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1 SISTEMA NEUROLÓGICO- BMF4 FERNANDA MARCATO MENINGES E CIRCULAÇÃO LIQUÓRICA CASO 1 Uma menina de 1 mês apresenta-se ao clínico geral com febre alta, dificuldade para se alimentar e irritabilidade nas últimas 24 horas. O exame físico revela estado mental alterado e fontanela abaulada. CASO CLÍNICO 2 Um estudante de 18 anos do sexo masculino apresenta- se com cefaleia intensa e febre com 3 dias de duração. O exame físico revela febre, fotofobia e rigidez de nuca. Ambos estão com meningite, que se dá quando as bactérias atingem o sistema nervoso central tanto por disseminação hematogênica (a via mais comum) quanto por extensão direta a partir de um local contíguo, como os seios paranasais ou o osso mastoide*. As bactérias multiplicam-se rapidamente logo que entram no espaço subaracnoide e os componentes bacterianos no líquido cefalorraquidiano induzem a produção de vários mediadores inflamatórios, que aumenta a migração de leucócitos para o líquido cefalorraquidiano. i. A cascata inflamatória leva ao edema cerebral e ao aumento da pressão intracraniana, o que contribui para a ocorrência de lesão neurológica e até mesmo óbito. *neonatos podem adquirir os patógenos a partir de secreções genitais maternas não estéreis e/ou através da placenta DURA-MATER Meninge mais superficial, mais resistente e espessa. É a paquimeninge. No encéfalo é formada por dois folhetos: o interno/meningeo e o externo/periosteal, sendo que na medula a dura só possui o interno. É feita de tecido conjuntivo denso com muitas fibras colágenas, vasos sanguíneos e nervos. O folheto externo adere aos ossos do crânio e forma um periósteo que não tem capacidade osteogênica, o que tem vantagens e desvantagens: i. Vantagens: Não tem a possibilidade de formação de um calo ósseo na superfície dos ossos do crânio, o que poderia irritar o tecido nervoso; ii. Desvantagem: Dificulta a consolidação de fraturas e impossibilita a regeneração de perdas ósseas no crânio. A dura é muito vascularizada, a principal artéria que irriga é a artéria meníngea média, que é ramo da artéria maxilar. E é muito inervada, especificamente pelo nervo trigêmeo (quinto par de nervos cranianos) sendo responsável pelas cefaleias. Em virtude da aderência da dura aos ossos do crânio, não existe espaço epidural, como na medula. Além de isolar o SN também separa a cavidade craniana em compartimentos: 1. Supratentorial → tudo aquilo que está acima da tenda do cerebelo 2. Infratentorial → tudo aquilo que está abaixo da tenda do cerebelo ex: o cerebelo é um órgão infratentorial PREGAS As pregas são projeções da dura máter, e temos 3 delas: 1. Foice do cérebro: separa os dois hemisférios e tem formato de foice; 2. Tentório do cerebelo: é o teto do cerebelo, divide o lobo occipital do cerebelo; 3. Foice do cerebelo: divide os hemisférios cerebelares. 2 SISTEMA NEUROLÓGICO- BMF4 FERNANDA MARCATO SEIOS DA DURA MATER São canais venosos revestidos de endotélio situados entre os dois folhetos que compõem a dura-máter e são responsáveis pela drenagem venosa de todo o SNC. 1. Sagital superior; 2. Sagital inferior; 3. Reto; 4. Transverso; 5. Sigmóide; 6. Occipital. ESPAÇO EPIDURAL Localizado entre dura-máter e periósteo do canal vertebral, contém tecido adiposo e plexo venoso vertebral interno. É o espaço que se coloca o anestésico na anestesia epidural, que por difusão, chega até o líquido cefalorraquidiano que se encontra no espaço subaracnoide. ARACNÓIDE-MATER É a meninge mais delicada, se separa da dura pelo espaço subdural, que é muito pequeno. Se separa da pia-mater pelo espaço subaracnóideo, que é onde está localizado o liquor. Mas possui as trabéculas aracnóideas que comunicam as duas meninges. GRANULAÇÕES ARACNÓIDEAS Em alguns pontos a aracnoide forma pequenos tufos que penetram no interior dos seios da dura, e é responsável pela absorção/drenagem do líquor. CISTERNAS ARACNÓIDEAS São dilatações/espaços do espaço subaracnóideo que possuem o líquor, a maior delas, cerebelo- medular/magna, pode ser utilizada como ponto de coleta. PIA MATER Meninge mais interna e adere à superfície do encéfalo (aos sulcos e giros) e medula espinal, dando uma sustentação ao tecido nervoso. A distância entre a aracnóide e pia-máter variam, formando cisternas. 