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É possível estabelecer novas relações ETNICO- RACIAS na educação Brasileira.

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O racismo surge, portanto, na cena política brasileira, como doutrina científica, quando se avizinha à abolição da escravatura e,
conseqüentemente, à igualdade política e formal entre todos os brasileiros, e mesmo entre estes e os africanos escravizados. Como não
posso me alongar sobre esse ponto, remeto-os a alguns trabalhos já clássicos sobre o período, entre os quais cabe destacar: A escola Nina
Rodrigues, de Mariza Corrêa (1998); e O espetáculo das raças, de Lilia Schwarcz (1993)."
(GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. Preconceito de cor e racismo no Brasil. Rev. Antropol., São Paulo, v. 47, n. 1, p. 9-43, 2004.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-77012004000100001&lng=en&nrm=iso>;. Acessado em: 20
Mar 2018).
A partir desse assunto, analise as afirmativas a seguir:
O preconceito está ligado ao campo das ideias, ou seja, trata-se de um julgamento prévio de algo.
PORQUE
A discriminação se propõe a estruturar alguma coisa em igualdades, dispondo-se a determinados valores e hierarquias.
Analisando as proposições acima, é possível concluir que:
resposta : a primeira afirmativa é verdadeira, e a segunda é falsa.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-77012004000100001&lng=en&nrm=iso%3E
2 Segundo Mandela (2005), a sociedade não nasce odiando uma pessoa ou grupo por conta da cor da sua pele e é, no contexto da cultura,
que a sociedade aprende a odiar. Dessa feita, se nós aprendemos a odiar, também podemos aprender a respeitar, a acolher e a celebrar as
diferenças, reconhecendo o outro como verdadeiramente outro, em sua diversidade (e vice-versa).
A partir desse entendimento, assinale a alternativa correta:
Resposta : racismo pode ser expresso de maneira individual ou institucional, sendo que no individual é caracterizado por atos de uma pessoa
contra outra.
3. O Dia da Consciência Negra, dia 20 de novembro, foi escolhido por conta do dia da morte de Zumbi, líder da comunidade quilombola de
Palmares. Antes da aprovação da lei que sanciona o dia 20 de novembro, a data mais relevante ligada à história negra do Brasil era o 13 de
maio, data da Abolição da Escravidão. Abolição que, segundo a nossa memória social, foi assinada pela Princesa Isabel, a partir de uma
decisão que foi muito mais branca do que negra.
Sobre esse processo de substituição do 13 de maio pelo 20 de novembro, podemos dizer que:
Resposta: o 20 de novembro coloca sobre o negro a ação de sua resistência, deixando de retratá-lo como passivo em todo o processo
histórico, como acontece com o 13 de maio.
4. A respeito dos conceitos de raça e etnia, avalie as proposições a seguir:
I. No que diz respeito aos seres humanos, o termo raça não pode ser avaliado em seu sentido biológico, tendo em vista que, nesse aspecto, só existe a raça humana.
II. Raça e etnia referem-se à constituição física de uma determinada população. Os europeus nórdicos, australianos e estadunidenses pertencem a uma mesma raça, pois
possuem características físicas semelhantes, como cor da pele, cabelo e olhos.
III. Quando se utiliza o termo raça para se referir a uma ou mais populações humanas, deve-se estar atento, pois o enfoque, nesses casos, é o aspecto sociocultural para
diferenciar os grupos populacionais por características físicas e históricas.
IV. O termo raça tem origem biológica, diferentemente do termo etnia, que tem origem biológica, religiosa e cultural.
V. O termo etnia corresponde aos indivíduos que se diferenciam por sua especificidade sociocultural, refletida principalmente na língua, religião e maneiras de agir.
Estão corretas as alternativas:
Resposta : I, III e V.
5. Pensado na “diversidade étnica, leia o texto a seguir.
“[...] Na verdade, raça, no Brasil jamais foi um termo neutro; ao contrário, associou-se com frequência a uma imagem particular do país.
Muitas vezes, na vertente mais negativa de finais do século XIX, a mestiçagem existente no país parecia atestar a falência da nação [...]”
SCHWARCZ, Lilia Moritz. Nem preto nem branco, muito pelo contrário: cor e raça na intimidade. In: NOVAIS, Fernando & SCHWARCZ, Lilia
Moritz (orgs.) História da Vida Privada no Brasil. Contrastes da intimidade contemporânea, São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 177.
