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Mateus Castro 
MED 2021 SEMANA 6 
 
CLÍNICA MÉDICA II 
SÍNDROME DIARREICA 
CLASSIFICAÇÃO 
Duração Aguda: < 3 semanas. 
Crônica: > 3 semanas. 
Topografia Alta (delgado): volumosa, pouca 
frequência, restos alimentares e sem 
tenesmo. 
Baixa (colônica): pouco volumosa, de 
alta frequência (> 10x/dia) com 
tenesmo. 
Inflamatória Presença de sangue, muco e/ou pus 
nas fezes – inflamação da mucosa 
intestinal. 
- Principal função do delgado: absorção. 
- Principal função do cólon: reabsorção de água e 
manda embora o resto. 
Tenesmo: urgência para evacuar. 
DIARREIA AGUDA 
Dica de prova: o tempo exato de duração da diarreia 
aguda tem divergências na literatura (> 3, 4 semanas), 
assim, na questão, sempre que o enunciado citar uma 
diarreia que está presente a dias, se trata de aguda. 
Causas 
Infecção: 
• Vírus é a etiologia mais comum: norovírus é o 
principal no adulto. 
• Bactérias: 
E. coli 
Enterotoxigênica 
- Diarreia do viajante. 
- Geralmente diarreia não 
invasiva, autolimitada. 
E. coli 
(EHEC – O157:H7) 
- Sd. Hemolítico-urêmica. 
Shigella - Pode causar SHU. 
- Alterações do SNC (crise 
convulsiva é comum). 
Campylobacter 
jejuni 
- Sd. Guillain Barré. 
Salmonela - Infecções à distância. 
- Pode causar meningite. 
S. aureus - Incubação curta (horas). 
C. difficile - Colite pseudomembranosa. 
 
 
 
Colite Pseudomembranosa 
Fatores de 
Risco 
Uso prévio de ATB (clinda, 
cefalosporina, quinolonas), idade 
avançada, uso de antiácidos. 
 
Gosta de aparecer em hospitais, 
asilos. 
Diagnóstico Presença de toxina das fezes, 
antígeno GDH, cultura, PCR, NAAT, 
colonoscopia. 
Tratamento - Vancomicina (oral) ou 
- Fidaxomicina ou 
- Metronidazol (última escolha). 
 
Colite fulminante: vancomicina oral + 
Metronidazol EV. 
Presença de > 3 recorrências: transp. 
de microbiota fetal. 
A diarreia pode demorar até 9 – 10 dias após o uso de 
ATB. 
Abordagem na Diarreia Aguda 
Quando investigar: Sinais de alarme 
• Desidratação. 
• Fezes francamente sanguinolentas. 
• Febre (> 38,5°C). 
• Não melhora após 48 hrs. 
• Idoso (> 70 anos). 
• Imunocomprometidos. 
• Uso recente de ATB. 
Como investigar: 
• Hemograma. 
• Bioquímica básica. 
• Exame de fezes (lactoferrina, toxina, cultura e 
parasitológico). 
A presença de lactoferrina nas fezes é um 
marcador inflamatório – diarreia inflamatória. 
Como tratar: 
• Hidratação. 
• Loperamida (Imosec): não usar na disenteria. 
• ATB: se presença de sinais de alarme. No 
adulto a escolha é quinolona (Ciprofloxacino). 
DOENÇA CELÍACA 
 - Reação imunomediada ao glúten (trigo, centeio, 
cevada). 
- Presença de HLA-DQ2 (DQ2.5) – HLA-DQ8: a presença 
desses marcadores está presente em todos os celíacos, 
Mateus Castro 
MED 2021 SEMANA 6 
 
