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MARKETING DE VAREJO MARKETING DE VAREJO A474 Alves, Ronaldo de Jesus Marketing de varejo [livro eletrônico] / Ronaldo de Jesus Alves. – Rio de Janeiro: UVA, 2019. 4,3 MB. ISBN 978-85-5459-078-9 1. Marketing. 2. Comércio varejista. 3. Vendas - Administração. I. Universidade Veiga de Almeida. II. Título. CDD – 658.81 Copyright © UVA 2019 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. AUTORIA DO CONTEÚDO Ronaldo de Jesus Alves REVISÃO Theo Cavalcanti Luiz Werneck Maia Janaina Senna PROJETO GRÁFICO UVA DIAGRAMAÇÃO UVA Bibliotecária Katia Cavalheiro CRB 7 - 4826. Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central da UVA. SUMÁRIO Apresentação Autor 6 7 Classificação de estabelecimentos varejistas 30 • Varejo com loja • Varejo sem loja • Organização de varejo UNIDADE 2 8 • Conceitos básicos do varejo • Origens e evolução da atividade varejista • Gerenciamento dos canais de distribuição Introdução ao Marketing de Varejo UNIDADE 1 SUMÁRIO Estratégias de Marketing de Varejo 81 • Planejamento estratégico de Marketing de Varejo • Sistema de informações de Marketing de Varejo • Tendências e inovações para o varejo UNIDADE 4 53 • Mix de produtos • Política de preços • Comunicação integrada Gestão do composto de Marketing de Varejo UNIDADE 3 6 A disciplina Marketing de Varejo irá abordar os diversos aspectos desse que é um dos maiores setores da economia mundial: o varejo. O varejo engloba todas as atividades envolvidas na venda de bens ou serviços para atendimento das necessidades dos consumidores finais para uso pessoal (isto é, fins não comerciais). A partir dessa definição, podemos entender que toda organização (fabricante, varejista ou até mesmo atacadista), se estiver utilizando esse sistema de venda, independentemente de estar em lojas de áreas residenciais, comerciais ou em centros comerciais ou shoppings centers, pode ser considerada varejo. Entre as inúmeras atividades desempenhadas pelos varejistas podemos destacar: o incremento das vendas, a promoção de produtos disponibilizados em uma loja; o entendimento das necessidades e desejos dos clientes e as ações que devem ser empreendidas para que uma organização possa se antecipar aos seus concorrentes, utilizando-se dos elementos comuns do chamado marketing mix, como produto, preço, praça (canais de distribuição) e estratégias de comunicação. Ao terminarmos os estudos dessa disciplina, o aluno estará apto a compreender o alcance do conceito de varejo, entender as tendências do mercado e de consumo e aplicar ferramentas de marketing na gestão da atividade varejista, requisitos importantes para a administração eficaz nesse setor de negócios, destacando oportunidades e vantagens competitivas num empreendimento varejista. Você é o nosso convidado especial na construção do conhecimento que será disponibilizado nestas quatro unidades de estudo de Marketing de Varejo, nas quais você será apresentado ao universo dos aspectos que envolvem essa importante atividade utilizada para auxiliar as empresas a expandir o alcance da marca e atrair e conquistar cada vez mais consumidores: bem-vindo ao estudo da disciplina! APRESENTAÇÃO 7 RONALDO DE JESUS ALVES Mestre em Administração pela Universidade Estácio de Sá – Unesa (2004), pós-graduado em EAD pelo Centro Universitário Uniseb Interativo (2016), especialista em Marketing empresarial pela Unesa (2000), especialista em Qualificação para o magistério superior (2004) e graduado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Augusto Motta – Unisuam (1994). Ex-coordenador geral do CST em Marketing da Unesa, modalidade EAD (2007-2014), ex-coordenador geral do CST em Marketing da Unesa, modalidade presencial (2007- 2012), ex-coordenador do CST em Marketing da Universidade Veiga de Almeida – UVA (2015-2016). Tem experiência em planejamento, organização e coordenação das atividades acadêmicas e vivência em construção de cursos e currículos de graduação e graduação tecnológica. AUTOR C. Lattes http://lattes.cnpq.br/7344486553365979 Introdução ao Marketing de Varejo UNIDADE 1 9 O que é o varejo? Qual a importância do varejo na economia brasileira? E na economia mundial? Nos estudos dessa disciplina iremos aprofundar a discussão sobre o sistema cujas atividades englobam o processo de venda de produtos e serviços para atender a uma necessidade pessoal do consumidor final, o chamado varejo. Vamos falar da importância da localização estratégica do varejo na intermediação do contato entre os fornecedores e os consumidores, o que lhe confere fundamental protagonismo como ator na gestão da cadeia de suprimentos. INTRODUÇÃO Nesta unidade, você será capaz de compreender o conceito de varejo e os requisitos para sua administração eficaz. OBJETIVO 10 Conceitos básicos do varejo Os livros de marketing, em sua maioria, definem o varejo como um canal de distribuição de produtos. A definição do que é o varejo e a compreensão de sua importância como atividade econômica vem ganhando destaque, sobretudo nas últimas décadas, tendo em vista a ampliação do número de canais, sua posição estratégica na distribuição de produtos e serviços e sua proximidade junto aos consumidores finais. O conceituado autor de marketing, Philip Kotler (2012, p. 482), define a abrangência da atividade de varejo: “inclui todas as atividades relativas à venda de bens e serviços diretamente ao consumidor final, para uso pessoal”. No entanto, a definição mais utilizada para varejo é a utilizada pela American Marketing Association, segundo a qual trata-se de “uma unidade de negócios que compra mercadorias de fabricantes, atacadistas e outros distribuidores e vende diretamente a consumidores finais e, eventualmente, a outros consumidores”(KOTLER, 2012, p. 482). No Brasil, o comércio varejista é aquele tipo de comércio considerado “popular”. No qual a maioria dos consumidores se acostumou a comprar: na pequena loja de bairro da esquina (armarinhos, mercearias, “retalhos” ― é isso mesmo: algumas pessoas assim denominavam essa atividade) nos tempos mais antigos, até nos dias atuais, nos grandes “templos de consumo”, os modernos shopping centers. Ainda hoje, a dinâmica do consumo é a mesma: o cliente se direciona a uma loja (que agora pode ser virtual), escolhe o produto, compara preços e compra. O varejo é uma atividade econômica de venda de um bem ou um serviço para o consumidor final, ou seja, uma transação entre um CNPJ e um CPF e por conta de sua própria natureza, nesse tipo de comércio, as compras ocorrem em menor quantidade de produtos e a negociação de preços das mercadorias ocorre conforme as normas impostas e oferecidas pelas lojas. Ao cliente cabe solicitar as melhores condições para a efetuação do negócio, o que pode incluir parcelamento do valor ou descontos para a diminuição do preço para sua aquisição. Qualquer organização que utiliza essa forma de venda, seja ela fabricante, atacadista ou varejista, está praticando varejo. 11 O papel do varejo na economia de um país Nas definições de varejo que estudamos até aqui chegamos à conclusão de que ele consiste em todos os processosenvolvidos na tarefa de colocar mercadorias produzidas nas mãos do consumidor final ou para lhe prestar serviços. Sendo assim, podemos dizer, então, que qualquer empresa que vende mercadorias ou presta serviços ao consumidor final para consumo pessoal ou doméstico (isto é, fins não comerciais, revenda) está atuando como varejista. Não importa se a operação de venda ao consumidor final ocorra em uma loja, por um site de compras, por uma “vending machine”, pelo correio, pelo telefone, por meio de um canal de televisão, de porta em porta ou na integração de duas ou mais dessas formas de abordagem junto ao consumidor final: a operação está envolvida no negócio do varejo. O varejo pode representar o último trecho de um canal de distribuição que pode se estender por milhares de quilômetros. Uma coisa é certa: se os produtos oferecidos pelos fabricantes não forem disponibilizados aos consumidores e se estes não comprarem aquilo que os varejistas oferecem, não há a necessidade da disponibilização desses canais de distribuição. Como a cada dia surgem modelos inovadores para a realização desse tipo de comércio, é muito importante que os gestores do varejo estejam sempre atentos para a sua evolução. MIDIATECA Acesse a midiateca da Unidade 1 e assista ao vídeo O varejo inovador que faz a diferença para saber mais sobre este assunto. 