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impulsiona-2019 06-empatia

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A competência que 
transforma
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É muito comum ouvir que empatia é a capacidade de 
se colocar no lugar do outro. Mas será que é só isso?
Sabemos que a empatia é uma das Competências 
Gerais a serem trabalhadas na escola, de acordo com 
a Base Nacional Comum Curricular. Diante disso, 
alguns questionamentos podem surgir: A empatia 
nasce com a gente ou é possível aprendê-la? Como 
fazer para desenvolver a empatia na escola? 
Nesta aula, você vai saber qual é o conceito de 
empatia e vai conhecer maneiras simples de 
desenvolvê-la com seus alunos.
De acordo com o dicionário Michaellis, empatia é:
Habilidade de 
imaginar-se 
no lugar de 
outra pessoa.
Compreensão 
dos sentimentos, 
desejos, ideias e 
ações de 
outrem.
Qualquer ato de 
envolvimento 
emocional em 
relação a uma 
pessoa, a um 
grupo e a uma 
cultura.
Capacidade de 
interpretar 
padrões não 
verbais de 
comunicação.
Sentimento que 
objetos externos 
provocam em 
uma pessoa.
A psicologia e a 
neurociência 
definem a empatia 
como um vínculo 
afetivo e 
intuitivo. 
Este vínculo 
permite que as 
pessoas se 
sintam 
conectadas, por 
mais diferentes 
que sejam.
Tal conexão é 
possível graças à 
capacidade de 
colocar-se no 
lugar do outro.
Portanto, a empatia 
é a capacidade 
psicológica de 
sentir o que 
sentiria outra 
pessoa, caso 
estivesse na mesma 
situação.
A empatia possui três níveis:
Quando o indivíduo, 
além de sentir as 
emoções e entender os 
problemas alheios, se 
propõe a ajudar.
Quando o indivíduo 
possui a capacidade de 
sentir fisicamente as 
emoções do outro.
Quando o indivíduo 
possui a capacidade de 
compreender o que a 
outra pessoa sente.
Empatia e cooperação compõem a nona Competência 
Geral da Base Nacional Comum Curricular.
O que se espera?
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a 
cooperação nas atividades escolares.
E qual a sua função?
Desenvolver a habilidade de fazer-se respeitar e promover 
o respeito ao outro, acolher e valorizar a diversidade sem 
preconceitos, reconhecendo-se como parte de uma 
coletividade com a qual deve se comprometer.
Como se explica a empatia? 
Na década de 1990, 
neurocientistas italianos 
descobriram estruturas 
cerebrais capazes de 
regular a aprendizagem por 
imitação e a empatia em 
macacos. Estas estruturas 
foram nomeadas de 
neurônios-espelho.
Embora os neurônios-
espelho ainda não tenham 
sido localizados em cérebros 
humanos, os neurocientistas 
acreditam que eles sejam os 
responsáveis por nossa 
capacidade de compreender, 
imitar, empatizar e aprender 
com os outros.
O exercício intencional da empatia estimula os neurônios-espelho e propicia 
o alinhamento da aprendizagem com a maneira como nosso cérebro funciona. 
Podemos concluir, portanto, que a empatia pode e deve ser treinada.
Outra descoberta das pesquisas 
envolvendo neurônios-espelho é a de que 
a organização social dos estudantes 
(pequenos grupos colaborativos x sala 
inteira) e a variação dos estímulos e 
das estratégias pedagógicas utilizadas 
pelos professores (exposição oral, 
animações, áudio, vídeo, simulações etc.) 
influenciam significativamente a 
aprendizagem. 
Quer saber mais sobre as pesquisas 
envolvendo os neurônios-espelho e seus 
resultados práticos para a sala de aula? 
Acesse este link.
Como podemos 
perceber, uma parcela 
da empatia é fruto da 
herança genética, ou 
seja, já nasce com a 
pessoa. 
O restante, porém, vai 
depender das 
experiências realizadas 
ao longo da vida. 
Dessa forma, quanto 
mais um indivíduo, seja 
ele criança ou 
adolescente, for 
estimulado a ser 
empático, maior será a 
chance de que se torne 
um adulto disposto a 
ajudar os demais, o que, 
a longo prazo, pode 
promover uma 
verdadeira 
transformação social.
Por esse motivo é tão 
importante que a 
empatia seja trabalhada 
na escola.
Imagine que a empatia é um 
músculo a ser exercitado, treinado.
Assim como ocorre com as demais 
partes do corpo que recebem 
treinamento, a empatia também se 
fortalece com o estímulo e pode 
ser desenvolvida por todos, 
independente da idade.
A seguir, confira algumas ideias 
simples para estimular a empatia em 
seus alunos.
Prepare-se e prepare seus 
alunos para que o exercício da 
empatia funcione. 
Seja você o exemplo, entenda 
e lide com suas próprias 
emoções, acolha as emoções dos 
seus alunos.
Crie um espaço seguro, 
confiável, onde os alunos se 
sintam confortáveis para 
compartilhar seus sentimentos. 
A turma, em conjunto, deve 
negociar e estabelecer as 
regras de convivência para 
que as atividades sejam 
desenvolvidas. Posteriormente, 
todos devem se sentir 
responsáveis pelo cumprimento 
das regras.
Estimule os trabalhos e as 
brincadeiras em grupo.
Eles são muito propícios para o 
desenvolvimento da empatia, 
pois os alunos têm a 
possibilidade de treinar a 
capacidade de escutar o outro, 
além de estabelecer vínculos.
