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GRUPO SER EDUCACIONAL LETRAS - PORTUGUÊS METODOLOGIA DO ENSINO DA LINGUAGEM DISCENTE: DÉBORA STEFANY SILVA DO NASCIMENTO OS MODELOS, MODOS E ESTRATÉGIAS DE LEITURA RECIFE, 2022 O processo de desenvolvimento do hábito de leitura está cada vez mais intrínseco nas escolas, ainda sendo um desafio para os profissionais da área, visto que grande parte dos indivíduos que integram às instituições de ensino básico vêm de famílias cujo esse hábito não foi desenvolvido, ou seja, não há influência prévia familiar, com isso, parte dos alunos chegam à escola sem uma bagagem literária, o que dificulta o processo de ensino-aprendizagem na área da literatura, por exemplo. Esse problema também é refletido em outras áreas do conhecimento, ora, se o aluno não tem o hábito de ler, dificilmente conseguirá desenvolver as competências nas outras áreas do conhecimento, pois todas exigem leitura e interpretação para que haja o entendimento do assunto abordado em cada disciplina. Segundo (KLEIMAN,1989), a leitura necessita admitir que o leitor apreenda o sentido do texto, não podendo modificar-se em mera decifração de signos linguísticos sem a abrangência dos mesmos. Ou seja, não basta apenas saber ler, juntar as letras e formar sílabas, juntar as sílabas e formar palavras, juntar palavras e formar frases e juntar frases e formar textos. É necessário que haja uma compreensão do que se está lendo e também uma interpretação, só assim, um indivíduo tornar-se-á um leitor. Todo esse processo leva um tempo, até que o aluno se torne um leitor. Por isso, cabe ao professor de língua portuguesa, seja na aula de literatura e/ou produção textual, aplicar os modelos e estratégias de leitura, a fim de fazer com o que os alunos comecem a se familiarizar com textos, compreensão textual e interpretação textual e, futuramente, sejam capazes de produzir seus próprios textos. Sobre os modos de leitura, o crítico literário Todorov diz que a análise das obras literárias na escola deveria ter como tarefa nos fazer ter acesso ao sentido dessas obras – pois postulamos que esse sentido, por sua vez, nos conduz ao conhecimento do humano, o qual importa a todos. Ainda segundo ele “todos os „métodos‟ são bons, desde que continuem a ser meios, em vez de se tornarem fins em si mesmos” (Todorov, 2010, p 90). Esses métodos e modos de ler dizem respeito aos métodos usados pela crítica literária, ou seja, no trabalho com textos em sala de aula, devem ser aplicadas às várias correntes teórico-críticas apreendidas pelo professor em sua formação, quer sejam o formalismo russo, estruturalismo, semiótica, crítica de gênero, etc., a fim de desenvolver no aluno, também, um olhar crítico sobre as obras trabalhadas. Em relação aos modelos, cabe ressaltar que eles abarcam também as estratégias de leitura, as quais são as ascendente, descendente e integradora. A estratégia ascendente ocorre quando o leitor não tem um conhecimento prévio da obra e/ou texto que está lendo. Sendo esse o primeiro contato do leitor com o conteúdo, o processo de entendimento da informação vem por meio da decodificação, seguindo a seguinte sequência: letras, sílabas, palavras, frases. É a estratégia do desconhecido, um exemplo a ser utilizado é quando o leitor se depara com uma palavra nunca vista anteriormente. Num primeiro contato, ele juntará as letras para formar as sílabas e assim, conseguir ler a palavra em questão. A estratégia descendente diz respeito à construção de sentido da leitura feita por meio de um conhecimento prévio que o leitor tem sobre a obra lida. A sequência muda em relação ao modo anterior, sendo a seguinte: letras, sílabas, palavras, contexto. Nesse sentido o contexto possibilita a leitura e interpretação do texto lido, ainda que haja erros gramaticais sutis, que não interfiram diretamente na construção de sentido. Um exemplo são textos, frases, ou palavras em que há a substituição de uma letra por um número. Essa modalidade começou a ser utilizada recentemente em redes sociais quando a pauta utiliza algum assunto delicado, sujeito a bloqueio da própria rede. Palavras como: violência, sexo, crime, abuso, estão sendo escritas da seguinte maneira: "vi0l3ncia", "s3x0", "cr!m3", "@bus0". Aqui, há uma troca de algumas letras por números e caracteres especiais, mas, para um leitor que já possui uma bagagem tanto gramatical como literária, essa troca não interfere na leitura e nem na interpretação do texto dentro de um contexto. Por fim, a estratégia integradora sugere uma interação entre o leitor e o texto. Se dá pela junção do modo ascendente com o modo descendente, possibilitando ao leitor uma interpretação mais completa do texto, inferências, visão crítica, uma decodificação completa e para além disso, o aluno pode trazer a sua visão do texto, perceber que a leitura é um processo constante de levantamento e verificação de hipóteses, tornando perceptível a importância da constância na leitura. Ao aplicar esses métodos, modos e estratégias de leitura, o professor conseguirá êxito em suas aulas e os alunos conseguirão desenvolver o hábito de leitura, tanto no ambiente escolar, como para a vida. MELO, Dalila Regina Mota de. Metodologia do Ensino da Linguagem . São Paulo: Telesapiens, 2020. Antunes, Cláudia Rejane D. Modos de ler. Letras de Hoje 37.2 (2002). Disponível em: < https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/iberoamericana/N%C3%83%C6%92O% 20https:/www.scimagojr.com/index.php/fale/article/download/14170/9407 > Acesso em: 25 nov 2022 COSSON, Rildo. Literatura: modos de ler na escola . O cotidiano das letras. Anais da XI Semana de Letras. Porto Alegre: EDIPUCRS (2011). Disponível em: < https://ebooks.pucrs.br/edipucrs/anais/XISemanaDeLetras/pdf/rildocosson.pdf > Acesso em: 25 nov 2022 https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/iberoamericana/N%C3%83%C6%92O%20https:/www.scimagojr.com/index.php/fale/article/download/14170/9407 https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/iberoamericana/N%C3%83%C6%92O%20https:/www.scimagojr.com/index.php/fale/article/download/14170/9407 https://ebooks.pucrs.br/edipucrs/anais/XISemanaDeLetras/pdf/rildocosson.pdf