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Psicologia e Pessoas Com Necessidades Especiais 3 - Os Principais Tipos de Deficiências

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18/01/2023 12:03 Os principais tipos de deficiência
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03857/index.html# 1/32
Os principais tipos de de�ciência
Prof.ª Julia Nunes de Souza Teixeira
Descrição
Os conceitos dos principais tipos de deficiência e os diversos elementos relacionados ao tema.
Propósito
Conhecer e saber identificar os principais tipos de deficiência é fundamental na atuação do psicólogo, pois contribui para o manejo clínico desses
pacientes, além de favorecer a elaboração de estratégias de intervenção mais eficazes, levando em conta a particularidade de cada deficiência e a
singularidade de cada pessoa que convive com algum tipo de deficiência.
Objetivos
Módulo 1
De�ciência intelectual e altas habilidades
Reconhecer os níveis de gravidade da deficiência intelectual e o conceito de altas habilidades.
Módulo 2
Transtornos mentais incapacitantes
Identificar os principais tipos de transtornos mentais incapacitantes.
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Módulo 3
Desvios sensoriais: de�ciência visual e auditiva
Reconhecer os principais tipos de deficiência sensorial.
Módulo 4
Desvios neuromotores
Reconhecer os conceitos de deficiência física, amputação e múltiplas deficiências no contexto geral da deficiência.
Introdução
A deficiência, em suas diversas formas, pode ser dividida em três grandes classes: deficiência física, deficiência sensorial e deficiência intelectual.
Cada uma dessas classes possui particularidades definidas por diversos fatores conectados, tais como a estrutura da deficiência, fatores orgânicos
e subjetivos, como também os fatores ambientais, socioculturais e vivências individuais.
Conviver com um ou mais tipos de deficiência é um desafio não só para a pessoa em questão, como também para seus familiares e profissionais
com os quais lidam diretamente. Ainda hoje, existem estigmas e preconceitos relacionados às pessoas com deficiência, e a maioria ocorre por falta
de conhecimento sobre o tema.
Ao longo deste conteúdo, vamos abordar os diferentes tipos de deficiências, detalhando cada grupo, para que você possa compreender cada
conceito e diferenciar os diversos tipos. Serão explicitados, além de conceitos e definições, os principais elementos e desafios relacionados a cada
tipo de deficiência. Assim, você conhecerá o universo da pessoa com deficiência para compreender as suas vivências, particularidades e elaborar
estratégias que facilitem a sua inclusão.

18/01/2023 12:03 Os principais tipos de deficiência
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1 - De�ciência intelectual e altas habilidades
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os níveis de gravidade da de�ciência intelectual e o conceito de altas
habilidades.
De�nições básicas
O que é de�ciência intelectual?
A Associação Americana em Deficiência Intelectual e do Desenvolvimento (AAIDD) tem como preocupação estudar o campo da deficiência
intelectual, entendendo, definindo e classificando tal deficiência. A fim de elucidar essas questões, houve a publicação de vários manuais sobre a
definição e classificação da deficiência intelectual.
O último manual lançado pela AAIDD trouxe a mudança da nomenclatura retardo mental para deficiência intelectual. Tal alteração já estava sendo
estudada, embora apenas em 2010 chegaram a um consenso sobre o termo mais adequado para definir essa deficiência.
A AAIDD define deficiência intelectual como um tipo de incapacidade que se caracteriza por limitações significativas no desempenho intelectual e
no comportamento adaptativo que surgem antes dos 18 anos de idade. Veja a seguir as possíveis limitações citadas.
Desempenho intelectual
Raciocínio
Aprendizagem
Solução de problemas
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Comportamento adaptativo
Conceitual
Social
Habilidades práticas
A etiologia da deficiência intelectual é heterogênea, podendo ser decorrente de fatores genéticos, evolutivos, ambientais, ou uma combinação deles.
As causas genéticas incluem condições cromossômicas ou hereditárias. Trissomia do 21 e X frágil são as causas genéticas mais comuns
diagnosticáveis de deficiência intelectual.
Os fatores evolutivos e ambientais englobam exposição pré-natal a infecções e toxinas. Os fatores ambientais adquiridos se referem a traumas pré-
natais, como é o caso da prematuridade e a fatores socioculturais.
Síndrome de Down
Condição genética causada pela presença de três cromossomos 21 nas células dos indivíduos, razão pela qual também é conhecida como
Trissomia do cromossomo 21. Uma das características dessa síndrome é a deficiência cognitiva.
Vários estudos têm sido conduzidos com o objetivo de avaliar a prevalência de deficiência intelectual em todo o mundo, e os resultados apontam
estimativas variando de 1% a 3%.
