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DESCRIÇÃO Políticas nacionais de direitos de saúde da pessoa idosa e envelhecimento ativo. PROPÓSITO Compreender o processo do envelhecimento saudável, apontando as políticas públicas de saúde do idoso, na busca da atenção plena à saúde funcional gerontológica com o intuito de uma atuação apropriada nesse campo de intervenção em saúde. OBJETIVOS MÓDULO 1 Entender os dados sobre o envelhecimento populacional, os pontos de convergência dos direitos humanos e o Estatuto do Idoso MÓDULO 2 Conhecer o que compete ao poder público por meio das políticas públicas de saúde do idoso como aliadas ao processo de envelhecimento MÓDULO 3 Identificar as estratégias para promoção do envelhecimento ativo INTRODUÇÃO Em 2012, no Dia Mundial da Saúde e sob o slogan “Uma boa saúde para um envelhecimento mais saudável”, a Organização Mundial da Saúde (OMS) propôs uma reflexão sobre um problema peculiar de saúde pública com um impacto mundial: o envelhecimento. Tratava-se de uma convocação, ainda pertinente atualmente, para que os líderes mundiais e os cidadãos de todos os países refletissem sobre o engajamento de grupos específicos, os quais listamos a seguir, em temáticas sobre o envelhecimento e a saúde. São eles: Agentes políticos Organizações internacionais Responsáveis municipais Grupo de prestadores de cuidados Grupos da sociedade civil Pesquisadores Organismos privados Assistentes sociais Pessoas idosas javascript:void(0) O envelhecimento é um problema que se relaciona a todos e a cada um de nós, quer estejamos jovens, quer idosos, quer sejamos homens, quer mulheres, quer ricos, quer pobres, onde quer que vivamos, pois as estatísticas mostram que a população mundial envelhece a passos largos. Até o ano de 2050, a proporção de pessoas com mais de sessenta anos de idade na população mundial irá duplicar, passando de 11% para 22%. O número absoluto de pessoas com sessenta anos de idade ou mais aumentará, muito provavelmente de 606 milhões (em 2000) para dois bilhões. E no Brasil? Temos que nos preocupar com o envelhecimento da população? Neste módulo, apresentaremos dados do envelhecimento populacional brasileiro, bem como as políticas públicas voltadas à prevenção e à promoção de um envelhecimento saudável. DIA MUNDIAL DA SAÚDE O Dia Mundial da Saúde é comemorado no dia 7 de abril, mesma data em que é celebrado o aniversário de fundação da Organização Mundial da Saúde, em 1948. MÓDULO 1 Entender os dados sobre o envelhecimento populacional, os pontos de convergência dos direitos humanos e o Estatuto do Idoso ENVELHECIMENTO POPULACIONAL E DIREITOS HUMANOS Estima-se que até 2050 o número de pessoas com oitenta anos de idade, que será superior ao número de crianças menores de 14 anos, duplique para 395 milhões em todo o mundo. Essa evolução demográfica será mais rápida nos países de baixa ou média renda (OMS, 2015). Preocupante, não é mesmo? Foto: shutterstock.com Voltemos nossa atenção para um país que tem o melhor sistema de saúde da Europa, segundo o Euro Health Consumer Index (Índice de consumo de saúde europeu.) : a Holanda, eleita pela sexta vez em 2016. Deve-se a isso o fato de o governo trabalhar princípios básicos, como o acesso à saúde para todos os holandeses com responsabilidade por parte dos seguros médicos e também o oferecimento de serviços de saúde de alta qualidade para todos. Alguns indicadores podem estar ligados ao envelhecimento saudável holandês: A empregabilidade (muitos idosos ainda trabalham). Relações sociais (a maioria tem parentes ou amigos com quem contar). Segurança no bairro em que moram. Satisfação com a liberdade de escolha em suas vidas. Sistema público de qualidade. Foto: shutterstock.com SAIBA MAIS Quase 100% dos idosos daquele país sentem que a vida tem sentido. Alguns outros fatores devem ser apresentados. Veja: A Holanda é o único país da União Europeia que poderá não ver suas taxas de obesidade crescer nos próximos 15 anos. Isso se deve à facilidade de locomoção com bicicletas no país. Há um programa nacional de prevenção que estimula políticas de saúde e promove movimentos sociais, com a saúde em primeiro lugar: no trabalho, na escola, em casa e no próprio bairro. O esporte é um dos alvos de investimento no país. O projeto “Rede de envelhecimento saudável” do Norte da Holanda conecta governos, empresas, universidades, institutos de pesquisa e institutos de saúde. Incentiva a criação de produtos, serviços e inovações que contribuem para prevenção e melhor atendimento da saúde, com autogestão de idosos. Foram criados oito centros médicos universitários, com 75 projetos de cooperação com a participação de 38 mil idosos, mil médicos e 650 organizações regionais ― públicas e privadas ― cujo objetivo era o cuidado com os idosos e a reorganização da saúde e bem-estar, desde a prevenção até o tratamento médico. Com isso, houve uma redução de 36% no número de mortes, nos primeiros trinta dias depois da internação, além de uma economia anual expressiva com gastos com saúde. Três pilares foram estabelecidos: educação, pesquisa e inovação para educar e qualificar profissionais para a administração de questões importantes na área de saúde e envelhecimento saudável. Esses profissionais foram incentivados em bacharelados e mestrados com o tema “envelhecimento saudável”. Como um ato inovador, em 2007 o país organizou um projeto com uma equipe de quatro enfermeiros. A partir desse marco, foram criados oito centros médicos universitários (de 2008 a 2016) que, em 2016, somavam dez mil enfermeiros, mais de mil médicos e outros profissionais da saúde, todos divididos em equipes. Com isso, problemas graves passaram a ser identificados com antecedência. Foi criada, em 2015, a Sociedade holandesa para a pesquisa sobre o envelhecimento, em parceria com as universidades de Leiden, Roterdã, Amsterdã, Groningen e Wageningen, cada uma com expertise diferente em estudos ligados ao envelhecimento (SCHIETTEKATTE, 2017). Foto: shutterstock.com Isso nos traz algumas reflexões: Estamos no caminho certo? Podemos dizer que sim, embora com atrasos e muitos desafios pela frente. O primeiro e maior desafio é a velocidade do envelhecimento em nosso país. Além disso, a maioria das pessoas idosas no Brasil falece de doenças não transmissíveis ― cardiopatias, câncer, diabetes ―, em vez de doenças infecciosas e parasitárias, embora temos presenciado idosos morrendo pelo Covid-19. Comumente, as pessoas idosas apresentam vários problemas de saúde ao mesmo tempo, como, por exemplo, diabetes e cardiopatias. Outro grande problema para o Brasil é o seu tamanho e suas características locais. ATENÇÃO Vale salientar que essas doenças e comprometimentos crônicos não transmissíveis necessitam de um acompanhamento constante, pois podem gerar um processo incapacitante que afeta a funcionalidade das pessoas idosas, impedindo-as de executarem suas atividades diárias de forma independente. Ainda que não sejam fatais, esses comprometimentos tendem a comprometer de forma expressiva a qualidade de vida dos idosos (BRASIL, 2006). Estudos mostram que a dependência para o desempenho das atividades de vida diária (AVD) tende a aumentar de cerca de 5% na faixa etária de sessenta anos para cerca de 50% entre os 90 anos ou mais. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra como a população brasileira está envelhecendo (Figura abaixo). O número de brasileiros acima de 65 anos deve praticamente quadruplicar até 2060, confirmando a tendência de envelhecimento acelerado da população. Segundo o instituto, a população com essa faixa etária deve passar de 14,9 milhões (7,4% do total) em 2013 para 58,4 milhões (26,7% do total) em 2060. Gráfico: População brasileira de 80 anos e mais, por sexo, 1980 a 2050. Extraído de: Envelhecimento e saúde da pessoa idosa; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006. p. 9. O envelhecimento vem ocorrendo devido ao desempenho dos índices de fertilidadee de mortalidade no país. Para que uma população envelheça, é necessário, primeiro, que haja uma diminuição da fertilidade. Quanto menor for número de filhos na população, menor será a proporção de jovens nela. Um processo de redução das taxas de fertilidade nos últimos anos vem se acelerando. As taxas de fertilidade no Brasil diminuíram cerca de 30% entre 1970 e 1980. Isso foi evidenciado em todas as regiões do Brasil, tanto nas zonas urbanas como nas rurais. Como maiores cuidados com a saúde proporcionam redução das taxas de mortalidade, o processo de envelhecimento torna-se ainda mais acentuado. Como consequência, a expectativa de vida, que era de apenas 33,7 anos em 1900, em 1950 havia alcançado 43,2 anos. Em 2015, chegou aos 75 anos, 5 meses e 26 dias, e em 2019 subiu, passando para 76,6 anos. A PREVISÃO É DE QUE EM 2050 CERCA DE 30% DA POPULAÇÃO BRASILEIRA TERÁ MAIS DE 65 ANOS. AS MULHERES CONTINUARÃO VIVENDO MAIS QUE OS HOMENS. EM 2060, A EXPECTATIVA DE VIDA DELAS SERÁ DE 84,4 ANOS, CONTRA 78,03 DOS HOMENS. Gráfico: Evolução de grupos etário no Brasil – 2010 a 2060. Extraído de: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) Maria Cristina Correa Lopes Hoffman, coordenadora-geral de saúde da pessoa idosa do Ministério da Saúde, em entrevista concedida à Rádio Câmara em 2017, salientou o envelhecimento da população, que, no Brasil, vem se apresentando de maneira acelerada, ao contrário do que ocorre em outros países. Em suas palavras: O BRASIL VAI OCUPAR O SEXTO LUGAR NO CONTINGENTE DE IDOSOS EM 2025, COM UMA PROJEÇÃO DE APROXIMADAMENTE 32 MILHÕES DE PESSOAS COM SESSENTA ANOS. EU COSTUMO DIZER QUE NÓS ESTAMOS, INCLUSIVE, SUPERANDO AS PROJEÇÕES DO IBGE. ISSO É UMA COISA MUITO INTERESSANTE, PORQUE 13%, NUMA PROJEÇÃO FEITA EM 2010, ESTAVA PROJETADO PARA O ANO DE 2020, MAIS OU MENOS. EM 2014 NÓS JÁ ALCANÇAMOS ESSE PERCENTUAL. (RÁDIO CÂMARA, 2017) Segundo Maria Cristina, ter mais anos de vida é uma conquista, mas também, um desafio, uma vez que traz alterações na organização da sociedade: O BRASIL É CONHECIDO POR TER UMA POPULAÇÃO DE JOVENS, E ESSE PERFIL TEM MUDADO. ENTÃO, ISSO IMPLICA NA NECESSIDADE E NA URGÊNCIA QUE AS POLÍTICAS PÚBLICAS TAMBÉM SE PREPAREM PARA RESPONDER ÀS NECESSIDADES DA POPULAÇÃO IDOSA. (RÁDIO CÂMARA, 2017) FATORES QUE EVIDENCIAM O PROCESSO DE TRANSIÇÃO DO ENVELHECIMENTO POPULACIONAL E O IMPACTO NOS GASTOS PÚBLICOS O processo de transição é evidenciado a partir de três mudanças básicas: Mudança das doenças transmissíveis por doenças não transmissíveis e causas externas. Deslocamento da carga de morbimortalidade dos grupos mais novos para os grupos mais idosos. Modificação de uma circunstância em que predomina a mortalidade para outra na qual a morbidade se mostra mais presente. Todas essas alterações geram impactos importantes sobre os gastos com saúde. Dentre as variáveis que explicam o aumento desses gastos, o envelhecimento populacional se destaca. Ao contrário de processos agudos que se resolvem rapidamente por meio da cura ou do óbito, as doenças crônico- degenerativas associadas a essa faixa etária muitas vezes demandam vários anos de utilização do serviço de saúde com medicamentos, consultas médicas e internações de longa duração, cujas taxas para grupos idosos são mais elevadas (Gráfico 1) e com custos médios mais altos se comparados com grupos mais jovens, uma vez que o tratamento dessas doenças exige a utilização de serviços de maior complexidade, com alto nível (REIS; NORONHA; WAJNMAN, 2016). Ao terem maior probabilidade de ser internados, consomem mais serviços de saúde e apresentam maior tempo de ocupação do leito com relação a outras faixas etárias. Alguns exemplos de doenças que são mais prevalentes nessa faixa de idade são as do aparelho circulatório e neoplasias, como infartos, acidentes vasculares encefálicos (AVC), câncer de mama e próstata, e atualmente, o Covid-19. Gráfico: Taxas de internação para homens, mulheres e total da população, segundo grupos etários no Brasil – 2000-2010. Extraído de: Envelhecimento e saúde da pessoa idosa; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006. p. 601. Com essas reflexões, nos deparamos com duas necessidades: Necessidade de políticas de saúde que foquem em cuidados preventivos, com a adoção de tecnologias e procedimentos que reduzam os custos dos tratamentos. Necessidade de repensar as formas de cuidados para as doenças crônicas, reduzindo o foco nas internações como alternativa de tratamento para as pessoas idosas. ESSAS AÇÕES PODEM SER UMA ALTERNATIVA PARA CONTER ESSA AMPLIAÇÃO DOS GASTOS COM INTERNAÇÃO DE IDOSOS, E JÁ SE PENSA NISSO HÁ ALGUM TEMPO. DICA O conceito ampliado de saúde nos traz a necessidade de criar políticas públicas para promovê-la. A participação social na construção desse sistema e dessas políticas de saúde possibilita garantir opções saudáveis para a população. Vejamos o conceito ampliado de saúde na Constituição Brasileira de 1988, seção II, nos artigos 196- 199. Esses abordaram o conceito de saúde na perspectiva política, econômica e social. Ampliou-se o direito à saúde do cidadão que está segurado pela Previdência Social, e foi dada importância pública aos serviços de saúde como descritos no artigo 196: A SAÚDE É UM DIREITO DE TODOS E DEVER DO ESTADO, GARANTIDO MEDIANTE MEDIDAS POLÍTICAS, SOCIAIS E ECONÔMICAS QUE VISEM À REDUÇÃO DO RISCO DE DOENÇA E DE AGRAVOS E AO ACESSO UNIVERSAL E IGUALITÁRIO ÀS AÇÕES E SERVIÇOS PARA A SUA PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO. (BRASIL, 1988) ESTATUTO DO IDOSO O tempo é inclemente. Subtrai a liberdade e, sem permissão, a dignidade: a idade avançada pede cuidados e atenções, mas aqueles que podem ver, ouvir e fazer sentir, ou seja, os familiares nem sempre estão lá. Carecer do outro se torna um problema, sobretudo quando não se pode sequer interagir com ele, pois as ruas, os sinais de trânsito, os elevadores, as portas de acesso não foram pensados de modo democrático e diferente para os diferentes e, assim, o envelhecimento passa a ser sinônimo de isolamento e frustração. O direito à vida é muito amplo. É, talvez, o de mais amplo significado em se tratando de envelhecimento. O idoso tem direito de viver, preferencialmente, junto à família, que somada à sociedade e ao Estado tem o dever de ampará-lo, garantindo-lhe o direito à vida. À medida que a Constituição Brasileira assegurou