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HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO 
 
DEFINIÇÃO 
• O hiperparatireoidismo primário é um distúrbio que resulta da hipersecreção do PTH, sendo a causa mais 
comum de hipercalcemia diagnosticada. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
• Pode ocorre em qualquer idade, porém acomete mais a faixa etária entre os 40-65 anos, predominando no 
sexo feminino(3F:1M) 
• O hiperparatireoidismo primário é uma doença relativamente comum, acometendo cerca de 1-7:1000 
adultos 
 
FISIOLOGIA 
• As paratireoides são normalmente 4 glândulas do tamanho de uma ervilha ou feijão, localizadas 
posteriormente a tireoide, entretanto, ela pode estar localizada de forma ectópica e/ou também em maior 
número, dependo da pessoa. 
• As paratireóides tem como função principal produzir o PTH e manter a homeostase do cálcio no 
organismo, através das suas células principais. O PTH tem sua secreção e produção estimulada pelos níveis 
de cálcio sérico, no qual uma queda do cálcio sérico promove um aumento da secreção de PTH, sendo isso 
algo fisiológico, entretanto, em determinadas situações a secreção de PTH esta elevada de forma 
patológica, configurando o hiperparatireoidismo. 
• O PTH para exercer sua função de aumentar o cálcio sérico usa três principais mecanismos, que são o 
aumento da reabsorção de cálcio no túbulo distal dos néfrons, estímulo da reabsorção óssea pelos 
osteoclastos e ativação da enzima 1-alfa-hidroxilase nos rins(que colecalcifero em calcitriol). 
• As paratireóides detectam os níveis de cálcio sérico através de receptores sensores de cálcio(CaSR) 
localizados na superfície das células principais da glândula. 
 
ETIOLOGIA 
• O hiperparatireoidismo primário(HPTP) tem como etiologia em 85-90% dos casos adenomas solitários da 
paratireóide. 
• Quanto a pequena porcentagem restante, hiperplasia e adenomas múltiplos correspondem aos restantes, 
enquanto o carcinoma de paratireóide correspondem a menos de 1% dos casos de HPTP 
• Cerca de 10% dos casos de HTPT são hiperparatireoidismos familiares, ou seja, podem vir de forma 
hereditária como na neoplasia endócrina múltipla(MEN), ou surgirem de forma isolada, com em mutações 
inativadoras dos receptores sensores de cálcio. 
 
QUADRO CLÍNICO 
A HPTP pode ter uma forma assintomática, correspondendo a maioria dos casos, ou uma forma sintomática, como 
será visto abaixo: 
• Assintomática: O HPTP assintomático existe em cerca de 80-90% dos pacientes com HPTP, sendo uma 
doença detectada em dosagens de rotina do cálcio sérico. O HPTP assintomático caracteriza-se por 
ausência de envolvimento ósseo e renal, entretanto, muitos pacientes relatam sintomas vagos e 
inespecíficos como astenia, cansaço, depressão, problemas de memória, dentre outros. 
• Sintomáticos: São vistos em cerca de 15-20% dos pacientes com HPTP, caracterizado por cálculos renais(15-
20% dos pacientes sintomáticos) e doença óssea(5% dos pacientes sintomáticos) 
Abaixo serão vistas as manifestações do HPTP nos sistemas de nosso corpo: 
 
SISTEMA RENAL 
• A nefrolitíase recorrente é a manifestação renal mais característica do HPTP neste sistema, na qual 15-20% 
dos pacientes relatam isto. 
• Podem ocorrer, mais raramente, perda da função renal e nefrocalcinose 
 
DOENÇA ÓSSEA 
Na doença óssea do HPTP ocorre maior perda do osso cortical(camada externa) do que do trabecular(camada 
interna) 
Além disso, o PTH possui ação de reabsorção no esqueleto apendicular(principalmente nos terços distais do rádio), 
enquanto que no esqueleto axial ele possui ação anabólica 
O quadro clínico relacionado a doença óssea promovida pro HPTP tem a sintomatologia abaixo: 
• Dores ósseas: Com intensidade e localização variáveis 
• Fraturas patológicas 
• Fraqueza muscular: Principalmente proximal 
• Deformidades e comprometimento progressivo da deambulação: Mais raro, porém pode ser visto 
• Assintomáticos: Alguns pacientes possuem envolvimento ósseo diagnosticado no RX ou densitometria 
óssea, sem queixas específicas. 
 