A ocorrência de deficiência intelectual é maior no sexo masculino, tanto para adultos quanto para crianças e adolescentes. Outro fator de variação
tem a ver com a renda: os países de baixa e média renda possuem uma prevalência de deficiência intelectual mais alta, com taxas quase duas vezes
maiores do que as de países de alta renda.
Níveis de gravidade da de�ciência intelectual
O Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) classifica os níveis de gravidade da deficiência intelectual como:
leve;
grave;
moderado;
profundo.
Os níveis de gravidade são definidos de acordo com o funcionamento adaptativo, e não em escore de Quociente de Inteligência - QI, dado que é o
funcionamento adaptativo que vai determinar o nível de apoio necessário.
Cerca de 85% das pessoas portadoras de deficiência intelectual tem o nível leve.
Deficiência intelectual leve 
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Nesta deficiência, o desenvolvimento inicial é mais lento quando comparado ao das demais crianças, e os marcos de desenvolvimento estão
atrasados. Todavia, há capacidade de comunicação e aprendizagem das habilidades básicas. Embora existam prejuízos na capacidade de
usar conceitos abstratos, analisar e sintetizar, esses indivíduos conseguem adquirir habilidades de leitura e informática. Também realizam
tarefas domésticas, autocuidado e trabalho não qualificado ou semiqualificado.
Pessoas com deficiência intelectual leve geralmente necessitam de algum tipo de apoio. Muitos adultos com deficiência intelectual leve
conseguem viver de forma independente com o suporte adequado e formam suas próprias famílias. Geralmente, o QI para esse nível de
função adaptativa varia de 50 a 70.
Acomete cerca de 10% das pessoas com deficiência intelectual. Boa parte das crianças com esse nível adquire a linguagem e se comunica
de maneira adequada durante a fase inicial da infância. Ao longo da adolescência, há dificuldades de socialização, o que favorece o
isolamento e demanda um grande suporte social e vocacional. Na idade adulta, essas pessoas conseguem executar tarefas
semiqualificadas, desde que tenham a supervisão apropriada. O QI para esse nível de função adaptativa varia de 35 a 50.
É responsável por 4% das pessoas com esse tipo de deficiência. Na infância, as crianças conseguem desenvolver habilidades de
comunicação e, frequentemente, aprendem a fazer contas e reconhecer palavras que são importantes para seu desempenho. Como adultos,
conseguem se adaptar bem às situações de vida sob supervisão, tais como residências coletivas, e são capazes de executar tarefas laborais
com supervisão. É possível que a causa da deficiência seja identificada mais facilmente do que nos níveis mais leves. O QI para esse nível de
função adaptativa varia de 20 a 35.
Apenas 1% a 2% dos casos de deficiência intelectual são de nível profundo. A maioria das pessoas com esse nível de gravidade apresentacausas identificáveis para a deficiência. Na infância, é possível aprender habilidades relacionadas aos cuidados pessoais e, com treinamento
adequado, expressar suas necessidades. Para esse nível de função adaptativa, o QI é inferior a 20.
O DSM-5 apresenta também um transtorno apresentado como “deficiência intelectual não especificada”, no qual se encaixam as pessoas com mais
de 5 anos, cuja avaliação seja difícil e para os casos em que há fortes indícios de deficiência intelectual.
Altas habilidades/superdotação
Quanto às altas habilidades/superdotação, existem abordagens diversas sobre o tema sob diferentes óticas:
A neurobiologia, que tem como foco os mecanismos cerebrais.
A psicopedagogia social, que busca respostas nos fatores psicológicos, educacionais e sociais.
A genética, que ressalta o papel dos genes.
A Associação Brasileira para Altas Habilidades/Superdotação (ABAH/SD) define altas habilidades como um alto nível de inteligência e
desenvolvimento acelerado das funções cerebrais.
Deficiência intelectual moderada 
Deficiência intelectual grave 
Nível profundo 
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De modo genérico, altas habilidades/superdotação são caracterizadas por aptidão e potencial elevados, além de talentos e habilidades notáveis,
demonstrados no alto desempenho em várias atividades e evidenciados no curso do desenvolvimento da pessoa.
Para ser considerado um caso de altas habilidades, faz-se necessária uma constância dessas aptidões ao longo do tempo, além de alto
desempenho denotando superdotação.
A Política Nacional de Educação Especial (BRASIL, 1994) define como pessoa com altas habilidades/superdotação aquela que apresenta um
desempenho notável e uma potencialidade elevada em qualquer dos seguintes aspectos, seja de forma isolada ou em conjunto:
capacidade intelectual geral;
competência acadêmica específica;
pensamento produtivo e criativo;
habilidade de liderança;
aptidão especial para artes;
competência psicomotora.