ao idoso o amparo de toda sociedade, visando à sua dignidade, bem-estar e direito à vida, reconheceu sua situação de vulnerabilidade em seu meio de convivência, como “elo mais fraco dentro da cadeia familiar”. Foto: Shutterstock.com O compromisso ético das famílias com seus membros de idade mais avançada é reforçado pelo mandamento constitucional do art. 230, cujo § 2º determina: “os programas de amparo aos idosos deverão ser preferencialmente executados em seus próprios lares”, e na diretriz constitucional insculpida no art. 229, em que “os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade”. Essa definição de idade, em verdade, foi instituída pelo Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741, de 2003), que, em seu art. 2º, demonstra, claramente, a inspiração jusfundamental quando indica que a pessoa idosa: [...] GOZA DE TODOS OS DIREITOS FUNDAMENTAIS INERENTES À PESSOA HUMANA, SEM PREJUÍZO DA PROTEÇÃO INTEGRAL DE QUE TRATA ESTA LEI, ASSEGURANDO-LHE, POR LEI OU POR OUTROS MEIOS, TODAS AS OPORTUNIDADES E FACILIDADES, PARA PRESERVAÇÃO DE SUA SAÚDE FÍSICA E MENTAL E SEU APERFEIÇOAMENTO MORAL, INTELECTUAL, ESPIRITUAL E SOCIAL, EM CONDIÇÕES DE LIBERDADE E DIGNIDADE. (BRASIL, 2007) O Estatuto do Idoso estabelece, entre outras formas de tratamento prioritário: A preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas; Destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso; A viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com as demais gerações; A garantia de acessoà rede de serviços de saúde e de assistência social locais. Foto: shutterstock.com ATENÇÃO A imagem desse idoso também é uma construção social muito importante para sua identidade cidadã. O estereótipo é uma imagem mental padronizada e sem critérios. Na verdade, lutamos, na área do envelhecimento, contra aquela imagem do idoso decrépito, velho e cambaleante. Foto: shutterstock.com Esta, certamente, não é a imagem adequada para ilustrar ou se referir àquele que envelhece, e o Estatuto do Idoso conceituou no artigo 10, § 2º, que o direito ao respeito abrange, além da questão da integridade física, psíquica e moral, a preservação: Da imagem Da identidade Da autonomia De valores, ideias e crenças Dos espaços Dos objetos pessoais dos idosos Estamos estabelecendo uma identidade para o idoso brasileiro, e muito do sucesso desta construção depende de como a sociedade enfrenta e enxerga o idoso, principalmente, aqueles que lidam com sua promoção de saúde e prevenção das doenças, como nós. E como a sociedade o identifica? Se nos limitarmos à imagem de uma senhorinha sentada em um banco, tricotando, ou à imagem de um idoso de cabelos branquinhos cochilando e descuidado enquanto a vida passa, estamos construindo uma identidade com muito preconceito. É claro que há idosos exatamente como os citados, e nem por isso são infelizes. O problema está em prender o idoso neste modelo, ou seja, nesta imagem. Há idoso de todo tipo, com toda cara. Gilberto Gil é idoso, Fernanda Montenegro é idosa, Abílio Diniz é idoso. O idoso pode ser aposentado ou pode trabalhar. Pode ser casado, viúvo, homossexual ou heterossexual. Pode ser pobre ou rico, simpático ou sisudo. Ativo ou sedentário, saudável ou doente. O erro está em estereotipá-lo como doente, incapaz e dependente. ATENÇÃO Ninguém gosta de ser tachado como absolutamente nada, e o direito a uma imagem digna é vital para que o idoso brasileiro seja realmente respeitado por toda a sociedade e, principalmente, para que sua identidade cidadã seja construída sem caricaturas. Isto, sim, é respeito! A população brasileira está envelhecendo, como já vimos, e o Estatuto do Idoso representa um grande avanço da legislação, iniciado com a promulgação da Constituição de 1988. Elaborado com intensa participação de órgãos de defesa dos interesses das pessoas idosas, ampliou em muito a resposta do Estado e da sociedade às suas necessidades. Ele trata de forma abrangente os mais variados aspectos do envelhecimento. Envolve desde direitos fundamentais até o estabelecimento de penas para os crimes mais comuns cometidos contra os idosos. A ação de disseminar as informações sobre os direitos constitucionais é parte integrante da agenda de compromisso dos gestores federais, estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS), a qual engloba esforços para mobilização de todos na estratégia de efetivar no país um “pacto pela vida”. O SUS E A PESSOA IDOSA A especialista Fátima Figueiredo abordará os cuidados com as moradias para idosos na prevenção das quedas – os fatores de risco extrínsecos (relacionados ao ambiente) à saúde do idoso como uma das prioridades do pacto pela vida como consequência da dinâmica demográfica do país. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A MAIORIA DAS PESSOAS IDOSAS NO BRASIL FALECE DE DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS: CARDIOPATIAS, CÂNCER, DIABETES, EM VEZ DE DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS, EMBORA, ATUALMENTE, COM O COVID-19, TEMOS PRESENCIADO IDOSOS MORRENDO PELO CORONAVIRUS. VEJA AS AFIRMATIVAS A SEGUIR: I. AS DOENÇAS E COMPROMETIMENTOS CRÔNICOS NÃO TRANSMISSÍVEIS, JUNTO AOS IDOSOS, NECESSITAM DE UM ACOMPANHAMENTO CONSTANTE. II. AS DOENÇAS E COMPROMETIMENTOS CRÔNICOS NÃO TRANSMISSÍVEIS PODEM GERAR UM PROCESSO INCAPACITANTE, E AFETAM A FUNCIONALIDADE DAS PESSOAS IDOSAS. III. AS DOENÇAS E COMPROMETIMENTOS CRÔNICOS NÃO TRANSMISSÍVEIS NÃO TENDEM A IMPACTAR DE FORMA EXPRESSIVA A QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS. PODE-SE AFIRMAR QUE: A) Somente a I está correta. B) Somente a III está correta. C) I e III estão corretas, somente. D) I e II estão corretas, somente. E) I, II e III estão corretas 2. ANALISE AS AFIRMAÇÕES A SEGUIR: I. A POPULAÇÃO BRASILEIRA ESTÁ ENVELHECENDO E O ESTATUTO DO IDOSO REPRESENTA UM GRANDE AVANÇO DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA, INICIADO COM A PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988. PORQUE II. ELABORADO COM INTENSA PARTICIPAÇÃO DE ÓRGÃOS DE DEFESA DOS INTERESSES DAS PESSOAS IDOSAS, O ESTATUTO DO IDOSO AMPLIOU A RESPOSTA DO ESTADO E DA SOCIEDADE ÀS SUAS NECESSIDADES, TRATANDO DE FORMA ABRANGENTE OS MAIS VARIADOS ASPECTOS DO ENVELHECIMENTO. DELAS, CONCLUI-SE QUE: A) A afirmação I é verdadeira, e a II é falsa. B) As afirmações I e II são verdadeiras, e a II não justifica a primeira. C) As afirmações I e II são verdadeiras, e a II justifica a primeira. D) A afirmação I é falsa, e a II é verdadeira. E) As afirmações I e II são falsas. GABARITO 1. A maioria das pessoas idosas no Brasil falece de doenças não transmissíveis: cardiopatias, câncer, diabetes, em vez de doenças infecciosas e parasitárias, embora, atualmente, com o Covid-19, temos presenciado idosos morrendo pelo coronavirus. Veja as afirmativas a seguir: I. As doenças e comprometimentos crônicos não transmissíveis, junto aos idosos, necessitam de um acompanhamento constante. II. As doenças e comprometimentos crônicos não transmissíveis podem gerar um processo incapacitante, e afetam a funcionalidade das pessoas idosas. III. As doenças e comprometimentos crônicos não transmissíveis não tendem a impactar de forma expressiva a qualidade de vida dos idosos. Pode-se afirmar que: A alternativa "D " está correta. A maioria das pessoas idosas no Brasil falece de doenças não transmissíveis: cardiopatias, câncer, diabetes, em vez de doenças infecciosas e parasitárias, embora, temos presenciado idosos morrendo pelo coronavírus. Essas doenças e comprometimentos crônicos não transmissíveis necessitam de um acompanhamento constante, pois, ainda que não sejam fatais, podem gerar um processo incapacitante e afetar a funcionalidade das pessoas idosas, impedindo a execução de suas atividades diárias de forma independente. 