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A competência que transforma ➢ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ➢ ✓ É muito comum ouvir que empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro. Mas será que é só isso? Sabemos que a empatia é uma das Competências Gerais a serem trabalhadas na escola, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular. Diante disso, alguns questionamentos podem surgir: A empatia nasce com a gente ou é possível aprendê-la? Como fazer para desenvolver a empatia na escola? Nesta aula, você vai saber qual é o conceito de empatia e vai conhecer maneiras simples de desenvolvê-la com seus alunos. De acordo com o dicionário Michaellis, empatia é: Habilidade de imaginar-se no lugar de outra pessoa. Compreensão dos sentimentos, desejos, ideias e ações de outrem. Qualquer ato de envolvimento emocional em relação a uma pessoa, a um grupo e a uma cultura. Capacidade de interpretar padrões não verbais de comunicação. Sentimento que objetos externos provocam em uma pessoa. A psicologia e a neurociência definem a empatia como um vínculo afetivo e intuitivo. Este vínculo permite que as pessoas se sintam conectadas, por mais diferentes que sejam. Tal conexão é possível graças à capacidade de colocar-se no lugar do outro. Portanto, a empatia é a capacidade psicológica de sentir o que sentiria outra pessoa, caso estivesse na mesma situação. A empatia possui três níveis: Quando o indivíduo, além de sentir as emoções e entender os problemas alheios, se propõe a ajudar. Quando o indivíduo possui a capacidade de sentir fisicamente as emoções do outro. Quando o indivíduo possui a capacidade de compreender o que a outra pessoa sente. Empatia e cooperação compõem a nona Competência Geral da Base Nacional Comum Curricular. O que se espera? Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação nas atividades escolares. E qual a sua função? Desenvolver a habilidade de fazer-se respeitar e promover o respeito ao outro, acolher e valorizar a diversidade sem preconceitos, reconhecendo-se como parte de uma coletividade com a qual deve se comprometer. Como se explica a empatia? Na década de 1990, neurocientistas italianos descobriram estruturas cerebrais capazes de regular a aprendizagem por imitação e a empatia em macacos. Estas estruturas foram nomeadas de neurônios-espelho. Embora os neurônios- espelho ainda não tenham sido localizados em cérebros humanos, os neurocientistas acreditam que eles sejam os responsáveis por nossa capacidade de compreender, imitar, empatizar e aprender com os outros. O exercício intencional da empatia estimula os neurônios-espelho e propicia o alinhamento da aprendizagem com a maneira como nosso cérebro funciona. Podemos concluir, portanto, que a empatia pode e deve ser treinada. Outra descoberta das pesquisas envolvendo neurônios-espelho é a de que a organização social dos estudantes (pequenos grupos colaborativos x sala inteira) e a variação dos estímulos e das estratégias pedagógicas utilizadas pelos professores (exposição oral, animações, áudio, vídeo, simulações etc.) influenciam significativamente a aprendizagem. Quer saber mais sobre as pesquisas envolvendo os neurônios-espelho e seus resultados práticos para a sala de aula? Acesse este link. Como podemos perceber, uma parcela da empatia é fruto da herança genética, ou seja, já nasce com a pessoa. O restante, porém, vai depender das experiências realizadas ao longo da vida. Dessa forma, quanto mais um indivíduo, seja ele criança ou adolescente, for estimulado a ser empático, maior será a chance de que se torne um adulto disposto a ajudar os demais, o que, a longo prazo, pode promover uma verdadeira transformação social. Por esse motivo é tão importante que a empatia seja trabalhada na escola. Imagine que a empatia é um músculo a ser exercitado, treinado. Assim como ocorre com as demais partes do corpo que recebem treinamento, a empatia também se fortalece com o estímulo e pode ser desenvolvida por todos, independente da idade. A seguir, confira algumas ideias simples para estimular a empatia em seus alunos. Prepare-se e prepare seus alunos para que o exercício da empatia funcione. Seja você o exemplo, entenda e lide com suas próprias emoções, acolha as emoções dos seus alunos. Crie um espaço seguro, confiável, onde os alunos se sintam confortáveis para compartilhar seus sentimentos. A turma, em conjunto, deve negociar e estabelecer as regras de convivência para que as atividades sejam desenvolvidas. Posteriormente, todos devem se sentir responsáveis pelo cumprimento das regras. Estimule os trabalhos e as brincadeiras em grupo. Eles são muito propícios para o desenvolvimento da empatia, pois os alunos têm a possibilidade de treinar a capacidade de escutar o outro, além de estabelecer vínculos. A neurocientista Laiali Chaar descreveu algumas atividades práticas que ajudam a treinar a empatia e você pode conferir, na sequência, as que podem ser implementadas na sua aula! Para conhecer