12 Figura 1: O varejo é extremamente importante para a economia no mundo e no Brasil. Segundo dados do Global E-commerce Sales Trends and Statistics, que fornece informações sobre as vendas no varejo em todo o mundo, o Brasil está entre os dez maiores mercados neste setor de atividade. Fonte: remarkety.com O varejo brasileiro é representado por diversos segmentos: além do tradicional comércio de rua no qual encontramos lojas de material de construção, farmácias e drogarias, livrarias, bares e restaurantes, perfumarias, os hiper e supermercados, as lojas de franchising, shopping centers e operações de E-commerce fazem parte dessa atividade. Atacarejo: “que bicho é esse?” Atacarejo é um neologismo utilizado para descrever estabelecimentos comerciais que integram atributos tanto do atacado como do varejo. Sua denominação formal é “atacado de autosserviço”. Por um lado, essas lojas físicas apresentam estrutura e decoração mais simples, vendendo com preços mais baixos devido à disponibilidade de grandes volumes de mercadorias — tipicamente uma característica do atacado, mas, por outro lado, permitem que os consumidores finais peguem os produtos, paguem por eles e os levem — características comumente associadas ao varejo. Nem todos os produtos são comercializados nos “atacarejos”, como as mercadorias perecíveis, pois demandam reposição constante. No Brasil, as lojas dos grupos Tenda e Assaí são exemplos de atacadistas de autosserviço. Saiba mais http://remarkety.com 13 A atividade varejista no Brasil Segundo o site G1, tendo como base o ano de 2017, o consumo das famílias é a principal referência do volume que o varejo como um todo movimenta no país, cujo impacto é de 63,4% no PIB de R$ 6,6 trilhões. Dados oficiais do IBGE mostram que o consumo das famílias em 2017 foi de R$ 4,18 trilhões, com crescimento de 1%. Para se ter uma ideia da força do setor é só verificarmos os dados: de acordo com o IBGE, o setor de comércio, organizado em atacado e varejo de mercadorias, também é dos que mais empregam no país, respondendo por 22,3% dos trabalhadores formais brasileiros do setor privado (incluindo o segmento de vendas), constituindo-se em um importante pilar da economia nacional (Site SBVC). A quadragésima edição do Ranking ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados), que representa o setor supermercadista no país, mostra que somente o setor de supermercados fechou o ano de 2017 com 89.368 lojas e mais de 1,822 milhão de funcionários diretos. Ainda: para atender às necessidades dos consumidores, estão disponíveis mais de: • 14,5 mil lojas de conveniência. • 5,3 mil lojas de desconto. • 570 shoppings, que totalizam mais de 102 mil lojas. Podemos verificar, então, que a ampla cobertura do varejo nacional representa muito mais do que uma força econômica. O comércio varejista é um retrato das práticas sociais constantes no cotidiano das pessoas, presente em todas as regiões do país, desde os lugares mais distantes do país até os grandes centros urbanos. 14 Figura 2: Os shopping centers são formas criativas de propiciar a atividade varejista. O atrativo não se resume apenas à localização física das lojas, mas também ao aspecto visual, promocional e à múltipla oferta de marcas e serviços, dentre outros. Principais funções do varejo Na cadeia de distribuição, o varejo é um dos elos encontrados entre fornecedores — fabri- cantes e atacadistas — e consumidores finais, agregando valor para todos os membros. As organizações varejistas, ao assumirem a propriedade das mercadorias compradas dos fornecedores e revendê-las para os consumidores finais, acabam por se tornar res- ponsáveis por três funções: o transporte, isto é, a movimentação física dos produtos entre o fornecedor e o consumidor, o armazenamento dos produtos, que precisam ser estocados e protegidos até serem entregues aos clientes dentro do tempo e quantidade desejadas, e o financiamento, ou seja, a oferta de condições financeiras aos consumi- dores finais (p. ex., descontos, parcelamento), para facilitar a negociação. É interessante informar que uma empresa varejista assume também os riscos inerentes a todo o pro- cesso, como o encalhe do estoque, a obsolescência dos produtos e a inadimplência dos clientes, por exemplo. Vamos detalhar essas funções de maneira mais explícita em nosso tópico 2: Origens e evolução da atividade varejista. Espero você lá! 15 Origens e evolução da atividade varejista Como surgiu o varejo? Qual a sua origem? Nesta unidade 2 vamos verificar os aspectos históricos que contribuíram para o estabelecimento dessa tão importante modalidade. Origens e evolução da atividade varejista Olhando o retrovisor da história, podemos dizer que a atividade do varejo surgiu a partir da busca do homem pela satisfação de suas necessidades. À medida que surgia a necessidade por produtos e serviços a partir da evolução do próprio homem, ele viu que não poderia produzir tudo de que precisava para viver. A partir daí, são criados os processos baseados em trocas entre indivíduos, o chamado “escambo”: alguém que produzia ou possuía certa quantidade de determinado tipo de alimento ou produto (gado, sal, açúcar, novelos e tecidos, peças de metal etc.) negociava o seu excedente de consumo, isto é, o seu produto com quem possuía um produto diferente. Nesse processo de trocas começam a ser reveladas as figuras necessárias para o início da atividade: os produtores e consumidores. O atendimento às necessidades desses negociantes era o que determinava efetivamente a troca. Conforme as sociedades foram evoluindo e se tornando mais complexas, surge a necessidade de desenvolvimento de um sistema mais eficiente e estável para as negociações. O conceito do dinheiro em forma de moeda, assim como o conhecemos nos dias atuais, surge por volta do século VIII a.C. Como a troca direta de uma mercadoria por outra dificultava a fixação do preço a ser praticado e restringia o número de operações, o dinheiro, enquanto instrumento de pagamento utilizado em transações comerciais, passou a atribuir valor equivalente ao custo do material a partir do qual um determinado produto tivesse sido produzido. Sua invenção revolucionou a forma como o comércio era realizado no mundo, pois ajudou a simplificar os processos de troca, fazendo surgir a figura dos intermediadores. 16 Povos antigos, que habitavam territórios atualmente conhecidos como Itália, Grécia e Egito, já realizavam práticas comerciais e eram conhecidos como grandes comerciantes. É atribuída a eles a origem da atividade varejista. Por exemplo, as ruínas do “mercado de Trajano”, quefazem parte de um complexo construído no início da Era Cristã (possivelmente entre 100-110 d.C.), são consideradas evidências de práticas comerciais em Roma, na Itália. Apesar de, durante a Idade Média, terem sido acrescentadas estruturas arquitetônicas à construção original, há suposições de que elas funcionaram como salas comerciais para a administração pública daquela cidade e/ou lojas na época. Saiba mais Figura 3: Mercado de Trajano. Fonte: romaitalia.com.br O aproveitamento espacial das pequenas unidades do “Mercado de Trajano” inspirou a arquitetura dos centros comerciais da Idade Contemporânea no mundo ocidental. Não há comprovação, mas curiosamente ele é considerado como um antecedente do shopping center. http://romaitalia.com.br/Mercado-de-Trajano.html 17 A Revolução Industrial valorizou a atividade comercial O crescimento populacional das cidades e o surgimento de diferentes necessidades da população urbana, fatores primordiais para o surgimento da Revolução Industrial no final do século XVIII e início do século XIX, provocaram o acirramento da disputa pelo consumidor. O padrão de vida das pessoas comuns começou a se submeter a um crescimento sustentado que trouxe em seu bojo a demanda por produtos mais específicos. É nesse cenário que começam a surgir diferentes tipos de lojas comerciais que possibilitam melhor escoamento e distribuição dos bens de consumo. O varejo no Brasil O processo de industrialização ocorrido nas últimas décadas do século XIX, principalmente no eixo Rio de Janeiro/São Paulo, fez surgir importantes centros comerciais, criando um segmento de consumidores mais exigentes e mais sofisticados. Antes mesmo da instalação de lojas de varejo de maior porte e mais parecidas com suas versões contemporâneas, as figuras do mascate e do tropeiro, misto de vendedor/ propagandista/entregador/cobrador, tornam-se precursoras do atual representante de vendas e se constituíram em elementos fundamentais na penetração e ocupação do país ao percorrerem longos caminhos anunciando seus produtos. Os mascates e tropeiros foram os principais responsáveis pela circulação de bens entre as cidades da costa e do interior, propagando as novidades que eram comercializadas nas grandes capitais. A evolução da atividade varejista no mundo Na Europa de meados do séc. XIX, surge em Paris a primeira loja de departamentos. Em 1950, a sociedade parisiense é agraciada com a Bon Marchè, pioneira na técnica de agrupamento dos produtos em categorias. Em 1896, nos EUA, a precursora do tipo de comércio semelhante à mercearia ou armazém que conhecemos no Brasil, e do conceito de varejo baseado em lojas padrão, expansão geográfica e controle (contabilidade e finanças) foi a rede A&P. Nos EUA, em 1912, surgiu a primeira loja do mundo com o conceito de atendimento por autosserviço, o “cash and carry” ou “pague e leve”. Foi o momento em que os produtos passaram a ser distinguidos entre si pelas marcas de seus fabricantes, dando início à estratégia das marcas comerciais e também ao primeiro momento em que os preços passaram a ser predeterminados. Essa “revolucionária” técnica de vendas permitia aos clientes a seleção e escolha dos produtos, sem a intervenção de qualquer funcionário ou do dono do estabelecimento. Finalmente, em 04 de agosto de 1930, no bairro de Queens, foi aberto o King Kullen, o primeiro supermercado a apresentar as características que prevalecem até hoje nesse tipo de negócio. 18 O primeiro supermercado aberto no Brasil, reproduzindo o modelo Americano, foi o Sirva- se, inaugurado em agosto de 1953. O seu fundador foi Mário Wallace Simonsen, à época, um dos mais importantes empresários do Brasil. Figura 4: Os primeiros supermercados surgiram nos Estados Unidos (EUA), logo após o mundo enfrentar a crise econômica de 1929. Nos dias atuais Atualmente, os processos de globalização, a evolução da internet e o surgimento das novas TICs (tecnologias de informação e comunicação) têm apoiado substancialmente a evolução do varejo. Ele se torna global à medida que, cada vez mais, novas estratégias e investimentos são praticados. Hoje, as vendas virtuais não são apenas tendência, são realidade. O chamado E-commerce cresce exponencialmente a cada dia. O varejo é hoje uma realidade presente no dia a dia de milhões de consumidores no mundo, e as empresas que o praticam precisarão se atualizar constantemente para competir nessa arena de conquista e fidelização de clientes. MIDIATECA Acesse a midiateca da Unidade 1 e leia o artigo Consumidores multicanal: o futuro do varejo para estudar mais sobre este assunto. 