Dos aspectos mencionados, destacam-se os seguintes:
A suspeita de superdotação ocorre nos espaços escolares e, frequentemente, devido à ausência de uma formação continuada específica por parte
dos educadores, os alunos com altas habilidades/superdotação não têm suas necessidades específicas de aprendizagem atendidas nas salas de
aulas regulares.
De�nição e delimitação da pessoa com altas habilidades/superdotação
Confira a delimitação da pessoa com altas habilidades/superdotação apontando as particularidades e as diversas possibilidades.
Aspecto intelectual
O aluno demonstra
pensamento flexível e fluente,
rapidez do pensamento;
consegue pensar de forma
abstrata e fazer associações;
tem ideias criativas, memória
e compreensão em nível
elevado, capacidade de
resolução de problemas.
Aspecto acadêmico
O aluno evidencia
competência acadêmica
específica, atenção,
concentração; aprende com
mais rapidez, boa capacidade
de memória, interesse pelas
disciplinas acadêmicas com
as quais se identifica; possui
habilidade para organizar o
conhecimento adquirido e
aptidão na produção
acadêmica.
Aspecto criativo
O aluno se destaca em
atributos como imaginação,
competência para resolução
de problemas, inovando e
usando a criatividade,
originalidade, sensíveis às
situações ambientais; sente-
se desafiado quando se
depara com fatos
desorganizados; consegue se
expressar facilmente, com
fluência e flexibilidade.
Aspecto social
O aluno demonstra
capacidade de liderança e
empatia, atitude de
cooperação, sociabilidade
notável, habilidade de
aproximação com indivíduos
e grupos diversos para
estabelecer relações sociais,
percepção apurada de
situações no meio social,
capacidade para resolução de
problemas sociais complexos;
demonstra influência e poder
de persuasão no grupo.

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Altas habilidades e os desa�os escolares/acadêmicos
Muitas vezes, ficamos admirados ao ver crianças prodígios em programas de TV ou na internet. Em geral, é durante a infância que as altas
habilidades/superdotação começam a surgir e a se evidenciar.
Esses educandos precisam ser corretamente assistidos no âmbito escolar para que continuem a expressar comportamentos de superdotação. Eles
devem ser apreciados com uma efetiva inclusão escolar, cujo foco seja a construção de uma proposta acolhedora. A assistência prestada deve ter
como base o acolhimento, o respeito e, acima de tudo, o potencial dos alunos com necessidades educativas especiais.
Mesmo com tantos esforços, estamos diante de uma realidade alarmante:
Muitas crianças com altas habilidades não são identificadas, logo não recebem apoio em suas necessidades
específicas. Mesmo aquelas identificadas não são apoiadas, e muitos educadores e familiares estão mal
informados e inseguros em relação a esse assunto.
De acordo Renzulli (2005), altas habilidades se dividem em duas grandes categorias distintas:
Superdotação escolar
É conhecida como a habilidade do teste ou da lição de aprendizagem, uma vez que pode ser facilmente identificada pelos testes de QI para o
ingresso nos programas especiais. As habilidades mensuradas nos testes de QI são iguais àquelas estabelecidas nas situações de aprendizagem
escolar; assim, o aluno com QI alto também tende a obter melhores notas na escola. A ênfase, nesse tipo de habilidade escolar, é sobre processos
de aprendizagem dedutiva, treinamento alicerçado nos processos de pensamento, aquisição, retenção e recuperação da informação.
Habilidade criativa-produtiva
Incorre no desenvolvimento de materiais e produtos originais. A ênfase está na aplicação da informação e dos processos de pensamento de
maneira integrada, analítica, voltada para os problemas reais. Nessa abordagem, o educando é um aprendiz de primeira linha, uma vez que sua
atenção está voltada para os problemas relevantes e que são vistos como desafiadores.
Alunos que apresentam altas habilidades, em sua maioria, preferem se relacionar e criar vínculos com crianças mais velhas. Eles se envolvem com
mais facilidade nas tarefas que lhes interessam e se desmotivam com atividades que não lhes são atrativas. Apresentam também certa frustração
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quando uma situação não ocorre como esperavam.
É importante ressaltar que alunos com altas habilidades, na maioria dos casos, tendem a compreender as tarefas de forma mais rápida em
comparação com os demais colegas de turma. Essa antecipação de absorção dos conteúdos pode causar o desinteresse do educando pela aula
proposta.
