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Câncer Gastrointestinal Adenocarcinoma Gástrico: Epidemiologia: ❖ 5° câncer mais comum; ❖ Mais comum em homens; ❖ Diagnóstico na faixa dos 60 anos; ❖ Maior incidência na Coreia do Sul e Japão; ❖ Baixa incidência nos EUA, Canadá, Índia e alguns países do Oriente Médio. Epidemiologia no Brasil: Fatores de risco: ❖ Não infecciosos: ❖ Ingestão de alimentos salgados; ❖ Consumo de alimentos mal conservados, defumados ou em conserva crônica; ❖ Consumo de alimentos com aflatoxina, nitratos e fungos; ❖ Baixo consumo de frutas e verduras; ❖ Anemia perniciosa; ❖ Tabagismo; ❖ Álcool; ❖ Hereditário (mutação no CDH1). ❖ Infecciosos: ❖ H. pylori; ❖ EBV. Alterações moleculares: ❖ Amplificação: HER2, c-MET, ciclina e K-SAM; ❖ Redução ou perda de função: caderinas; ❖ Mutações: K-RAS; ❖ Inativação: TP53, p16, MGMT e MLH1; ❖ Perda de heterozigosidade: TP73 e 17q21; ❖ Redução da expressão das proteínas: p27 e nm23. Diagnóstico e screening: ❖ Maioria sintomáticos - momento do diagnóstico; ❖ Perda de peso; ❖ Anemia; ❖ Gastrite; ❖ Saciedade precoce e / ou dor. ❖ Método de diagnóstico: endoscopia digestiva alta + biópsia. Rastreamento: ❖ INCA não recomenda o rastreamento, pois não há evidências científicas que tragam mais benefício do que riscos para pessoas assintomáticas. Subtipos histológicos: ❖ Classificação da OMS: ❖ Tubulares; ❖ Papilares; ❖ Mucinosos; ❖ Mistos; ❖ Pouco coesivos. ❖ Classificação de Lauren: ❖ Intestinal; ❖ Difuso; ❖ Mistos. Estadiamento: ❖ Estádio 0: É quando o revestimento interno do estômago contém um grupo de células tumorais, mas que ainda não são infiltrativas. (estágio inicial).Há indicação cirúrgica podendo ser parcial ou total, mas o mais indicativo é parcial na maioria dos casos e a remoção dos gânglios linfáticos próximos. Nesse estágio a cirurgia pode ser feita até por endoscopia digestiva alta sendo menos invasiva; ❖ Estágio 1: Nesse ponto o câncer já é infiltrativo e pode acabar se disseminando pelos nódulos linfáticos. O ideal a ser feito é a cirurgia sendo ela parcial ou total e a remoção dos gânglios proximais; ❖ Estágio 2: Nesse estágio o câncer já se infiltrou até a camada muscular do estômago aumentando a chance de contaminação dos gânglios linfáticos. A cirurgia nesse caso ainda é o principal tratamento é muito provável a necessidade de quimioterapia com ou sem radioterapia complementares; ❖ Estágio 3: Nesse estágio o câncer já atingiu todas as camadas do estômago, a cirurgia permanece sendo o principal tratamento, há possibilidades de ser feita a terapia neoadjuvante e adjuvante; ❖ Estágio 4: Nesse estágio já ocorre a metástase para outros órgãos como fígado, pulmão e cérebro, nesse estágio já não há cura. O manejo nesse estágio vai se dar pelo controle da dor, sintomas e tentativa de aumentar a sobrevida do paciente. Podendo ser feito a gastrectomia total, quimioterapia e radioterapia. Manejo: ❖ Existem 4 tipos de manejo para este tipo de câncer: cirurgia, terapia sistêmica, radioterapia e paliação; ❖ Estágio 0: Manejo inicial é avaliar o estágio clínico e realizar a ressecção endoscópica é a menos invasiva; ❖ Estágio 1, 2 e 3: O manejo será cirúrgico realizando gastrectomia total ou parcial e linfadenectomia (D1 ou D2), porém se nesses casos não houver metástases. O indicativo para tratamento é a quimioterapia neoadjuvante para diminuir o câncer e ser melhor ressecável; ❖ Estágio 4: A cura já não é normalmente possível, o manejo indicado para esse paciente é a paliação podendo ser feito uma gastrectomia subtotal para manter o estômago e/ou intestino livres de obstrução e controlar sangramento. Já a