as propostas na íntegra, clique aqui. Além destas, você vai ver outras propostas que buscam os mesmos resultados. Vamos lá? Interpretar/cantar: cada música transmite um sentimento e, para interpretá-la, é preciso entender cada um deles. Como fazer? A turma pode se dividir em pequenos grupos. Cada grupo escolhe uma música para interpretar. Depois, todos conversam sobre o que sentiram durante a apresentação. Vale, também, fazer uma dramatização da música ou criar uma versão nova para ela. Dançar em conjunto: a dança trabalha a empatia a partir do estímulo da comunicação não verbal. Como fazer? A turma pode se dividir em duplas ou em grupos. Todos podem dançar a mesma música ou cada grupo escolhe sua música. Depois de alguns ensaios, os alunos apresentam suas coreografias e, para finalizar, conversam sobre o que sentiram ao longo da experiência. Contar histórias: as histórias permitem experimentar sensações e emoções diferentes das nossas, fazendo com que sejamos capazes de nos imaginar em situações diferentes das que estamos acostumados. Como fazer? Os alunos podem ser organizar em grupos, duplas ou individualmente. Cada grupo escolhe ou cria sua história e, em seguida, compartilha com a turma. Exercícios de resolução de problemas: resolver problemas de forma colaborativa constrói empatia por meio de vitórias e desafios compartilhados. Como fazer? Uma situação-problema é apresentada para os grupos, que devem pensar em estratégias para solucionar a questão. Em seguida, as soluções devem ser compartilhadas. Por fim, a turma define, a partir de tudo o que foi compartilhado, uma solução conjunta para a situação. As atividades propostas devem ser realizadas como se fossem exercícios de imersão, ou seja, os alunos devem ser estimulados a mergulhar em cada atividade, estando atentos ao que sentem e ao que é compartilhado por cada um. Ao imergir em seus próprios sentimentos e em experiências alheias, os alunos aprendem a olhar para além dos rótulos e estereótipos, exercitando uma profunda compreensão do outro. A empatia também pode ser trabalhada em situações comuns do dia a dia da escola. Veja dois exemplos: ➢ Quando há algum desentendimento entre dois ou mais alunos, é necessário que os professores procurem entender o que está se passando e quais motivos levaram à discussão, antes de pensar em punições. ➢ Em situações de bullying, os alunos envolvidosdevem ser estimulados a refletir sobre os sentimentos que causam no outro, além de explicitar o que sentem. Nestes casos, a atuação dos professores deve ser no sentido de fortalecer as relações, contribuindo no manejo dos conflitos e na identificação dos próprios sentimentos e emoções, questão que ainda está em formação nas crianças e adolescentes. Existem algumas dinâmicas de grupo divertidas e rápidas que podem ser feitas com os alunos e que fazem refletir sobre a empatia. Clique aqui para conferir a dinâmica da formiga. Este vídeo apresenta a animação “A ponte”, sem som, para trabalhos de dublagem, sonoplastia e de trilha sonora. A situação retratada é bem útil para ser utilizada, também, como um exercício de empatia. Você pode propor que os alunos façam a dublagem do filme. Por fim, os alunos podem assistir ao vídeo “A história das colheres de cabo grande” e compartilhar as impressões sobre o que viram e sentiram. Ao final de cada experiência, destaque as ações realizadas e estimule a reflexão. Ação e reflexão se complementam no processo de aprendizagem significativa. A reflexão permite que os alunos analisem, compreendam e nomeiem os sentimentos, apreciem as diferenças e visualizem as escolhas dos outros. As ações devem ser encorajadas a partir do estímulo a atitudes proativas, combatendo as forças contrárias à empatia. Insira o texto aqui O exercício da empatia pode e deve extrapolar os muros da escola. Compartilhe suas ideias com outros professores, convide os pais dos alunos para este desafio, envolva a comunidade. Lembre-se que esforços e vitórias compartilhadas geram aprendizado. A união das frentes escola, família e comunidade possibilita o entendimento de que a empatia deve ser cultivada e praticada de forma permanente, em diversos ambientes, propiciando mudanças em todos os envolvidos. Você pôde perceber que o aprendizado da empatia carrega consigo o desenvolvimento das habilidades de escutar e de trabalhar em grupo. Quando se tornam mais empáticos, os alunos se sentem, também mais amparados, tanto pelos seus educadores quanto por seus colegas e amigos. Por este e por todos os outros motivos citados anteriormente, percebemos que trabalhar a empatia na escola faz com que os alunos aprendam a ser mais compreensivos e tolerantes, a pensar antes de agir, o que contribui para evitar a prática do bullying infantil. Como consequência, evita-se a depressão e outros problemas que têm assolado a infância e a adolescência na atualidade. Então, está pronto para começar a treinar a empatia com seus alunos?
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