Podemos destacar alguns comportamentos que são as principais características presentes em alunos superdotados, tais como:
criatividade e sensibilidade emocional;
curiosidade intelectual;
percepção de causa e efeito;
capacidade de adquirir e arquivar informações rapidamente;
preferência por atividades individuais;
alta capacidade de concentração nas atividades de seu interesse;
habilidade na resolução de problemas;
vocabulário amplo e bem desenvolvido;
senso crítico e capacidade avaliativa em alto grau;
autoconfiança;
empatia e anseio de ser aceito pelos outros;
diversos interesses, habilidades e potencialidades, dentre outros.
Alunos com altas habilidades precisam de acompanhamento e observação constantes. Os educadores, portanto, devem atender às principais
necessidades de aprendizagem desses estudantes, como também explorar as suas potencialidades, utilizando diversas estratégias que contenham
propostas curriculares flexíveis, dinâmicas, inovadoras, desafiadoras e instigadoras.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamospraticar alguns conceitos?
Questão 1
A deficiência intelectual (DI) é classificada em quatro níveis de gravidade, os quais são determinados pela funcionalidade adaptativa do
indivíduo com DI. Sobre os níveis de gravidade da DI, é correto afirmar:
Parabéns! A alternativa C está correta.
A resposta correta afirma que a DI moderada é responsável por 10% dos casos de deficiência intelectual. Indivíduos com DI moderada, com muito
esforço e suporte adequados, poderão aprender a ler e escrever de um modo simples e exercer atividade profissional supervisionada e limitada.
No geral, são semidependentes, com limitações no relacionamento social e com grande dificuldade em tomadas de decisões. No período da
adolescência, apresentam dificuldades de socialização, o que contribui para o isolamento social.
Questão 2
Altas habilidades podem ser entendidas pelo campo da neurobiologia, que busca explicação nos mecanismos cerebrais, e pela psicopedagogia
social, cuja base são os fatores psicológicos, educacionais e sociológicos. Quanto às altas habilidades/superdotação, podemos afirmar:
A
A DI leve é responsável por 85% dos casos de DI e se caracteriza, principalmente, pela incapacidade de realizar trabalhos não
qualificados ou semiqualificados.
B A DI grave é responsável por 4% dos casos de DI e é caracterizada pela incapacidade de se comunicar e reconhecer palavras.
C
A DI moderada é responsável por 10% dos casos de DI. Nesse nível de gravidade, boa parte das crianças são capazes de
adquirir linguagem e se comunicar, mas apresentam dificuldades de socialização quando chegam à adolescência.
D
A DI profunda é responsável por 1 a 2 % dos casos de DI. Nesse nível de gravidade, a maioria dos indivíduos apresentam causas
não identificáveis para a deficiência.
E A DI leve é responsável por 10% dos casos de DI. O QI para esse nível de gravidade é de 50 a 70.
A
O aluno com altas habilidades apresenta um desempenho notável e potencialidades intelectuais, acadêmicas, liderança,
habilidades motoras ou talentos artísticos.
B Altas habilidades podem ser entendidas como alto nível de inteligência e desenvolvimento acelerado das funções motoras.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
A Política Nacional de Educação Especial (1994) define como aluno de altas habilidades/superdotação aquelas crianças que apresentam um
desempenho notável e potencialidade nos seguintes aspectos, de forma isolada ou combinados: capacidade intelectual geral; aptidão
acadêmica específica; pensamento criativo ou produtivo; capacidade de liderança; talento especial para artes e capacidade psicomotora.
2 - Transtornos mentais incapacitantes
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os principais tipos de transtornos mentais incapacitantes.
Os transtornos mentais como incapacitantes
Funcionalidade versus Incapacidade
Para compreendermos os transtornos mentais incapacitantes, antes de tudo, precisamos entender os conceitos de incapacidade e funcionalidade.
Afinal, ambos andam de mãos dadas.
A funcionalidade abrange elementos de funções e estruturas físicas, atividade e participação social. A funcionalidade é apresentada como a parte
positiva, e a parte negativa obedece à incapacidade.
C A suspeita de altas habilidades/superdotação acontece, com frequência, no ambiente familiar.
D O aspecto criativo das altas habilidades se refere às artes plásticas, músicas, artes dramáticas, literatura ou artes cênicas.
E Altas habilidades, muitas vezes, é confundido com TDAH pela proximidade das características de ambas.
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De acordo com essa perspectiva, a incapacidade é o resultado do intercâmbio entre a disfunção apresentada pelo indivíduo (que pode ser
orgânica e/ou estrutural), a limitação de suas tarefas e a limitação na participação social, e dos fatores ambientais que podem se apresentar
como facilitadores ou como obstáculos para o desempenho dessas tarefas e da participação social.
Essa classificação aponta a incapacidade como um problema social, coletivo, causado por fatores biopsicossociais, que impõe restrições
individuais e sociais à adaptação do indivíduo ao contexto social.
