Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof. Me. Erácliton Viana UNIDADE I Atividade Motora Aplicada a Populações Especiais A obesidade é uma doença metabólica e tem como característica o acúmulo de gordura. É multifatorial, resultante da interação de genes, ambiente, estilo de vida e fatores emocionais. É um problema de saúde pública global. Entre 2006 e 2016, no Brasil, a prevalência de obesidade aumentou em 60%. É responsável por diversas outras doenças crônicas. Obesidade O mapa. 108 variáveis. 304 ligações de causalidade. 9 áreas. Obesidade Meios de comunicação Sociedade Psicologia Economia Alimentos Atividades Infraestrutura Desenvolvimento Biologia Fonte: adaptado de: Departamento do Governo para Ciência, Inovação Universitária e Competência. Construindo o Mapa do Sistema de Obesidade. UK. https://assets.publishing.service.gov.uk/government/uploads/system/uploads/attachment_data/ file/295154/07-1179-obesity-building-system-map.pdf. p. 9. Esta é a ilustração da complexidade do Mapa Sistêmico da Obesidade. Um modelo que inicia com o balanço energético individual e alcança 108 variáveis que influenciam direta ou indiretamente. Obesidade Fonte: adaptado de: Departamento do Governo para Ciência, Inovação Universitária e Competência. Construindo o Mapa do Sistema de Obesidade. UK. https://assets.publishing.service.gov.uk/government/uploads/system/uploads/attachment_data/ file/295154/07-1179-obesity-building-system-map.pdf. p.19. O balanço energético altera por aumento do consumo e/ou pela diminuição do gasto energético. Componentes do sistema neuroendócrino relacionados à obesidade: S. aferente que trata dos sinais de saciedade e apetite de curto prazo. Unidade de processamento do SNC. S. eferente que trata do apetite, da saciedade, de efetores autonômicos e termogênicos que levam ao estoque energético. Obesidade O tecido adiposo é considerado um órgão endócrino por suas atividades na secreção de hormônios denominados adiponectina, sendo também um órgão dinâmico e central da regulação metabólica. Várias fases da vida podem influenciar o ganho de peso, como a fase intrauterina, o nascimento, a amamentação, a fase de rebote do peso no período que ocorre entre os 5 e 7 anos de idade. O ganho de peso excessivo durante a gestação e a falta de perda de peso após o parto são importantes preditores de obesidade a longo prazo. Obesidade A obesidade é uma doença inflamatória crônica. São observadas muitas citocinas e proteínas (reguladoras de resposta imune) da fase aguda da inflamação em pacientes obesos. Algumas delas são: interleucina-6 (IL-6), fator de necrose tumoral (TNF-a), leptina e adiponectina, um modulador. A leptina atua como sinalização entre o tecido adiposo e o sistema nervoso central, o qual regula a ingestão alimentar, o gasto energético e, consequentemente, a massa corporal. Esse processo inflamatório está associado à resistência à insulina. Obesidade A TNF-a tem diversidade de atividades biológicas, como as respostas imunológicas e as reações inflamatórias. É pró-inflamatória, que pode inibir a proliferação de células tumorais e promover apoptose da célula. É considerada uma das responsáveis pela resistência à insulina. Mais especificamente na função prejudicada da insulina na oxidação das gorduras e dos carboidratos. Entenda o início do processo. Obesidade Uma das ações da adiponectina é aumentar a captação de glicose pelo fígado e pelas células musculares. No tecido muscular, a adiponectina aumenta a captação de ácidos graxos, acelera a oxidação de lipídeos e, assim, inibe o acúmulo de gordura no sangue, evitando o processo de aterosclerose. É fato que a adiponectina é encontrada em menor quantidade em pessoas obesas. Esse é um quadro