Marque V para as asserções verdadeiras e F para as falsas, assinalando, em seguida a alternativa que contenha a ordem correta de cima
para baixo:
( ) Vigorou no Brasil, do século XIX, uma visão elitista que privilegiava a cor branca e via na mistura de raças a causa de seu
atraso.
( ) Os termos raça e etnia se equivalem. Ambos fazem referência à composição de grupos de pessoas com características
fisiológicas e biológicas comuns.
( ) Os estudos centrados na noção de raça classificam a humanidade por meio da seleção natural e da organização genética.
( ) Por ser o Brasil o país com o maior número de negros e afrodescendentes depois do continente africano, não é pertinente
discutir no Brasil o racismo.
( ) Nas décadas seguintes à abolição da escravatura, a integração dos negros à sociedade brasileira foi marcada pela adoção de
mecanismos de inclusão que resultaram, recentemente, na implantação das chamadas políticas de ação afirmativa.
Resposta : V, F, V, F, F
6. Em 3 de julho de 2015, a jornalista Maria Julia Coutinho (Maju) sofreu ataques racistas na internet. Imediatamente muitos (famosos e anônimos) se mobilizaram em
solidariedade, com a hasthag“Somos todos Maju” (#somostodosmaju).
Esse episódio (que se repetiu com contornos parecidos desde então), embora aponte para a articulação das resistências por parte da
população negra, trouxe também à tona outras faces de nosso racismo.
Esse acontecimento nos coloca em frente à maneira como lidamos com a alteridade no Brasil e nos levam a pensar sobre como podemos, a
partir da educação, mudar essa situação.
Sobre esse processo, leia as assertivas a seguir:
I. De forma geral, podemos dizer que lidamos com a alteridade (o outro) de três maneiras: como fonte de todo o mal; como sujeito pleno de
um grupo cultural ou como alguém a ser tolerado.
II. A escola, descolonizada em suas propostas pedagógicas, poderia levar, aos poucos, os estudantes a se afastarem dessa leitura do outro
como a fonte de todo o mal e passarem a enxergá-lo como sujeito pleno de um grupo cultural.
III. As mobilizações virtuais em relação a casos como o de Maju, não têm papel eficaz nesse processo e não estão articuladas, de forma
alguma, à questão da escola e seu papel na descolonização da leitura de mundo de nossa sociedade.
Está correto apenas o que se afirma em:
Resposta: I e II
7. (1) Sobre a questão das “cotas raciais” enquanto política afirmativa, analise as asserções abaixo:
1- “A maneira mais efetiva de reduzir as desigualdades sociais é pela generalização da educação básica de qualidade e pela abertura de
bons postos de trabalho. Cotas raciais, mesmo se eficazmente implementadas, promoverão somente a ascensão social de um reduzido
número de pessoas, não alterando os fatores mais profundos que determinam as iniquidades sociais. [...] um país no qual as escolas
eduquem as crianças pobres, independentemente da cor ou raça, dando-lhes oportunidade de ascensão social e econômica; no qual as
universidades se preocupem em usar bem os recursos e formar bem os alunos.
PORQUE
2- No caso do ensino superior, o melhor caminho é aumentar o número de vagas nas instituições públicas, ampliar os cursos noturnos,
difundir os cursos de pré-vestibular para alunos carentes, implantar campus em áreas mais pobres, entre outras medidas. [...]”
(Publicado em 14 de abril de 2006 no Correio Braziliense, de autoria de Marcos Chor Maio e Ricardo Ventura Santos – reproduzido na
página 291 do livro Divisões perigosas, de Peter Fry e outros, editora Civilização brasileira, 2007).
Resposta : as asserções 1 e 2 são verdadeiras são complementares.
8. Considerando o debate teórico e seus conhecimentos sobre a interculturalidade como uma maneira de intervenção, assinale a alternativa
correta acercados cinco desafios postos no campo educacional contemporâneo:
Resposta :
desconstruir o caráter monocultural e etnocêntrico; articular igualdade e diferença; resgatar o processo de construção das nossas
identidades; promover experiências de interação com os outros; reconstruir a dinâmica educacional.