2. Analise as afirmações a seguir: I. A população brasileira está envelhecendo e o Estatuto do Idoso representa um grande avanço da legislação brasileira, iniciado com a promulgação da Constituição de 1988. PORQUE II. Elaborado com intensa participação de órgãos de defesa dos interesses das pessoas idosas, o Estatuto do Idoso ampliou a resposta do Estado e da sociedade às suas necessidades, tratando de forma abrangente os mais variados aspectos do envelhecimento. Delas, conclui-se que: A alternativa "D " está correta. A população brasileira está envelhecendo e o Estatuto do Idoso representa um grande avanço da legislação brasileira, iniciado com a promulgação da Constituição de 1988. MÓDULO 2 Conhecer o que compete ao poder público por meio das políticas públicas de saúde do idoso como aliadas ao processo de envelhecimento POLÍTICAS NACIONAIS DE DIREITOS DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA O Ministério da Saúde, em setembro de 2005, respeitando o conceito da Organização Mundial da Saúde (OMS), deliberou a agenda de compromisso pela saúde, composta por três eixos (BRASIL, 2006): javascript:void(0) O pacto em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) O pacto em defesa da vida O pacto de gestão CONCEITO Recomendações da Estratégia Global para Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto à necessidade de fomentar mudanças socioambientais, em nível coletivo, para favorecer as escolhas saudáveis no nível individual. Fonte: Ministério da Saúde. Destaca-se o pacto em defesa da vida, que estabelece um conjunto de compromissos que deverão se tornar prioridades. Foram pactuadas seis prioridades, sendo que três delas têm especial relevância com relação ao planejamento de saúde para a pessoa idosa. São elas: A saúde do idosoA promoção da saúde O fortalecimento da atenção básica Em relação à promoção da saúde da população idosa, as ações locais deverão ser norteadas pelas estratégias de implementação, contempladas na política nacional de promoção da saúde – Portaria 687/GM, de 30 de março de 2006, tendo como prioridades as seguintes ações específicas: Divulgação e implementação da política nacional de promoção da saúde (PNPS); Alimentação saudável. Prática corporal/atividade física. Prevenção e controle do tabagismo. Redução da morbimortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e de outras drogas. Redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito. Prevenção da violência e estímulo à cultura de paz. Promoção do desenvolvimento sustentável. Foto: shutterstock.com A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), Portaria GM nº 2.528, de 19 de outubro de 2006, define que a atenção à saúde dessa população terá como porta de entrada a atenção básica/saúde da família, tendo como referência a rede de serviços especializada de média e alta complexidade (BRASIL, 2006). O mundo está em mudança, como discutido até aqui, com o envelhecimento populacional. Assiste-se, além disso, a uma globalização da economia, com um número cada vez mais crescente de pessoas habitando e trabalhando nas cidades. As estruturas familiares se modificam e as tecnologias evoluem rapidamente. O envelhecimento da população é uma das modificações mais extraordinárias da sociedade e o número de pessoas com idade bastante avançada chegará um nível recorde. O QUE É NECESSÁRIO FAZER PARA SE DESFRUTAR DE UMA BOA SAÚDE? É preciso que tenha existido preocupação pregressa e que se tenha cultivado uma boa saúde. Na verdade, tudo começa antes mesmo do nascimento, pois a má nutrição intrauterina aumenta o risco de doenças como as patologias respiratórias ou a diabetes na idade adulta. As infecções respiratórias adquiridas durante a infância podem proporcionar um risco de bronquite crônica na idade adulta. Os adolescentes obesos ou que apresentem uma sobrecarga ponderal correm o risco de sofrer de doenças crônicas durante a idade adulta: Diabetes Patologias circulatórias Câncer Complicações respiratórias e musculoesqueléticas Envelhecer com saúde depende de vários fatores. Listamos, a seguir, alguns que fazem parte das preocupações contidas na política nacional de promoção da saúde (Portaria 687/GM, de 30 de março de 2006): Alimentação Prática ou não de atividade física A exposição a riscos para a nossa saúde, dentre eles: tabagismo, consumo nocivo do álcool e exposição a substâncias tóxicas Foto: shutterstock.com A TECNOLOGIA A SERVIÇO DA SAÚDE DO IDOSO A tecnologia deve estar a serviço da vida do idoso. Ela deve ajudar as pessoas a viverem mais e com mais qualidade. Quando pensamos em inovação em saúde sempre vem à cabeça pensamentos relacionados à novidade, certo? As contribuições da tecnologia podem estar relacionadas: À realização de exames complexos Aos procedimentos cirúrgicos decisivos À recuperação do paciente Ao controle de doenças crônicas Foto: shutterstock.com DICA Não é preciso vivenciar a rotina na área de saúde do idoso para perceber essa interferência. Na saúde pública, a inovação também tem um papel central. Tendo em vista o potencial de mudança que a Estratégia na Saúde da Família (ESF) propicia aos pacientes idosos comparativamente ao modelo tradicional de assistência na saúde, pode-se considerá-la como uma inovação tecnológica. Não seria uma tecnologia inovadora? Acreditamos que podemos considerá-la uma inovação tecnológica não material, do campo da saúde. É sobre isso que iremos falar neste tópico. A inovação pode ocorrer em qualquer setor da economia, incluindo serviços governamentais, como saúde e educação. A inovação é importante também para o setor público. Porém, pouco se sabe sobre o processo de inovação em setores não orientados ao mercado. Muitas pesquisas ainda devem ser feitas em relação ao estudo da inovação para se desenvolver um arcabouço para a coleta de dados referentes a ela no setor público. EM RELAÇÃO À SAÚDE DO IDOSO, QUE REFLEXÕES PODEMOS FAZER? A concepção de envelhecer significava, há algum tempo, viver excluído da sociedade ou ser um peso para a família. Essa concepção já não condiz com o mundo contemporâneo. Nos últimos anos, com o avanço das ciências e, particularmente, da Medicina, o processo de envelhecimento passou a ser vivido com mais qualidade. O perfil do idoso do século XXI mudou, deixando de ser o de uma pessoa que vive de lembranças do passado, recolhida em seu aposento, para se tornar o de uma pessoa ativa, capaz de produzir, consumir produtos e intervir nas mudanças sociais e políticas. Foto: shutterstock.com Foto: shutterstock.com COMPREENDER