quimioterapia e a radioterapia vão ser mais eficazes como paliação para alívio dos sintomas e tentativa de aumento de sobrevida, diminuindo o tumor. Prognóstico: ❖ O prognóstico do Adenocarcinoma Gástrico vai depender significativamente do estágio do câncer, mas na maioria dos casos o prognóstico é ruim; ❖ Os pacientes geralmente têm uma sobrevida de 5 anos em 15% dos casos, por terem a doença muito avançada; ❖ Tumores que se limitam a mucosa ou submucosa essa sobrevida pode alcançar 80%; ❖ Para tumores que envolvem os linfonodos locais a sobrevida é de 20-40%; ❖ Na Doença muito disseminada é quase sempre fatal em cerca de 1 ano. Câncer Colorretal: Epidemiologia: ❖ Apesar de uma forte incidência em ambos os sexos, os homens apresentam maior mortalidade; ❖ Homens: risco estimado de 20,54 casos novos a cada 100 mil homens no Brasil; ❖ Mulheres: risco estimado de 20,47 casos novos a cada 100 mil mulheres no Brasil. Fatores de risco: ❖ Homens > 50 anos; ❖ História familiar de 1° grau; ❖ Doença inflamatória intestinal de longa duração; ❖ História prévia de câncer colorretal; ❖ Presença de adenomas; ❖ Infecção bacteriana; ❖ Tabagismo, obesidade e alcoolismo; ❖ Consumo de carnes vermelhas e defumadas. Alterações moleculares: ❖ Síndrome de Lynch: síndrome hereditária com lesões não poliposas, causada por alterações nos genes de reparo do DNA, como MLH1, MSH2 e MSH6; ❖ Instabilidade de microssatélites: deficiência do sistema de reparo do DNA, causando a contração dos microssatélites - presente em 15% dos cânceres colorretais - acontece na síndrome de Lynch; ❖ P53: gene supressor de tumor que por uma perda de função se torna TP53; ❖ RAS: protooncogene responsável pela transmissão de informações da membrana celular para o núcleo, que passa por um ganho de função e se torna oncogene KRAS - pior prognóstico; ❖ BRAF: protooncogene responsável pelo estímulo do crescimento celular, que passa por um ganho de função e se torna oncogene - pior prognóstico. Vias de lesão precursora: ❖ Via adenoma - carcinoma: ❖ 70% a 90% dos cânceres colorretais; ❖ O câncer colorretal é proveniente de uma lesão precursora de um adenoma. ❖ Via de neoplasia serrilhada: ❖ 10% a 20% dos cânceres colorretais; ❖ O câncer colorretal proveniente de uma lesão precursora de uma inflamação intestinal; ❖ Gera câncer colorretal instável por microssatélites (síndrome de Lynch). Rastreamento: ❖ Pacientes sem fatores de risco: ❖ A partir dos 45 anos (OMS) ou dos 50 anos (Ministério da Saúde) até os 75 anos por meio dos seguintes exames: ❖ Colonoscopia a cada 10 anos; ❖ Pesquisa de sangue oculto na fezes; ❖ Retossigmoidoscopia a cada 5 anos; ❖ Colonoscopia virtual a cada 5 anos. ❖ Pacientes com fatores de risco: ❖ História familiar de 1° grau antes dos 60 anos: ❖ Colonoscopia 10 anos antes do diagnóstico de um familiar de 1° grau e repetir a cada 5 anos. Diagnóstico: ❖ Anamnese e exame físico: ❖ Sinais sugestivos de câncer: perda de peso e anemia; ❖ Alteração de hábitos intestinais; ❖ Sangramento retal; ❖ Inspeção e toque retal. ❖ Exame de imagem: ❖ O padrão ouro é a colonoscopia com biópsia (detecta lesões iniciais e adenomas. Seguimento: ❖ Dosagem de antígeno carcinoembrionário (CEA): ❖ Antígeno presente no adenocarcinoma e alguns tecidos; ❖ Positivo em diversas doenças benignas. ❖ CEA elevado em tumores de cólon = tumor avançado; ❖ É um bom marcador pós operatório. ❖ Diminui após cirurgia; ❖ Se houver elevação no pós cirurgia, investigar metástase. Classificação: ❖ Adenocarcinoma mucinoso; ❖ Carcinoma com células em anel de sinete; ❖ Carcinoma medular; ❖ Adenoma serrilhado; ❖ Adenocarcinoma micropapilar; ❖ Adenocarcinoma