Dito de outro modo, a incapacidade é a limitação, como resultado de uma deficiência, da aptidão para desempenhar uma tarefa considerada normal
para o ser humano.
É uma consequência direta ou uma resposta do indivíduo a uma deficiência psicológica, física, sensorial ou outra. Concebe a objetivação da
deficiência e reflete os distúrbios da própria pessoa em tarefas e comportamentos indispensáveis à vida diária e às relações sociais.
É importante ressaltar a questão da individualidade. Cada pessoa responde aos estímulos de um modo particular e único. Assim, também acontece
com a funcionalidade e a incapacidade.
Exemplo
Duas pessoas com o mesmo transtorno (depressão, ansiedade) ou uma mesma doença física podem ter diferentes níveis de funcionalidade. Do
mesmo modo, duas pessoas que apresentam o mesmo nível de funcionalidade podem não ter a mesma condição de saúde.
Embora a definição seja única, os níveis de funcionalidade e incapacidade variam entre os indivíduos.
Os transtornos mentais
De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), os transtornos mentais podem ser identificados como doenças com
manifestações psicológicas, acompanhadas de comprometimento funcional devido a perturbações biológicas, sociais, psicológicas, genéticas,
físicas ou químicas. Podem desencadear modificações no pensamento ou até mesmo no humor, provocando alterações no desempenho global do
indivíduo, isto é, no âmbito pessoal, social, ocupacional ou familiar.
Por esses motivos, os transtornos mentais podem ser considerados incapacitantes.
De acordo com o Estudo de Carga de Doença Global (Global Burden Disease – GBD), conduzido por um grupo de pesquisadores da Universidade de
Harvard e da Organização Mundial de Saúde (OMS), cinco das dez primeiras causas de incapacidade, no mundo, são transtornos mentais. Entre
essas causas, podemos destacar:
depressão unipolar;
transtorno afetivo bipolar;
esquizofrenia;
transtorno obsessivo compulsivo.
Os transtornos mentais acometem grandes segmentos da população. No Brasil, a estimativa de prevalência apontou taxas maiores que 50%.
Os transtornos mentais afetam especialmente mulheres, desempregados, e pessoas com baixa escolaridade e com baixa renda. Isso se modifica
quando se consideram apenas os casos graves, que cursam com incapacidade, que correspondem a, aproximadamente, um décimo dessas
estimativas.
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No Brasil, 3% da população sofre com transtornos mentais graves e persistentes e 6% tem transtorno psiquiátrico grave provocado por uso de álcool
ou de outras drogas (GONÇALVES, 2014).
Caracterização da depressão e do TAB
Depressão
Tanto a depressão como o transtorno bipolar de humor fazem parte dos transtornos do humor ou do afeto.
Nos dias atuais, os transtornos depressivos são reconhecidos como um problema prioritário de saúde pública. Segundo classificação da OMS, a
depressão maior é considerada a primeira causa de incapacidade entre todos os problemas de saúde.
Esse transtorno é caracterizado como um estado clínico que requer intervenção.
Um indivíduo deprimido diferencia-se, sobretudo, pela sua incapacidade de lidar com a sua vida em geral ou, especificamente, com seu trabalho, seu
ambiente social ou familiar, estando essa incapacidade relacionada com a severidade da depressão.
Pela ótica da psicopatologia, a depressão caracteriza-se, principalmente, pelo humor triste e desânimo.
No entanto, há uma multiplicidade de sintomas afetivos, neurovegetativos e instintivos, ideativos e cognitivos, osquais afetam a vontade, a
psicomotricidade e a autoestima da pessoa.
Os sintomas e as crises depressivas costumam surgir, com muita frequência, após episódios que envolvem perdas significativas, como, por
exemplo, de um ente querido, emprego, relacionamento, status socioeconômico, ou de algo meramente simbólico.
Em muitos casos, porém, essas crises nem sempre respondem a uma experiência de perda objetivamente falando tanto em termos qualitativos
como quantitativos.
Transtorno afetivo bipolar
O transtorno afetivo bipolar (TAB) é um transtorno psiquiátrico de curso crônico, cuja característica principal é apresentar períodos recorrentes de
alteração patológica no humor. Diferencia-se de outros transtornos de humor pelas manifestações tanto do polo maníaco (eufórico) quanto do polo
depressivo.
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O TAB é um transtorno comum e apresenta altas taxas de morbidade, mortalidade e, especialmente, incapacidade.
É um dos transtornos psiquiátricos com maior componente genético, e cuja herdabilidade pode chegar a aproximadamente 68%. Ou seja, o risco de
um parente de primeiro grau desenvolver o TAB é muito alto.