mas pode estar presente em pacientes não celíacos. 
Assim, diante de um resultado negativo, deve-se 
mudar o diagnóstico. 
Manifestações Clínicas 
A clínica é extremamente variável: 
Assintomáticos, disabsorção parcial (Ca, Fe, 
esteatorreia), disabsorção total, manifestações 
neuropsiquiátricas (depressão, miopatia, ataxia). 
Associações 
• Dermatite herpetiforme: lesões que lembram 
o Herpes, mas são causadas por 
imunocomplexos IgA que atacam a pele do 
paciente. 
• Síndrome de Down. 
• Risco aumentado de linfoma. 
Diagnóstico 
Padrão-ouro: EDA com biópsia, porém os seus achados 
não são patognomônicos (atrofia de vilosidades com 
infiltrado linfocitário). 
Sorologias: 
1 – Anticorpo antigliadina (desuso). 
2 – Anticorpo antiendomísio (desuso). 
3 – Anticorpo antitransglutaminase tecidual IgA. 
De acordo com o Nelson de pediatria, se a sorologia 
estiver > 10x o valor de referência, não tem 
necessidade de biópsia para fechar o diagnóstico. 
Durante a investigação diagnóstica deve deixar 
o paciente com dieta com glúten – uma vez que 
tira o gatilho da dieta, os marcadores e a 
biópsia podem vir sem alterações e atrapalhar 
ainda mais a investigação. 
Tratamento 
Dieta livre de glúten. 
PARASITOSE INTESTINAL 
Achado de trofozoítas: protozoários. 
• E. hystolitica. 
• G. lamblia (intestinalis). 
 PROTOZOÁRIOS 
1 – Unicelulares: não são visíveis a olho nu. 
2 – Não causam eosinofilia. 
3 – A maioria dos casos são assintomáticos, mas deve-
se tratar. 
4 – Transmissão clássica: fecal-oral (ligado diretamente 
a pobreza). 
Ciclo Evolutivo 
Cisto → Trofozoíta → CISTO 
Forma parasitária no intestino. 
- No exame de fezes, pode-se achar tanto os cistos 
como os trofozoítas. 
Diagnóstico 
• EPF, antígeno/anticorpo fecais. 
• Sorologia (nas formas extra-intestinais). 
Tratamento 
• “...nidazol” – metro, sec, ti. 
• Nitazoxanida 1cp 12/12h por 3 dias. 
Tinidazol 2g em dose única é o que tem melhor 
resultado. 
As Diferenças 
Amebíase Protozoário invasivo do cólon: 
- Disenteria, ameboma, abscessos 
(hepático). 
 
Tratamento: 
- Assintomática: Teclosan ou Etofamida. 
- Outras formas: associar Teclosan ou 
Etofamida ao “...nidazol”. 
 
ATENÇÃO: 
Entamoeba coli, Iodamoeba butschlii e 
Endolimax nana → não tratar, pois são 
amebas comensais. 
Giardíase Não é um agente invasivo – acomete o 
delgado, com atapetamento. 
- Má-absorção pelo atapetamento. 
*Fezes mal cheirosas: não absorve. 
 
Tratamento: 
- Alternativa: Albendazol por 5 dias. 
Em termos estatísticos, giardíase é muito mais comum 
do que amebíase. Assim, um poliparasitário que pega 
Helmintos + Giárdia seria o Albendazol (substituindo o 
Nitazoxanida). 
 
Mateus Castro 
MED 2021 SEMANA 6 
 
HELMINTOS 
1 – São bichos visíveis. 
2 – Causam eosinofilia. 
3 – Maioria dos casos é assintomático, porém trata. 
4 – Transmissão fecal-oral, pele ou carne crua. 
Ciclo Evolutivo 
Ovo → Larva → Verme → Ovo 
- No parasitológico podem ser encontrados ovos. 
Tratamento 
1 – “...bendazol” – me, tia, al. 
2 – Nitazoxanida. 
Particularidades dos Agentes 
Ascaridíase (Ascaris lumbricoides) 
Ciclo Evolutivo: 
Ovo 
 Ingestão 
Larva 
Durante a transição de larva para verme, ocorre um 
ciclo pulmonar – Síndrome de Löeffler: 
Tosse seca, infiltrado pulmonar MIGRATÓRIO e 
eosinofilia. 
Verme 
 Intestino delgado 
Ovo 
 Fezes 
Síndrome de Löeffler: 
Strongyloides stercoralis. 
Ancylostoma duodenale. 
Necator americanus. 
Toxocara canis. 
Ascaris lumbricoides. 
Quadro Clínico: 
- Síndrome de Löeffler. 
- Obstruções: intestinal, apêndice, colédoco. 
Diagnóstico 
-EPF com achado de ovos. 
Tratamento 
Outros: Levamisol, Pirantel, Ivermectina. 
Abordagem da Suboclusão intestinal: 
- Suporte: SNG + Hidratação. 
- Piperazina (Não tem pra vender) + óleo mineral. 
- Após eliminação: “bendazol”. 
*Caso persistente: desobstrução cirúrgica. 
 
 
Toxocaríase (Toxocara canis) 
“Ascaris do cachorro” – Larva migrans visceral. 
 