19 E quais são as funções do varejo? Atuar no setor de varejo implica necessariamente observar vários aspectos do negócio: um varejista, além de ser um provedor de satisfação das necessidades de seus clientes, pode ser também um prestador de serviços, pois ao vender um produto ele pode vir a oferecer serviços de entrega, montagem e instalação, entre outros. Dentre as inúmeras funções que um varejista executa, podemos ressaltar: Venda: promover o produto junto aos seus clientes, utilizando-se de material promocional apropriado. Compra: negociação de uma grande variedade de produtos de vários produtores para revenda. Seleção da oferta: seguir um critério de escolha do tipo de produtos a serem oferecidos. Armazenagem: proteger o estoque para oferta de produtos em perfeitas condições aos clientes. Financiamento: facilitar a compra dos clientes por meio de cartão de crédito, boleto e parcelamento. Transporte: Planejar a logística da movimentação dos produtos e sua entrega. Distribuição: deixar os produtos o mais próximo possível do que os consumidores esperam encontrar. Controle de qualidade: buscar adequar as condições do produto para satisfazer o consumidor. Diferenciação: promover seu produto demonstrando benefícios diferentes da concorrência. Precificação de produtos: demonstrando dados que justifiquem custos, lucros e segurança para o consumidor. Demonstração: demonstrar o mecanismo de funcionamento dos produtos, a fim de aumentar a confiança do cliente. 20 Pós-venda: prestar serviços aos seus clientes, orientando-os na venda e auxiliando-os na pós-venda. Comunicação: sugestão de promoções, merchandising ou campanhas que atinjam os consumidores dos seus produtos na loja varejista visitada. Satisfazer seus clientes: considerar as reclamações, sugestões, e todas as informações que os clientes expressam para melhoria dos planos de ação. 21 Gerenciamento dos canais de distribuição O que são canais de distribuição? Podem ser considerados como o conjunto de empresas e indivíduos interligados que facilitarão os caminhos que uma mercadoria percorrerá depois de sua produção até sua compra pelo consumidor final. Esse conceito também é chamado pelos especialistas de canal de marketing ou de canal comercial, pois além da distribuição como uma função logística, que diz respeito mais à circulação física do produto, a distribuição também contempla os aspectos ligados ao marketing, que corresponde aos contatos e serviços que o envolvem. Canais de marketing são conjuntos de organizações que são indepen- dentes, mas que estão ligadas por seu ramo de atividades e que depen- dem umas das outras para poderem disponibilizar seus produtos ou serviços para uso ou consumo, fazendo com que cheguem a seus con- sumidores finais de acordo com suas exigências. (KOTLER, P.; KELLER, K., 2012, p. 464) Os canais de distribuição são conjuntos de organizações interdependentes envolvidas no processo de disponibilizar um bem ou um serviço para uso ou consumo em que seus membros assumem diversas funções em uma “via de mão dupla”: uma que parte da oferta e outra que parte da demanda. No primeiro caso, na via que parte da empresa para o cliente, o fluxo se origina na oferta. É a situação em que os intermediários assumem toda a operação que irá culminar na entrega do produto aos consumidores finais e na transferênciade sua propriedade. Essa operação envolve, além do transporte e estoque dos produtos físicos, a comunicação de marketing, a redução no número de contatos e a maximização do valor para os clientes (benefícios versus custos). 22 Na via contrária, o fluxo se origina na demanda (isto é, dos clientes para a empresa). Nesse caso, os intermediários se responsabilizam por outros aspectos envolvidos na transação como as vendas, o controle de qualidade, a emissão de pedidos e pagamentos, assim como pela reunião de informações sobre os consumidores. Podemos perceber que as funções dos canais de distribuição não se limitam apenas a garantir o fluxo físico das mercadorias, sendo os membros do canal responsáveis também por uma série de outras atividades, como estimular a compra e levantar informações sobre os aspectos envolvidos no processo de compra de seus clientes. Porém, é importante ressaltar que a troca de informações, a negociação, o financiamento e os riscos assumidos ocorrem em ambas as direções. Figura 5: “Para criar valor com sucesso é preciso entregar valor com sucesso.” Fonte: Kotler e Keller (2012, p. 464). O fato de as organizações que formam um canal de distribuição serem interdependentes aponta a necessidade que umas têm das outras para tornarem o produto ou serviço disponível para uso ou consumo. É claro que sabemos que uma empresa pode comercializar seus produtos diretamente ao usuário final. Alguns e-commerces fazem isso. Porém, na maioria das vezes isso não é possível, e então as empresas lançam mão de parceiros para encaminhar o fluxo de suas mercadorias ou serviço por meio de intermediários. Os intermediários podem ser agentes de venda, representantes comerciais, corretores, distribuidores, atacadistas e varejistas, empresas de logística, transportadoras, armazéns independentes, bancos e instituições financeiras, dentre outros. 23 Qual a importância dos canais de distribuição? Escolher bem o canal de distribuição do produto ou serviço é o primeiro passo para a criação dos pilares que fundamentarão o sucesso do negócio e, por esta razão, essa é uma parte essencial da estratégia de marketing. A opção pelos canais de distribuição corretos permite as empresas venderem mais, agregarem valor ao produto e oferecerem a melhor relação custo/benefício para um cliente. Também é importante ressaltar que a escolha dos canais de distribuição impacta no custo do produto, o que pode tanto tornar uma empresa mais competitiva como criar problemas que impeçam o seu crescimento. Tipos de canais de distribuição Direto Nesse sistema, a empresa distribui o seu produto sem a presença de intermediários. A venda é feita diretamente para o consumidor final (p. ex., marcas de cosméticos que possuem redes próprias de revendedores autônomos que atuam de porta em porta). Indireto A empresa utiliza o serviço de revendedores ou outros intermediários para disponibilizar o seu produto ao consumidor final. Híbrido Nesse modelo, a empresa assume apenas uma parte do processo de contato com seus clientes utilizando-se de intermediários para a efetivação do negócio. É o caso em que, por exemplo, uma empresa se utiliza de uma página na internet para a divulgação de seus produtos, mas utiliza-se de distribuidores autorizados para a realização da venda física. Níveis de canal de distribuição Nas duas extremidades dos canais de marketing sempre encontraremos as figuras do fabricante e do consumidor final como parte dos todos os sistemas. Entretanto, dependendo da quantidade de intermediários envolvidos no processo, eles podem apresentar extensões diferentes. Essas extensões é que definirão os níveis do canal de distribuição. 24 Canal de nível 0 ou “canal de distribuição direta” No canal de distribuição direta o fabricante abre mão de intermediários para se relacionar diretamente com o seu consumidor final. Este tipo de situação ocorre, por exemplo, em vendas por ações de marketing direto como respostas por mala direta, telemarketing, televisão, atendimento domiciliar e lojas de fábrica. Canal de nível 1 É a situação que se desenvolve quando o fabricante vende seu produto para um grande distribuidor e este assume a tarefa de alcançar diretamente o consumidor final (atuando tanto no atacado como no varejo). Canal de nível 2 Esses casos ocorrem em situações em que a indústria repassa o produto a um distribuidor, como um atacadista (por exemplo), que, por sua vez, vende exclusivamente para o varejo. O varejo faz a venda ao consumidor final. Nessa estrutura são utilizados dois intermediários de vendas, como o atacadista e varejista citados. Canal de nível 3 É a estrutura que conta com a presença de um representante do fabricante, um atacadista e um varejista, isto é, três intermediários de vendas. É o canal mais utilizado, portanto é o mais tradicional. Figura 6: Canais de marketing de bens de consumo. Fonte: Elaborada pelo autor (2019). Nível zero Um Nível Dois Níveis Três Níveis Fabricante Consumidor Fabricante Varejista Consumidor Fabricante Atacadista Varejista Consumidor Fabricante Agentes Atacadista Varejista Consumidor Canal Direto Canais Indiretos 25 Tipos de distribuição Existem três tipos principais de distribuição. A escolha entre as formas de distribuição de produtos depende das características do negócio. Distribuição exclusiva É aquela que faz uso de intermediários especializados (por exemplo, o varejo de automóveis novos, geralmente denominado de “concessionárias”). É usada por empresas que necessitam de canais de distribuição leais, sobre os quais tenham maior controle sobre a venda do produto, podendo, assim, garantir serviços de venda e de assistência especializados, com exposição apropriada. Distribuição seletiva A distribuição seletiva é aquela que utiliza um número limitado de intermediários com o intuito de valorizar o produto (p. ex., roupas de grife e relógios caros, vendidos apenas em lojas de luxo). Nesse modelo, são escolhidos apenas intermediários que ofereçam as características desejadas, que são os mais adequados para atingir o público-alvo da marca. Distribuição intensiva A distribuição intensiva é utilizada em produtos que possuem alto consumo, mas baixo valor agregado (p. ex., gêneros alimentícios, bebidas, itens de higiene). Figura 7: Os canais de marketing preenchem as lacunas de tempo, de local e de posse, que separam as mercadorias de seus consumidores, como também os serviços de seus usuários. 