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BÁSICO CLÍNICO II – 2ª etapa Sara Monteiro de Moura DOENÇA CORONARIANA ➔ Principais ramos da artéria coronária − Artéria coronaria direita − Artéria coronaria esquerda − Artéria circunflexa − Descendente anterior • Placa de ateroma − Causada por um processo inflamatório no endotélio dos vasos − Quando a placa se rompe, ocorre formação de um trombo → a formação do trombo sobre a placa de ateroma é a maior causa de infarto • Fatores de risco: − Homem maior que 55 anos / mulher maior que 65 anos − LDL (colesterol ruim) > 100 / HDL (colesterol bom) < 40 − Diabetes Mellitus − Hipertensão arterial sistêmica − Índice cintura-quadril > 0,9 para homens / 0,8 para mulheres ▪ 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑎 𝑐𝑖𝑛𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑞𝑢𝑎𝑑𝑟𝑖𝑙 − Tabagismo – acima de 5 cigarros por dia − Sinal de Frank → presença de sulcos no lobo da orelha ou no tragus − Angina estável • Angina estável − Dor torácica típica − Ocorre durante esforço físico ou estresse emocional − Duração de menos de 15 minutos − Sem necrose do miocárdio − Melhora com repouso ou utilização de nitrato (isordil) • Diagnóstico − Fatores de risco + clinica − ECG de repouso: não apresenta alterações ▪ Pode apresentar uma onda T invertida e simétrica em V1 a V6 → sinal de diminuição de fluxo nas coronárias Critério para atenção com o paciente para evitar futuros infartos − Ergométrico (eletro na esteira): infra de ST maior ou igual a 1m ▪ Positivo para isquemia miocárdica ▪ Diagnostico precoce de infarto, podendo ser revertido o quadro clinico → melhor prognostico Síndrome coronariana aguda − Conjunto de sinais e sintomas − Isquemia miocárdica aguda − Angina de repouso ou de mínimo esforço ▪ Possui duração maior que 48h e a dor é por mais de 20 minutos • Quadro típico − Paciente com fatores de risco ▪ Hipertensão, diabetes, obesidade, etc. − Dor torácica precordial retroesternal − Sinal de Levine → mao fechada sobre o peito, indicando dor em aperto (constritiva) − Irradiação para membro superior esquerdo, ombro e mandíbula − Náuseas e vômitos − Dispneia • Quadro atípico − Dispneia sem dor torácica − Dor torácica atípica – epigastralgia ▪ Pode ser confundido com ulcera gástrica devido à proximidade anatômica dos órgãos e inervação visceral em comum − Lipotimia / síncope − Idosos e diabéticos possuem sensibilidade de dor diminuída → infarto sem dor Fisiopatologia do infarto − Ruptura da placa de ateroma → 95% dos IAMs ▪ Gatilhos: exercício físico → stress mecânico devido ao aumento da contratilidade e frequência cardíaca, pressão arterial e vasoconstrição Oclusão coronariana aguda − Cocaína – trombose coronariana ou espasmo − Embolia coronariana − Dissecção coronariana − Síndrome anticorpo antifosfolípede − Vasculite coronariana Trombo não oclusivo ▪ O trombo formado oclui a coronária parcialmente Erosão menor da placa Fluxo alto Tendência baixa à trombose ▪ Pode causar angina estável ou IAM sem supra de ST → o diagnostico de diferenciação deve ser feito através da dosagem das enzimas marcadoras do infarto ▪ Angina instável – isquemia transitória e reversível causada pelo desequilíbrio entre a demanda e a oferta de O2 ▪ Infarto não Q → ausência de onda Q ▪ Infarto pequeno – sem supra de ST Trombo oclusivo ▪ O trombo formado oclui agudamente a artéria coronaria causando infarto Erosão maior ou ruptura