Hospedeiro definitivo: cachorro – libera os ovos nas 
fezes. 
Hospedeiro acidental: crianças – come areia com os 
ovos (na praia, parque...). 
 
A larva fica passeando pelo corpo do ser humano, 
pois não consegue completar o ciclo evolutivo. 
Quadro Clínico 
- Síndrome de Löeffler. 
- Hepatomegalia, febre, quadro sistêmico. 
- Eosinofilia intensa: o que mais causa. 
 
Caso clínico top: criança + praia + eosinofilia intensa. 
Diagnóstico 
- Sorologia (ELISA). 
Tratamento 
- Albendazol +/- Corticoide. 
Ancilostomíase (Ancylostoma duodenale / Necator 
americanus) 
Ciclo Evolutivo: 
Verme 
 Intestino 
Ovo 
 Fezes 
 
Solo → larva rabditoide (RN) → larva filarioide (fura 
– infectante) → pele → pulmão → intestino... 
Quadro Clínico 
- Lesão cutânea pela penetração da pele. 
- Síndrome de Löeffler. 
- Anemia ferropriva (cada verme suga 0,1 ml de 
sangue por dia). 
 
Caso clínico: anemia micro hipo + eosinofilia – no 
nosso meio deve-se pensar em ancilostomíase. 
 
Diagnóstico 
- EPF com ovos nas fezes. 
Tratamento 
- “...bendazol”. 
- Outro: Pirantel. 
Estrongiloidíase (Strongyloides stercoralis)Ciclo Evolutivo: 
Verme 
 Intestino 
Ovo (não precisa de macho) 
 Eclode a larva rabditoide (RN) no intestino 
Fezes → Solo → Filarioide (fura) → Pele → Pulmão 
→ Verme adulto → Intestino... 
 
Mateus Castro 
MED 2021 SEMANA 6 
 
SOS: O uso de corticoide em dose imunossupressora 
pode fazer com que a larva filarioide (fura) ecloda 
ainda dentro do intestino → ocorre uma 
autoinfestação medonha, com risco de sepse por 
Gram negativo entérico. 
 
Assim, sempre que for fazer uso de corticoide em 
dose alta, deve-se fazer o tratamento. 
Quadro Clínico 
- Lesão cutânea / Síndrome de Löeffler. 
- Autoinfestação: forma disseminada e sepse. 
Diagnóstico 
- EPF pela técnica de Baermann-Moraes (para larva). 
Tratamento 
- Ivermectina (melhor resposta terapêutica). 
- Outros: Albendazol, tiabendazol. 
Enterobíase / Oxiuríase (Enterobius vermicularis) 
Parasita de intestino grosso. 
- Prurido anal, em especial noturno. 
- Causa de corrimento vaginal da infância. 
Diagnóstico: fita gomada (método de Grahan). 
Tratamento: “...bendazol” ou pirvínio ou pirantel. 
Tricuríase / Tricocefalíase (Trichuris trichiura) 
- Prolapso retal. 
Diagnóstico: EPF. 
Tratamento: “...bendazol” ou ivermectina. 
Teníase (T. solium – porco e T. saginata – boi) 
- Contaminação por carne crua ou malcozida. 
Diagnóstico: ovos ou proglótides nas fezes. 
Tratamento: Praziquantel ou Niclosamida. 
Himenolepíase (Hymenolepis nana) 
- Tênia anã. 
Diagnóstico: EPF. 
Tratamento: igual teníase. 
 
DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS 
Doença de Crohn Retocolite Ulcerativa 
- Transmural (fístulas, 
úlceras). 
- Boca ao ânus (íleo 
terminal é o local mais 
comum). 
- Não contínua (salta). 
- Mucosa (mucosite). 
- Acomete Reto e Cólon. 
- Contínuo e ascendente 
(fronteira entre o que 
está bom e está ruim). 
Clínica Clínica 
Diarreia + dor 
abdominal + 
emagrecimento. 
Colite disentérica. 
Cigarro Cigarro 
Fator de risco. Fator de proteção. 
 