26 O que é canal de distribuição reverso? Os canais de distribuição reversos são utilizados em situações em que é necessário fazer o caminho contrário do fluxo normal de venda de produtos, isto é, devolver produtos comercializados com defeitos de fabricação ou em casos como o reaproveitamento de embalagens por parte do fabricante. Tipos de estratégias para gerenciar canais de distribuição No que se refere à abordagem das marcas aos consumidores, os fabricantes precisam definir quanto esforço dedicarão às estratégias para estimular os intermediários e os consumidores a efetuarem compras. O marketing tradicional aponta duas correntes principais com base em modelos de negócios: as estratégias push e pull. • Estratégia de “puxar” A abordagem pull (puxar) consiste, por sua vez, em atrair os clientes usando a força da marca, com gastos menores ou ínfimos em publicidade tradicional. É recomendada em situações em que existem alto grau de fidelidade e as pessoas percebem diferenças entre as marcas oferecidas. • Estratégia de “empurrar” Utiliza basicamente equipes de vendas para “empurrar” (em inglês, to push) o produto fabricado aos clientes ao longo da cadeia de distribuição, reforçando a demanda para aumentar a produção e gerar mais vendas e lucro, de forma cíclica. Para gerenciar suas redes de valor, as empresas investem continuamente em tecnologia da informação. Sistemas e aplicativos de planejamento de recursos empresariais, denominados ERP, do inglês EnterpriseResource Planning, administram os fluxos de caixa, a produção, os recursos humanos, as compras e outras funções importantes, inclusive integrando operações com seus intermediários para tornar suas comunicações e transações mais eficientes, rápidas e precisas. Saiba mais 27 Marketing multicanal Em tempos em que os consumidores buscam maiores facilidades e um maior número de opções para pesquisar e realizar suas compras, empresas bem-sucedidas na atualidade costumam empregar múltiplos canais de distribuição para atingir seus clientes, o que é chamado de “marketing multicanal” ou de “marketing de canais híbridos”. Por exemplo, uma organização multicanal pode usar um modelo de distribuição diversificada para vender para clientes de diferentes portes: grandes clientes — equipe própria de vendas, clientes médios —, site de vendas na internet, e clientes pequenos — lojas varejistas. MIDIATECA Acesse a midiateca da Unidade 1 e conheça o site do Instituto para Desenvolvimento do Varejo. NA PRÁTICA Em tempos em que os consumidores buscam maiores facilidades e um maior número de opções para pesquisar e realizar suas compras, ser uma empresa multicanal se tornou uma necessidade imperiosa. O estudo que disponibilizamos pauta-se na análise, interpretação dos dados e na solução do problema de uma pequena empresa do interior de São Paulo que, atuando no ramo de confecções têxteis, desenvolveu uma estratégia de marketing multicanal fundamentada tanto no atacado como no varejo. A pesquisa aponta o problema da empresa quanto à redução nas vendas do atacado de um ano para o outro, bem como a mensuração da participação do canal de varejo nos esforços de vendas e na obtenção de receita. O investimento neste novo canal desenvolveu um relacionamento de maior proximidade com o consumidor final, tornando a empresa ciente dos desejos e necessidades de seus clientes. 28 Resumo da Unidade 1 Nesta primeira unidade a apresentação do conceito de marketing de varejo foi abordada sob três perspectivas. No primeiro tópico, apresentamos o conceito de varejo, a relação entre fabricantes e consumidores e os requisitos para sua administração eficazes. Para tal, lançamos mão de algumas definições e conceitos básicos do que é o varejo. No se- gundo tópico, mostramos a evolução da atividade varejista e relação da sua história com as transformações sociais, econômicas e tecnológicas ocorridas nos dias atuais. Além disso, buscamos explicar suas funções na atuação como intermediário na disponibiliza- ção de bens e serviços diretamente ao consumidor final, mostrando quais as principais vantagens que ele pode trazer na aproximação dos interesses de fornecedores e clientes. No terceiro tópico a abordagem foi baseada na importância do varejo no contexto de gerenciamento de canais de distribuição. Nos estudos desta Unidade 1, no tópico 1, podemos verificar que, dentre os diversos ti- pos de canais de distribuição, o varejo é o intermediário especializado na comercializa- ção de produtos ou serviços diretamente aos consumidores finais. A sua importância reside na multiplicidade de funções que ele exerce: disponibilizar ao consumidor final uma variedade de produtos, oferecer crédito para facilitar condições de pagamento, esclarecer dúvidas e disponibilizar serviços de conveniência anteriores e posteriores à compra, dentre outras tarefas. O tópico 2I mostrou como, do primitivo escambo às modernas formas de transações eletrônicas, o varejo se transformou ao longo do tempo passando pela evolução das primeiras trocas monetárias até chegar às formas de comercialização atuais com cartões de crédito, grandes hipermercados e shopping centers. Outro importante aspecto foi abordado no tópico 3, e diz respeito ao assunto de como os canais de distribuição disponibilizam bens ou serviços com mais eficiência direta- mente ao consumidor final. Vimos que decisões de canais de distribuição afetam o sucesso de estratégias de produtos, preços e comunicação. CONCEITO 29 Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SUPERMERCADOS. Setor supermercadista fatura R$ 338, 7 bilhões em 2016. 28/03/2017. Disponível em: http://www.abras.com.br/clipping. php?area=20&clipping=60625 Acesso em: 9 mar. 2019. COHEN, E. D. Um estudo de caso do uso do marketing multicanal em um estabelecimen- to de confecções têxteis. Anais do Simpósio de excelência em gestão e tecnologia. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/321110208_Um_estudo_de_ caso_do_uso_do_Marketing_Multicanal_num_estabelecimento_de_confeccoes_texteis. Acesso em: 10 mar. 2019. KOTLER, P.; KELLER, K. Administração de Marketing. 14. ed. São Paulo: Pearson Educa- tion, 2012, cap. 15-16. SILVEIRA, D.; GAZZONI, M. PIB brasileiro cresce 1,0% em 2017, após 2 anos de retra- ção. Site G1, Rio de Janeiro, mar. 2018. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/ noticia/pib-brasileiro-cresce-10-em-2017-apos-2-anos-de-retracao.ghtml. Acesso em: 14 mar. 2019. SOCIEDADE BRASILEIRA DE VAREJO E CONSUMO. Estudo: o papel do varejo na econo- mia brasileira. (Atualização 2018). Disponível em: sbvc.com.br/estudo-o-papel-do-varejo- -na-economia-brasileira-atualizacao-2018/ Acesso em: 8 mar. 2019. http://www.abras.com.br/clipping.php?area=20&clipping=60625 http://www.abras.com.br/clipping.php?area=20&clipping=60625 https://www.researchgate.net/publication/321110208_Um_estudo_de_caso_do_uso_do_Marketing_Multicanal_num_estabelecimento_de_confeccoes_texteis. https://www.researchgate.net/publication/321110208_Um_estudo_de_caso_do_uso_do_Marketing_Multicanal_num_estabelecimento_de_confeccoes_texteis. https://g1.globo.com/economia/noticia/pib-brasileiro-cresce-10-em-2017-apos-2-anos-de-retracao.ghtml https://g1.globo.com/economia/noticia/pib-brasileiro-cresce-10-em-2017-apos-2-anos-de-retracao.ghtml http://sbvc.com.br/estudo-o-papel-do-varejo- -na-economia-brasileira-atualizacao-2018/ http://sbvc.com.br/estudo-o-papel-do-varejo- -na-economia-brasileira-atualizacao-2018/ Classificação de estabelecimentos varejistas UNIDADE 2 31 Esta unidade apresentará diferentes formatos de varejo, começando por estabelecimen- tos com lojas e suas diversas modalidades, abordando o comércio sem lojas e suas diferentes estratégias de contato com o consumidor, até apresentar as organizações de varejo e as formas pelas quais as empresas se relacionam, buscando benefícios mútuos. INTRODUÇÃO OBJETIVO Ao final desta unidade, o aluno deverá ser capaz de: • Aplicar as ferramentas de marketing às operações de varejo. 32 Varejo com loja O varejo é um mundo fascinante: são inúmeros formatos de loja existentes e uma infinidade de produtos e serviços para atender a diversos públicos em diferentes ocasiões de compra. As organizações varejistas com lojas — independentemente de sua natureza — geralmente se agrupam territorialmente e, como o próprio nome já diz, comercializam seus produtos e serviços dentro de uma loja física, que pode ser um supermercado, uma loja de especialidade, departamento, conveniência, entre outras. Antes de decidir por um modelo específico, é necessário conhecer seu público-alvo para entender que tipo de cliente é atraído por cada um dos formatos e em qual circunstância. Uma análise do comportamento de compra de um consumidor pode indicar que a escolha do formato de loja mais apropriado vai depender de sua necessidade. Um mesmo cliente pode optar por realizar a compra de uma grande quantidade de produtos (optando por maior variedade e preços mais baixos) em um hipermercado, uma ou duas vezes por mês, ou pode, de acordo com a sua disponibilidade de tempo e dinheiro, optar pela praticidade de comprar alguns itens todos os dias em lojas mais próximas de sua casa, as chamadas lojas de bairro. Uma coisa é certa: existem opções para os mais diversos tipos de consumidor e para as diferentes ocasiões de consumo! Como exemplo, podemos citar os supermercados. Geralmente, esse tipo de estabelecimento atrai consumidores que necessitam de produtos (emsua maioria alimentos) para a administração de seu dia a dia, ao passo que lojas de conveniência quase sempre estão localizadas em postos de abastecimento, ou estações ferroviárias ou áreas de embarque, e costumam atrair consumidores que não querem enfrentar longas filas ou percorrer grandes distâncias para comprar poucos produtos (na maioria dos casos, essas são compras por impulso). Exemplo 33 Dentre os diversos tipos de varejos com loja existentes, podemos adotar a seguinte classificação: 1) Varejista de alimentos, mercadorias em geral e de serviço: entre varejistas de alimentos, destacam-se os supermercados, empórios e mercearias, superlojas, lojas de conveniências, padarias e lojas de desconto. 