que caracteriza a resistência à insulina. Obesidade Obesidade Falha no metabolismo Resulta Falha no mecanismo de oxidação de carboidratos, proteínas e gorduras. Associado ou não com aumento de circunferência abdominal. Resistência à insulina. Complicações Aumento da gordura abdominal, que resulta no aumento de triglicérides, ↑↑ aumento de ácidos graxos, ↑↑ produção de glicose que resulta em hiperinsulinemia, + ↑↑ de ácidos graxos, ↑↑ LDL e diminuição do HDL, que resulta na retenção de sódio, que ↑↑ da atividade nervosa simpática que resulta na diminuição da atividade anti- inflamatória da insulina, que colabora com o aumento da PA. Efeito dos exercícios na cascata de eventos que ocorrem no metabolismo Falha no metabolismo Resulta Falha no mecanismo de oxidação de carboidratos, proteínas e gorduras. Associado ou não com aumento de circunferência abdominal. Resistência à insulina. O exercício diminui a falha na oxidação de carboidratos, proteínas e gorduras. Com diagnóstico precoce pode eliminar a resistência à insulina. Diminui o peso e, inclusive, a circunferência de cintura e, consequentemente, exerce efeito nos demais itens da cascata de eventos. Efeito dos exercícios na cascata de eventos que ocorrem no metabolismo Complicações Aumento da gordura abdominal, que resulta no aumento de triglicérides, ↑↑ aumento de ácidos graxos, ↑↑ produção de glicose que resulta em hiperinsulinemia, + ↑↑ de ácidos graxos, ↑↑ LDL e diminuição do HDL, que resulta na retenção de sódio, que ↑↑ a atividade nervosa simpática que resulta na diminuição da atividade anti-inflamatória da insulina, que colabora com o aumento da PA. O exercício pode reverter o quadro apresentado. Aumento da ação da insulina. Aumento da captação da glicose. Aumento da captação da glicose pós-exercício (reposição do glicogênio). Diminuição da glicose sanguínea. Exerce efeito direto, captando aminoácidos pelas células e convertendo em proteínas, inibindo a degradação de proteínas que já estão nas células. Efeitos do exercício agudo Incremento das funções cardiorrespiratórias. Aumento do débito cardíaco. Melhora no retorno venoso. Diminuição de PA e FC em repouso. Diminuição de triglicérides e LDL. Aumento do HDL-colesterol. Aumento do V02 máx. Incremento da força e da resistência muscular. Manutenção do aumento da ação da insulina. Efeitos do exercício crônico Vimos que a obesidade visceral é responsável pela resistência à insulina; consequentemente, marcadores inflamatórios são observados em pessoas obesas, como o TNF-a e IL-6. Assim como alguns hormônios moduladores se apresentam em menor quantidade nessas mesmas pessoas, esses fatos irão desencadear uma cascata de eventos em consequência das falhas no metabolismo. Considerando o que vimos nesta aula, assinale a resposta correta de como o exercício físico pode auxiliar no processo de captação de ácidos graxos e evitar a aterosclerose. a) Por meio da melhor captação de glicose na forma de glicogênio. b) Por meio da diminuição da ação da insulina. c) Por meio do estímulo da ação da adiponectina. d) Por meio da diminuição do perímetro de cintura. e) Por meio da apoptose celular. Interatividade c) Por meio do estímulo da ação da adiponectina. Comentário A prática do exercício físico estimula a ação de adiponectina, que é um hormônio modulador de processos metabólicos. Uma vez em ação no tecido muscular, a adiponectina aumenta a captação de ácidos graxos, acelera a oxidação de lipídeos e, assim, inibe o acúmulo de gordura no sangue, evitando o processo de aterosclerose. Resposta A DM faz parte do grupo de doenças metabólicas e tem como característica a hiperglicemia. A hiperglicemia pode decorrer da produção diminuída de insulina, ou ineficácia da ação