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Apostila Conducao eletrica cardiaca

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CURSO: ENFERMAGEM
DISCIPLINA: FISIOLOGIA
PROFESSORA: ENF. ESP. MSC. ANA DO SOCORRO MAIA
ALUNO (A): 
APOSTILA 
Condução elétrica cardíaca
A contração das fibras musculares do coração é controlada por uma descarga elétrica que flui através de vias elétricas do sistema de condução, em uma velocidade controlada.
O coração é um orgão ativado por estímulos elétricos, sendo composto por quatro câmaras: duas superiores e menores (os átrios), e duas inferiores e maiores (os ventrículos). Estas câmaras funcionam como uma bomba propulsora de sangue. Esta bomba bate cerca de 100 mil vezes por dia, devendo ser eficaz durante toda a nossa vida. As paredes musculares de cada câmara se contraem em uma sequência precisa, impulsionando um volume máximo de sangue com o menor gasto de energia possível.
A contração das fibras musculares do coração (miocárdio) é controlada por uma descarga elétrica que flui através de vias elétricas do sistema de condução, em uma velocidade controlada. A descarga elétrica que inicia a cada batimento cardíaco origina-se no marcapasso natural do coração, chamado de nó sinusal ou sinoatrial, situado na parede do átrio direito. A frequência da descarga elétrica é influenciada pelos impulsos nervosos e pelos níveis de hormônios que circulam na corrente sanguínea.
O sistema nervoso autônomo (SNA) regula a frequência cardíaca através de seus dois componentes: o sistema nervoso simpático (SNS) e o parassimpático (SNPS). O SNS aumenta a frequência cardíaca, enquanto o SNPS a diminui. O SNS supre o coração com uma rede de nervos chamada de plexo simpático. O SNPS supre o coração através de um único nervo, chamado de nervo vago. A frequência cardíaca aumenta sob a influência dos hormônios circulantes do SNS (adrenalina e noradrenalina).
O hormônio tireoidiano também influencia a frequência cardíaca. Quando há excesso deste hormônio a frequência cardíaca torna-se muito elevada, no entanto, quando há deficiência do mesmo, o coração passa a bater muito lentamente. Geralmente, a frequência cardíaca normal em repouso é de 50 a 100 batimentos por minuto.
Entretanto, frequências cardíacas mais baixas (bradicardia sinusal) podem ser normais em adultos jovens, particularmente entre aqueles que apresentam um bom condicionamento físico. Variações da frequência cardíaca são normais durante as atividades do dia. Certos medicamentos e substâncias como a nicotina do cigarro e o álcool, também podem influenciar a frequência cardíaca.
O sistema elétrico do coração
O nó sinusal ou sinoatrial inicia um impulso elétrico que flui sobre os átrios direito e esquerdo (câmaras cardíacas superiores), fazendo que estes se contraiam. O sangue imediatamente será deslocado para os ventrículos (câmaras cardíacas maiores e inferiores). Quando o impulso elétrico chega ao nó atrioventricular (estação intermediária do sistema elétrico), este impulso sofre um ligeiro retardo.
Em seguida o impulso elétrico dissemina-se ao longo do feixe de His, o qual divide-se em ramo direito (direcionado para o ventrículo direito) e ramo esquerdo (direcionado para o ventrículo esquerdo). Este último é dividido em dois fascículos: o ântero-superior esquerdo e o póstero-inferior direito.
Na sequência o impulso elétrico atinge os ventrículos fazendo com que estes se contraiam (sístole ventricular), permitindo a saída de sangue para fora do coração. O ventrículo esquerdo ejeta o sangue para o cérebro, músculos e outros orgãos do corpo humano. O ventrículo direito ejeta o sangue exclusivamente para a circulação do pulmão, para que este sangue seja enriquecido com oxigênio.
O ritmo cardíaco ditado pelo marcapasso natural do coração (nó sinusal) é chamado de ritmo sinusal. O ritmo cardíaco ditado pelo nó atrioventricular (estação intermediária do sistema elétrico do coração) é chamado de ritmo juncional muitas vezes , esse último ritmo pode não ser indicativo de uma doença cardíaca propriamente dita.