 
Manifestações Extra-Intestinais 
• Manifestações cutâneas 
1 – Eritema nodoso: marcador de atividade da doença. 
2 – Pioderma gangrenoso: retocolite ulcerativa – pode 
ser manifestação independente do acometimento 
intestinal. 
• Manifestações hepatobiliares 
1 – Cálculos biliares: crohn. 
2 – Colangite esclerosante: retocolite ulcerativa – 
pode ser uma manifestação independente da atividade 
da doença. 
• Manifestações articulares 
1 – Artrite periférica: mais comum em Crohn e é um 
marcador de atividade da doença. 
• Manifestações urológicas 
1 – Nefrolitíase: crohn – ocorre por uma hiperoxalúria 
entérica. 
2 – Fístulas: Crohn. 
Diagnóstico 
• Laboratório 
1 – Lactoferrina e Calprotectina: marcadores de 
diarreia inflamatória. 
 Prediz recaída e diagnóstico de bolsite. 
• Sorologia 
Doença de 
Crohn 
Retocolite 
Ulcerativa 
ASCA + 
pANCA - 
ASCA - 
pANCA + 
Quem tem Crohn se lasca, quem se lasca tem ASCA 
positivo. 
• Exame endoscópico 
DC: “pedras de calçamento”, úlceras. 
RCU: mucosa eritematosa, friável, edemaciada e 
podem ter pseudopólipos. 
• Biópsia 
DC: granuloma não caseoso. 
RCU: criptite. 
Mateus Castro 
MED 2021 SEMANA 6 
 
Tratamento 
Tratamento Medicamentoso 
Derivados 5-ASA (anti-inflamatório tópico): 
- Sulfassalazina (ação colônica). 
- Pentasa (ação em todo o intestino). 
Corticoide: indicado para remissão. 
Imunomoduladores: podem ser usados 
para manutenção e remissão dos quadros. 
- Azatioprina. 
- Mercaptopurina. 
- Metotrexato. 
Biológicos: 1° escolha para doença 
moderada a grave. 
Abordagem Medicamentosa: 
Doença de Crohn 
Doença leve: derivados 5-ASA. 
Doença moderada a grave: biológico + 
imunomoduladores. 
Retocolite Ulcerativa 
Doença leve: derivados 5-ASA +/- 
corticoide. 
Doença grave / fulminante: ATB + 
corticoide +/- biológicos. 
 
Tratamento Cirúrgico 
Indicações para RCU: 
- Casos refratários. 
- Displasia, câncer. 
- Complicações (megacólon, sangramento maciço). 
 
Tipo de cirurgia (curativa): 
- Eletiva: protocolectomia com IPAA. 
- Urgência: colectomia à Hartmann. 
Indicações para DC: 
Crohnplicações: obstrução ou perfuração intestinal, 
abscesso, hemorragia maciça, megacólon tóxico. 
 
SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL 
• Alteração funcional. 
• Mais comum em mulheres entre 30 – 50 a. 
• Associado com alterações psiquiátricas (80%). 
Manifestações Clínicas 
Dor abdominal + diarreia e/ou constipação + muco nas 
fezes (50%). 
Diagnóstico 
Exclusão + Critérios de Roma IV. 
 
Critérios de Roma IV 
Dor abdominal pelo menos 1 dia/ 
semana nos últimos 3 meses. 
+ (pelo menos 2) 
- Relação com evacuação. 
- Alterações na frequência. 
- Alterações na forma das fezes. 
 
Tratamento 
Sintomático. 
Anotações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mateus Castro 
MED 2021 SEMANA 6 
 
PEDIATRIA II 
SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS NA 
INFÂNCIA II 
Com 
taquipneia, 
sem estridor 
PNEUMONIA 
- Bacteriana 
- Atípica 
- Viral (bronquiolite) 
Ao se avaliar uma criança < 5 anos, com exceção do 
período neonatal, as pneumonias virais são as 
etiologias mais comuns. 
PNEUMONIA 
Pneumonia Bacteriana Quadro agudo, grave. 
Pneumonia Atípica Quadro insidioso. 
Bronquiolite Presença de sibilos. 
 
