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EXAME ABDOMINAL E PERICARDITE NA PEDIATRIA

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Primeira Aula: 
INTRODUÇÃO: 
A dor torácica e comum em crianças e adolescentes 
A maioria delas é de origem não cardíaca e são benignas, 
entretanto, o motivo de preocupação do paciente e da família 
é de que a dor esteja associada a doença grave cardiovascular 
ou risco de morte súbita 
O pericárdio protege o coração das infecções de miocárdio, 
possui dupla camada, e também fixa o coração ao mediastino 
EPIDEMIOLOGIA: 
A epidemiologia da dor torácica na infância não é totalmente 
compreendida. estudos mostram 0,3 a 0,6% dos atendimentos 
na emergência pediátrica são por precordialgia. 
A idade media do atendimento varia de 12 a 13 anos de vida 
É mais comum em meninas do que meninos 
Geralmente os pacientes mais novos tem doenças 
respiratórias associadas como broncoespasmo, pneumonia e 
pneumotórax 
Já os adolescentes, tem como causa mais comuns as causas 
psicogênicas/psicológicas 
ETIOLOGIA: 
Tem inúmeras origens podendo ser classificada em causa não 
cardíacas e cardíacas 
CAUSAS NÃO CARDÍACAS: 
IDIOPÁTICA: 
Quando não se evidencia a causa, nem por meio de exames 
MUSCULOESQUELETICA: 
• Corresponde ate 37% dos casos 
• Geralmente está associada a trauma, distensões 
musculares e deformidades ósseas. 
• A costocondrite é o principal exemplo e caracteriza-se 
por ser unilateral e localizar-se em uma ou mais 
articulações costocondrais. 
• Pode ser causada também por síndrome de Tietz ou 
traumas (quedas, batidas) 
• Crise álgica no anêmico falciforme 
• Estiramento muscular 
PSICOGÊNICA: 
• Transtorno do pânico e ansiedade 
• Geralmente estão associadas, dor de cabeça, insônia, dor 
de barriga (abdominal) 
• Ansiedade muitas vezes causadas por estresse familiar 
• Geralmente está presente em situações de estresse 
familiar ou escolar2 e associada a sintomas como cefaleia, 
dor abdominal, distúrbios do sono e sinais de ansiedade, 
como hiperventilação.5,9,10 A dor torácica de origem 
psicogênica está associada a atendimentos pediátricos 
frequentes. 
• Acham-Monta e colaboradores, demostraram que a dor 
torácica de origem não cardíaca está associada à doença 
do pânico na infância e na adolescência; em outro estudo 
Lipsitz demonstra que a abordagem psicológica foi útil no 
alívio da dor torácica. 
GASTROINTESTINAIS: 
Principalmente relacionadas ao refluxo (dor retroesternal), 
espasmo esofágico, esofagite colite, colicistite 
Também é importante considerar ingestão de corpo estranho 
e lembrar que a colicistite pode apresentar-se com dor 
torácica referida. 
Herpes zoster = imunossupressão 
RESPIRATÓRIAS: 
• Tais como broncoespasmo (principal causa), asma, 
pneumonia, tromboembólicas, pneumotórax, bronquiolite 
• Presença de dor que piora a respiração profunda 
• Uso de musculatura da parede acessória (tosse crônica) 
Semiologia Pediátrica 
 
CAUSAS CARDÍACAS: 
PERICARDITE: 
• Pode ser infecciosa (viral) ou não infecciosa 
• Pode evoluir para miocardite 
• A maioria dos casos tem evolução autolimitada e benigna, 
entretanto complicações como tamponamento cardíaco 
com choque cardiogênico, pericardite recorrente e 
pericardite constritiva podem ocorrer. 
• A pericardite aguda caracteriza-se por febre, dor 
precordial, taquicardia e taquipneia. 
AUMENTO DA DEMANDA MIOCÁRDICA OU 
REDUÇÃO DA PERFUSÃO 
• Miocardiopatia dilatada é uma das principais causas 
(insuficiência cardíaca) 
• Obstrução da saída do ventrículo esquerdo, tanto por 
alteração vascular quanto por presença de placa de 
ateroma 
• Arritmias, (taquiarritmias) que causam aumento da 
demanda por redução do debito cardíaco e diminuição 
da perfusão, causando dor. 
ANOMALIA DAS ARTÉRIAS CORONÁRIAS 
As principais alterações congênitas são a origem anômala da 
artéria coronária, fístulas coronárias, estenoses ou atresia do 
óstio da coronária. Nestes pacientes o quadro clínico é de 
angina, principalmente no esforço, porém a morte súbita pode 
ocorrer antes de qualquer sintoma.7,9 Nos lactentes o quadro 
clínico pode ser de irritabilidade e choro intenso, podendo ser 
facilmente confundido com cólicas.9 Pacientes com passado 
de doença de Kawasaki podem evoluir com formação de 
aneurismas e estenoses das artérias coronárias com 
consequente isquemia miocárdica.5,7,9 Ainda, a estenose 
coronária pode ocorrer após cirurgia cardíaca ou transplante 
cardíaco 
OUTRAS CAUSAS CARDÍACAS: 
Aneurismas, anomalia das artérias coronárias, hipertensão 
pulmonar, prolapso de valva mitral. 
O prolapso da valva mitral é uma das etiologias principais de 
taquiarritmias, é evidenciada no ECG 
 