Arritmias cardíacas
A frequência cardíaca não responde só a ação do exercício e ao estado de repouso, mas também a estímulos como a ação de medicamentos e a situações fisiológicas como, por exemplo, a dor, ansiedade ou excitação sexual (taquicardia sinusal). Apenas quando a frequência cardíaca é inadequadamente elevada (taquiarritmia) ou baixa (bradiarritmia) ou ainda, quando os impulsos elétricos são originados ou transmitidos por vias anormais, é que consideramos a presença de um ritmo anormal, chamado de arritmia cardíaca.
O coração apresenta atividade elétrica por variação na concentração citosólica de iões cálcio. Os eletrodos sensíveis são colocados em pontos específicos do corpo e registram esta diferença eléctrica.
O exame eletrocardiográfico pode ser utilizado em situações eletivas ou de urgência e emergência cardiovascular.
Equipamento
O aparelho que registra o eletrocardiograma é o eletrocardiógrafo. São usados sensores no tórax, punhos e tornozelos, podendo ser realizado com os sensores apenas no tórax.
Indicação
O exame é indicado como parte da análise de doenças cardíacas, em especial as arritmias cardíacas. Também muito útil no diagnóstico de infarto agudo do miocárdio sendo exame de escolha nas emergências juntamente com a dosagem das enzimas cardíacas.
Princípios fisiológicos
O aparelho registra as alterações de potencial elétrico entre dois pontos do corpo. Estes potenciais são gerados a partir da despolarização e repolarização das células cardíacas. Normalmente, a atividade elétrica cardíaca se inicia no nodo sinusal (células auto-rítmicas) que induz a despolarização dos átrios e dos ventrículos.
Esse registro mostra a variação do potencial elétrico no tempo, que gera uma imagem linear, em ondas. Estas ondas seguem um padrão rítmico, tendo denominação particular.
Eventos do eletrocardiograma
Algumas ondas e alguns períodos no ECG.
Onda P
Corresponde à despolarização atrial, sendo a sua primeira componente relativa à aurícula direita e a segunda relativa à aurícula esquerda, a sobreposição das suas componentes gera a morfologia tipicamente arredondada (excepção de V1) [não se encontra explicação sobre o que vem a ser V1], e sua amplitude máxima é de 0,25 mV.
Tamanho normal: Altura: 2,5 mm, comprimento: 3,0 mm, sendo avaliada em DII.
A Hipertrofia atrial causa um aumento na altura e/ou duração da Onda P.
Complexo QRS
Corresponde a despolarização ventricular. É maior que a onda P, pois a massa muscular dos ventrículos é maior que a dos átrios, os sinais gerados pela despolarização ventricular são mais fortes do que os sinais gerados pela repolarização atrial.
Anormalidades no sistema de condução geram complexos QRS alargados.
Onda T
Corresponde a repolarização ventricular.
Normalmente é perpendicular e arredondada.
A inversão da onda T indica processo isquêmico.
Onda T de configuração anormal indica hipercalemia.
Arritmia não sinusal = ausência da onda P.
Onda U
A onda U, nem sempre registrada no ECG, corresponde a repolarização dos Músculos Papilares.
Onda T atrial
A onda T atrial, geralmente não aparece no ECG, pois é "camuflada" pela Repolarização Ventricular. Ela corresponde a Repolarização Atrial, e quando aparece possui polaridade inversa a onda T - Repolarização Ventricular.
Intervalo PR
É o intervalo entre o início da onda P e início do complexo QRS. É um indicativo da velocidade de condução entre os átrios e os ventrículos e corresponde ao tempo de condução do impulso elétrico desde o nódo atrio-ventricular até aos ventrículos.
O espaço entre a onda P e o complexo QRS é provocado pelo retardo do impulso elétrico no tecido fibroso que está localizado entre átrios e ventrículos, a passagem por esse tecido impede que o impulso seja captado devidamente, pois o tecido fibroso não é um bom condutor de eletricidade.
Período PP
O Intervalo PP, ou Ciclo PP. É o intervalo entre o início de duas ondas P. Corresponde a frequência de despolarização atrial, ou simplesmente frequência atrial.
Período RR
O Intervalo RR ou Ciclo RR. É o intervalo entre duas ondas R. Corresponde a frequênciade despolarização ventricular, ou simplesmente frequência ventricular.
Riscos
O exame não apresenta riscos. Eventualmente podem ocorrer reações dermatológicas em função do gel necessário para melhorar a qualidade do exame.