da insulina nos tecidos-alvo ou, ainda, da falência do pâncreas quanto à destruição das células-betas que produzem insulina (DM1 d. autoimune). Isso ocasiona modificações no metabolismo de proteínas, gorduras e, principalmente,carboidratos. No Brasil, são 12,5 milhões de pessoas com diagnóstico. A cada 10 pessoas, 4 não sabem que têm DM. Fonte: https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/2018/poster-atlas-idf-2017.pdf Diabetes Mellitus (DM) A DM1 se caracteriza pela falência do pâncreas em produzir células β. A DM2 se caracteriza pela ineficácia da ação da insulina nos tecidos-alvo, principalmente na oxidação de carboidratos e gorduras, situação esta chamada de resistência à insulina. A DMG é caracterizada pelo mesmos motivos da DM2 durante a gestação. A LADA (Diabetes Autoimune Latente do Adulto) se caracteriza por combinar produção diminuída de insulina, como na DM1, e resistência à insulina, como na DM2. Acredita-se que 50% dos diagnóstico de DM2 seja LADA, isso por ser um processo lento. Diabetes Mellitus Indicadores que diferenciam os tipos de diabetes Diabetes Mellitus Variáveis DM1 DM2 Idade próxima Crianças e jovens 40 anos Obesidade Raro Comum Insulinemia Baixa Elevada Viroses como desencadeantes Frequentes Raras Ac anticorpo beta-pancreáticas Freq. presentes Raras Hereditariedade Incomum Frequente Tendência à cetoacidose Frequente Rara Insulinoterapia Necessária Próxima de 30% Resistência à insulina Incomum Frequente Aumento do glucagon Absoluto Relativo Prevalência 10 - 20% 80 - 90% O quadro clínico é importantíssimo na DM1: emagrecimento; fraqueza; polifagia (excesso de apetite); polidipsia (excesso de sede); poliúria (urina excessiva); desidratação; Diabetes Mellitus dor abdominal; infecção associada. O diagnóstico é por exame de rotina. Exame de Peptídeo-C. Diabetes Mellitus polidipsia (sede excessiva); polifagia (fome excessiva); possível alteração de peso; Manifestações decorrentes das complicações: déficit visual; dor em MMII; hipertensão; e infarto do miocárdio. O quadro clínico é importantíssimo na DM2: sobrepeso ou obesidade e obesidade abdominal; história familiar de diabetes; assintomático; poliúria (> vontade de urinar); nictúria (> vontade de urinar à noite); O tratamento tem um único objetivo: o controle glicêmico, com base em 4 pilares: Insulinoterapia (ação prolongada + rápida) na DM1, na DM2 só com falência do pâncreas. Alimentação saudável. Exercícios físicos. Educação em diabetes. Diabetes Mellitus O mal controle glicêmico é grave, com consequências para cetoacidose diabética, mais comum para aquele com uso de insulina. As cetonas são substâncias ácidas que desequilibram o pH do sangue. Com a falta da insulina, também há falta de energia e, para suprir essa falta de energia, o organismo passa a usar os estoques de gordura e de fibra muscular para gerar energia e, nesse processo, formam-se as cetonas. Alguns cuidados são importantes para se prevenir a cetoacidose diabética: Monitoramento + Tec. de aplicação + Alimentação + Acompanhamento dos profissionais Diabetes Mellitus Fique atento aos sinais da cetoacidose diabética: boca seca; aumento do volume de urina; aumento dos níveis de glicose no sangue; mal-estar; vômitos; dor abdominal; hálito com cheiro de acetona (comumente, os pacientes se referem ao cheiro de maçã estragada). Diabetes Mellitus Educar em diabetes é um processo ativo e contínuo por meio do qual profissionais, pacientes e familiares aprendem sobre a diabetes para a sobrevivência e a melhoria da qualidade de vida. A educação em diabetes é função de todos os profissionais envolvidos. O professor de Educação Física é o profissional-chave nesse processo. Diabetes Mellitus Principais objetivos: desenvolver