O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO PODE SER UM DOS ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA A ESTRUTURAÇÃO SOCIAL DO BRASIL, E ISSO SE FAZ NECESSÁRIO. É IMPORTANTE O CONTATO DO JOVEM COM O IDOSO PARA COMPREENDER SUAS FRAGILIDADES, DEMONSTRAR APOIO E COMPREENSÃO. ENVELHECER É UMA INVENÇÃO CULTURAL. ATENÇÃO Vale ressaltar que o envelhecimento populacional mudou e vem mudando o perfil da população brasileira, e, consequentemente, das políticas públicas, principalmente, na área da saúde e na área social. No campo da saúde brasileira, podemos relacionar a Estratégia da Saúde da Família (ESF) junto aos cuidados com os idosos como uma proposta de mudança significativa na organização das práticas e no modo de compreender saúde. Isso gerou implicações no produto resultante do trabalho. A ESF foi criada pelo Ministério da Saúde em 1994, inicialmente com o nome Programa Saúde da Família (PSF). Ela emprega princípios da Atenção Primária à Saúde (APS) estabelecidos na Conferência de Alma Ata, bem como se baseia em premissas requeridas com a criação do SUS. Ela foi assumida pela Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) e se constitui em uma proposta de mudança do modelo tradicional de assistência em saúde, pautado no paradigma da ciência positivista, conhecido como biomedicina. Esse modelo ― fragmentado, tecnicista, hospitalocêntrico e centrado na doença ― se mostrou incapaz de atender, com eficiência e justiça, as necessidades de saúde da população. Podemos considerar a ESF como uma inovação tecnológica, pois mudou práticas e a concepção de saúde, tendo como objetivo o trabalho assistencial (SORATTO et al., 2015). Veja no quadro abaixo essa síntese: MODELO TRADICIONAL DE SAÚDE PARÂMETROS ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA Baseado nas premissas da Biomedicina. Princípios Baseada nas premissas da Atenção Primária em Saúde e do SUS. Pautado no entendimento de saúde como ausência de doença. Concepção de saúde Adota uma noção mais ampla do processo saúde-doença. Centrado no médico. Relação profissional Amplia para uma atuação interdisciplinar. Centrado na doença e na cura. Assistência Inclui ações curativas, de promoção de saúde, de prevenção de doenças e de reabilitação. É a ação profissional voltada à pessoa que necessita de tratamento de doenças. Finalidade do tratamento É a ação profissional voltada para uma assistência ampliada, prestada às pessoas e à coletividade de uma área adstrita. O corpo físico/parte afetada do corpo. Objeto de trabalho Concebe o ser humano com carência de saúde na sua integralidade; em seu contexto familiar, cultural e social. Equipamentos e materiais, como maca, gaze, seringa, entre outros, bem como protocolos assistenciais, conhecimento estruturado sobre clínica. Instrumentos de trabalho Equipamentos materiais e protocolos assistenciais similares, aos usados no modelo tradicional, agregando outros que contemplem a dimensão integral do sujeito. É a atividade assistencial realizada, como, por exemplo, o curativo e o diagnóstico feitos, a prescrição fornecida. Produto do trabalho Assistência realizada agregando outras dimensões, como ações educativas, implantação de programase de medidas para mudanças nos indicadores sociais e de morbimortalidade. Quadro – Parâmetros teóricos que sustentam a ESF como uma inovação tecnológica em saúde. Extraído de SORATTO, PIRES, DORNELLES, LORENZETTI, 2015, p. 588. Conforme vimos, A ESF teve caráter substitutivo em relação à rede de atenção básica tradicional. Mas, o que isso significa? Significa que a Saúde da Família se organizou de forma diferenciada daquela dos ambulatórios focados nas especialidades médicas básicas (pediatria, ginecologia, obstetrícia e clínica geral) e principalmente de ações puramente “curativistas”, como era costume. A forma de ação dos gestores mudou, para enxergar o indivíduo em sua integralidade, não apenas em sua doença. A integralidade como princípio do Sistema Único de Saúde busca garantir ao indivíduo uma assistência à saúde que transcenda a prática curativa, contemplando o indivíduo em todos os níveis de atenção e considerando o sujeito inserido em um contexto social, familiar e cultural. ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL No final da década de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) iniciou a utilização do conceito de “envelhecimento ativo”, buscando abranger, além dos cuidados com a saúde, outros fatores que afetam o envelhecimento. Seria um processo de valorização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de aprimorar a qualidade de vida das pessoas que ficam mais velhas. Para tanto, foram adotadas medidas que contribuem para um envelhecimento com qualidade de vida e saúde (BRASIL, 2007): Abrange políticas públicas que propiciem propostas de viver mais saudáveis e seguras em todas as etapas da vida. Favorece a prática de atividades físicas no cotidiano e no lazer. Previne situações de violência familiar e urbana. Defende o acesso a alimentos saudáveis e a redução do consumo de tabaco, entre outros. É PRECISO DAR MAIOR ÊNFASE À PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS. NOSSA MAIOR ATENÇÃO PRECISA SE VOLTAR PARA AS POLÍTICAS QUE PROMOVAM A SAÚDE, QUE CONTRIBUAM PARA A MANUTENÇÃO DA AUTONOMIA DESSES IDOSOS E VALORIZEM AS REDES DE SUPORTE SOCIAL. VOCÊ SABIA Os países europeus, além de terem melhores condições econômicas e sociais, tiveram um envelhecimento populacional muito mais lento do que o nosso e puderam se preparar para assegurar aos idosos melhores condições de vida. O envelhecimento acarreta complicações, como já vimos: provoca mudanças físicas, emocionais, sociais e culturais na vida das pessoas. Por isso, para a sociedade moderna, a velhice aparece como algo sobre o qual não se deve falar, como se o fato de ignorar os idosos fizesse com que a velhice não existisse. Todavia, ela é um fato, e a família, a comunidade, a sociedade e o Poder público, sobre os quais se impõe a obrigação para com o idoso, devem pensar e efetivar soluções para essa faixa etária, assegurando-lhe, com absoluta prioridade, a efetivação do direito: À vida À saúde À alimentação À educação À cultura Ao esporte Ao lazer Ao trabalho À cidadania À liberdade À dignidade Ao respeito À convivência familiar e comunitária ATENÇÃO Acredita-se que, dentre os segmentos apontados como responsáveis pelo cuidado com o idoso no estatuto, a família, devido à proximidade e aos laços fraternais, tem papel fundamental no seu bem-estar físico e psicológico. Se olharmos para a atenção básica relacionada à ESF, ela se colocou com uma responsabilização integral para a atenção às necessidades de saúde da população e reorganizou um modelo assistencial de saúde brasileiro ancorado em princípios como universalidade, equidade e integralidade da atenção à saúde. Essa nova proposta gera um resultado assistencial diferenciado ao ligar um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, o que inclui: Promoção Proteção Prevenção Diagnóstico Tratamento Reabilitação Redução de danos Manutenção da saúde A implantação da ESF e as inovações apresentadas na atenção primária à saúde do idoso podem e devem