2) Varejista de mercadorias: lojas especializadas, hipermercados, supercenters, lojas de departamentos, lojas especializadas em categoria, clubes atacadistas e ponta de estoque. Varejista de alimentos, mercadorias em geral e de serviços Envolve lojas cujas operações e receitas estão predominantemente relacionadas a produtos como alimentos e bebidas. É caracterizado por elevada capilaridade e especialização. Entre as diversas categorias, merecem destaque: • Hipermercados: são caracterizados pela grande variedade de tipos de produto oferecidos (50.000 itens) e pelas grandes áreas que ocupam (a partir de 8.000 m2, podendo atingir áreas superiores a 20.000 m2). Esses estabelecimentos seguem o conceito de “única parada para compras” (do inglês one stop shopping), vendendo bens de consumo não duráveis, semiduráveis e duráveis. Ex.: Carrefour e Wal-Mart. • Supermercados: com lojas que vão de 100 m2 a cerca de 5.000 m2 de área, os supermercados são lojas de autosserviço que oferecem, em média, 20.000 itens, em sua maioria do gênero alimentício, nos ramos de mercearia, carnes, frios, laticínios e hortifrutigranjeiros. Figura 1: Algumas redes de supermercados já disponibilizam aplicativos que permitem fazer compras, pagar, obter descontos especiais e muito mais. 34 • Minimercados ou supermercados de vizinhança: são lojas menores, com pouco estoque e número reduzido de marcas. Esse tipo de autosserviço geralmente atende a clientes que fazem compras de reposição (pequenas quantidades). • Mercearias, empórios ou armazéns: são comuns em lugares onde não há demanda para a instalação de um supermercado. Oferecem produtos alimentícios, como em um mercado, mas em menor escala, além de conveniência em termos de proximidade e atendimento personalizado. • Lojas de conveniência: geralmente, ficam abertas 24 horas e são parceiras de postos de combustíveis, podendo ser encontradas também em aeroportos, halls de hotéis e pousadas. Oferecem fast-food e alimentos prontos, cigarros, bebidas, materiais de higiene pessoal e de limpeza, entre outros itens que estão no cotidiano no consumidor. Varejista de mercadorias Esse conceito abrange estabelecimentos cujas operações e receitas estão relacionadas a uma grande diversidade de produtos. Entre as variadas categorias, podem ser apontadas: • Especialistas de categoria: as lojas especialistas, também chamadas de lojas “matadoras de categoria” (do inglês category killers), costumam se destacar pelo oferecimento de seus produtos para um nicho específico, conquistando uma imagem de autoridade no assunto. São operações que geralmente combinam grandes volumes de venda com margens de lucro baixas, devido a seu elevado poder de barganha perante os fornecedores. Exemplos de lojas especialistas são franquias de cosméticos e perfumes, como O Boticário; lojas esportivas especializadas em tênis, como a Centauro; e livrarias, como a Saraiva. Essas lojas podem se instalar próximas umas às outras, criando polos, como as malharias da rua Teresa em Petrópolis e as lojas de lustres no bairro de Benfica, no Rio de janeiro. Exemplo 35 • Lojas de desconto, off-price, ou loja de ponta de estoque: em geral são lojas multimarca que vendem roupas, calçados e acessórios de marca com etiqueta original. Os preços das peças são inferiores, pois os itens são de pontas de estoque, quebras de grade ou fora de temporada. As chamadas lojas de ponta de estoque se diferenciam apenas por serem de propriedade do varejista, que detém a marca das mercadorias, mas oferece produtos em permanente liquidação. • Varejo de serviço: um dos segmentos mais promissores, o varejo de serviços oferece opções para o consumidor que busca mais do que a venda apenas do produto — ele quer uma experiência de consumo. São lojas que não necessariamente vendem artigos tangíveis, mas prestam serviços aos clientes, como salões de beleza, academias de ginástica, clínicas de saúde, entre outras. • Pop up stores ou lojas temporárias: esses espaços possibilitam aos empreendedores abrir lojas físicas em lugares estratégicos, com curto prazo de duração — dias ou meses, criando um senso de urgência e de oportunidade. O termo é uma referência às janelas pop-up, que surgem na tela dos computadores e desaparecem rapidamente. Para os pequenos negócios, é uma possibilidade de conquistar novos clientes com baixo investimento e risco reduzido. Algumas marcas, como Nike e Puma, já exploraram essa estratégia de varejo. • Shopping centers: um capítulo à parte Os shopping centers tratam-se de espaços, do ponto de vista arquitetônico, projetados e vendidos como um lugar para compras, planejados para estimular e facilitar o consumo. Compostos de um conjunto de estabelecimentos de varejo de diferentes produtos, os shopping centers oferecem serviços e lazer (como lojas, lanchonetes, restaurantes, salas de cinema, playground e estacionamento). São compostos por lojas do tipo âncora e do tipo satélite, por praça de alimentação e espaços de entretenimento, com recursos de climatização ambiental, segurança para lojistas e clientes, estacionamento e outros serviços de apoio. Figura 2: Ampliar a oferta de experiências aos clientes, em vez de oferecer apenas opções de compras, é a estratégia mais utilizada pelos shopping centers. 36 “Lojas-âncora” são aquelas que geram tráfego de consumidores para todo o shopping center. São marcas fortes que ocupam espaços grandes e agem como pontos de atração para os clientes, como supermercados, lojas de eletroeletrônicos, cinemas e restaurantes do tipo fast-food. Já as “lojas-satélite” são as outras: pequenas e médias, dos mais variados tipos de negócios. Tipos de shopping centers Nome do Modelo Definição Exemplo Modelo Regional É de grande porte e atende a uma grande região geo- gráfica. Tem administração central e distribuição de lojas com uma ou mais lojas-ân- cora, além de inúmeras lojas- -satélite. Comercializa merca- dorias variadas e, em geral, é configurado por edifícios com as lojas voltadas para uma circulação interna. Barra Shopping (Rio de Janeiro) Modelo Comunitário É menor do que o regional, sua principal loja costuma ser uma loja de departamento ou de especialidade. Shopping da Gávea (Rio de Janeiro). Modelo de Vizinhança Atende a necessidades coti- dianas, de conveniência. Ofe- rece um número limitado de lojas e uma área de influência restrita. Barra Point Shopping Center (Rio de Janeiro). Modelo Especializado ou Temático Apresenta um conjunto de lo- jas específico, orientado para um determinado tipo de pro- duto, como os mercados au- tomotivo e de decoração. Casa Shopping (Rio de Janeiro). Saiba mais 37 Outros estabelecimentos varejistas Lojas generalistas Compram e revendem as mais diversas categorias de produtos, buscando atender às necessidades de um público-alvo abrangente. Lojas de departamento de oferta completa São estabelecimentos que oferecem ampla gama de produtos expostos separadamente, em setores. No Brasil, esse tipo de varejo não sobreviveu às mudanças de comportamento do consumidor (ex.: Mesbla e Mappin). Lojas de departamento de oferta limitada, miniloja de departamentos ou magazine São modelos compactos das lojas de departamento, pois oferecemuma linha de produtos menor e especializada. (Ex.: Casas Bahia, Magazine Luiza, Renner.) Lojas de especialidades Uma loja de especialidade é um tipo de loja que concentra suas vendas em uma gama de itens específicos e especializados (ex.: alimentício, não alimentício, mobiliário, vestuário, artigos esportivos, eletrodomésticos, joias, perfumes e cosméticos, entre outros). Especializando suas operações, podem atender a determinados segmentos de mercado com mais eficiência. Ex.: Tok&Stok, Cacau Show, Mundo Verde. Além dos tipos de varejo apresentados, existem ainda outros tipos, considerados empreendimentos de varejo planejado, como os centros comerciais instalados em aeroportos, estações rodoviárias e ferroviárias, as galerias instaladas em edifícios comerciais de escritórios e seus corredores com lojas de vizinhança e os denominados centros comerciais não planejados comuns nas áreas centrais das cidades ou nas ruas principais dos bairros, como os mercados públicos e feiras livres, os centros comerciais populares e seus estabelecimentos autorizados e, ainda, os vendedores ambulantes e informais (o conhecido camelô). 38 É importante ressaltar que toda atividade varejista deve ter como foco o cliente e, portanto, investir em tecnologia e em estratégia. Esquecer-se de procurar conhecê-lo e encantá-lo sempre, estreitando os laços de relacionamento proporcionando uma experiência agradável de serviço e atendimento, é jogar dinheiro fora. Importante MIDIATECA Acesse a midiateca e leia o artigo a Reinvenção da loja: comércio agrega outros serviços para não perder clientes. 