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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA 1ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE MARICÁ/RJ AUTOS N°. XXX SANTA CASA DE MARICÁ, já qualificada nos autos da reclamação trabalhista em epígrafe que lhe move PAULO CHAVES, por seu procurador que abaixo subscreve, vem à presença de Vossa Excelência, inconformada com a decisão que negou prosseguimento ao recurso ordinário tempestivamente apresentado pela Agravante, interpor o presente recurso de AGRAVO DE PETIÇÃO, com fundamento no artigo 897, a, da CLT, esperando o seu recebimento, após análise preliminar de admissibilidade, remetendo, conforme dispõe o artigo 896, a, da CLT os presentes autos ao juízo da 1ª Vara de Maricá e razões recursais ao TRT, com as inclusas razões de recurso em anexo. Seguem os comprovantes do recolhimento das custas e do depósito recursal. Nesses termos, pede pelo deferimento. (Local, data e ano). _______________________________ Advogado OAB/XX (XXX) RAZÕES DE RECURSO 1ª VARA DE TRABALHO DE MARICÁ E RAZÕES RECURSAIS AO TRT AUTOS N° XXX RECORRENTE: SANTA CASA DE MARICÁ RECORRIDO: PAULO CHAVES EMÉRITOS DOS JULGADORES, Nesses termos, pede pelo deferimento. (Local, data e ano). _______________________________ Advogado OAB/XX (XXX) I – DOS FATOS: Trata-se de uma reclamação trabalhista de Paulo Chaves, perante a 1° Vara de trabalho de Maricá – RJ, em face do Hospital da Santa Casa de Maricá. Na sentença, o juiz condenou o reclamante, que é uma entidade filantrópica, ao pagamento de adicional de horas extras e adicional de insalubridade calculado sobre o salário mínimo nacional, foi iniciada a fase de execução. O magistrado solicitou ao requerente, a manifestação de cálculos de liquidação de sentença. O advogado do requerente mostrou os cálculos que restaram homologados, mesmo não sendo aberto o contraditório à reclamada para manifestação da conta de liquidação demonstrada. O magistrado despachou mandado para menção de pagamento e/ou penhora sendo a entidade sem fins lucrativos – ora executada – mencionada para a quitação do valor da execução acrescido de juros e correção monetária. O advogado ao receber a intimação do reclamado foi contrário à execução visando a nulidade da liquidação em virtude da ofensa ao princípio do contraditório, razão da violação da coisa julgada. Os embargos à execução oposta foram rejeitados in limine, razão de afastamento de garantia do juízo e em discernimento do erro da base de cálculo do adicional de insalubridade. Base de cálculo adicional de insalubridade com fundamento nos artigos 192 e 897, §1º, CLT, valores de objeto de diferença de R$ 339,20, sobre o salário mínimo. Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário- mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo. Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: §1° - O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença. II – DA(S) PRELIMINAR(ES): 2.1. DA NÃO NECESSIDADE DE GARANTIA DO JUÍZO: Sendo a parte requerida uma entidade sem fins lucrativos, resta demonstrado a desnecessidade de garantia do juízo com relevância nos Embargos do devedor, dentro do prazo de cinco dias, conforme pressupõe o artigo 884, §6°, da CLT: Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exeqüente para impugnação. §6° - A exigência da garantia ou penhora não se aplica às entidades filantrópicas e/ou àqueles que compõem ou compuseram a diretoria dessas instituições. 2.2. DA NULIDADE DA LIQUIDAÇÃO: Quanto a nulidade de liquidação, deve ser analisada através de solicitação da defesa ante a ausência de intimação da parte reclamada dos cálculos antes da sua homologação, sendo uma demonstração de ofensa ao princípio do contraditório de acordo com a violação da coisa julgada, com base no artigo 879, §2°, da CLT. Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos. §2° - Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão. III – DO MÉRITO: É cabível o presente recurso, conforme pressupõe os artigos 896, a, 897, a, e seus parágrafos 1°, 3° e 5° e 899 da CLT que aludem acerca das possibilidades de interposição do presente agravo de petição e seu respectivo efeito devolutivo: Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal; Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções; §1° - O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença. §3° - Na hipótese da alínea a deste artigo, o agravo será julgado pelo próprio tribunal, presidido pela autoridade recorrida, salvo se se tratar de decisão de Juiz do Trabalho de 1ª Instância ou de Juiz de Direito, quando o julgamento competirá a uma das Turmas do Tribunal Regional a que estiver subordinado o prolator da sentença, observado o disposto no art. 679, a quem este remeterá as peças necessárias para o exame da matéria controvertida, em autos apartados, ou nos próprios autos, se tiver sido determinada a extração de carta de sentença. §5° - Sob pena de não conhecimento, as partes promoverão a formação do instrumento do agravo de modo a possibilitar, caso provido, o imediato julgamento do recurso denegado, instruindo