ser consideradas como uma inovação tecnológica em saúde. Não pelo seu possível aparato tecnológico material ou estruturas físicas, mas pelos princípios teóricos e políticos em que se ancora (SORATTO et al., 2015). Foto: shutterstock.com DIANTE DO ENVELHECIMENTO POPULACIONAL, MUITAS AÇÕES ESTÃO SENDO PLANEJADAS PARA ATENDER ÀS DEMANDAS EMERGENTES. Nesse contexto, a Organização Mundial da Saúde propôs, em 2004, um projeto denominado “Towards Age-friendly Primary Health Care”, cuja sugestão é harmonizar os serviços de atenção básica para acolher adequadamente os idosos, tendo como meta principal a sensibilização e a educação no cuidado primário em saúde, de acordo com as necessidades exclusivas dessa população. São três as áreas de atuação previstas nesse projeto: INFORMAÇÃO, EDUCAÇÃO, COMUNICAÇÃO E TREINAMENTO Por meio de treino, busca-se aprimorar a formação e as atitudes dos profissionais de saúde, de modo que consigam avaliar e promover um tratamento das condições que afligem pessoas idosas, equipando e as enriquecendo no caminho de um envelhecimento saudável. SISTEMA DE GESTÃO DA ASSISTÊNCIA DE SAÚDE Organização da gestão do serviço da atenção básica, de acordo com as necessidades das pessoas idosas. ADEQUAÇÃO DO AMBIENTE FÍSICO Tornar o ambiente mais adaptado para pessoas que possuam alguma incapacidade funcional. A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, na sua versão de 2006, estabelece como meta a atenção à saúde adequada e digna para os idosos brasileiros, considerando a condição de funcionalidade. Entende-se que a incapacidade funcional e as limitações físicas, cognitivas e sensoriais não são consequências inevitáveis do processo de envelhecimento, embora se reconheça que a prevalência de incapacidade aumente com a idade e que esse fator sozinho não prediz incapacidade. Assim, a PNSPI estabelece como suas diretrizes: Promoção do envelhecimento ativo e saudável. Atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa. Estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da atenção. Provimento de recursos capazes de assegurar a qualidade da atenção à saúde da pessoa idosa. Estímulo à participação e ao fortalecimento do controle social. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa. Divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS. Promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na atenção à saúde da pessoa idosa. Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. SAIBA MAIS Nos anos de 2013/2014, a coordenação de saúde da pessoa idosa estabeleceu, dentre as suas prioridades, a elaboração e divulgação da proposta de modelo de atenção integral à saúde da pessoa idosa, integrado às redes de atenção à saúde, ordenado pela atenção básica, e articulado com áreas e programas estratégicos do Ministério da Saúde que apresentem interface com seus respectivos campos de atuação. Como podemos perceber, são grandes os desafios para a implementação do cuidado ao idoso com o reconhecimento dos serviços e a interação da Estratégia e Núcleo de Apoio à Saúde da Família (ESF/NASF). Há inúmeras barreiras à implementação da política do cuidado do idoso e esses obstáculos refletem nas interações entre os agentes da implementação da política e os profissionais de saúde. Na prática, poucos profissionais adotam a inovação representada pela noção de cuidado como reconhecimento do outro. Contudo, acredita-se que esses desafios poderão ser vencidos com empatia, humanização e ética profissional. POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA A especialista Fátima Figueiredo abordará a proposta e equipe multiprofissional no atendimento dos idosos nos centros DIA. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ANALISE AS AFIRMAÇÕES A SEGUIR: I. O PERFIL DO IDOSO DO SÉCULO XXI MUDOU, ELE DEIXOU DE SER UMA PESSOAQUE VIVE DE LEMBRANÇAS DO PASSADO, RECOLHIDO EM SEU APOSENTO, PARA SE TORNAR UMA PESSOA ATIVA, CAPAZ DE PRODUZIR, CONSUMIR PRODUTOS E INTERVIR NAS MUDANÇAS SOCIAIS E POLÍTICAS. PORQUE II. NOS ÚLTIMOS ANOS, COM O AVANÇO DAS CIÊNCIAS E, PARTICULARMENTE, DA MEDICINA, O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO PASSOU A SER VIVIDO COM MAIS QUALIDADE. DELAS, CONCLUI-SE QUE: A) A afirmação I é verdadeira, e a II é falsa. B) As afirmações I e II são verdadeiras, e a II não justifica a primeira. C) As afirmações I e II são verdadeiras, e a II justifica a primeira. D) A afirmação I é falsa, e a II é verdadeira. E) As afirmações I e II são falsas. 2. ANALISE AS AFIRMAÇÕES A SEGUIR: I. DENTRE OS SEGMENTOS APONTADOS COMO RESPONSÁVEIS PELO CUIDADO COM O IDOSO NO ESTATUTO DO IDOSO, A FAMÍLIA, DEVIDO À PROXIMIDADE E AOS LAÇOS FRATERNAIS, TEM PAPEL FUNDAMENTAL NO SEU BEM-ESTAR FÍSICO E PSICOLÓGICO. PORQUE II. O CUIDADO COM O IDOSO É OBRIGAÇÃO DA FAMÍLIA, DA COMUNIDADE, DA SOCIEDADE E DO PODER PÚBLICO. DELAS, CONCLUI-SE QUE: A) A afirmação I é verdadeira, e a II é falsa. B) As afirmações I e II são verdadeiras, e a II não justifica a primeira. C) As afirmações I e II são verdadeiras, e a II justifica a primeira. D) A afirmação I é falsa, e a II é verdadeira. E) As afirmações I e II são falsas. GABARITO 1. Analise as afirmações a seguir: I. O perfil do idoso do século XXI mudou, ele deixou de ser uma pessoa que vive de lembranças do passado, recolhido em seu aposento, para se tornar uma pessoa ativa, capaz de produzir, consumir produtos e intervir nas mudanças sociais e políticas. PORQUE II. Nos últimos anos, com o avanço das ciências e, particularmente, da medicina, o processo de envelhecimento passou a ser vivido com mais qualidade. Delas, conclui-se que: A alternativa "C " está correta. A concepção de envelhecer significava, há algum tempo, viver excluído da sociedade ou ser um peso para a família. Essa concepção já não condiz com o mundo contemporâneo. Nos últimos anos, com o avanço das ciências e, particularmente, da medicina, o processo de envelhecimento passou a ser vivido com mais qualidade. 2. Analise as afirmações a seguir: I. Dentre os segmentos apontados como responsáveis pelo cuidado com o idoso no Estatuto do Idoso, a família, devido à proximidade e aos laços fraternais, tem papel fundamental no seu bem- estar físico e psicológico. PORQUE II. O cuidado com o idoso é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder público. Delas, conclui-se que: A alternativa "B " está correta. A família, a comunidade, a sociedade e o Poder Público têm o dever de assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, o pleno exercício da cidadania, atendendo o exposto no Estatuto do Idoso, fundamental na preservação do seu bem-estar físico e psicológico. MÓDULO 3 Identificar as estratégias para promoção do envelhecimento ativo POLÍTICAS PARA O ENVELHECIMENTO ATIVO No final da década de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a trabalhar com o conceito de “envelhecimento ativo”, que é processo de otimização das propriedades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de aprimorar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem. O envelhecimento bem-sucedido ou ativo ― um dos objetivos da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) ― surge como um dos