3 SISTEMA NEUROLÓGICO- BMF4 FERNANDA MARCATO ESPAÇOS MENINGEOS E RELAÇÕES CLÍNICAS Cisterna espinal: é o spaço subaracnóideo que vai de L2 (não corre risco de pegar a medula) a S2. Pode servir para: i. Retirada de líquido cerebrospinal; ii. Medida da pressão liquórica; iii. Introdução de contrastes para mielografias; iv. Introdução de anestésicos para bloqueio das raízes nervosas nas anestesias raquidianas. Anestesias raquidianas: Entre L2 - L5 e seguem o seguinte trajeto: - Pele e tela subcutânea - Ligamento interespinal - Ligamento amarelo - Dura-máter - Aracnóide-máter- Gotejamento do líquido cerebrospinal. Anestesias epidurais ou peridurais: são dadas na região lombar i. O anestésico é depositado no espaço epidural, atingindo os forames intervertebrais – raízes nervosas. ii. Trajeto: - Pele e tela subcutânea - Ligamento interespinal -Ligamento amarelo Vantagem: como não perfura a dura-máter, não há vazamento do líquido cerebrospinal e não causa dores de cabeça. Exige uma habilidade técnica muito maior. VENTRÍCULOS ENCEFÁLICOS Em laranja os ventrículos laterais (I e II) e ficam na região do telencéfalo, em azul o III ventrículo, que fica região de diencéfalo e o verde é o IV ventrículo, que fica região do tronco encefálico. *localizado no centro do H medular há uma comunicação com a medula São cavidades que ficam distribuídas no SN. Nos ventrículos laterais nós temos os cornos: Entre os ventrículos temos as comunicações: i. Forames Interventriculares: liga ventrículos laterais comunicam-se com o terceiro ventrículo; ii. Aqueduto cerebral (do mesencéfalo ou de Sylvius): liga o terceiro ventrículo com o quarto ventrículo; iii. Canal central da medula: liga o quarto ventrículo a medula através do H medular; iv. Aberturas do quarto ventrículo: laterais e mediana, permitem a passagem do líquor para o espaço subaracnóideo. Mas as comunicações também podem ser locais em que o liquor fica represado. Já a produção de líquor advem das células ependimárias do plexo coróide. LÍQUIDO CEREBROESPINAL É formado pelos plexos coróides e células ependimárias que se encontram na parede do ventrículo, e absorvida pelas granulações aracnóideas. 4 SISTEMA NEUROLÓGICO- BMF4 FERNANDA MARCATO Funções: i. Suporte; ii. Função excretora e regulação do meio químico do SNC; iii. Amortecedor; iv. Função de comunicação do SNC. CIRCULAÇÃO LIQUÓRICA 1. Produzido nos ventrículos laterais; 2. Vai para o forame interventricular; 3. Terceiro ventrículo; 4. Arqueduto cerebral; 5. Quarto ventrículo; 6. Abertura mediana e cai na medula ou Aberturas laterais cai no Cérebro. 7. Depois disso vai para o espaço subaracnóideo e é absorvido pelas granulações aracnóideas que faz trocas com as veias. DRENAGEM LIQUÓRICA 1. Seio sagital superior e seio sagital inferior (local de maior ponto de absorção devido a grande quantidade de granulações); 2. Seio reto: confluência dos seios; 3. Seio transverso: faz um sifão para o seio sigmóide; 4. Seio sigmóide;5. Veia jugular interna; 6. Veia braquiocefálica; 7. Veia cava superior; 8. Átrio direito do coração. HIDROCEFALIA Existem dois tipos de hidrocefalia: Comunicantes: derivam de um aumento na produção ou uma deficiência na absorção; Não comunicantes: derivam de obstruções no trajeto do liquor. BARREIAS ENCEFÁLICA São dispositivos que dificultam a passagem de substâncias do sangue para o tecido nervoso, do sangue para o líquor, ou do líquor para o tecido nervoso. 3 tipos de barreiras de proteção → constituídas de astrócitos; i. Barreira hemoliquórica; ii. Barreira hemoencéfalica; iii. Barreira líquor-encefálica. meninges e circulação liquórica caso 1 Caso clínico 2 dura-mater pregas seios da dura mater espaço epidural aracnóide-mater granulações aracnóideas cisternas aracnóideas pia mater espaços meningeos e relações CLÍNICAS ventrículos encefálicos líquido cerebroespinal circulação liquórica drenagem liquórica hidrocefalia barreias encefálica
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