funcional. • Cianose, SatO2 < 92%. Diagnóstico Complementar RX tórax: não é obrigatória. - Indicado nas hospitalizações. - RX normal não afasta o diagnóstico clínico. - Não é necessário para controle de cura. - RX pode sugerir a etiologia: Pneumonia Bacteriana - Condensação. - Broncograma aéreo. - Pneumonia Redonda (pneumocócica). - RX ajuda a identificar complicações: Pneumatoceles Imagens cavitarias, podendo ser únicas ou múltiplas. Tem aspecto de uma parede fina. - Pensar em estafilocócica. Abscesso Cavitação de uma parede mais espeça, e dentro do abscesso tem presença de nível hidroaéreo. - Pensar em S. aureus, anaeróbios (broncoaspiração). Ao radiografar uma criança, deve ter o cuidado de não confundir com a imagem do timo – sinal da vela do barco. Tratamento Indicações de Internação Hospitalar: • Idade < 2 meses. • Comprometimento respiratório grave. • Sinais gerais de perigo: incapacidade de beber líquidos, vômito por tudo que ingere. • Crianças com doenças de base. • Crianças que evoluem com complicações. Faixa Etária Principais Agentes Tratamento Medicamentoso < 2 meses - S. agalactiae (grupo B). - Gram-negativo entéricos. Hospitalar Ampicilina + Aminoglicosódeo. > 1 – 2 meses - S. pneumoniae. - S. aureus Ambulatorial: Amoxicilina 7 – 10 dias. Hospitalar: Penicilina cristalina ou Ampicilina ou Oxa + Cef (muito grave). S. pneumoniae é a principal causa de pneumonia bacteriana típica em todas as fases da vida, exceto no período neonatal. Quando pensar em pneumonia por S. aureus: quadro grave, acompanhada de complicações (derrame, pneumatoceles). - Criança tem alguma porta de entrada cutânea, articular. • Todos os tratamentos ambulatoriais a criança deve ser reavaliada precocemente, em 48h. Mateus Castro MED 2021 SEMANA 6 Falha Terapêutica Diante de uma criança que não melhora após o início correto do tratamento, deve-se pensar em falha terapêutica e na ocorrência de complicações (derrame pleural).Avaliação do Derrame Pleural: Transudato Exsudato Não tem características inflamatórias. Tem características inflamatórias. O derrame parapneumônico sempre será um exsudato, onde esse mesmo pode ser apenas um líquido inflamatório ou um empiema. O empiema explica uma falha terapêutica. Falha Após 48 – 72 h 1° RX tórax buscando derrame pleural. SIM? Toracocentese Empiema - Aspecto purulento. - pH < 7,2. - Glicose < 40 mg/dl. - Bactérias. Na presença de alguma característica de EMPIEMA, deve-se fazer a drenagem torácica + manter o tratamento ATB. A avaliação do derrame pode ser feita por USG e para a realização segura da toracocentese, é necessária uma lâmina de líquido > 1cm. Pneumonias Atípicas • Quadro insidioso, prolongado. • Presença de manifestações extrapulmonares. • Sem melhora com penicilina. Principais Agentes • Mycoplasma. • Pneumonia afebril do lactente. Mycoplasma pneumoniae Mais frequente em crianças > 5 anos. Quadro Clínico - Quadro de início gradual. - Presença de Cefaleia, odinofagia, rouquidão. - Tosse + taquipneia. Alterações Laboratoriais - Pesquisa das crioaglutininas (> 1:64). Raio-X - Presença de infiltrado intersticial. Tratamento - Macrolídeos (azitromicina, claritromicina). Pneumonia Afebril do Lactente Agente: Chlamydia trachomatis – presente no trato genital feminino, assim a contaminação da criança vai ocorrer pelo parto vaginal. Ao passar pelo canal de parto, o RN é colonizado pela Chlamydia na conjuntiva, nasofaringe e mucosa vaginal. Quadro Clínico - Conjuntivite iniciada na 1° semana de vida. - Pneumonia iniciada entre 1 – 3 meses de vida, com manifestações insidiosas, tendo basicamente tosse + taquipneia e se mantém AFEBRIL. Hemograma - Achado de eosinofilia. RX tórax - Achados inespecíficos, podendo ocorrer um infiltrado intersticial. Tratamento - Macrolídeos. **A conjuntivite nesses casos deve ser tratada com ATB sistêmico. Nos casos tratados com colírio não impedem a colonização da nasofaringe. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL – COQUELUCHE Agente: Bordetella pertussis. Fases Clínicas 1° fase catarral: duração de 2 semanas. 2° fase paroxística: ao longo do dia apresenta acessos de tosse, podendo ser emetizantes e ao final desse acesso ela emite o guincho (puxada de ar fina parecendo galinha). *Entre os acessos de tosse a criança é assintomática. 3° fase de convalescença. Nas crianças com < 3 – 6 meses não apresenta as fases clínicas específicas, devendo pensar em coqueluche diante de: tosse + apneia + cianose. Achados Laboratoriais - Linfocitose. Raio X - Achado de infiltrado peri-hilar (aspecto de coração felpudo). Tratamento 1° escolha: Azitromicina. Mateus Castro MED 2021 SEMANA 6 Bronquiolite Viral Aguda Etiologia • Vírus sincicial respiratório (VSR). Quadro Clínico • Crianças < 2 anos. • História com pródromos catarrais. • Evolui com febre e intensificação da tosse. • Durante o curso da doença surge taquipneia. • Presença de sibilos. Exames Complementares O diagnóstico deve ser clínico. - Pesquisa de antígenos virais na secreção de nasofaringe. - RX tórax: pode estar normal, ou mostrar sinais de hiperinsuflação. Diagnóstico Diferencial Asma: • Sibilante transitório precoce: apresenta episódios de sibilância nos primeiros 2 – 3 anos de vida e que nunca mais sibilaram. • Sibilante persistente: criança que teve episódios de sibilância nos 2 – 3 anos de vida e que aos 6 anos de idade ainda tinha episódios de sibilância. • Sibilante de início tardio: criança que não apresentou sibilos nos 2 – 3 primeiros anos de vida, mas aos 6 anos apresenta sibilos. IPA – Índice Preditor de Asma - Episódios recorrentes. - História familiar positiva. - Sensibilização a alérgenos. - Eczema atópico (rinite?). - Eosinofilia (> 4% na ausência de parasitose). Esse índice avalia a possibilidade de a criança ter asma. Tratamento Indicações de hospitalização: • Crianças < 12 semanas de vida. • Crianças prematuras (< 32 sem). • Presença de sinais de gravidade. Tratamento de Suporte: • Oxigenoterapia em cânula nasal de alto fluxo, se SatO2 < 90 – 92%. • Nutrição, hidratação com solução isotônica. • NBZ com solução salina hipertônica em crianças hospitalizadas. • B2-agonista: teste terapêutico → não fazer. • Não fazer uso de corticoide. • Não recomentar fisioterapia respiratória. O uso do B2-agonista e corticoide pode ser feito nas crianças que aparentam ser sibilantes persistentes, com uma carga familiar importante e outros sinais que aumentam a chance de ser asma. Prevenção • Lavagem das mãos. • Palivizumabe (anticorpo para VSR): esquema de 5 doses 1x/mês. Indicação de Palivizumabe (MS): • Crianças < 1 ano que foram prematuros com < 29 semanas. • Crianças < 2 anos com cardiopatia congênita significativa ou doença pulmonar da prematuridade (broncodisplasia pulmonar) que tenham necessitado de tratamento nos últimos 6 meses. Para a SBP inclui as crianças < 6 meses que foram prematuros entre 29 e < 32 semanas. Anotações:
Compartilhar