mais urgentes problemas da sociedade atual, mas, também, como um dos maiores triunfos globalmente alcançado. VOCÊ SABIA Atualmente, a população brasileira é mais longeva, o que requer uma maior preocupação com a necessidade de promoção da qualidade de vida dos adultos idosos, tornando este, atualmente, um dos principais focos de reflexão e discussão. O país carece, ainda, de muito trabalho e de um longo trajeto a ser percorrido, pois a aposta em políticas e programas deste gênero peca por escassez e por um esquecimento intencional dos governos, desviando atenções e investimentos para outras áreas. O processo de envelhecimento biológico determina mudanças nos diversos sistemas do corpo humano, que levarão a limitações das atividades da vida diária, comprometendo a qualidade de vida do idoso. A redução do nível de atividade pode levar o idoso a um estado de fragilidade e de dependência. Evidências científicas recentes demonstram que a atividade física traz benefícios à saúde da pessoa idosa e, consequentemente, à sua independência funcional, melhorando sua qualidade de vida. Uma das descobertas mais evidentes na literatura sobre força e exercício é que o desuso acelera o envelhecimento. De fato, a maior parte do declínio observado na força e na resistência muscular, pelo menos, até os 70 anos, deve-se mais ao desuso do sistema neuromuscular do que ao envelhecimento propriamente dito. Foto: shutterstock.com Evidencia-se uma necessidade de se traçar estratégias para a prevenção e preservação da massa muscular durante o envelhecimento. Os exercícios, ao melhorarem a função e o aumento de massa muscular, reduzem a frequência de quedas, contribuindo, assim, para a manutenção da independência e de uma melhor qualidade de vida para os idosos. Por isso, séries de exercícios realizadas de forma habitual devem ser mantidas ao longo dos anos, uma vez que previnem muitas incapacidades funcionais relacionadas à idade. Além disso, a atividade física e os exercícios apropriados podem ser utilizados em idosos debilitados para manter a força nos músculos que sustentam a coluna vertebral e o tórax. Foto: shutterstock.com Os protocolos para a obtenção do envelhecimento ativo podem ser aplicados tanto no indivíduo como em grupos, permitindo que as pessoas percebam o seu verdadeiro potencial para o bem-estar físico, social e mental ao longo do curso da vida. ENVELHECER ATIVAMENTE ESTÁ RELACIONADO A PARTICIPAR DA SOCIEDADE DE ACORDO COM SUAS NECESSIDADES, ASPIRAÇÕES E APTIDÕES; AO MESMO TEMPO EM QUE SE TEM PROTEÇÃO, SEGURANÇA E CUIDADOS ADEQUADOS QUANDO NECESSÁRIOS. A palavra “ativo” faz referência à participação nas áreas sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, e não somente à capacidade de se identificar fisicamente ativo ou de estar atuante na força de trabalho local. O conceito de envelhecimento ativo inclui entre seus objetivos aumentar a expectativa de uma vida saudável e a qualidade de vida para todas as pessoas que estão envelhecendo, inclusive as que são frágeis, fisicamente incapacitadas e que requerem cuidados extras. O termo “saúde” está relacionado ao bem-estar biopsicossocial, como é conceituado pela Organização Mundial da Saúde. Devido a isso, em um projeto de envelhecimento ativo, as políticas e os programas que estimulam a saúde mental e as relações sociais são tão extraordinárias quanto aquelas que favorecem as condições físicas de saúde. CONSERVAR A AUTONOMIA E A INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL NO DECORRER DO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO É UM OBJETIVO FUNDAMENTAL PARA OS CIDADÃOS E OS GOVERNANTES. Foto: Shutterstock.com Temos que nos atentar ao fato de que o envelhecimento transcorre dentro de um contexto em que há outras pessoas envolvidas ― amigos, colegas de trabalho, vizinhos e membros da família. Por essa razão, a interdependência e a solidariedade entre gerações são importantes, pois o envelhecimento é um processo de via de mão dupla, com indivíduos jovens e velhos, no qual se dá e se recebe. Esses são princípios relevantes para o envelhecimento ativo. A criança de ontem é o adulto de hoje e o idoso de amanhã. A qualidade de vida que as pessoas terão quando forem avós depende não só dos riscos e oportunidades que experimentarem durante a vida, mas também da maneira como as gerações posteriores oferecerão ajuda e apoio mútuos quando necessário. VOCÊ SABIA O índice de pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos irá mais que dobrar no mundo em 2050, passando de 900 milhões em 2015 para cerca de 2 bilhões. Por isso, a Organização Pan-Americana da Saúde/OrganizaçãoMundial da Saúde (OPAS/OMS) acredita ser extremamente relevante que os idosos de hoje e os do futuro consigam envelhecer de maneira saudável e ativa, ou seja, que o avanço da idade não negue às pessoas a possibilidade de ser e fazer o que queiram ou apreciem. O envelhecimento da população é um fenômeno global que exige ação local, regional, nacional e internacional. Em um mundo cada vez mais interligado, a omissão para lidar, de um modo sensato e em qualquer parte do mundo, com o imperativo demográfico e com as mudanças rápidas nos padrões de doenças, terá consequências políticas e socioeconômicas em todos os lugares. A estrutura política destinada ao envelhecimento ativo apresentada a seguir (Figura) baseia-se nos Princípios das Nações Unidas para Idosos (o círculo externo), ou seja, independência, participação, assistência, autorrealização e dignidade. Sustenta-se sobre três pilares básicos: 1. SAÚDE Com fatores de risco (comportamentais e ambientais) de doenças crônicas e de declínio funcional mantidos baixos, e fatores de proteção, elevados. Assim, as pessoas desfrutam de maior quantidade e qualidade de vida, permanecendo sadias e capazes de cuidar de sua própria vida. 2. PARTICIPAÇÃO Participação integral dos idosos em atividades socioeconômicas, culturais e espirituais, contribuindo para a sociedade com atividades remuneradas e não remuneradas enquanto envelhecem. 3. SEGURANÇA Por meio de políticas e programas que abordam as necessidades e os direitos dos idosos à segurança social, física e financeira, assegurando a proteção, dignidade e assistência aos mais velhos que não podem mais se sustentar e proteger. Imagem: OMS, 2005, p. 45. Três pilares da estrutura política para o envelhecimento ativo. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) URGE QUE CRIEMOS UM NOVO PADRÃO, QUE ENTENDA OS IDOSOS COMO INDIVÍDUOS PARTICIPANTES DE UMA SOCIEDADE COM INCLUSÃO DE IDADE. É FUNDAMENTAL ENXERGÁ- LOS COMO CONTRIBUINTES ATIVOS E BENEFICIÁRIOS DO DESENVOLVIMENTO. DEVEMOS ESTAR ATENTOS AO RECONHECIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES DOS IDOSOS QUE HOJE ESTÃO ADOENTADOS, FRÁGEIS E VULNERÁVEIS, E ESTARMOS PRESENTES NA DEFESA DOS SEUS DIREITOS DE ATENÇÃO E SEGURANÇA. Esse paradigma prevê uma nova abordagem, em que há o reconhecimento da importância das relações e do apoio entre familiares e diferentes gerações. Além disso, enfatiza o tema “uma sociedade para todas as idades”, que foi o tema central do ano internacional do idoso das Nações Unidas, ainda em 1999. O novo paradigma também desafia o ponto de vista tradicional, segundo o qual aprender compete apenas a crianças e jovens, trabalhar é tarefa da meia-idade, restando à terceira idade aposentar-se. Esse novo modelo de cuidado requer planejamento de estratégias que apoiem o aprendizado em todas as idades, que permitam às pessoas entrar no mercado de trabalho e sair dele para assumirem um papel de cuidador em diferentes momentos. O novo paradigma apoia a solidariedade entre as diversas gerações e, com isso, propicia maior segurança a crianças, aos pais e às pessoas idosas. VOCÊ SABIA Saiba que, ao ter acesso ao conhecimento de todo o processo do envelhecimento, você se torna corresponsável pelo envelhecimento saudável no país, pois ele o instrumentaliza a fim de contribuir para que as metas de um envelhecimento com qualidade de vida sejam possíveis! ENVELHECIMENTO ATIVO NO BRASIL A especialista Fátima Figueiredo abordará sobre o que é envelhecimento ativo. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS) PASSOU A TRABALHAR, NO FINAL DA DÉCADA DE 1990, COM O CONCEITO DE ENVELHECIMENTO ATIVO, BUSCANDO INCLUIR, ALÉM DOS CUIDADOS COM A SAÚDE, OUTROS FATORES QUE AFETAM O ENVELHECIMENTO. LEIA AS AFIRMATIVAS ABAIXO: I. O ENVELHECIMENTO BEM-SUCEDIDO OU ATIVO SURGE COMO UM DOS MAIS URGENTES PROBLEMAS DA SOCIEDADE ATUAL, MAS TAMBÉM, COMO UM DOS MAIORES TRIUNFOS GLOBALMENTE ALCANÇADO. II. HÁ UMA MAIOR PREOCUPAÇÃO COM A NECESSIDADE DE PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS ADULTOS IDOSOS, TORNANDO-SE ESTE, ATUALMENTE, UM DOS PRINCIPAIS FOCOS DE REFLEXÃO E DISCUSSÃO. III. MUITOS PAÍSES AINDA NÃO ADERIRAM A UMA CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO AO LONGO DA VIDA, APOSTANDO NO APOIO A PRÁTICAS E PROFISSIONAIS DIRECIONADOS PARA OS IDOSOS. ESTÁ (ÃO) CORRETA (S) AS AFIRMATIVAS: A) I e II somente B) I e III somente C) Somente a I D) I, II e III E) II e III somente 2. O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO É UM FENÔMENO GLOBAL QUE EXIGE AÇÃO LOCAL, REGIONAL, NACIONAL E INTERNACIONAL, E A ESTRUTURA POLÍTICA DESTINADA AO ENVELHECIMENTO ATIVO APRESENTADA NOS PRINCÍPIOS DAS NAÇÕES UNIDAS PARA IDOSOS, OU SEJA, COM INDEPENDÊNCIA, PARTICIPAÇÃO, ASSISTÊNCIA, AUTORREALIZAÇÃO E DIGNIDADE, REQUER TRÊS PILARES BÁSICOS: A) Saúde, participação e segurança B) Conforto, apoio e dignidade C) Comida, água e saúde D) Espaço seguro para viver, conforto e apoio E) Comércio local, infraestrutura na moradia e conforto GABARITO 1. A Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a trabalhar, no final da década de 1990, com o conceito de envelhecimento ativo, buscando incluir, além dos cuidados com a saúde, outros fatores que afetam o envelhecimento. Leia as afirmativas abaixo: I. O envelhecimento bem-sucedido ou ativo surge como um dos mais urgentes problemas da sociedade atual, mas também, como um dos maiores triunfos globalmente alcançado. II. Há uma maior preocupação com a necessidade de promoção da qualidade de vida dos adultos idosos, tornando-se este, atualmente, um dos principais focos de reflexão e discussão. III. Muitos países ainda não aderiram a uma concepção de educação ao longo da vida, apostando no apoio a práticas e profissionais direcionados para os idosos. Está (ão) correta (s) as afirmativas: A alternativa "A " está correta. O envelhecimento bem-sucedido ou ativo não é mais um conceito, mas sim, um conjunto de políticas voltadas ao envelhecimento saudável, implementando um estilo de vida ativa no idoso. 2. O envelhecimento da população é um fenômeno global que exige ação local, regional, nacional e internacional, e a estrutura política destinada ao envelhecimento ativo apresentada nos Princípios das Nações Unidas para idosos, ou seja, com independência, participação, assistência, autorrealização e dignidade, requer três pilares básicos: A alternativa "A " está correta. A estrutura política destinada ao envelhecimento ativo tem três pilares básicos que são: saúde, participação e segurança. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Visitamos os principais eventos do envelhecimento populacional do Brasil, comparando-os com as melhores estratégias mundiais, pontuando as políticas públicas de saúde do idoso como aliadas no processo do envelhecimento. Tivemos a oportunidade de abordar o Estatuto do Idoso, o que nos permite refletir e fomentar futuras discussões profissionais sobre a saúde do idoso e a vigilância em saúde. Acredito que o conhecimento das políticas públicas de saúde do idoso traz para o profissional a possibilidade de exercer seu ofício com ação plena na atenção à saúde funcional gerontológica nos níveis de baixa, média e alta complexidade de atenção à saúde, numa visão de promoção do envelhecimento ativo. É nossa responsabilidade, por meio da ciência, promover o envelhecimento ativo ao idoso. Vamos à luta? AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. BRASIL. Ministério da Saúde. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília: Ministério da Saúde, 2007. BRASIL. Ministério da Saúde. Estatuto do Idoso. 2. ed. rev. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2007. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da atenção básica, para a EstratégiaSaúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Brasília, DF: MS, 2011. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. OMS. Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Trad. Suzana Gontijo. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2005. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. OMS. Relatório mundial de envelhecimento e saúde. Printed in the United States of America, 2015. RÁDIO CÂMARA. Câmara dos Deputados. Envelhecimento: Brasil - um país de idosos, 2017. Consultado eletronicamente em: abr. 2021. REIS, C. S.; NORONHA, K.; WAJNMAN, S. Envelhecimento populacional e gastos com internação do SUS: uma análise realizada para o Brasil entre 2000 e 2010. R. bras. Est. Pop., Rio de Janeiro, v. 33, n. 3, p. 591-612, 2016. SCHIETTEKATTE, N. Holanda: envelhecimento saudável. Revista Guia da Terceira Idade, 2017. SORATTO, J. et. al. Percepções dos profissionais de saúde sobre a estratégia de saúde da família: equidade, universalidade, trabalho em equipe e promoção da saúde/prevenção de doenças. Rev. brasileira de medicina de família e comunidade. Rio de Janeiro, v. 10, n. 34, p. 1-7, 2015. EXPLORE+ Para saber mais sobre os assuntos explorados neste conteúdo: Conheça: O Estatuto do Idoso, disponível no site do Conselho Nacional de Saúde. A Política Nacional de Humanização, disponível no site do Ministério da Saúde. O Envelhecimento ativo: uma política de saúde, disponível no site do Ministério da Saúde. Leia: No site do Ministério da Saúde, a Portaria nº 2.528, de 19 de outubro de 2006, que trata da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. No site do CONASEMS, as Diretrizes para o cuidado das pessoas idosas no SUS: proposta de modelo de atenção integral, por ocasião do XXX Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. CONTEUDISTA Fátima Figueiredo da Conceição CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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