comportamentos para evitar o risco de complicações agudas (hipo e hiperglicemia) e complicações crônicas (retinopatias, nefropatias e outras); resolver problemas (corrigindo adequadamente as hipo e as hiperglicemias); manter o equilíbrio emocional para conviver bem com a diabetes; incorporar hábitos saudáveis; compreender a ação dos medicamentos e da insulina; monitoramento; manusear e realizar a aplicação da insulina adequada; tomar as medicações regularmente. Diabetes Mellitus Modelo de planilha de controle glicêmico. Metas: 100-160 mg/dL. <70 hipo. <50 hipo + grave. Diabetes Mellitus Gli Hora Gli Hora Gli Hora Data 19/04/2019 20/04/2019 22/04/2019 Jejum 80 7:32 63 6:45 193 8h12 2h pós-café 84 9:32 85 9:45 110 10h17 Pré-almoço 74 11:00 80 11:00 76 11h49 2h pós-almoço 100 13:03 187 13:08 235 13h49 Pré-jantar 102 17:24 147 16:59 201 17h23 2h pós-jantar 117 19:26 205 19:04 89 19h29 Madrugada 2-5h 61 2h36 85 2h20 89 03h03 Exercícios físicos. Monitoramento. Rodízio em locais de aplicação e uso adequado de medicamentos. Não aplicar no segmento de maior exigência para atividade. Não realizar no pico da ação da insulina. Iniciar com valor acima de 100 mg/dL. Gli acima de 300 mg/dL, sem cetona pode realizar exercícios. Gli acima de 250 mg/dL, com cetona, não realizar. Sugestão de suplementação: Leve – 15 g/h. Moderada – 15-30 g/h. Intensa – 30-45 g/h. Diabetes Mellitus Mobilização da glicose dos estoques hepáticos de glicogênio. Mobilização dos ácidos graxos (AGL) do tecido adiposo. Gliconeogênese a partir dos aminoácidos, do ácido lático e do glicerol. Bloqueia a glicose nas células e força a substituição dos AGL substrato. Hipoglicêmica até por 48h. Aumenta o gasto energético causado pela recuperação do organismo (EPOC). Incrementa as funções cardiorrespiratórias. Incrementa a força e a resistência muscular. Efeitos do exercício físico Mantém o aumento da ação da insulina. Aumenta o débito cardíaco. Diminui HbA1c. Aumenta expressão de glut4. Aumenta de 7 a 20% a captação de glicose. Lembre-se de considerar a cascata de eventos abordada na aula de obesidade. Efeitos do exercício físico Com relação aos locais de aplicação de insulina, confira as afirmativas e assinale a única correta sobre o cuidado que se deve ter com aquele indivíduo que irá fazer treino de corrida longa. a) Fazer a correção de carboidrato. b) Aplicar logo após a refeição principal. c) Diminuir quantidade e/ou nem aplicar. d) Aplicar em lugar que não sejam as pernas. e) Não há com o que se preocupar. Interatividade Com relação aos locais de aplicação de insulina, confira as afirmativas e assinale a única correta sobre o cuidado que se deve ter com aquele indivíduo que irá fazer treino de corrida longa. d) Aplicar em lugar que não sejam as pernas. Comentário: em função de que não se deve aplicar insulina em local do segmento que será exigido na sessão de treinamento. Na questão em curso, o indivíduo exigiria dos membros inferiores com a corrida longa. Resposta Também conhecida como Hipertensão Arterial (HA), trata-se de uma condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos. Pressão Arterial Sistólica (PAS) ≥140 e/ou Pressão Arterial Diastólica (PAD) 90 mmHg. A elevação da pressão arterial representa um fator de risco independente, linear e contínuo para doença cardiovascular. É associada a distúrbios metabólicos, alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos-alvo. Sendo agravada pela presença de outros fatores de risco (FR), como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose e DM. Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) O que é Pressão Arterial PA: é a medida da força aplicada pelo sangue contra as paredes das artérias. E depende: Do volume de sangue contido nos vasos (contração cardíaca). Da capacidade de distensão das paredes dos vasos (resistência vascular periférica). Controle Fisiológico da PA Núcleos vasomotores do tronco encefálico; Sistema Nervoso Autônomo Simpático + Parassimpático; Barorreceptores; Hormonais pressores e depressores (a longo prazo). Hipertensão Arterial Qualquer alteração em um dos sistemas Crônico, irá evoluir Interações, irá evoluir Diag. HA + evoluir + complicações Hipertensão Arterial Controle PA Mecanismo hormonalControle neural Vasomotor Barorreceptores Hemodinâmico Sistema Renina Angiotensina Aldosterona Mecanismo Neural – (Vasomotor) Sistema nervoso simpático e parassimpático Quando a PA está alta: Redução do estímulo nervoso; Diminui frequência cardíaca; Diminui DC; Diminui força de contração do coração; Diminui volume de ejeção; Aumenta a vasodilatação; Consequentemente, diminui a PA. Hipertensão Arterial Barorreceptores: localizados nas paredes da artéria aorta e nas artérias carótidas. Com a PA alta: Aumenta a pressão hidrostática; Os barorreceptores enviam sinal ao S. vasomotor; Reduzindo a atividade nervosa simpática; Consequentemente, reduz a PA. Hipertensão Arterial Mecanismo hormônios: Sistema Renina – Angiotensina – Aldosterona (PA baixa) Hipertensão Arterial Fonte: Adaptado de: https://commons.wikimedia.org/wiki/Main_Page Ativação por barorreceptores ou S. Simpático na arteríola aferente Angiotensinogênio Renina Angiotensina I C. Justaglomerulares Angiotensina II 1 – 2 – 3 – 4 Vasoconstrição ECA Enzima Conversora de Angiotensina Reabsorção renal osmótica de líquido Reabsorção sódio e secreção potássio Reabsorção água através liberação ADH Secreta Aldosterona Mecanismo humoral: Sistema Renina – Angiotensina – Aldosterona (longo prazo). Com a PA alta: aumento da pressão hidrostática; diminui produção de Renina; aumenta a filtração de glomerular; aumento da diurese; redução do fluxo sanguíneo; reduz o volume extracelular; reduz o volume sanguíneo; reduz DC e, em consequência, reduz a PA. Hipertensão Arterial História Natural da Aterosclerose O acúmulo de ateroma ao longo das décadas e sem tratamento é uma bomba silenciosa progressiva. Endotelina – constritor, aumenta SN simpático, estimula o S renina-angiotensina-aldosterona. Disfunção endotelial – aumento do tônus vascular, adesão de molécula na parede, edema subendotelial, aumento da coagulação, proliferação músculo liso e consequentemente hipertrofia-hiperplasia e apoptose. Hipertensão Arterial Fonte: https://www.opas.org.br/aterosclerose-o-que-e-sintomas-tratamento-e- consequencias/ Artéria saudável Ateroma: acúmulo de gordura Trombose: formação de coágulos Fibroateroma: tecido fibroso e necrótico História Natural da Aterosclerose Alterações estruturais. Aumento da espessura da parede vascular. Estreitamento do lúmen arteriolar. Aumento da resistência e do estímulo nervoso vasoconstritor [...] Alterações promovidas pelo envelhecimento. DAC. Risco IAM. Insuficiência Cardíaca (IC). Hipertensão Arterial Artéria saudável Ateroma: acúmulo de gordura Trombose: formação de coágulos Fibroateroma: tecido fibroso e necrótico Fonte: https://www.opas.org.br/aterosclerose-o-que-e-sintomas-tratamento-e- consequencias/ Hipertensão Arterial Efeito dos exercícios. É sempre importante realizar um teste ergométrico e ter uma liberação médica. Aumento da FC (durante); Aumento da ventilação (durante); Aumento da sudorese (durante); Aumento do volume sistólico; Aumento do VO2 (durante); Redução da pressão arterial (imediatamente após o exercício); Aumento da sensibilidade à insulina; (etc.). Angiogênese; Hipertrofia cardíaca; Aumento do VO2 máximo; Redução da frequência cardíaca de repouso; (etc.). Exercícios Agudos e Crônicos