Os sintomas do TAB podem incluir alterações no humor, cognição, psicomotricidade, funções neurovegetativas, atenção, impulsividade e
autoestima. Geralmente, o TAB se apresenta na adolescência ou no início da vida adulta, embora possa surgir em qualquer fase da vida.
O transtorno afetivo bipolar é caracterizado por fases maníacas, porém essas fases são menos frequentes quando comparadas aos episódios
depressivos. Em geral, indivíduos com TAB experimentam sintomas depressivos pela maior parte da sua vida.
Caracterização da esquizofrenia e transtornos psicóticos
Esquizofrenia e transtornos psicóticos
As psicoses são transtornos mentais que se caracterizam por distorções do pensamento, sensopercepção, emoção, linguagem, sentimento do eu e
comportamento.
Atenção!
É importante destacar que, na depressão e no TAB, podemos encontrar complicações pela presença de sintomas psicóticos (tais como delírios e
alucinações), denotando estados mais graves desses transtornos do afeto.
Os transtornos psicóticos podem ter uma prevalência de até 3,5% da população, sendo a esquizofrenia o transtorno mais frequente, com
aproximadamente 1% de prevalência na população geral.
O pico da esquizofrenia ocorre entre 25 a 35 anos para mulheres e 15 e 25 anos para homens, os quais apresentam um risco acentuadamente maior
para desenvolver tal transtorno.
A esquizofrenia é caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas que surge, inicialmente, na forma de um surto psicótico.

Na maioria das vezes, a esquizofrenia apresenta uma série de sinais e sintomas, como alucinações, delírios e pensamento desorganizado,
interpostos por períodos de remissão.

Durante os chamados períodos de remissão, a pessoa manifesta os sintomas negativos, como incapacidade de expressar emoções, apatia,
afastamento social e sentimentos intensos de inadequação e desorganização mental.
Esses sintomas, apesar de chamarem menos atenção das pessoas em volta do paciente, acabam sendo também altamente incapacitantes.
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Apesar de o DSM-5 ter abandonado a divisão da esquizofrenia em subtipos, ainda encontramos autores que adotam essa classificação. Esses
subtipos nos ajudam a entender que esse transtorno pode se apresentar de diferentes maneiras, acarretando diversos níveis de incapacidade.
Assim, a esquizofrenia pode ser subdividida nos seguintes tipos, os quais possuem características e limitações próprias:
ndiferenciada
Essa esquizofrenia é também chamada de simples.
Transtorno obsessivo compulsivo
O transtorno obsessivo compulsivo (TOC) é um transtorno neuropsiquiátrico que se caracteriza pela presença de obsessões e/ou compulsões que
são realizadas com a intenção de aliviar a angústia causada pelas obsessões, ocupando um tempo considerável e comprometendo as atividades e
os relacionamentos do indivíduo.
Obsessões
Pensamentos.
Esquizofrenia paranoide
Caracterizada pela presença
de ideias delirantes que se
mantêm estáveis; na maioria
das vezes, esses delírios são
relativos a ideias de
perseguição e pensamentos
sobre conspirações,
geralmente acompanhadas de
alteração na sensopercepção
que seguem esse mesmo
conteúdo.
Esquizofrenia hebefrênica
Caracterizada pela presença
acentuada de uma alteração
nos afetos; os delírios e as
alucinações são de curta
duração e incompletos;
apresenta comportamento
irresponsável, imprevisível e
desorganizado (esse subtipo
é considerado um dos mais
incapacitantes e graves,
afetando, principalmente
jovens, entre 15 e 25 anos).
Esquizofrenia catatônica
Caracterizada por alterações
psicomotoras acentuadas que
podem oscilar entre extremos,
tais como hipercinesia
(motilidade patologicamente
excessiva, com aumento da
amplitude e rapidez dos
movimentos) e estupor
(estado de inconsciência
profunda, com o
desaparecimento da
sensibilidade e das reações
motoras), ou entre a
obediência espontânea e o
negativismo.
Esquizofrenia residual
Caracterizada pela presença
constante de sintomas
negativos, que podem ser
reversíveis, em alguns casos.
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Impulsos.
Imagens mentais periódicas, invasivas e desagradáveis.
Comportamento adaptativo
Atos motores e/ou mentais repetitivos, estereotipados e ritualizados.
Por esse motivo, o TOC passa a ser altamente incapacitante, afetando tanto o paciente como familiares e as pessoas que convivem com ele.
Exemplo
São exemplos desse transtorno preocupações excessivas com a segurança que geram mal-estar e angústia, como conferir diversas vezes se
trancou a porta ou se desligou o fogo do fogão.