Pneumonia Bacteriana 
Quadro Clínico 
• Pródromos catarrais. 
• Evolui com febre alta e tosse mais intensa 
durante o dia todo. 
• Taquipneia: marcador de maior sensibilidade. 
• Sinais clássicos: estertores na AP, submacicez 
na percussão, broncofonia, aumento do 
frêmito toracovocal. 
Sinais de Gravidade 
• Tiragem subcostal: retração dos arcos costais 
inferiores, resultantes de uma contração 
diafragmática mais vigorosa. 
• Batimento de asa nasal: identificado com mais 
frequência nas crianças pequenas. 
• Gemência: tentativa do organismo de 
aumentar a capacidade residual funcional. 
• Cianose, SatO2 < 92%. 
Diagnóstico Complementar 
RX tórax: não é obrigatória. 
 - Indicado nas hospitalizações. 
 - RX normal não afasta o diagnóstico clínico. 
 - Não é necessário para controle de cura. 
- RX pode sugerir a etiologia: 
Pneumonia 
Bacteriana 
- Condensação. 
- Broncograma aéreo. 
- Pneumonia Redonda 
(pneumocócica). 
 - RX ajuda a identificar complicações: 
Pneumatoceles Imagens cavitarias, podendo ser 
únicas ou múltiplas. Tem aspecto 
de uma parede fina. 
- Pensar em estafilocócica. 
Abscesso Cavitação de uma parede mais 
espeça, e dentro do abscesso tem 
presença de nível hidroaéreo. 
- Pensar em S. aureus, anaeróbios 
(broncoaspiração). 
 
Ao radiografar uma criança, deve ter o cuidado de não 
confundir com a imagem do timo – sinal da vela do 
barco. 
Tratamento 
Indicações de Internação Hospitalar: 
• Idade < 2 meses. 
• Comprometimento respiratório grave. 
• Sinais gerais de perigo: incapacidade de beber 
líquidos, vômito por tudo que ingere. 
• Crianças com doenças de base. 
• Crianças que evoluem com complicações. 
Faixa 
Etária 
Principais 
Agentes 
Tratamento 
Medicamentoso 
< 2 
meses 
- S. agalactiae 
(grupo B). 
- Gram-negativo 
entéricos. 
Hospitalar 
Ampicilina + 
Aminoglicosódeo. 
> 1 – 2 
meses 
- S. pneumoniae. 
- S. aureus 
Ambulatorial: 
Amoxicilina 7 – 10 dias. 
Hospitalar: 
Penicilina cristalina ou 
Ampicilina ou Oxa + Cef 
(muito grave). 
S. pneumoniae é a principal causa de pneumonia 
bacteriana típica em todas as fases da vida, exceto no 
período neonatal. 
Quando pensar em pneumonia por S. aureus: 
quadro grave, acompanhada de complicações 
(derrame, pneumatoceles). 
- Criança tem alguma porta de entrada 
cutânea, articular. 
• Todos os tratamentos ambulatoriais a criança 
deve ser reavaliada precocemente, em 48h. 
 
 
Mateus Castro 
MED 2021 SEMANA 6 
 
Falha Terapêutica 
Diante de uma criança que não melhora após o início 
correto do tratamento, deve-se pensar em falha 
terapêutica e na ocorrência de complicações (derrame 
pleural).Avaliação do Derrame Pleural: 
Transudato Exsudato 
Não tem características 
inflamatórias. 
Tem características 
inflamatórias. 
O derrame parapneumônico sempre será um exsudato, 
onde esse mesmo pode ser apenas um líquido 
inflamatório ou um empiema. O empiema explica uma 
falha terapêutica. 
Falha Após 48 – 72 h 
1° RX tórax buscando derrame pleural. 
 SIM? 
 Toracocentese 
Empiema 
- Aspecto purulento. 
- pH < 7,2. 
- Glicose < 40 mg/dl. 
- Bactérias. 
Na presença de alguma característica de EMPIEMA, 
deve-se fazer a drenagem torácica + manter o 
tratamento ATB. 
A avaliação do derrame pode ser feita por USG 
e para a realização segura da toracocentese, é 
necessária uma lâmina de líquido > 1cm. 
Pneumonias Atípicas 
• Quadro insidioso, prolongado. 
• Presença de manifestações extrapulmonares. 
• Sem melhora com penicilina. 
Principais Agentes 
• Mycoplasma. 
• Pneumonia afebril do lactente. 
Mycoplasma pneumoniae 
Mais frequente em crianças > 5 anos. 
 
Quadro Clínico 
- Quadro de início gradual. 
- Presença de Cefaleia, odinofagia, rouquidão. 
- Tosse + taquipneia. 
 
Alterações Laboratoriais 
- Pesquisa das crioaglutininas (> 1:64). 
Raio-X 
- Presença de infiltrado intersticial. 
Tratamento 
- Macrolídeos (azitromicina, claritromicina). 
Pneumonia Afebril do Lactente 
Agente: Chlamydia trachomatis – presente no trato 
genital feminino, assim a contaminação da criança 
vai ocorrer pelo parto vaginal. 
 
Ao passar pelo canal de parto, o RN é colonizado 
pela Chlamydia na conjuntiva, nasofaringe e 
mucosa vaginal. 
 