Propriedades cardíacas
Inotropismo: Contratilidade 
Automatismo: Cronotropismo
Excitabilidade: Batmotropismo
Condutibilidade: Dromotropismo e
Distensibilidade: Lusitropismo
Inotropismo: Contratilidade
Inotropismo é o aumento da força de contração. O prefixo "ino" está relacionado a 'músculo'; 'nervo'; 'tendão', 'fibra muscular', 'fibrina', 'fibra'. Desse modo, podemos conceituar o inotropismo como sendo o poder de influenciar a força de contração muscular.
Inotropismo é a propriedade que tem o coração de se contrair ativamente como um todo único, uma vez estimulada toda a sua musculatura, o que resulta no fenômeno da contração sistólica. Assim, o coração funciona uniformemente, como um sincício. Também o grau de contratilidade pode ser modificado por diversos fatores, intrínsecos e extrínsecos ao coração, com resultante aumento (efeito inotrópico positivo) ou diminuição (efeito inotrópico negativo) da força de contração. Mas, em qualquer caso, o miocárdio sempre responde obedecendo a lei do tudo-ou-nada: ou responde com uma contração máxima ou não responde, em reação a um estímulo; em outras palavras, sempre que se contrai o faz ao máximo, embora a força máxima de contração possa variar em diferentes batimentos, segundo circunstâncias funcionais.
Automatismo: Cronotropismo
Diz respeito à capacidade de o coração gerar seus próprios estímulos elétricos, independentemente de influências extrínsecas ao órgão. No entanto, o automatismo pode ser modificado por diversos fatores, adaptando a frequência de contração do coração as necessidades fisiológicas ou alterando-se em situações patológicas. Os fatores que exercem influência mais importante sobre o automatismo são a atividade do sistema nervoso autônomo, os íons plasmáticos, a temperatura e a irrigação coronariana. Os estímulos responsáveis pela excitação automática do miocárdio podem nascer em qualquer parte do coração. Certas regiões (zonas de marcapasso), no entanto, possuem a capacidade de gerar estímulos de forma especial, fazendo-o com uma frequência própria e mais elevada que aquela das demais regiões do coração, devido à sua diferenciação morfo-funcional e consequente peculiaridade eletrofisiológica (tecido nodal). A zona de automatismo que possui a frequência de descarga mais rápida comanda a ativação elétrica cardíaca, submetendo a excitação de todo o coração ao seu próprio ritmo, pelo que é denominada de marca-passo do coração, representado pelo nodo sinusal. Cronotrópicos aumentam a frequência cardíaca.
Excitabilidade: Batmotropismo
É a capacidade que tem o miocárdio de reagir quando estimulado, reação esta que se estende por todo o órgão. Isto é, ativando-se um ponto, todo o órgão responde. Cada uma das respostas às ativações regulares do marcapasso constitui uma sístole cardíaca. Quando qualquer outro ponto, que não o marcapasso natural, consegue excitar o coração, a resposta extra chama-se extrassístole. A ocorrência de extrassístoles demonstra, pois, a extraordinária capacidade de excitação do miocárdio, que pode constituir-se em fenômeno puramente fisiológico ou em manifestação de condições patológicas que acometem o coração.
Condutibilidade: Dromotropismo
Diz respeito à condução do processo de ativação elétrica por todo o miocárdio, numa sequência sistematicamente estabelecida, à qual se segue a contração do coração como um todo. O estímulo elétrico gerado no nodo sinusal (marca-passo natural) segue pela musculatura atrial e pelos feixes internodais atingindo o nodo átrioventricular, de onde emerge penetrando no feixe de His para espalhar-se pelo tecido de condução intraventricular representado pelos ramos e sub-ramos direito e esquerdo deste feixe. Este complexo morfo-funcional gerador e condutor do estímulo elétrico cardíaco é, pois, denominado tecido excito-condutor.
Distensibilidade: Lusitropismo
Diz respeito à capacidade de relaxamento global que tem o coração, uma vez cessada sua estimulação elétrica e, em decorrência, terminado o processo de contração, o que determina o fenômeno do relaxamento diastólico. O relaxamento do coração também é um processo ativo, dependente de gasto energético e de ações iônicas e enzimáticas específicas.
Referência
http://medimagem.com.br/voce-precisa-saber/saiba-como-e-o-funcionamento-do-sistema-eletrico-do-coracao,19689> acesso em 24.08.2020
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eletrocardiograma> acesso em 24.08.2020
https://sites.google.com/site/modulomovimento/aaaa> acesso em: 24.08.2020