39 Varejo sem loja Varejo sem loja A atividade de vendas no varejo sem a necessidade de lojas físicas já existe há bastante tempo. No Brasil, a venda por catálogo existe desde a década de 1940, portanto não é nenhuma novidade. Também não são novidade as ações de venda direta, mala direta, televendas, vendas pela televisão, vendas porta a porta e máquinas de vendas, que também podem ser classificadas como varejo sem loja. O que há de novo é que, a partir do crescente avanço tecnológico proporcionado pelo advento da internet, as empresas começaram a adotar novas tecnologias de informação e de gestão, que modernizaram (e aumentaram exponencialmente) o sistema do comércio varejista, sem que houvesse a necessidade de utilização de unidades físicas constituídas, o que mudou a face da economia brasileira. Embora a maioria da população ainda prefira comprar em lojas físicas, o crescimento percentual de consumidores que utilizam a internet para realizar as suas compras também é uma realidade. O medo de realizar uma operação que lhe cause prejuízo vem sendo diminuído devido aos investimentos que as empresas de e-commerce estão fazendo em selos de reputação e de segurança, bem como na criação de mecanismos que ofereçam garantias de transações eletrônicas práticas e seguras a seus clientes. Na internet se comercializam diversas categorias de bens tangíveis e intangíveis, como: alimentos, eletroeletrônicos, livros, cosméticos, serviços bancários, seguros automotivos e consultorias. Segundo informações da 38ª edição do relatório Webshoppers, produzido pela Ebit|Nielsen e realizado desde 2001, o segmento cresceu 387% nos últimos dez anos. Houve um salto de faturamento de R$ 14,8 bilhões, em 2008, para uma projeção de faturamento de R$ 53,4 bilhões em 2018. 40 Webshoppers 38: e-commerce fatura R$ 23,6 bilhões no 1° semestre de 2018, alta de 12,1% Setor deve fechar o ano com crescimento na mesma proporção e vendas totais de R$ 53,4 bilhões. (Disponível em: <https://www.nielsen.com/br/pt/insights/news/2018/Webshoppers- -38-e-commerce-fatura-vinte-e-tres-bilhoes-no-primeiro-semestre-de-2018-alta-de-do- ze-porcento.html>.) Saiba mais O varejo sem loja não conta com pontos fixos para a operação, atuando com venda e exibição de produtos pela internet. Essa característica tem exigindo esforços das empresas para compreenderem o perfil do seu consumidor, que não deseja mais ir a uma loja para realizar a compra. Na web, ocorre todo o processo de gerenciamento do ciclo de vida do negócio, desde a propaganda até a venda (e entrega ao consumidor final), incluindo aí gestão dos pedidos, manufatura, distribuição, serviços ao cliente, suporte pós-venda e reposição de estoques. Esse processo de gestão é chamado de e-commerce. Figura 3: No decorrer dos últimos 20 anos, a internet se tornou a porta da frente das lojas. https://www.nielsen.com/br/pt/insights/news/2018/Webshoppers-38-e-commerce-fatura-vinte-e-tres-bilhoes-no-primeiro-semestre-de-2018-alta-de-doze-porcento.html https://www.nielsen.com/br/pt/insights/news/2018/Webshoppers-38-e-commerce-fatura-vinte-e-tres-bilhoes-no-primeiro-semestre-de-2018-alta-de-doze-porcento.html https://www.nielsen.com/br/pt/insights/news/2018/Webshoppers-38-e-commerce-fatura-vinte-e-tres-bilhoes-no-primeiro-semestre-de-2018-alta-de-doze-porcento.html 41 O comércio de produtos via web apresenta várias vantagens em relação ao varejo com lojas. A principal delas, sem sombra de dúvidas, é o fato de permitir acesso a produtos antes difíceis de serem encontrados e oferecer a comodidade de adquiri-los sem sair de casa, o que está relacionado à conveniência de tempo e lugar, enfatizando a percepção de conforto e praticidade. Outro ponto importante: como não há a necessidade de espaço físico e funcionários, há uma diminuição de custos que pode ser repassada para os clientes. Principais diferenças entre o varejo sem loja e o varejo tradicional As lojas virtuais, assim como as lojas físicas, como ponto de vendas, exigem cuidados especiais. Assim sendo, diversas ferramentas promocionais devem ser trabalhadas para a obtenção de vantagens competitivas. Varejo com loja Fachada: serve como ponto de atração e contato. Decoração externa e interna. Layout: o cliente percorre os corredores da loja procurando os produtos em gôndolas, estantes, cabides etc. Horários e ponto fixo: como a loja está em um ponto fixo, existe a necessidade de deslocamento do cliente, que deve estar atento aos horários de funcionamento (abertura e fechamento da loja). Facilidade de acesso: preocupação em posicionar as lojas em vias de acesso que favoreçam o deslocamento físico do cliente. Varejo sem loja Layout gráfico das páginas. Navegabilidade: o cliente navega pelas páginas do site, vasculhando informações e visualizando os produtos. Acesso 24 horas: o cliente está em qualquer lugar, acessando o site 24 horas por dia. 42 Criação de links de atração: existência de links em outros sites favorece o aumento do tráfego de visitantes para o site. As categorias do varejo sem loja As categorias do varejo sem loja, baseadas no tipo de interação entre o varejista e o consumidor final, são: canais de contato pessoal, canais de marketing direto, canais por máquinas de venda automática e canais eletrônicos. Canais de contato pessoal Esse formato, que apresenta diferentes denominações, como “venda direta”, “venda multinível”, “marketing de rede” e “venda porta a porta”, demanda demonstração de produtos e atendimento personificado (face a face). Sua vantagem é a maior conveniência do consumidor, que recebe o vendedor (via de regra um revendedor autônomo) em seu domicílio ou em seu local de trabalho. Essa alternativa, que enfatiza a relevância da comunicação interpessoal entre dois indivíduos ou mais, ganha maior número de adeptos ano a ano, uma vez que exige um baixo investimento inicial ou mesmo nenhum investimento, permitindo a qualquer pessoa associar-se a grandes marcas. É um modelo apoiado pelo uso de catálogos impressos, mídias sociais e sites na internet e que possui maior penetração principalmente nas classes C, D e E. Os canais de venda pessoal geralmente dependem das habilidades pessoais dos revendedores, exigindo esforços das empresas para capacitá-los e padronizar o atendimento. Exemplos de empresas que usam variantes desse tipo de canal: Hinode,Yakult, Avon, Natura, Mary Kay, Tupperware, Amway. Exemplo 43 Canais de marketing direto As estratégias de marketing direto utilizam um sistema interativo que inclui um estímulo da empresa vendedora e uma potencial resposta do cliente final. Dentre as vantagens que os canais de marketing direto podem oferecer na comparação com os demais canais, podemos apontar: redução de custos com visitas dos revendedores; comunicação da oferta para um público específico; personalização da oferta e rápida mensuração de respostas. São empregadas ferramentas como mala direta, telemarketing, informerciais, e-mail marketing etc. Vamos conhecer um pouco mais sobre cada uma dessas ferramentas: Mala direta Impressos enviados pelo correio para clientes potenciais em um endereço específico. Podem ser cartões-postais, folhetos, propostas, catálogos, DVDs etc. TV shopping Formato em que, através da TV, con- sumidores assistem a um programa que demonstra o uso de produtos, incenti- vando a sua compra pelo telefone ou pela internet. Também chamados de infor- merciais. Telemarketing É um canal utilizado tanto como pré- -venda, marcando a visita de um vende- dor, por exemplo, quanto para a venda completa, no caso de assinatura de revistas. E-mail marketing É um tipo de es- tratégia em que o correio eletrônico é utilizado como canal de comunica- ção direta entre em- presas e clientes. Canais de venda por máquinas automáticas As chamadas máquinas de vendas, ou vending machines, são utilizadas em vários locais do mundo desde a década de 1970. Esses equipamentos de autosserviço estão à disposição de clientes 24 horas por dia, sete dias por semana, oferecendo conveniência de tempo e de lugar (podem ser encontradas em locais de alto tráfego de pessoas, como shoppings, estádios, estações de trem e metrô, condomínios, universidades, escritórios, hotéis, hospitais etc.). Antigamente, vendiam apenas chicletes e jornais; 44 hoje, encontramos vending machines dos mais variados produtos, como refrigerantes, café, balas, lanches, revistas, livros, óculos, tênis, pizzas e serviços gráficos e bancários. É um tipo de varejo com elevado potencial de crescimento, pois a tecnologia empregada reduz os custos de operação e as adaptações nas máquinas e nos processos permitem a comercialização de diversos tipos de produtos. Canais eletrônicos O varejo eletrônico é o canal que utiliza a internet como um meio para realizar suas operações. Também chamado de comércio eletrônico, varejo on-line, comércio eletrônico, comércio on-line, e-commerce, loja virtual, é um varejo que cresce consideravelmente à medida que as empresas o adotam e é universalizado o acesso à internet e ao cartão de crédito. No início, as operações de e-commerce eram realizadas basicamente para venda de produtos como livros e CDs. Hoje, comercializam diversos tipos de produtos, como roupas, perfumes, alimentos e até produtos que custam milhões, como (pasmem!) iates, carros de luxo e mansões. Nessa modalidade de varejo, as empresas elaboram e mantêm um site que é acessado pelo consumidor por meio de equipamentos eletrônicos – móveis (telefones celulares e tablets) ou não (computadores e televisores). Com a evolução do consumo de telefones celulares e o surgimento de novos aplicativos e novas funcionalidades, a tendência do varejo on-line é crescer, tanto em número de usuários como em volume de operações. No Brasil os maiores exemplos de sites de e-commerce são o mercadolivre. com e os sites da B2W Digital, que envolvem os sites da americanas.com, Shoptime e Submarino. Exemplo Figura 4: A tecnologia tem contribuído para grandes evoluções em nossas vidas, e as compras virtuais são um excelente exemplo desse novo padrão de consumo. 