• Se a criança tem dor que piora a respiração profunda é 
sinal que a causa não é cardíaca, pois a dor cardíaca não 
é influenciada pela respiração 
• Se a dor piora no período pós-prandial há grandes 
chances de ser refluxo 
• Bronquiolite = asma 
• A ingestão de corpo estranho pode ser uma causa 
crônica de dor torácica 
• As causas cardíacas de dor torácica devem ser 
investigadas, as principais etiologias são de caráter 
inflamatório 
• Causas cardíacas são raras em crianças e adolescentes 
(6% aproximadamente) 
• A pericardite é a principal casa inflamatória 
• Sintomas de pericardite: febre, dor precordial, taquicardia 
e taquipneia 
• Principais alterações congênitas são anomalias das artérias 
coronárias, fístulas coronárias, estenose ou atresia 
coronariana 
ANAMNESE 
A história deverá ser detalhada e incluir as principais 
características da dor, com descrição desta, sintomas 
associados, fatores de piora e de alívio. 
O início súbito de dor torácica (dentro de 48 horas) poderá 
estar associado a trauma, broncoespasmo, pneumotórax, 
embolia pulmonar e causas cardíacas, incluindo arritmias, 
isquemia por anomalias coronarianas e dissecção aórtica. 
 Por outro lado, quando a dor é crônica, é mais provável que 
esteja associada a causas musculoesqueléticas, gastrointestinais 
e psicogênicas ou idiopáticas. 
 A localização da dor e a presença de irradiação são de 
extrema importância: a pericardite pode ter dor irradiada para 
o ombro esquerdo, enquanto na colicistite a dor irradia para o 
ombro direito; dor por isquemia miocárdica pode irradiar para 
as regiões cervical e mentoniana e para os membros 
superiores; a dissecção aórtica tem dor irradiada para a região 
interescapular. A dor localizada geralmente está associada a 
origem musculoesquelética ou pleural. 
Importante analisar se há história familiar de doenças cardíacas, 
hipercolesterolemia 
Piora com exercício pode estar relacionada a origem 
respiratória 
Dor torácica e taquiarritmia, ou sincope pode ser sugestivo de 
doença grave cardíaca 
EXAME FÍSICO: 
O exame físico deve ser detalhado, valorizando os sinais vitais 
Se houver alterações dos sinais vitais, pode-se ter indicativo 
de doença cardíaca 
A instabilidade hemodinâmica é advinda da alteração dos sinais 
vitais 
Inicialmente é importante determinar se há sinais de gravidade 
que apontem para um tratamento imediato, como ocorre com 
o pneumotórax, o broncoespasmo e as arritmias. É preciso 
 
