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Sífilis - clínica

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Vict�ria K. L. Card�so
Sífilis - clínica
Introdução
Definição:
● É uma doença sistêmica, infectocontagiosa,
de evolução crônica com períodos de
agudização e latência.
● Agente: bactéria gram-negativa;
Treponema pallidum - espiroquetas.
● Possui transmissão sexual e vertical
(adquirida e congênita).
● Infecção sistêmica que pode evoluir com
curso crônico.
○ Quando não tratadas, cerca de 35%
das pessoas irão progredir para a
cura espontânea.
● O Treponema pallidum facilita o risco de
contrair HIV - as lesões genitais facilitam a
entrada do vírus.
● Em gestantes, há a possibilidade de
transmissão vertical em casos não tratados
adequadamente → durante o parto e
intraútero.
● Não existe vacina e nem imunidade
protetora.
Caso suspeito:
● Não gestantes:
○ Presença de cancro duro: lesão
ulcerativa inicial, surge após 30h.
● Gestantes: presença de feridas ou outra
sintomatologia adequada.
○ Feridas na região íntima.
○ Aparecimento ou aumento de lesões
na pele e na boca.
○ Aumento dos linfonodos.
○ Febre, rigidez muscular e paralisia
dos membros.
Quadro clínico e diagnóstico
laboratorial
Quadro clínico:
● Cancro duro:
○ Possuem descamações
amarronzadas.
● Cancro misto → cancro mole e cancro
duro ao mesmo tempo.
● Sífilis maligna = sífilis em paciente com
HIV.
Obs: é raro haver inoculação em outras áreas.
Diagnóstico laboratorial:
● Triagem de pessoas assintomáticas.
● Diagnóstico em pessoas sintomáticas.
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Vict�ria K. L. Card�so
● Método utilizado: avaliação do exsudato
seroso das lesões ativas, com raspado da
borda da lesão → exame direto em campo
escuro.
○ Até 11 dias com a úlcera não se
diagnostica com teste rápido
(treponêmico) ou com VDLR.
○ Nesse caso, há a visualização
microscópica do T. pallidum.
● Testes imunológicos:
○ Treponêmicos: é sensível, mas não
é específico → teste imunológico →
é o teste rápido.
■ FTA-abs e MHA TP -
qualitativos.
○ Não treponêmicos: VDRL ou RPR -
quali ou quantitativos.
Classificações
Classificação pelo tempo de infecção:
● Recente: < 1 ano →pode ser sífilis primária,
secundária e latente precoce.
● Tardia: > 1 ano, com granulomas em pele,
vísceras ou outros tecidos.
Classificação clínica:
● Sífilis primária - cancro duro: período de
incubação de 10-90 dias (2 a 6 semanas) e
desaparece espontaneamente.
○ Quadro: lesão ulcerada única, com
base mais endurecida, bordas
sobrelevadas, fundo liso e com ou
sem secreção.
○ Possui adenopatia indolor uni ou
bilateral, regional, móvel, sem
prurido e sem flutuação.
○ Ocorre em região genitália, oral,
faringe posterior e ânus.
○ Quanto a localização na região
íntima:
■ Sulco balano-prepucial e
glande.
■ Pequenos lábios.
■ Parede vaginal.
■ Colo de útero.
● Sífilis secundária: ocorre 6-8 semanas
após a ocorrência do cancro.
○ Quadro: manifestação sistêmica,
com micropoliadenopatia, artralgia,
febre e cefaléia, com manchas
eritematosas e pápulas
eritemato-acastanhadas lisas.
■ Aparece entre 4-8 semanas
após o cancro e depois
desaparece
espontaneamente.
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Vict�ria K. L. Card�so
○ Há descamação em palmas, plantas
e em tronco.
○ Pode haver acometimento de
orifícios (nariz, boca e olhos).
○ Pode haver alopécia em clareira
(queda aguda do cabelo, de forma
circular), madarose (queda de pêlos
na sobrancelha) e acometimento de
mucosas.
