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FRATURAS DO TERÇO INFERIOR DA FACE CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS DA MANDÍBULA - É mais vulnerável às fraturas; - Tem fortes inserções musculares; - Possui cavidades em que se localizam nervos; - Sua composição óssea é mais corticalizada, ou seja, mais dura; - Tem baixo suprimento sanguíneo, pois é inervada somente pelo N.A.I (a vascularização é central, não tem periférica); ZONAS DE TENSÕES MUSCULARES ● SUPERIOR: TENSÃO ● INFERIOR: COMPRESSÃO - Para neutralizar essas forças em caso de trauma, colocamos uma placa parafusada em cima e uma embaixo. Não podemos colocar uma no meio por causa dos nervos. FATORES ETIOLÓGICOS ● Acidentes de trânsito: motociclísticos e automobilísticos; ● Agressões físicas ou com arma de fogo: PAF / TAF - Maior prevalência: homens jovens (21 a 30 anos). AVALIAÇÃO CLÍNICA 1. Mecanismos do trauma; 2. Traumas prévios; 3. Desordem da ATM; 4. Oclusão pré-trauma; 5. Inspeção; 6. Palpação; OBS: Sempre que houver uma fratura na região anterior (mento/sínfise) da mandíbula, haverá um hematoma sob a língua. E também desconfiar de fratura indireta no(s) côndilo(s). > TRAUMA DIRETO: - No local propriamente dito; > TRAUMA INDIRETO: - É uma consequência da direta. Ex: Fratura de côndilo; > TRAUMA COMINUTIVO: - Múltiplas fraturas/fragmentos. OBS: Por isso, sempre devemos palpar a mandíbula inteira, não só o segmento em que houve o trauma. SINAIS E SINTOMAS: Dor, edema, equimose, hematoma, laceração, parestesia, degrau ósseo, mobilidade, crepitação, má oclusão; OBS: Uma fratura EXPOSTA é quando há solução de continuidade (contaminação). CONSIDERAÇÕES BIOMECÂNICAS As forças de tração são as mais responsáveis por fraturas lineares, enquanto que as cominutivas de côndilo são por compressão. A presença de dentição posterior não interfere no grau de deslocamento, nível ou tipo da fratura. Terceiros molares impactados enfraquecem de certa forma a região, aumentando a chance de fratura de ângulo, mas não influencia na de côndilo. Quando está com a boca aberta no momento do impacto há maior chance de fratura de cabeça ou pescoço de côndilo, e quando está fechada ocorre mais na área subcondilar. EXAMES CLÍNICOS DE IMAGEM: ● P.A de mandíbula (projeção póstero-anterior): visão panorâmica de toda a mandíbula ; ● Lateral oblíqua de mandíbula; ● A.P de Towne (projeção ântero-posterior); ● Panorâmica: serve somente para ajudar diagnóstico. ● T.C axial; ● T.C coronal: boa para observar os côndilos ; OBS: a A.P de Towne é uma imagem mais alongada, que permite a visualização dos côndilos. OBS: TC é o padrão-ouro, pois permite localizar não somente a localização das fraturas, mas também o grau e direção do deslocamento. Além disso é possível avaliar condição de tecidos moles como lesão intracraniana, globo ocular, encarceramento da musculatura extrínseca da órbita, perda de tecido mole, corpos estranhos e dentes deslocados. CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS ● TIPO: - Direta; - Indireta; ● FRAGMENTOS ÓSSEOS: - Simples (sem fissuras); - Cominutiva (fragmentação múltipla do osso); - Galho verde (comum em crianças: o osso não fratura na sua totalidade, apenas em uma das corticais). - Complexa (danos às veias, nervos e artérias); ● MEIO EXTERNO: - Composta ou aberta (exposta); - Fechada (não exposta); ● DIREÇÃO DO TRAÇO: - Favorável: baixo deslocamento; - Desfavorável: grande deslocamento pela tração do músculo; ● LOCALIZAÇÃO ANATÔMICA: - Dentoalveolar (sem rompimento da continuidade óssea); - Sínfise: medialmente (incisivos – vertical); - Parassínfise: lateralmente (entre forame mentoniano e sínfise); - Corpo (forame e distal do 2º molar); - Ângulo; - Ramo ascendente; - Processo condilar – as do côndilo propriamente dito podem ser extracapsulares ou intracapsulares. OBS: CHANCES DE FRATURA O ramo da mandíbula dificilmente é fraturado, por causa da grande proteção muscular (masseter - externamente) e (pterigóideo medial - internamente); O côndilo e corpo da mandíbula são muito comumente fraturados; O processo coronóide dificilmente sofre fratura, só se for por P.A.F; Fratura em paciente desdentado é mais arriscado, por conta da hipercalcificação, ausência de dentes e baixo volume ósseo; TRATAMENTO DAS FRATURAS MANDIBULARES Quando uma força é aplicada, a mandíbula sofre compressão na superfície do impacto (lateral) e tração na lingual (medial). OBJETIVOS DO TRATAMENTO: - Evitar o surgimento de uma DTM; - Promover retreinamento dos músculos; - Eliminar a dor e sem desarranjo da relação côndilo-disco. - Evitar anquilose com indução da mobilidade. >>> É sempre preferível eliminar a dor e ter uma função adequada do que uma redução perfeita, mas com esses problemas. PERGUNTAS: “Quais as principais características clínicas de uma fratura de côndilo? Mordida aberta anterior, desvio da mandíbula para o lado que fraturou, dor, edema na região auricular, às vezes otorragia, crepitação.“ “Fratura de corpo principais sintomatologias: má oclusão, crepitação, parestesia, dor. “ “Para confirmar o diagnóstico de uma fratura de corpo solicita-se quais exames? PA de mandíbula, lateral obliqua da mandíbula. E caso seja na região anterior da mandíbula, na região do mento, quais as radiografias necessárias? PA de mandíbula e AP de Towne, pois fratura de sínfise pode ocasionar fratura em côndilo. Panorâmica é o último recurso pois não dá uma visão muito boa”