RADIOGRAFIA 
• Na radiografia da doença óssea pode-se ver achados principalmente de reabsorção óssea 
subperiostealm, vista nas falangeas e porções distais das clavículas 
• Em casos mais graves podem ser vistos osteopenia generalizada e desmineralização 
óssea em “sal e pimenta” do crânio, além de tumores marrons ou 
osteoclastomas(processo reativos não-neoplásicos nos ossos, que simulam neoplasia 
primária óssea ou metástase, imagem ao lado) 
 
 
 
 
MANIFESTAÇÕES CARDIOVASCULARES 
• O HPTP está ligado a aumento na ocorrência de doença cardiovascular fatal e não-fatal 
• Além disso, estudos já ligaram a HPTP a diversas doenças CV como: HAS, Hipertrofia ventricular esquerda, 
doença arterial coronariana, calcificações das válvulas, anormalidades na função cardiovascular, 
dislipidemias e hipertrigliceridemia. 
 
MANIFESTAÇÕES PSIQUIÁTRICAS 
• Sintomas psiquiátricos ocorrem em até 23% dos pacientes com HTPT, no qual a maioria desta parcela 
relata depressão e ansiedade. 
• Outras manifestações psiquiátricas são fadiga, perda de memória, dificuldade de concentração, 
irritabilidade, transtornos do sono e humor 
 
OUTRAS MANIFETAÇÕES 
Algumas manifestações são relacionadas ao HPTP, algumas ainda não confirmadas e outras sim, como as abaixo: 
• Pancreatite aguda e crônica 
• Calcificações ectópicas nos rins, pulmões, pele e artérias 
• Neuropatia periférica 
• Manifestações articulares como condrocalcinose e fraturas subcondrais, gota 
• Baqueteamento digital: Visto em casos mais graves 
 
CRISE HIPERCALCÊMICA 
• A crise hipercalcêmica é uma rara manifestação do HTPT, sendo a crise hipercalcêmica considerada uma 
emergência médica, na qual os níveis de cálcio sérico encontram-se acima de 14mg/dl 
• A crise hipercalcêmica é mais comum em pacientes com carcinoma paratireóideo, do que nos pacientes 
com adenoma(mas pode ocorrer em ambas) 
• Quadro clínico: Desidratação(pela poliúria e vômitos), arritmias cardíacas, sintomas 
neurológicos(confusão ental, estupor, coma) 
• Níveis ainda mais elevados de cálcio, como nos acima de 15-16mg/dl, implicam risco aumentado de coma, 
fibrilação ventricular e PCR 
 
HPTP NORMOCALCÊMICO 
• O HPTP normocalcêmico tem sido descrito com frequência crescente na última década, sendo definido 
quando existe elevação dos níveis séricos de PTH, em pelo menos duas ocasiões, com valores de cálcio 
sérico persistentemente normais, na ausência de causas secundárias de elevação do PTH 
• Para isso, precisam estar normais: Cálcio ionizado, vitamina D, excreção urinária de cálcio e função renal. 
Caso as variáveis anteriormente mencionadas não estejam normais, deve-se pensar em 
hiperparatireoidismo secundário 
• Em alguns estudos, foi visto que cerca de 20% dos pacientes com HPTP normocalcêmico progridem para a 
forma hipercalcêmica em 5 anos. 
• Já outros estudos apontam que o HPTP normocalcêmico não é assintomático, tendo taxas de nefrolitíase, 
aumento na HAS e redução na densidade mineral óssea são vistas de forma semelhante aos pacientes com 
HPTP leve. 
 
 
DIAGNÓSTICO 
• O diagnóstico de HPTP é dado com base em exames laboratoriais e busca de achados e/ou complicações na 
densitometria óssea e exames de imagem(como na radiografia) 
 