Pequenos detalhes podem significar a expressão de diversos rituais de conferência, assim como a limitação em diversas atividades onde a pessoa
se sinta sem controle da situação. Desse modo, o indivíduo manifesta a necessidade contínua de realizar comportamentos que seguem toda uma
sequência de passos e de regras sem sentido para o resto das pessoas.
Exemplo
Outra situação comum de obsessões são as preocupações excessivas com limpeza e o medo de contaminação, levando a pessoa a lavar a mão
repetidas vezes para aliviar seu desconforto.
Muitas das vezes, o TOC se manifesta pelo conjunto de crenças e rituais. Logo, quem sofre desse transtorno acaba sendo acometido por várias
ideias invasivas e rituais em vários aspectos, o que o torna tão limitante.Estima-se que a prevalência do TOC no Brasil seja em torno de 0,7% a 2,1%.
Muitos casos podem ter início na infância, havendo outro pico de incidência no início da vida adulta. Aparentemente, não há diferença para a
prevalência do TOC entre os sexos feminino e masculino, porém os homens iniciam o transtorno em idades mais precoces do que as mulheres, e a
maioria dos casos de TOC na infância ocorre em meninos. É um transtorno de curso crônico, com raras taxas de remissão.
Os diferentes transtornos mentais incapacitantes
Confira algumas reflexões sobre os diferentes transtornos mentais e a forma como eles passam a ser incapacitantes.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Os transtornos mentais estão entre as principais causas de incapacidade no mundo. Dependendo do grau em que se apresenta, o transtorno
mental pode comprometer seriamente a funcionalidade do indivíduo. Qual das alternativas abaixo apresenta transtornos mentais que podem
ser incapacitantes?
A Transtornos alimentares, depressão unipolar, esquizofrenia e transtornode ansiedade.
B Depressão unipolar, transtorno afetivo bipolar, transtorno de ansiedade e transtorno obsessivo compulsivo.
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Parabéns! A alternativa E está correta.
Embora todos os transtornos citados sejam transtornos mentais que possam gerar incapacidade, dependendo do grau em que se apresentam,
pesquisas têm apontado a depressão unipolar, o transtorno afetivo bipolar, o transtorno obsessivo compulsivo e a esquizofrenia como os
principais transtornos mentais incapacitantes.
Questão 2
Sobre os transtornos mentais incapacitantes, analise as assertivas abaixo:
I. A depressão unipolar é um estado mental e físico caracterizado por uma mudança de humor, tornando-se infeliz, triste, desencorajado,
irritável, frio, com receio, desanimado, sem esperança e abatido.
II. O transtorno afetivo bipolar se diferencia da esquizofrenia apenas por não apresentar alterações senso perceptivas, como delírio e
alucinação.
III. A esquizofrenia é um transtorno psicótico caracterizado, principalmente, por alterações no humor e comprometimento cognitivo.
IV. O transtorno obsessivo compulsivo é um transtorno de curso crônico com taxas altas de remissão.
V. O transtorno obsessivo compulsivo é um transtorno neuropsiquiátrico caracterizado pela presença de obsessões e/ou compulsões que são
realizadas com a intenção de aliviar a angústia trazidas pelas obsessões.
Estão corretos:
Parabéns! A alternativa A está correta.
A depressão unipolar tem como característica a mudança de humor, para um humor rebaixado como tristeza, desânimo e receio. O transtorno
obsessivo compulsivo é um transtorno neuropsiquiátrico caracterizado pela presença de obsessões (pensamentos, impulsos, ou imagens
C Transtorno de ansiedade, depressão unipolar, esquizofrenia e uso de álcool.
D Transtorno afetivo bipolar, transtorno obsessivo compulsivo e transtornos alimentares e uso de álcool.
E Depressão, transtorno afetivo bipolar, transtorno obsessivo compulsivo e esquizofrenia.
A I e V.
B I, III e V.
C II, III e IV.
D IV e V.
E II, III e IV.
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mentais recorrentes, intrusivos e desagradáveis) e/ou compulsões (atos motores e/ou mentais repetitivos estereotipados e ritualizados) que
são realizados com a intenção de aliviar a angústia trazidas pelas obsessões, ocupando um tempo considerável e comprometendo as
atividades e os relacionamentos do indivíduo. A diferença entre esquizofrenia e transtorno afetivo bipolar é que a primeira envolve distorções da
realidade, enquanto a segunda precisa incluir um episódio de mania e repetidos episódios de depressão. A esquizofrenia é um transtorno
psicótico caracterizado, por sintomas psicóticos, alucinações e distorções da realidade. O transtorno obsessivo compulsivo é um transtorno
crônico na maioria das vezes, sendo raros os períodos de remissão completa dos sintomas
3 - Desvios sensoriais: de�ciência visual e auditiva
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os principais tipos de de�ciência sensorial.