45 MIDIATECA Para aprofundar seu conhecimento sobre o que acontece no e-commerce, acompanhe o canal E-commerce Brasil, no YouTube, e o site POPAI, dedicado ao desenvolvimento do marketing de varejo no ponto de venda. E o futuro do e-commerce? O futuro das organizações de varejo on-line, obrigatoriamente, passa pela compreensão de que essa é uma atividade que envolve tecnologia cercada de desafios logísticos por todos os lados. As oportunidades de transformação e crescimento nos negócios dependem da resolução de aspectos essenciais, como garantias de entrega no prazo, facilidade de acesso ao crédito, gestão de inventário e disponibilidade dos bens de consumo e atendimento rigoroso do Código de Defesa do Consumidor. A convergência de mídias aponta para uma experiência combinada entre formatos tradicionais e inovadores, entre comércio com e sem loja. Cada vez mais, o consumidor bem informado irá optar pelas empresas que lhe oferecerem, de modo integrado e simultâneo, a convergência de todos os canais, isto é, que são multicanais ou omni- channel, explorando ao máximo as possibilidades de interação entre o varejista e o consumidor final nos universos on e off-line, em uma experiência de compras com conveniência, sem restrições de local, horário ou meio. 46 Organização de Varejo Organizações de varejo Nas aulas anteriores, podemos verificar que o varejo tem crescido exponencialmente e experimentado mudanças em suas formas de segmentação e atuação. Estamos cercados de operações de varejo o tempo todo, desde a pequena mercearia de esquina até grandes corporações transnacionais, como as gigantes Carrefour e Wall Mart, no setor de hipermercados; Amazon e AliBaba, que dominam o comércio on-line no mundo; C&A e Forever 21, na moda; a francesa Leroy Merlin, no setor de produtos para o lar. A oferta de opções no mercado varejista tem se ampliado a partir do entendimento do comportamento de compras dos consumidores e da busca por diferenciação por parte dos competidores. Então, conhecer os diversos tipos de varejo e sua classificação é tarefa muito importante. Figura 5: Com sede em Seattle, nos EUA, a Amazon foi umas das primeiras a obter relevância no mercado de comércio eletrônico. [ Além da classificação em categorias com e sem loja e por tipo de mercadoria comercializada, os estabelecimentos varejistas podem ser classificados por tipo de propriedade, isto é, quem é o dono da loja, ou pela relação que o negócio tem com outras organizações: estabelecimentos independentes com uma só loja; redes corporativas; associativismo e cooperativas de varejo; departamentos alugados e franquias. 47 Estabelecimentos independentes com uma só loja Na maioria dos casos, esses negócios costumam ter capital familiar, como floriculturas, papelarias e padarias. Por não adotarem modelos gerenciais sofisticados ou precisarem de alto investimento tecnológico, esses estabelecimentos oferecem como principal vantagem uma gestão menos complexa para o lojista e atendimento mais personalizado e ágil na resposta às necessidades dos clientes. Um outro modelo de loja independente pode ser encontrado nas chamadas lojas de fábrica. Essas lojas costumam vender exclusivamente os produtos de sua marca e, por serem geralmente administradas diretamente pelos proprietários, costumam ter maior capacidade de decisão em suas ações, posto que geralmente são eles mesmos que se encarregam das compras e vendas e do contato direto com os consumidores. Exemplos: as lojas Vila Romana, Tramontina e Cia. Hering. O varejo corporativo O varejo corporativo ou as organizações de varejo são classificados, principalmente, em três categorias: redes corporativas, cooperativas de varejo e franquias. • Redes corporativas: podemos dizer que quando lojas varejistas são de propriedade de uma única empresa ou de um mesmo grupo controlador, ficando todas elas sob a mesma direção, uma rede corporativa de varejo é constituída. A grande vantagem desse tipo de empreendimento é a obtenção de economia de escala em aspectos como compras, propaganda, tecnologia, logística e pesquisa de marketing. Por outro lado, a desvantagem desse modelo de negócios geralmente está relacionada com as dificuldadesimpostas para o controle da rede e pela menor agilidade na adequação às diferentes características dos consumidores de cada loja. • Associativismo e cooperativas de varejo: a segunda categoria é constituída por cooperativas de varejo. São considerados cooperativas de varejo os grupos de empresas independentes que estabelecem uma organização central de compras e partilham de esforços conjuntos de promoção e vendas. É comum a ideia de associativismo partir de empresas que, mesmo sendo independentes (cada um administra sua própria loja) e competindo no mesmo ramo de atividade, unem suas forças para conseguir economia de escala e melhores condições na disputa com as grandes empresas. Como exemplos, temos as Rede Construir, do segmento de materiais de construção, e a Redeconomia e Rede Unno de Supermercados, apenas para citar algumas. 48 Outros tipos de cooperativa comuns no mercado de varejo • Cooperativas voluntárias criadas por um atacadista: os atacadistas criam uma rede de varejistas voluntários que aderem à cooperativa com o objetivo de obter melhores condições de compra e apoio mercadológico e tecnológico. • Cooperativa de propriedade de consumidores: é a iniciativa que reúne consumidores de bens de uso pessoal e doméstico (ex.: supermercado). O serviço oferecido é a compra em comum desses bens. • Cooperativas formadas por varejistas independentes: são grupos de varejistas independentes, cujo principal objetivo é obter melhores condições de abastecimento, pelo poder de barganha conseguido por meio do maior volume de compras. • Departamentos alugados: tipo de negócio em que uma determinada empresa aluga, opera e gerencia um departamento dentro de uma loja. Essa composição pode ocorrer em uma loja tradicional, como a Casa do Pão de Queijo dentro da Saraiva Megastore, por exemplo. Franquia ou franchising A franquia ou franchising é um sistema de parceria empresarial no qual uma empresa franqueadora concede a terceiros, mediante remuneração, licença de uso de sua marca e conhecimento de operação de negócio, que foi previamente testado e demonstrado como eficiente. Quem está cedendo os direitos é chamado franqueador, e quem recebe, MIDIATECA Para aprofundar seu conhecimento sobre cooperativas de varejo, acesse o artigo Vantagens decorrentes da formação de associações de compras: um estudo de caso, indicado pelo professor. 49 franqueado. No varejo, o sistema de franquias está associado à prestação de serviços e à venda de produtos em setores como alimentação, moda, decoração, saúde, limpeza, manutenção, entre outros. Figura 6: Franchising é um modelo de empreendimento baseado na venda de licença de uso de um negócio com marca, know-how, estruturas, rotinas e produtos/serviços desenvolvidos por um franqueador. Entre os pontos em comum entre franchising e associativismo, estão a possibilidade de economias de escala na realização de compras em grupo, rateio de custos de campanhas publicitárias que beneficiam toda a rede e também o compartilhamento de informações. Dentre as vantagens que uma franquia pode oferecer, podemos citar uma maior taxa de sucesso do que outros negócios (porque já foi testado) e o “conhecimento” tecnológico e de mercado repassado pelo franqueador. As principais desvantagens desse modelo de negócios são principalmente o elevado valor pago no início do investimento e a pouca independência na condução do negócio. Importante 50 NA PRÁTICA Nesta unidade, você foi apresentado a variadas formas de organizações de varejo. É claro que todas elas apresentam vantagens e desvantagens, riscos e oportunidades. Para saber qual é a estratégia de expansão ideal para os negócios, é necessário refletir sobre o desempenho de empresas participantes de redes de cooperação, participantes de franquias e empresas individuais. Para ajudar nessa reflexão, leia o artigo Cooperar vale a pena? Uma análise comparativa do desempenho de empresas em rede, participantes de franquias e empresas individuais, Disponível em: <http://www.raunimep.com.br/ojs/index.php/ regen/article/viewFile/838/665>. http://www.raunimep.com.br/ojs/index.php/regen/article/viewFile/838/665 http://www.raunimep.com.br/ojs/index.php/regen/article/viewFile/838/665 51 Resumo da Unidade 2 Nesta unidade, foram apresentados três aspectos possíveis de estabelecimento de atividades em diferentes formatos de varejo: o chamado varejo com loja, em que a atividade varejista se desenvolve em um ponto comercial ou uma loja física; o segundo aspecto, denominado varejo sem loja, que apresenta as variadas possibilidades de varejo baseadas no tipo de interação entre o varejista e o consumidor final, como os canais de contato pessoal, canais de marketing direto, canais por máquinas de venda automática e canais eletrônicos; o terceiro aspecto relaciona-se à questão da propriedade e os tipos de relação entre organizações varejistas. CONCEITO Esta unidade apresentou diferentes formatos de varejo, considerando três aspectos. O primeiro levou em consideração a existência, ou não, de um ponto comercial ou de uma loja física, o chamado varejo com loja. O segundo tópico dessa unidade abordou as variadas possibilidades de varejo sem loja, ou seja, as estratégias de marketing que não estão limitadas aos espaços físi- cos convencionais e que estão relacionadas ao varejo eletrônico (e-commerce), ven- da direta, marketing direto, máquinas automáticas e varejo eletrônico. No terceiro tópico foram apresentadas as situações em que organizações varejistas estabelecem alianças estratégicas — integral ou parcialmente — para se beneficia- rem da tomada de decisões em conjunto, como economias de escala, maior poder de barganha perante os fornecedores, maior reconhecimento de marca e melhor capacitação dos funcionários. 52 Referências KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 14. ed. São Paulo: Pearson, 2012, p. 361-578. LAS CASAS, A. L. Marketing de varejo. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2013, p. 14-93. Gestão do composto de Marketing de Varejo UNIDADE 3 54 Nesta terceira unidade, mostraremos como as empresas de varejo podem utilizar três variáveis fundamentais para o composto de marketing: produto, preço e promoção (a distribuição, ou praça, foi abordada nos capítulos anteriores) de maneira integrada para tornar seus produtos e serviços atraentes para os usuários/consumidores, satisfazendo suas necessidades e seus desejos, e impactando o atingimento dos objetivos dos varejistas. Na primeira aula, falaremos sobre o mix de produto, destacando suas dimensões, suas estratégias e seus níveis hierárquicos. As estratégias de preço de produtos e serviços serão o tema da segunda aula desta unidade. Nela, abordaremos o estabelecimento de uma política de preços, detalhando seu processo de planejamento e os aspectos comportamentais, ambientais e corporativos que o cercam. Na terceira aula, introduziremos o conceito de comunicação integrada de marketing e suas ferramentas, explorando suas alternativas e ferramentas de comunicação. INTRODUÇÃO OBJETIVO Nesta unidade, você será capaz de selecionar os conteúdos técnico e conceitual sobre gestão do marketing de varejo, incluindo decisões sobre o composto do produto, estratégias de precificação e, ainda, a comunicação de marketing do varejo. 55 Mix de produtos O composto de produtos, ou mix de produtos, é a definição dada para a variedade de itens que uma empresa põe a venda, isto é, o portfólio de mercadorias que uma loja oferece aos consumidores. Ele existe para conseguir atender às necessidades de diversos segmentos de clientes e alcançar cada vez mais uma fatia maior de seu mercado. A principal diferença entre bens ou produtos e serviços é que um negócio baseado em produtos vende objetos físicos, como um eletroeletrônico ou alimentos, enquanto um negócio baseado em serviços comercializa algum tipo de serviço demandado pelos consumidores — como aqueles oferecidos por um cabeleireiro em um salãode beleza ou por uma academia de ginástica. Os bens tangíveis, denominados “produtos”, podem ser divididos em bens não duráveis, isto é, consumidos rapidamente e comprados com frequência, como pasta de dente, por exemplo, e bens duráveis, aqueles que são usados por períodos de tempo mais longos, adquiridos com menos frequência, que possuem maior envolvimento no processo de decisão de compra e podem ser utilizados várias vezes, como automóveis. Os serviços, por sua vez, são puramente intangíveis, isto é, não assumem a forma de um bem material. São produtos da atividade humana que satisfazem a uma necessidade e que, por serem intangíveis, não podem ser testados antes da compra e possuem forte elemento de percepção, como consultas psicológicas, por exemplo. Ainda que o sucesso das vendas de uma organização não dependa somente dele, e sim do trabalho integrado entre todas as variáveis do composto de marketing (produto, preço, praça e promoção, lembra-se?), o produto é parte integrante de qualquer estratégia mercadológica bem-sucedida. Por essa razão, a definição acertada do mix de produtos é essencial para garantir a prosperidade dos negócios de uma organização. O produto serve para sua equipe entender e definir quais são os atributos e as características do que é oferecido. Assim, algumas perguntas devem ser respondidas antes de considerar sua oferta: • Qual é o nome? E sua marca? • Quais necessidades e/ou desejos dos clientes devem ser atendidos por seu produto/ serviço? • Como sua oferta se diferencia das outras oferecidas? Existem alternativas de cores, tamanhos e estilos disponíveis? 56 • Quais são seus atributos (características estéticas e funcionais do produto, estrutura, recursos) e benefícios (resultados esperados com o uso do produto)? • A qual tipo de cliente ele se destina? Como, quando e onde o cliente irá utilizá-lo? A importância de um mix de produtos bem elaborado Quanto maior for sua oferta de produtos, maior será a possibilidade de alcance. Isso ocorre porque, mesmo dentro de um público-alvo específico, os gostos e as necessidades variam: não existe um único produto que possa agradar a todas as pessoas. As empresas devem considerar que disponibilizar um composto de ofertas, constituído por vários tipos de produtos e marcas, é uma estratégia mais inteligente que a oferta de apenas um item. Com um mix de produtos que seja sortido e adequado, torna-se muito mais fácil atingir mais pessoas e fazer com que elas comprem mais. Saiba mais O mix de produtos da Avon consiste nas seguintes linhas de produtos: per- fumes, maquiagem, cuidados diários (cabelos, unhas), cuidados com a pele e produtos infantis. Cada linha de produto consiste em diversas sublinhas. Por exemplo: a linha de cosméticos se subdivide em batom, rímel, pó compacto, e assim por diante. Cada sublinha tem muitos itens individuais. No Brasil, o mix de produtos da Avon oferecido pela empresa inclui cerca de 1.300 itens. https://www.avon.com.br/#/. Acesso em: 25 fev. 2019. https://www.avon.com.br/#/ 57 Figura 1: O portfólio da Nestlé abrange diversas categorias de alimentos e bebidas. A foto mostra apenas uma parte da extensa linha de chocolates que a empresa oferece. Um mix de produtos bem elaborado é essencial para o sucesso da estratégia de vendas de qualquer negócio, pois ele pode ampliar a chance de conquista de uma parcela cada vez maior de clientes, afinal, quanto maior for a variedade, maior será a possibilidade de expansão do mercado de atuação, podendo alcançar outros nichos. Saiba mais “Mix de produtos” é o conjunto de todos os produtos que uma empresa oferece a seus clientes. Ele é previamente definido pelos profissionais de marketing de varejo, com suporte do setor de compras das empresas varejistas, mas pode ser flexibilizado em redes compostas por filiais. O mix de produtos pode variar de acordo com especificidades de cada loja quanto: 1. Ao perfil do público-alvo, como nível de renda, hábitos de compra e faixa etária. 2. Às características da unidade, como área e volume de vendas. 3. A aspectos de mercado, como localização geográfica, clima e concorrência. De qualquer forma, independentemente do grau de flexibilização do mix de produto, defini-lo é uma operação complexa e envolve considerações sobre dimensões, estratégias, fatores, influenciadores, limitações e hierarquia. 58 Estratégias para a definição do mix de produtos A definição de uma estratégia de diferenciação do mix de produto é uma tarefa importan- tíssima para qualquer organização. Para isso, ela deverá levar em consideração as quatro dimensões do mix de produtos: abrangência, extensão, profundidade e consistência. Abrangência: refere-se não só ao número de diferentes linhas de produtos com que a empresa trabalha, como também aos públicos atingidos. Uma empresa como a Unilever, por exemplo, comercializa alimentos, produtos de limpeza para o lar e produtos de higiene pessoal. Ela possui um amplo mix de produtos ofertados em diversas linhas. A abrangência desse portfólio, dependendo da quantidade de categorias de produtos disponibilizada, pode ser larga ou estreita. Extensão: refere-se ao número de produtos em cada linha, ou alternativas diferentes em cada categoria de produto. A extensão é o total de itens que a empresa produz dentro de cada uma de suas linhas. A extensão de uma linha de produtos é a estratégia utilizada pela empresa para complementar uma linha de produto existente com novos estilos, tamanhos ou modelos. Para entender um pouco melhor o conceito de abrangência, é só considerarmos que uma loja especializada em venda de roupas para bebês, por exemplo, possui uma abrangência estreita de oferta de linhas de produtos. Por outro lado, um hipermercado que oferta produtos alimentícios, eletroeletrônicos, produtos de limpeza, itens de vestuário e de decoração, entre outros, pode ser considerado como tendo abrangência larga. Exemplo 59 A P&G possui marcas que atendem a desejos diferentes do consumidor. Ela comercializa oito tipos diferentes de embalagens de sabão em pó, seis sabonetes para as mãos, seis xampus e quatro detergentes que competem contra as marcas concorrentes específicas. Exemplo Profundidade: corresponde ao número de artigos oferecidos ao mercado consumidor em cada linha de produtos. Para saber a profundidade de uma linha de produtos, basta fazer o seguinte cálculo: abrangência × profundidade, isto é, multiplicar o número de linhas de produtos pelo número de itens em cada uma delas. Consistência: corresponde ao grau de proximidade do mix, à sua correlação com as necessidades do consumidor e aos produtos selecionados para satisfazê-las. Diz-se que um mix tem consistência (homogeneidade) quando existe um grau de proximidade e relacionamento entre as várias linhas de produto no que diz respeito a aspectos como exigências de produção, canais de distribuição (armazenagem e transporte), atendimento e vendas, propaganda e serviços extras, entre outras características. Para se ter uma ideia, uma empresa como a Piraquê pode oferecer biscoitos com a mesma marca, porém com três tamanhos de embalagem (50 gramas, 100 gramas e 200 gramas) e cinco sabores (baunilha, morango, chocolate, laranja e canela). Nesse caso, a profundidade dessa linha será de 15. Exemplo 60 As linhas de produtos Nestlé apresentam consistência porque são comercializadas para os mesmos tipos de clientes e vendidas nos mesmos canais de distribuição. No entanto, são menos consistentes, pois realizam diferentes funções para os compradores. Exemplo Essas dimensões permitem à empresa expandir seus negócios de quatro maneiras. Ela pode: • Ampliar a abrangência de seu mix adicionando novas linhas de produtos. • Aumentar a extensão total de itens do mix de produtos oferecidos em cada linha de produtos. • Adicionar outras opções para cada produto, aprofundando seu mix. • Buscar maior consistência entre as linhas e os produtos. Modificações no
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