EXAMES LABORATORIAIS 
O diagnóstico de HTPT inclui a dosagem das seguintes substâncias: 
Hemograma: Anemia é visto em aproximadamente 50% dos pacientes com HTPT, além de VHS aumentado 
• Cálcio: Elevado em 90% dos casos, podendo ser normal(HPTP normocalcêmico). Lembrar que cálcio sércio 
>15mg/dl pode configurar uma crise calcêmica. 
• Fósforo: Está baixo em 25-50% dos pacientes com HPTP 
• Albumina 
• Fosfatase alcalina: Elevada 
• PTH: Elevado, mas pode estar normal em 8-12% dos pacientes. Em pacientes com carcinoma de 
paratireóide o PTH normalmente encontra-se elevado em 5x o valor superior da normalidade(Neoplasias é 
PTHrp, será falado abaixo) 
• Vitamina D(25-OHD): Pode estar diminuída e configurar um falso HPTP. 
• Creatinina 
•Urina de 24hrs: Hipercalciúria é visto em 35-40% dos pacientes com HPTP 
• Por vezes pode ser encontrado: Hipomagnesemia, acidose metabólica hiperclorêmica 
Todos os pacientes com HPTP devem ser investigados para manifestações ósseas através da densitometria óssea 
e radiografia nos ossos da coluna, fêmur proximal e radio(terço distal) 
Além disso, devido a incidência elevada de nefrolitíase nestas pessoas, deve-se rastrear nefrolitíase, mesmo 
assintomática ou pessoas com HPTP normocalcêmico, através da USG 
Os exames laboratoriais característicos do HPTP são HIPERCALCEMIA + PTH ELEVADO OU NORMAL + FOSFÓRO 
BAIXO OU NORMAL 
Em pacientes com hipoalbumineia, trombocitose, dentre outras patologias, a dosagem do cálcio ionizado é 
preferível a do cálcio sérico. Nos casos de HPTP normocalcêmico a dosagem do cálcio ionizado é obrigatória. 
DIAGNÓSTICO HTPT NORMOCALCÊMICO: PTH ELEVADO + Cálcio sérico E ionizado normais + Fósforo baixo ou 
normal (Na exclusão de outras causas de aumento do PTH como DRC, deficiência de vitamina D, dentre outros) 
OBS:Hipercalcemia por neoplasias malignas o PTH está baixo + hipercalcemia + proteína relacionada ao 
PTH(PTHrp) ELEVADA 
 
EXAMES DE IMAGEM E DENSITOMETRIA ÓSSEA 
Como dito, todo paciente com HPTP deve passar por investigação radiológica nos ossos e nos rins(em busca da 
nefrolitíase), sendo que: 
• Ossos: Pode ser vistos reabsorção óssea subperiosteal, aspecto “sal e pimenta” do crânio, lesões 
osteolíticas(tumores marrons), osteopenia, fraturas vertebrais 
• Rins: Pode ser encontrado nefrolitíase e/ou nefrocalcionose 
• Articulações: Condrocalcinose 
• Densitometria óssea: Pode ser vista osteopenia ou osteoporose, com predomínio na camada 
cortical(externa) 
• Cintilografia Óssea: Podem ser vistas áreas de hipercaptação focal ou difusas nos ossos. 
• Cintilografia com sestamibi: Considerada o padrão-ouro para avaliação das paratireóides no caso de HPTP. 
• USG de paratireoides: Deve ser realizada em todo paciente com diagnóstico de HPTP. 
 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS 
O HPTP precisa ser diferenciado de outras patologias que geram elevação da calcemia e de outras doenças que 
promovem osteoporose, nefrocalcinose e nefrolitíase, como as abaixo: 
• Neoplasias: As neoplasias são um importante diagnóstico diferencial na HPTP, na qual existe produção de 
uma proteína relacionada ao PTH(PTHrp), levando a hipercalcemia e lesões ósseas. As principais neoplasias 
que podem gerar isso são as neoplasias de mama, pulmão, mieloma múltiplo e outras neoplasias 
hematológicas. 
• Relacionadas a Vitamina D: Intoxicação por vitamina D, doenças granulomatosas(Hansen, sarcoidose, 
tuberculose) também são diagnósticos diferenciais de HPTP. 
• Fármacos: Diuréticos tiazídicos, lítio, bifosfonatos, denosumabe 
• Outras causas: Doenças endócrinas(feo, insufic. Adrenal, hipertireoidismo), imobilização, doença hepática, 
AIDS, DRC, LES. 
 
TRATAMENTO 
O tratamento definitivo do HPTP é a paratireoidectomia, que possui detertminadas indicações para sua 
realização: 
 
INDICAÇÕES DA PARATIREOIDECTOMIA 
• Todos os pacientes com nefrolitíase ou osteíte fibrosa cística possuem indicação cirúrgica 
Quantos aos assintomáticos, segue-se as indicações abaixo: 
• Cálcio sérico maior que 1mg/dl o limite superior da normalidade 
• T-Score da densitometria óssea menor que -2,5 ou presença de fratura de fragilidade(Osteoporose) 
• Redução da TFG para menos de 60ml/min 
• Hipercalciúria >400mg/24hrs 
• Pessoas menores que 50 anos 
• Pessoas que o acompanhamento médico não é possível 
OBS: HPTP Normocalcêmico - Cirurgia somente caso progressão da doença, passando a valer os critérios acima. 
 
ABORDAGEM HPTP NORMOCALCÊMICO 
Para os pacientes com HPTP normocalcêmico, deve-se: 
• Dosar cálcio e PTH anualmente 
• Realizar densitometria óssea a cada 1-2 anos 
Caso progrida para HPTP hipercalcêmico, a cirurgia é preconizada seguindo as já mencionadas indicações cirúrgicas 
 
 
RESUMO VILAR- HPTP

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