○ Presença de condiloma plano →
região de dobras.
● Sífilis terciária: aparecimento dos
sintomas 3-12 anos após infecção.
○ Apresenta lesões cutâneas e em
mucosas (tubérculos ou gomas).
○ Acometimento cardiovascular =
aneurisma aórtico.
○ Acometimento terciário = tabes
dorsalis.
○ Acometimento articular =
artropatia de charcot.
○ Outros locais de acometimento =
fígado, olhos e testículos.
Tratamento
Fármaco: penicilina benzatina → dose de 2,4
milhões semanais, por 3 semanas.
● Sífilis primária: dose única.
● Sífilis secundária: 2 doses, repetir após 1
semana.
● Sífilis terciária ou maligna: 3 doses, com 1
dose semanal.
Tratamento para gestantes:
● Benzilpenicilina benzatina → é a única
opção segura e eficaz para o tratamento
adequado das gestantes.
● Em caso de utilização de outros
tratamentos: o RN deve ser notificado
como com sífilis congênita e submetido a
avaliação clínica e laboratorial.
Intervalo de administração de benzilpenicilina
para o tratamento de sífilis:
● Uma semana entre as doses.
● Gestantes: o esquema deve ser reiniciado
se o intervalo ultrapassar 7 dias entre as
doses.
● Pessoas não gestantes: reiniciar o
esquema se transcorrerem mais de 14 dias
entre as doses.
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Indicação da resposta pós-tratamento:
1. Resolução dos sinais e sintomas.
2. Monitoramento pós-tratamento com teste
não treponêmico (é recomendado a todos).
Reação de Jarisch-Herxheimer:
● Conceito: evento que pode ocorrer nas
primeiras 24h após a primeira dose de
penicilina, principalmente nas fases
primária ou secundária.
● Caracterização: exacerbação das lesões
cutâneas, mal-estar geral, febre, cefaleia e
artralgia.
○ Há regressão espontânea após 12 a
24h.
● Controle: uso de analgésicos simples, se
necessário, sem ser preciso descontinuar o
tratamento.
● Gestantes: no caso do aparecimento dessa
reação, há risco de trabalho de parto
prematuro, por conta da liberação de
prostaglandinas em altas doses.
○ Obs: entretanto, caso a gestante não
seja tratada adequadamente para
sífilis, o risco de abortamento ou
morte fetal é maior que os riscos
potenciais da reação.
Monitoramento pós-tratamento
Testes de seguimento:
● Testes não treponêmicos (VDRL/ RPR)
→ deve-se procurar utilizar o mesmo teste
do diagnóstico, exemplo: se o diagnóstico
ocorreu com VDRL, mantém-se o
seguimento com VDRL; e se o diagnóstico
foi com RPR, o seguimento é com RPR.
○ Gestantes: realização de teste
mensal.
○ Não gestantes: (incluindo PVHIV)
realização de teste a cada três
meses até 1 ano de
acompanhamento (3, 6, 9 e 12
meses).
Obs: após 1 ano, a pessoa tratada com sucesso pode
ser dispensada de novas coletas. Entretanto, a
aquisição de uma nova IST, especialmente a sífilis, é
um fator de risco para outras IST.
Retratamento, reativação ou
reinfecção
Importante para diferenciação entre reinfecção,
reativação e cicatriz sorológica:
● Avaliação de sinais e sintomas clínicos
novos, da epidemiologia (reexposição), do
histórico de tratamento (duração, adesão e
medicação utilizada) e dos exames
laboratoriais prévios.
Critérios de retratamento:
● Ausência de redução da titulação em duas
diluições no intervalo de seis meses (sífilis
recente, primária e secundária) ou 12 meses
(sífilis tardia) após o tratamento adequado.
● Aumento da titulação em duas diluições ou
mais (ex.: de 1�16 para 1�64; ou de 1�4 para
1�16).
● Persistência ou recorrência de sinais e
sintomas clínicos.
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