a petição de interposição: I - Obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação, das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado, da petição inicial, da contestação, da decisão originária, do depósito recursal referente ao recurso que se pretende destrancar, da comprovação do recolhimento das custas e do depósito recursal a que se refere o § 7o do art. 899 desta Consolidação; II - Facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis ao deslinde da matéria de mérito controvertida. Art. 899 – Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora. A base de cálculo que deve ser considerado o adicional de insalubridade indevida com fulcro nos artigos 192 e 897, §1°, da CLT, por não ter sido calculado em cima do salário mínimo nacional, conforme preceitua a Súmula Vinculante n° 4 do STF: Súmula Vinculante 4 - Salário mínimo Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagemde servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial. Publicação - DJe nº 83/2008, p. 1, em 9-5-2008. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO. SALÁRIO MÍNIMO. Diante da Súmula Vinculante 4 do STF e das decisões recentes daquela Corte sobre a matéria (Rcl 6.266/DF e Rcl 6.833/PR), é incabível a adoção da remuneração ou do salário contratual como base de cálculo do adicional de insalubridade, assim também quanto à utilização de piso salarial, salário normativo ou qualquer salário estipulado por norma coletiva da categoria profissional, salvo expressa previsão em norma coletiva estipulando que o piso fixado será considerado base de cálculo do adicional. Reconhecida a inconstitucionalidade da utilização do salário mínimo como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou empregado, e considerando que a Súmula Vinculante 4 do STF não elegeu o parâmetro a ser utilizado como base de cálculo, tem-se pela permanência da utilização do salário mínimo como base de cálculo do adicional de insalubridade. (Processo Nº RO-636-26.2011.5.03.0016 – Processo Nº RO-636/2011-016-03-00.1 – 3ª Reg. – 3ª Turma – Relator Juiza Convocada Camilla G. Pereira Zeidler – DJ/ MG 03.08.2012, pag. 33). Além da delimitação de valores objeto da diferença R$XXX,XXX,XX, conforme prevê o artigo 897, §1°, da CLT. III – DOS PEDIDOS: Diante do exposto, requer: I – Que o presente Agravo de Petição seja conhecido e provido pela admissibilidade e conhecimento do recurso; II – O acolhimento das preliminares; III – Que a base de cálculo adicional de insalubridade indevida seja calculada conforme o salário mínimo nacional, conforme prevê a Súmula Vinculante n° 4 do STF; IV – O acolhimento das preliminares e reforma da decisão; V – Por fim, a juntada de todos os documentos em anexo, consoante prescreve o artigo 897, §5°, da CLT. Nesses termos, pede pelo deferimento. (Local, data e ano). _______________________________ Advogado OAB/XX (XXX) Questões Dissertativas U4: A sociedade empresária Calote Ltda. foi demandada na Justiça do Trabalho por João Dion, seu ex-empregado. Transitada em julgado a decisão que julgou parcialmente procedentes os pleitos realizados na exordial, deu-se início à execução dos créditos não adimplidos de forma espontânea pela Reclamada. Depois de esgotados os meios expropriatórios em relação à empresa executada, a exequente requereu, incidentalmente, a desconsideração da personalidade jurídica, argumento aceito, de plano, pelo Magistrado da execução. Instaurado o incidente e após a manifestação dos sócios prejudicados nos autos, o Magistrado julgou procedente a desconsideração da personalidade jurídica e determinou o alcance da execução aos bens dos sócios Felipe Malte e André Malte, bem como do ex-sócio Marcos Paulo Azarado, que havia se retirado da sociedade dois anos e três meses antes da proposição da referida ação trabalhista. Diante da situação hipotética apresentada, responda à luz do ordenamento jurídico brasileiro. a) Você foi contratado pelos sócios Felipe Malte e André Malte que lhe perguntam: qual é o recurso cabível no caso de desconsideração da personalidade jurídica em sede de execução? Explicite o prazo. Fundamente. Na situação apresentada, o recurso cabível no caso de desconsideração da personalidade jurídica em sede de execução é o Agravo de Petição, conforme pressupõe o artigo 855, a, II, da CLT, através da manifestação dos sócios, dentro do prazo estipulado no artigo 897, a, da CLT, que é de 08 (oito) dias. b) Qual é o argumento de defesa que o ex-sócio, Marcos Paulo Azarado, tem a sua disposição? Fundamente. O artigo 10-A, da CLT nos traz que o sócio retirante responderá de forma subsidiária pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período em que configurou como sócio somente em ações ajuizadas até 02 (dois) anos depois de ser averbada a modificação do contrato. No entanto, a situação apresentada na questão, o ex-sócio Marcos Paulo Azarado retirou-se da sociedade 02 (dois) anos e 03 (três) meses antes de ter tido a propositura da ação trabalhista, portanto, ele não vai poder responder pela execução trabalhista.
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