Efeitos agudos do exercício físico na função cardiovascular Hipertensão Arterial Fonte: Brum, P. C. et al. Adaptações agudas e crônicas do exercício físico no sistema cardiovascular. Revista Paulista de Educação Física, v. 18, p. 22, São Paulo, 2004. EXERCÍCIO FC VS DC RVP PA MECANISMO DINÂMICO PAS ⇒ / PAD Mecanorreceptores musculares e comando central atividade simpática ESTÁTICO ⇒ / / Ativação dos quimiorreceptores atividade simpática RESISTIDO ⇒ ? Resposta pressórica em homens revascularizados em sessões de treinamento resistido e aeróbio Resultados PAS PAD PAS-Ea PAD-Ea Pré-resistidos 12613 77,85,7 Pós-resistidos 10611,8* 67,36,6* Durante resistidos 1297,2 66,33,8 Percentil redução 15,87% redução 3,54% Pré-aeróbios 12818 73,97,1 Pós-aeróbios 100,68,9* 63,14,8* Durante aeróbios 132,5 64,5 Percentil redução 21,59% redução 14,61% Fonte: Viana et al. Resposta pressórica em indivíduos revascularizados em sessões de treinamento resistido e aeróbio. In: XXVIII Simpósio internacional de ciências do esporte, 2005, São Paulo. Atividade física e esporte no ciclo da vida, 2005. v. 13. p. 341-341. * Diferença significativa entre médias pré e pós-exercício (p<0,05). PAS-Ea, PAD-Ea verificação da PA sistólica e diastólica durante exercício. Recomendações Aeróbios 3-5 vezes por semana, intensidade 50-70% FC de reserva, 30-50 min./dia. Fortalecimento 2-3 vezes por semana, 8-10 rep, 1-3 séries, pausas prolongadas. Cuidado com manobra de Valsalva, aumenta a pressão da caixa torácica. Contraindicação PAS > 220 e PAD > 115 mm/Hg Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/i mage-photo/handsome-man-big- muscles-trains-gym-1215769984 Hipertensão Arterial Falha no metabolismo Resulta Disfunção nos sistemas reguladores da PA + fatores ambientais HA Complicações ↑ PA resulta > acúmulo de ateroma que resulta + processo inflamatório, que resulta em endurecimento do sistema arteriovenoso, que resulta > perda de propriedade elástica, que resulta < atividade anti-inflamatória, que resulta < controle da PA através dos rins, que resulta > FC, que resulta no ↑ de radicais livres, que resulta > facilidade de formação de edema e placa aterosclerótica, que acelera a coagulação nas artérias, alcança um estado inflamatório complexo, que resulta + atividade simpática, que resulta fadiga precoce, que resulta < tolerância ao exercício e que conduz a DAC. Aumento da cascata de eventos na disfunção metabólica em função da resistência à insulina O exercício físico regular pode reverter esse quadro! A hipertensão arterial evolui de certa maneira que pode progredir para uma doença cardiovascular. Leia as afirmações a seguir sobre tal evolução, considerando que o exercício físico, como forma de tratamento, retarda praticamente todos os processos fisiopatológicos e mantém melhor as funções fisiológicas, e assinale a única afirmativa incorreta. I. O óxido nítrico é antiplaquetário, inibe o músculo liso, é vasodilatador. II. A disfunção endotelial promove adesão de molécula no endotélio, produz edema subendotelial, coagulação que aumenta a proliferação de músculo liso e consequentemente conduz patologicamente à hipertrofia-hiperplasia e apoptose. a) Com o envelhecimento ocorre a diminuição do lúmen das artérias. b) No órgão-alvo ocorre espessamento da parede ventricular. Interatividade c) Ao longo das décadas, o órgão-alvo será atingido em forma de DAC. d) O exercício físico agudo ajusta o sistema renina, angiotensina, aldosterona. e) O exercício físico produz fisiologicamente o retardo da progressão provocada pela fisiopatologia e pelo envelhecimento como os itens citados nas afirmativas anteriores. Interatividade A única alternativa incorreta é a “d”. d) O exercício físico agudo ajusta o