Quadro Clínico 
- Conjuntivite iniciada na 1° semana de vida. 
- Pneumonia iniciada entre 1 – 3 meses de vida, com 
manifestações insidiosas, tendo basicamente tosse + 
taquipneia e se mantém AFEBRIL. 
Hemograma 
- Achado de eosinofilia. 
RX tórax 
- Achados inespecíficos, podendo ocorrer um 
infiltrado intersticial. 
Tratamento 
- Macrolídeos. 
 
**A conjuntivite nesses casos deve ser tratada com 
ATB sistêmico. Nos casos tratados com colírio não 
impedem a colonização da nasofaringe. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL – COQUELUCHE 
Agente: Bordetella pertussis. 
 
Fases Clínicas 
1° fase catarral: duração de 2 semanas. 
2° fase paroxística: ao longo do dia apresenta 
acessos de tosse, podendo ser emetizantes e ao final 
desse acesso ela emite o guincho (puxada de ar fina 
parecendo galinha). 
*Entre os acessos de tosse a criança é assintomática. 
3° fase de convalescença. 
 
Nas crianças com < 3 – 6 meses não apresenta as 
fases clínicas específicas, devendo pensar em 
coqueluche diante de: tosse + apneia + cianose. 
 
Achados Laboratoriais 
- Linfocitose. 
Raio X 
- Achado de infiltrado peri-hilar (aspecto de coração 
felpudo). 
Tratamento 
1° escolha: Azitromicina. 
Mateus Castro 
MED 2021 SEMANA 6 
 
Bronquiolite Viral Aguda 
Etiologia 
• Vírus sincicial respiratório (VSR). 
Quadro Clínico 
• Crianças < 2 anos. 
• História com pródromos catarrais. 
• Evolui com febre e intensificação da tosse. 
• Durante o curso da doença surge taquipneia. 
• Presença de sibilos. 
Exames Complementares 
O diagnóstico deve ser clínico. 
- Pesquisa de antígenos virais na secreção de 
nasofaringe. 
- RX tórax: pode estar normal, ou mostrar sinais de 
hiperinsuflação. 
Diagnóstico Diferencial 
Asma: 
• Sibilante transitório precoce: apresenta 
episódios de sibilância nos primeiros 2 – 3 anos 
de vida e que nunca mais sibilaram. 
• Sibilante persistente: criança que teve 
episódios de sibilância nos 2 – 3 anos de vida e 
que aos 6 anos de idade ainda tinha episódios 
de sibilância. 
• Sibilante de início tardio: criança que não 
apresentou sibilos nos 2 – 3 primeiros anos de 
vida, mas aos 6 anos apresenta sibilos. 
IPA – Índice Preditor de Asma 
- Episódios recorrentes. 
- História familiar positiva. 
- Sensibilização a alérgenos. 
- Eczema atópico (rinite?). 
- Eosinofilia (> 4% na ausência de parasitose). 
Esse índice avalia a possibilidade de a criança ter asma. 
Tratamento 
Indicações de hospitalização: 
• Crianças < 12 semanas de vida. 
• Crianças prematuras (< 32 sem). 
• Presença de sinais de gravidade. 
Tratamento de Suporte: 
• Oxigenoterapia em cânula nasal de alto fluxo, 
se SatO2 < 90 – 92%. 
• Nutrição, hidratação com solução isotônica. 
• NBZ com solução salina hipertônica em 
crianças hospitalizadas. 
• B2-agonista: teste terapêutico → não fazer. 
• Não fazer uso de corticoide. 
• Não recomentar fisioterapia respiratória. 
O uso do B2-agonista e corticoide pode ser feito 
nas crianças que aparentam ser sibilantes 
persistentes, com uma carga familiar importante e 
outros sinais que aumentam a chance de ser asma. 
Prevenção 
• Lavagem das mãos. 
• Palivizumabe (anticorpo para VSR): esquema 
de 5 doses 1x/mês. 
Indicação de Palivizumabe (MS): 
• Crianças < 1 ano que foram prematuros com < 
29 semanas. 
• Crianças < 2 anos com cardiopatia congênita 
significativa ou doença pulmonar da 
prematuridade (broncodisplasia pulmonar) 
que tenham necessitado de tratamento nos 
últimos 6 meses. 
Para a SBP inclui as crianças < 6 meses que foram 
prematuros entre 29 e < 32 semanas. 
Anotações:

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