pesquisar se há cianose, desconforto respiratório ou sinais de 
baixo débito cardíaco 
Se há taquipneia, é fundamental fazer o diagnóstico diferencial 
entre a presença de esforço respiratório ou hiperventilação 
associada a sintomas psicogênicos 
A presença de febre indica quadro infeccioso, sendo o mais 
frequente a pneumonia, podendo estar também presente na 
miocardite e pericardite. Frequência cardíaca acima de 180 
batimentos por minuto está associada a taquiarritmias, 
enquanto hipotensão e perfusão capilar periférica lentificada 
estão relacionadas a baixo débito cardíaco 
A inspeção é essencial para buscar sinais de assimetria (pectus 
excavatum, pectus carinatum, escoliose ou cicatrizes cirúrgicas 
A palpação é importante para avaliar se a dor é de origem 
musculoesquelética 
Se durante a ausculta, houver abolição dos sons, deve-se 
desconfiar de pneumotórax 
A ausculta respiratória e cardíaca deveser realizada com 
muita atenção: a presença de sibilos pode indicar asma ou 
aspiração de corpo estranho; murmúrio vesicular abolido em 
hemitórax está associado ao pneumotórax; a presença de 
sopros, atrito pericárdico, abafamento das bulhas cardíacas ou 
alteração no ritmo cardíaco sugere causa cardiovascular. É 
importante ressaltar que a ausência de ausculta cardíaca 
alterada não afasta a origem cardíaca 
Presença de febre e estertor = pneumonia 
Febre e sibilo = bronquiolite 
Deve-se buscar também por alterações nas articulações em 
busca de artrite ou artralgia, presentes nas doenças 
reumatológicas 
EXAMES COPLEMENTARES: 
Diante da suspeita de etiologia cardiovascular: 
• ECG: busca de arritmia, hipertrofia, alteração de 
condução, isquemia 
• Ecocardiograma: estrutura e função do coração 
Causas cardíacas, tais como: dor torácica no esforço (após 
esforço físico), dor torácica associada a palpitação ou síncope, 
história pregressa de Kawasaki, história pregressa de cirurgia 
cardíaca, história familiar de arritmia ou morte súbita, alterações 
no exame físico 
No caso de ECG alterado, faz-se outros exames 
complementares 
Radiografia de tórax: 
Útil em lesões ósseas, alteração de área cardíaca 
Teste Ergométrico/Teste de Esteira: 
Usados em crianças que apresentam dor torácica, arritmia e 
sincope associada a pratica de exercício 
Exames Laboratoriais: 
Dosagem de troponina e outras enzimas serve para 
estratificação de risco em adultos, no entanto, na pediatria seu 
uso se restringe em suspeita de pericardite, miocardite ou 
doença isquêmica 
Hemograma completo: indica infecção (aumento de 
leucócitos), anemia (alteração das hemácias) 
• Deve ser direcionado para a causa 
• Sempre tranquilizar o paciente e familiar quando a causa 
não for cardíaca 
• Pacientes com dor de origem psicogênica, idiopática ou 
musculoesquelética apresentam melhora da dor com 
repouso, analgésicos e anti-inflamatórios não esteroidais 
por um período de uma semana. 
• Se há suspeita de doença do refluxo gastroesofágico e 
esofagite, deve-se iniciar o tratamento com antiácidos e 
inibidores da bomba de prótons e ser feita a orientação 
da alimentação adequada para a idade. 
• Quando há história de asma ou asma induzida pelo 
exercício físico, é necessário o uso de broncodilatadores 
Segunda Aula: 
 
INSPEÇÃO: 
• Avaliar a forma (plano, abaulado, escavado e distendido) 
• Geralmente o mais comum na pediatria é o globoso 
• Avaliar forma e volume, abaulamentos e retrações, coto 
umbilical (AVA) em RN, cicatrizes, contrações de vísceras 
ocas, circulação venosa superficial, alteração de 
movimentos respiratórios 
• Na criança a respiração é diafragmática 
AUSCULTA: 
• Borborismo (ruido hidroaéreo continuo) 
• Aumento do peristaltismo: diarreia e início de peritonite 
• Redução do peristaltismo: íleo paralítico, peritonite 
instalada 
 todo abdômen agudo no início, tem aumento do 
peristaltismo 
PERCUSSÃO: 
Timpânico é normal 
Delimitar órgãos maciços 
 
Hipertimpanismo pode ser excesso de gases ou obstrução 
intestinal e penumoperitônio 
PALPAÇÃO: 
• Depende do relaxamento da parede abdominal da criança 
– tende a contrair o abdômen 
• Fase inspiratório tem maior relaxamento abdominal 
• Realizar palpação superficial e profunda (áreas dolorosas 
ao final) 
• Fletir as penas para palpar a fossa ilíaca 
• Normalmente o abdome é elástico, depressível e indolor 
Avaliar: 
• Contratura abdominal ou espasmo (peritonite) 
• Bloomberg positivo (processo inflamatório) 
• Tumorações 
• Visceromegalias (baço aumentado) 
Avaliação umbilical: 
• A hérnia umbilical pode fechar até os 2 anos de idade, até 
esse período, realiza-se apenas acompanhamento, ela 
não tem risco de encarceramento. Ocorre devido ao não 
fechamento do anel e parte do intestino que passar por 
ela 
• Avaliar quantidade de vasos (AVA) 
• Avaliar presença de sinais flogisticos 
FÍGADO: 
• Maior que no adulto, podendo ser palpável 
• Hepatomegalia pode estar associada a infecções 
congênitas 
Baço: não palpável normalmente 
MAL-FORMAÇÕES DE PAREDE ABDOMINAL: 
• Gastrosquise: posição lateral (direita do coto umbilical); 
ausência de cobertura de alça intestinal 
• Onfalocele: posição central; alças intestinais cobertas 
com uma membrana 
HÉRNIA DIAFRAGMATICA: 
• Causadas pelo fechamento incompleto do diafragma 
• Ocorre a passagem dos órgãos intra-abdominais para a 
cavidade do tórax 
HÉRNIA DIAFRAGMATICA: 
Classificados como: 
• Obstrutivo 
• Inflamatório 
• Vascular 
• Perfurativo 
• Hemorrágico 
Apresentam também: dor abdominal, febre, vomito, parada na 
eliminação das fezes, distensão abdominal 
• Sintomas de irritabilidade, palidez, taquicardia, prostração, 
dor, desidratação, letargia, choque 
• Palpação abdominal com sinais de irritação

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