sistema renina, angiotensina, aldosterona. O sistema Renina, Angiotensina, Aldosterona é um sistema de adaptação a longo prazo, logo, o exercício agudo, de poucas sessões, não irá alterar a disfunção, apenas a longo prazo. Resposta Essas são Doenças Isquêmicas do Coração (DIC). Redução do suprimento de sangue. Insuficiência de oxigenação. Morte do tecido muscular. No BR, 962.931 mortes em indivíduos com mais de 30 anos no ano de 2009. As DIC foram responsáveis por 95.449 mortes. As causas cardiovasculares atribuíveis à ateroscleroseforam responsáveis por 193.309 mortes. Doença arterial coronariana, angina e infarto Fonte: Mansur et al. Mortalidade por Doenças Cardiovasculares no Brasil e na Região Metropolitana de São Paulo: Atualização 2011. Arq Bras Cardiol, 2012. A Doença Arterial Coronariana (DAC) é caracterizada por apresentar placas de ateromas em um processo inflamatório complexo nas artérias que irrigam o miocárdio. Ocorre em função da evolução da HA, com sua evolução gradual, provocando falhas no suprimento de sangue para o músculo cardíaco. Como vimos em HA, os principais fatores de risco para DAC são alimentação rica em gorduras, falta de atividade física e tabagismo, obesidade e intolerância a glicose. O processo complexo se prende à disfunção endotelial. Observação: intolerância a glicose se refere à dificuldade de oxidação da glicose em função da ineficácia da ação da insulina. Portanto, quando se fala em Resistência à Insulina, neste termo está inclusa a intolerância a glicose. Doença arterial coronariana, angina e infarto Disfunção endotelial: aumento do tônus vascular, adesão de molécula na parede, edema subendotelial, inflamação, aumento da coagulação, leucócitos, proliferação do músculo liso e consequentemente hipertrofia-hiperplasia e apoptose. Óxido nítrico: antiplaquetário, dilatador, inibe a proliferação de músculo liso, limita leucócitos. Endotelina: constritor, aumenta SN Simpático, ação natriurética (tônus vascular), estimula o SRAA. Doença arterial coronariana, angina e infarto Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/plaque- blood-vessels-3d-illustration-456479881 Os macrófagos capturam as moléculas de LDL oxidadas. Estes são chamados de células espumosas e são o principal componente das estrias gordurosas, lesões macroscópicas iniciais da aterosclerose. Quando ativos, os macrófagos são responsáveis, em grande parte, pela progressão da placa aterosclerótica mediante a secreção de citocinas, que aumentam ainda mais a inflamação, e de enzimas proteolíticas, capazes de degradar o colágeno e outros componentes teciduais locais. Doença arterial coronariana, angina e infarto Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/plaque- blood-vessels-3d-illustration-456479881 Doença arterial coronariana, angina e infarto Falha no metabolismo Resulta Doença arterial coronariana Disfunção e readaptação no órgão-alvo Complicações Remodelação, diminuição das câmeras, capacidade reduzida de trabalho, atrofia das paredes, disfunção elétrica, arritmias, anginas [...] Aumento da cascata de eventos na disfunção metabólica em função inicial da resistência à insulina O exercício físico regular pode reverter esse quadro! Angina pectoris: é síndrome clínica caracterizada por desconforto torácico, na mandíbula, ombro, costas ou braço. É descrita como “peso”, “aperto”, “sufoco” ou “desconforto” torácico e tem duração de 1 a 5 minutos. Angina estável: apresenta o mesmo fator desencadeante quanto à intensidade e sua duração (estresse físico, emocional, frio). Doença arterial coronariana, angina e infarto Angina instável: desconforto com maior frequência, intensidade ou duração, muitas vezes em repouso, é emergência médica, evolui rápido para