A neurocientista Laiali Chaar
descreveu algumas atividades 
práticas que ajudam a treinar a 
empatia e você pode conferir, na 
sequência, as que podem ser 
implementadas na sua aula! Para 
conhecer as propostas na 
íntegra, clique aqui.
Além destas, você vai ver outras 
propostas que buscam os 
mesmos resultados. Vamos lá?
Interpretar/cantar: cada música transmite um sentimento e, para 
interpretá-la, é preciso entender cada um deles. 
Como fazer? A turma pode se dividir em pequenos grupos. Cada grupo 
escolhe uma música para interpretar. Depois, todos conversam sobre o que 
sentiram durante a apresentação. Vale, também, fazer uma dramatização 
da música ou criar uma versão nova para ela.
Dançar em conjunto: a dança trabalha a empatia a partir do estímulo da 
comunicação não verbal. 
Como fazer? A turma pode se dividir em duplas ou em grupos. Todos 
podem dançar a mesma música ou cada grupo escolhe sua música. Depois 
de alguns ensaios, os alunos apresentam suas coreografias e, para finalizar, 
conversam sobre o que sentiram ao longo da experiência.
Contar histórias: as histórias permitem experimentar sensações e 
emoções diferentes das nossas, fazendo com que sejamos capazes de nos 
imaginar em situações diferentes das que estamos acostumados.
Como fazer? Os alunos podem ser organizar em grupos, duplas ou 
individualmente. Cada grupo escolhe ou cria sua história e, em seguida, 
compartilha com a turma.
Exercícios de resolução de problemas: resolver problemas de forma 
colaborativa constrói empatia por meio de vitórias e desafios compartilhados.
Como fazer? Uma situação-problema é apresentada para os grupos, que 
devem pensar em estratégias para solucionar a questão. Em seguida, as 
soluções devem ser compartilhadas. Por fim, a turma define, a partir de 
tudo o que foi compartilhado, uma solução conjunta para a situação.
As atividades 
propostas devem 
ser realizadas como 
se fossem 
exercícios de 
imersão, ou seja, 
os alunos devem 
ser estimulados a 
mergulhar em cada 
atividade, estando 
atentos ao que 
sentem e ao que é 
compartilhado por 
cada um.
Ao imergir em seus 
próprios 
sentimentos e em 
experiências 
alheias, os alunos 
aprendem a olhar 
para além dos 
rótulos e 
estereótipos, 
exercitando uma 
profunda 
compreensão do 
outro.
A empatia também pode ser trabalhada em 
situações comuns do dia a dia da escola. 
Veja dois exemplos:
➢ Quando há algum desentendimento entre 
dois ou mais alunos, é necessário que os 
professores procurem entender o que está 
se passando e quais motivos levaram à 
discussão, antes de pensar em punições. 
➢ Em situações de bullying, os alunos 
envolvidosdevem ser estimulados a 
refletir sobre os sentimentos que causam 
no outro, além de explicitar o que sentem. 
Nestes casos, a atuação dos professores 
deve ser no sentido de fortalecer as 
relações, contribuindo no manejo dos 
conflitos e na identificação dos próprios 
sentimentos e emoções, questão que ainda 
está em formação nas crianças e 
adolescentes.
Existem algumas 
dinâmicas de grupo 
divertidas e rápidas que 
podem ser feitas com os 
alunos e que fazem 
refletir sobre a empatia. 
Clique aqui para conferir 
a dinâmica da formiga.
Este vídeo apresenta a 
animação “A ponte”, 
sem som, para trabalhos 
de dublagem, 
sonoplastia e de trilha 
sonora. A situação 
retratada é bem útil 
para ser utilizada, 
também, como um 
exercício de empatia. 
Você pode propor que os 
alunos façam a 
dublagem do filme.
Por fim, os alunos 
podem assistir ao vídeo
“A história das colheres 
de cabo grande” e 
compartilhar as 
impressões sobre o que 
viram e sentiram.
Ao final de cada experiência, destaque as 
ações realizadas e estimule a reflexão. 
Ação e reflexão se complementam no 
processo de aprendizagem significativa.
A reflexão permite que os alunos 
analisem, compreendam e nomeiem os 
sentimentos, apreciem as diferenças e 
visualizem as escolhas dos outros.
As ações devem ser encorajadas 
a partir do estímulo a atitudes proativas, 
combatendo as forças contrárias 
à empatia.
Insira o texto aqui
O exercício da 
empatia pode e 
deve extrapolar os 
muros da escola. 
Compartilhe suas 
ideias com outros 
professores, 
convide os pais dos 
alunos para este 
desafio, envolva a 
comunidade.
Lembre-se que 
esforços e vitórias 
compartilhadas 
geram aprendizado. 
A união das frentes 
escola, família e 
comunidade 
possibilita o 
entendimento de 
que a empatia deve 
ser cultivada e 
praticada de forma 
permanente, em 
diversos ambientes, 
propiciando 
mudanças em todos 
os envolvidos.
Você pôde perceber que o aprendizado da empatia 
carrega consigo o desenvolvimento das habilidades de 
escutar e de trabalhar em grupo. Quando se tornam 
mais empáticos, os alunos se sentem, também mais 
amparados, tanto pelos seus educadores quanto por 
seus colegas e amigos.
Por este e por todos os outros motivos citados 
anteriormente, percebemos que trabalhar a empatia na 
escola faz com que os alunos aprendam a ser mais 
compreensivos e tolerantes, a pensar antes de agir, o 
que contribui para evitar a prática do bullying infantil. 
Como consequência, evita-se a depressão e outros 
problemas que têm assolado a infância e a adolescência 
na atualidade. Então, está pronto para começar a treinar 
a empatia com seus alunos?

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