da placa Fluxo baixo ou vasoespasmo Tendência alta à trombose ▪ Morte súbita ▪ Infarto Q → formação de onda Q ▪ Infarto grande – com supra de ST − A lesão do coração vai ser determinada pelo tempo de atendimento do paciente após a ocorrência do infarto ▪ As células do coração entram em sofrimento sem o suprimento de oxigênio ▪ Quando o atendimento é imediato, esse suprimento é restabelecido e as células voltam ao normal ▪ Quando o atendimento atrasa as células podem chegar até a morte e necrose da área afetada → perda de função ▪ O coração passa pelas fases de isquemia, lesão e necrose durante o infarto • ECG: − Isquemia: lesão na onda T → invertida e simétrica − Lesão: alteração do segmento ST − Necrose: alteração do QRS → aumento da onda Q • Síndromes coronarianas agudas ✓ Angina instável ✓ Angina Pinzmetal ✓ IAM sem supra de ST ✓ IAM com supra de ST Angina instável ▪ Isquemia prolongada (> 20 minutos), sem necrose do miocárdio ▪ Dor torácica típica ao repouso ou mínimo esforçi ▪ ECG normal ou com sinais de isquemia → onda T invertida e simétrica / ou apiculada e simétrica e infra de ST ▪ Enzimas normais ▪ Risco elevado de IAM ▪ Infra de ST maior que 1mm Angina de prinzmetal ▪ Condição medica em que um espasmo temporário da coronária causa desconforto ▪ Causas: ✓ Cigarro ✓ Cocaína ✓ Remédios para enxaqueca (migrânea) ✓ Síndrome de Raynaud ▪ Vasoespasmo súbito de caráter oclusivo que causa dor torácica típica ▪ Supra de ST e enzimas normais ▪ Reversível com nitrato (isordil) ▪ Comum em homens de 20 a 40 anos INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO − São vários tipos, mas o mais importante para o clinico é o tipo 1 − IAM tipo 1: complicação de uma placa de ateroma Critérios 1. Sintomas de isquemia ▪ Dor torácica precordial constritiva > 20 minutos e sinal de Levine 2. ECG: alterações do segmento ST ou onda T ou sinal de BRE 3. ECG com onda Q patológica 4. Ecocardiograma mostrando uma perda de miocárdio viável – hipocinesia 5. Identificação de trombo intracoronariano por cateterismo ou por necropsia • Diagnostico − É feito através da dosagem de enzimas (troponina, CKMB, mioglobina) ▪ Troponina: é feita a dosagem no protocolo de 0 e 6h (primeira dosagem é feita na chegada do paciente ao local de atendimento e a segunda é feita após 6h da primeira) ▪ Mais sensível e especifica É identificada no organismo após, mais ou menos, 4h após o infarto Marcador precoce e mais especifico ▪ CKMB: fração cardíaca da enzima CPK Liberada um pouco mais tardiamente do que a troponina e some após 24h do infarto Utilizada para diagnostico de reinfarto precoce ▪ Mioglobina: é liberada muito rápido, mas some também muito rápido Não é boa para diagnostico tardio de infartos • Eletrocardiograma ▪ Supra desnivelamento de ST → ST > 1 mm ▪ Inversão de onda T ▪ Surgimento da onda Q patológica → maior que 25% da onda R ▪ Os critérios de infarto têm que aparecer em pelo menos duas derivações consecutivas Tipos de infarto • Lesão subendocárdica − O ECG registra infadesnível de ST − A lesão é menor − O risco de vida é menor − Pega uma coronaria pequena • Lesão transmural − Atinge do endocárdio ao miocárdio → lesão mais extensa − O ECG registra o supra de ST característico do infarto − Pior prognostico Supra de ST − Nem sempre indica infarto − Pode ser indicio de outras patologias • Diagnósticos diferenciais ✓ Pericardite aguda (a maior causa é vírus) ✓ Hipercalemia ✓ Aneurisma ventricular ✓ Bloqueios de ramo ✓ WPW ✓ Hipotermia ✓ Síndrome de Brugada ✓ Aumento da PIC Onda Q patológica − Indica que o paciente já infartou − Maior que ¼ da onda R − A onda Q indica a despolarização do septo intraventricular ▪ Após o infarto do ventrículo, a condução elétrica do septo se torna mais aparente • Diagnósticos diferenciais − Miocardiopatia hipertrófica − Embolia pulmonar Classificação de Killip − Utilizada para estratificação de risco 1. Killip 1: sem dispneia → 6% de fatalidade 2. Killip 2: dispneia → 17% de fatalidade 3. Killip 3: edema agudo de pulmão → 38% de fatalidade 4. Choque cardiogênico → 81% de fatalidade Diagnostico diferencial de infarto − Dissecção aguda de aorta − Pneumotórax − Embolia pulmonar− Angina estável / instável − Edema agudo de pulmão − Crise asmática − Crise conversiva Localização do infarto − Infarto de parede anterior: V1, V2, V3 e V4 − Infarto de parede inferior: D2, D3 e aVF − Infarto de parede lateral: D1 e aVL − Infarto de parede posterior: imagem em espelho → onda R + infra de ST ▪ V7 e V8 − Infarto de coração direito: V3R e V4R e V1 • Eletrodos especiais: − V7, V8 e V9: linha axilar esquerda, seguindo V6 ▪ Visualizam o coração posterior − V3R e V4R: na direção do V3 e V4, porem do lado direito ▪ Visualizam o coração direito Conduta terapêutica: Fatores de risco + quadro clinico − Exame clinico + dosagem de enzima + eletro → 10 minutos − Repouso absoluto + monitorização • Medicação: − Morfina − Oxigênio − Nitrato sublingual (restrito a alguns casos) − AASS / clopidogrel →antiagregante plaquetário − Beta bloqueador → antiarrítmico − Anticoagulante / trombolítico / angioplastia • Contraindicações: − Nitrato: ▪ PA sistólica < 90 ▪ FC > 100 ou < 50 bpm ▪ Infarto de ventrículo direito ▪ Utilização de sidenafil (Viagra) Nesses casos, fazer uso de isordil − Beta-bloqueador ▪ Historia de broncoespasmo ▪ FC < 60bpm ▪ ICC descompensada Mais importantes Monab ✓ Contraindicações: PA sistólica < 90 ▪ FC > 100 ou < 50 bpm ▪ Infarto de ventrículo direito ▪ Utilização de sidenafil (Viagra) Nesses casos, fazer uso de isordil ▪ Intervalo PR > 0,24s ▪ BAV 2º e 3º grau − Trombolítico → estreptoquinase, ativador tecidual de plasminogênio e trombolíticos de terceira geração ▪ Sangramentos abdominais ▪ Dissecção de aorta ▪ RCP prolongada ▪ Trauma ou cirurgias nas 2 semanas precedentes ▪ AVC hemorrágico prévio ▪ Gravidez • Fibrinólise − O uso de trombolítico promove a quebra do trombo − Aumenta a reperfusão de sangue no local do infarto ▪ Diminui a intensidade da dor – redução ou desaparecimento súbito da dor após a infusão do trombolítico ▪ Redução do supra de ST – significa que diminuiu a área do infarto ▪ Diminuição das enzimas cárdicas ▪ Arritmia de reperfusão – alivio súbito dos bloqueios AV ou bloqueios de ramo durante ou após o trombolítico − É feita em pacientes com menor risco • Angioplastia − Feita de forma preventiva − É colocado um stant sobre a placa de ateroma, empurrando a placa contra a luz do vaso e aumento a passagem de sangue • Trombectomia: − Cateterismo – retirada do trombo formado sobre a placa de ateroma − Pode ser feito por aspiração ou retirada mecânica coagulo é quebrado em pedaços pequenos e removidos • Ponte de safena − É retirado um pedaço da veia safena ou mamaria do paciente − Liga a aorta ao local posterior à formação do trombo
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