IAM em 50% dos casos. Angina variante ou Prinzmetal: resulta de um espasmo de uma artéria coronária e caracteriza-se por ocorrência de dor em repouso (geralmente à noite e não ocorre durante o esforço). Consequentemente pode avançar para o quadro de insuficiência cardíaca. Doença arterial coronariana, angina e infarto Fonte: Benefícios da atividade física. KUMAR et al. ROBBINS e COTRAN, Bases patológicas das doenças; Rio de Janeiro: Elsevier, 2010, p. 557. O exercício físico regular pode diminuir, reverter a progressão do quadro clínico. Curiosamente, os efeitos deletérios do sistema se igualam à pessoa sedentária. Doença arterial coronariana, angina e infarto Variáveis Sedentário Dac+iam (Hemodinâmica) - RVP + FC D A-V + D. Cardíaco + D. Produto (Neuroendócrino) SRAA + SN Simpático Sens. Barorreflexa + Atividade Vagal (Musculoesquelética) Massa M. + T. Exercício + VO2 (Metabolismo) Enzima oxidativa Enz. Glicolíticas + acidose intracelular (Função) Fraqueza + fadiga + M. Magra Doença arterial coronariana, angina e infarto Estudo Haenne L., 1991 Squires, 1990 McCartney, 1991 Nº 8 16 10 Clínico 9/10 sem. Pós-cirurgia Angioplastia, DAC, IM DAC, IM, angina Duração Treino 8 sem. 24 sem. 3x 10 sem. 2x Tipo Treino 3 circuitos 8-16 rep. 1 circuito, 30 rep. 40% 1 RM 2 circuitos 80% 1 RM Ganho Força 22% superior 18% inferior 22% superior e inferior 42% superior 23% inferior VO2 11% não aferida 15% Complicação Nenhuma Nenhuma Nenhuma Fonte: Adaptado de: Fardy et al., 2001. Cuidados e indicações: Teste ergométrico, liberação médica Prescrição FC reserva ou limiar isquêmico Betabloqueadores Contraindicações relativas: PAS > 200 e PAD > 115 mmHg + D. Valvular moderada + Aneurisma ventricular + DM não controlada + Infecção crônica Importante é o monitoramento da PA antes, durante e após as sessões de treino. Contraindicações absolutas: Alterações ECG sugestiva de IAM + Angina instável + Arritmia importante não controlada + ICC + Miocardite ou pericardite Doença arterial coronariana, angina e infarto Critério de interrupção do exercício assim como em testes: O avaliado pede para interromper + náuseas e vômitos + instabilidade emocional + palidez intensa + dispneia severa e desproporcional à intensidade do exercício físico praticado + desconforto torácico progressivo Observação: em doentes sedentários e quadros mais graves, o aquecimento mais prolongado e progressivo auxilia em uma melhor adaptação do sistema cardiovascular, sendo possível observar o sinal de angina, evitando assim desconforto. Doença arterial coronariana, angina e infarto Uma das DIC estudadas discutidas é a angina pectoris, como característica, ela apresenta uma sensação de pressão, aperto ou queimação no peito. Leia atentamente as afirmativas a seguir sobre angina pectoris. I. Angina estável: costuma apresentar as mesmas características quanto ao fator desencadeante, intensidade e sua duração. II. Angina instável: desconforto com maior frequência, intensidade ou duração, é desencadeada por estresse físico e trata-se de uma emergência médica, evolui rápido para IAM. III. Angina variante ou Prinzmetal: resulta de um espasmo de uma artéria coronária, caracteriza-se por ocorrência de dor em repouso, geralmente é desencadeada à noite e não ocorre durante o esforço. Interatividade Está correto o que se afirma apenas em: a) I. b) I e II. c) I e III. d) I, II e III. e) Todas estão incorretas. Interatividade A alternativa correta é a “c”, que se refere às afirmativas I e III. A afirmativa II, que se refere à angina instável, está errada porque ela não é desencadeada por estresse físico. A que é desencadeada por estresse físico é a angina estável. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
Compartilhar