adenoma-like; ❖ Carcinoma adenoescamoso; ❖ Carcinoma com componentes sarcomatóides; ❖ Carcinoma indiferenciado. Estadiamento: ❖ Sistema TNM - classificação de tumores malignos: ❖ T = extensão do tumor; ❖ N = a ausência ou presença e a extensão de metástase em linfonodos regionais; ❖ M = a ausência ou presença de metástase à distância. Manejo: ❖ Terapia endoscópica; ❖ Cirurgia; ❖ Radioterapia; ❖ Tratamento de doença metastática; ❖ Tratamento sistêmico. Prognóstico: ❖ Depende do estágio no diagnóstico, localização,histologia, metástase; ❖ Quando o câncer é extraído precocemente há maior probabilidade de cura; ❖ Taxa de sobrevida: ❖ 90% quando o câncer afeta apenas o revestimento da parede intestinal; ❖ 80 - 70% quando o câncer atravessa a parede intestinal; ❖ 50 - 30% quando o câncer se dissemina para gânglios linfáticos no abdome; ❖ Inferior a 20% quando houver metástase para outros órgãos. ❖ Importante acompanhar o CEA. Câncer de Pâncreas: Epidemiologia: ❖ Homens: 5.882 mortes; ❖ Mulheres: 6.011 mortes; ❖ No Brasil, é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados e 4% do total de mortes causadas pela doença. Fatores de risco e predisposição genética: ❖ Não hereditários: ❖ Obesidade; ❖ Alcoolismo; ❖ Fatores ambientais. ❖ Predisposição genética: ❖ Câncer de mama e de ovário hereditários associados aos genes BRCA1, BRCA2 e PALB2; ❖ Síndrome de Peutz-Jeghers; ❖ Síndrome de pancreatite hereditária. Alterações moleculares: ❖ Maioria das lesões precursoras: neoplasia intraepitelial pancreáticas se desenvolvem para adenocarcinoma ductal pancreático; ❖ Mutações pontuais no oncogene (KRAS+); ❖ Doença disseminada metastática (SMAD4); ❖ Síndrome de Famm (P16 / COKN2A); ❖ Síndrome de Lynch (MLH1, MLH2 e MSH6); ❖ Pancreatite hereditária (SPINK 1 e PRSS1), câncer de mama e ovário hereditários (BRCA1 e BRCA2); ❖ Câncer de mama hereditários (PALB2); ❖ Síndrome de Peutz Jeghers (STK11 e LKB1). Diagnóstico: ❖ Recomendação inicial de exame de imagem: angiotomografia com múltiplos detectores usando uma fase dupla de protocolo pancreático; ❖ Imagens auxiliares: ressonância magnética, ultrassom endoscópico; ❖ PET-CT; ❖ Biomarcadores séricos: o CA 19.9 tem uma sensibilidade de 79 - 81% e especificidade de 82 - 90% para diagnóstico em pacientes sintomáticos e o antígeno carcinoembrionário (CEA) e CA 125 são marcadores inespecíficos que podem estar elevados em pacientes com esse câncer. Screening: ❖ No momento, não existem recomendações para rastreio para câncer de pâncreas em adultos assintomáticos; ❖ Existem indicações de benefício na triagem de indivíduos assintomáticos de alto risco de câncer de pâncreas, pacientes portadores de síndromes genéticas, pancreatite crônica, histórico familiar de 1° grau. Subtipos histológicos: ❖ Adenocarcinoma ductal; ❖ Tumores de células das ilhotas pancreáticas; ❖ Carcinoma de células em anel de sinete. Estadiamento: ❖ Sistema TNM de classificação de tumores malignos. Prognóstico: ❖ O prognóstico do câncer de pâncreas é discutido de acordo com o estágio, mas geralmente não é bom visto que os pacientes tem doença avançada no momento do diagnóstico; ❖ Taxa de sobrevida em 5 anos de 10%; ❖ 80 - 85% dos pacientes apresentam doença não ressecável ou metastática; ❖ Mesmo após ressecção completa, ainda temos um mau prognóstico; ❖ Sobrevida de 5 anos após Whipple é de aproximadamente 10% para nódulo positivo, enquanto é aproximadamente 30% para nódulo negativo. Manejo: ❖ Forma ressecável: ❖ Cirurgia; ❖ Quimioterapia neoadjuvante. ❖ Metastático ou não ressecável: ❖ Quimioterapia sistêmica; ❖ Cuidados paliativos.
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