De�ciência visual
Conhecendo a de�ciência visual
Qual a primeira coisa que vem à sua mente quando nos referimos a deficiência sensorial?
A deficiência sensorial pode ser entendida como o não funcionamento (total ou parcial) de um dos cinco sentidos. Habitualmente, a deficiência
auditiva e a deficiência visual são consideradas as principais deficiências sensoriais.
Quando falamos sobre deficiência visual, comumente imaginamos que ela se aplica apenas às pessoas que possuem um comprometimento total
da visão. Porém, a deficiência visual não se limita apenas à perda total da visão!
Como podemos, então, explicar deficiência visual? Essa deficiência é caracterizada pelo comprometimento total ou parcial (de 40 a 60%) da visão.
No entanto, doenças como miopia, astigmatismo ou hipermetropia, não são consideradas como deficiência visual, uma vez que podem ser
corrigidas por meio do uso de lentes ou com cirurgias.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) elaborou alguns critérios que nos possibilitam diferenciar os graus de deficiência visual. Vamos conhecê-
los com mais detalhes a seguir.
ais limitações
Baixa visão
Caracterizada por alteração na visão central, com comprometimento rigoroso na fóvea central ou na mácula. A perda de função visual
central ou periférica geralmente é provocada por patologias ou agentes que comprometem, com maior incidência, a porção central
e/ou mácula, e com menos incidência a porção periférica, geralmente de forma parcial. O uso de lupas, lentes de aumento,
telescópios podem compensar tais limitações, assim como o auxílio de bengalas e treinamentos voltados à orientação.
Próximo à cegueira
Nesse nível de deficiência visual, a pessoa ainda tem a capacidade de distinguir entre luz e sombra. Na maioria das vezes, já usa o
sistema Braille para leitura e escrita, faz uso de recursos de voz para ter acesso aos programas de computador, movimenta-se com a
bengala e necessita de treinamentos de orientação e de mobilidade.
Cegueira
Nesse caso, não existe nenhuma percepção de luz. Desse modo, recursos como o sistema Braille, o uso de bengala e os treinamentos
voltados à orientação e mobilidade são de fundamental importância.
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Podemos citar como exemplo o glaucoma e suas complicações. Na figura, temos um exemplo de como as pessoas com glaucoma enxergam.
A deficiência visual pode ser diagnosticada muito cedo, com exceção dos casos de doenças degenerativas, como o glaucoma e a catarata, que têm
um curso evolutivo com o passar dos anos.
Inclusão escolar dos alunos com de�ciência visual
Para que ocorra a inclusão dos alunos com deficiência visual de modo genuíno, é necessário que o aluno tenha espaço para participar de todas as
atividades desenvolvidas no contexto escolar. Para isso, é importante que professores, pais e alunos estejam atentos às particularidades dos alunos
com esse tipo de deficiência.
O estudante portador de deficiência visual tem direito a usar materiais escolares adaptados, tais como livros
didáticos em Braille ou a reglete para escrever durante as aulas.
eglete
A reglete é um dos primeiros instrumentos para a escrita Braille, usado para que pessoas cegas possam ler e escrever. Ela foi adaptada pelo criador
deste alfabeto, Louis Braille.
O processo de alfabetização em Braille das crianças com deficiência visual (cegueira ou os graus mais severos da deficiência) acontece
simultaneamente com o processo de alfabetização das demais crianças na escola, porém deve contar com o suporte indispensável do Atendimento
Educacional Especializado (AEE).
O sistema Braille, criado pelo francês Louis Braille, é um sistema de escrita e leitura baseado em 64 símbolos em relevo, como resultado da
convergência de até seis pontos dispostos em duas colunas de três pontos cada.
No Braille, é possível representar tanto letras como números e pontuação. Esse sistema pode ser utilizado tanto por pessoas cegas como por
aquelas com baixa visão. A leitura é feita ao toque de uma ou duas mãos ao mesmo tempo, e sempre da esquerda para a direita.
Por que o sistema Braille é tão importante atualmente? Porque se trata do sistema mais seguro, completo e eficiente meio de acesso à educação e
à informação para a pessoa com deficiência visual. O preconceito já é barreira suficiente para manter a pessoa com deficiência visual isolada da
sociedade, a falta de acesso à informação pode condená-la a uma vida sem ou com poucas perspectivas. Desse modo, o sistema Braille atua como
mediador das relações da pessoa com deficiência visual.
De�ciência auditiva18/01/2023 12:03 Os principais tipos de deficiência
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Identi�cando a de�ciência auditiva
Para que haja a aquisição e o desenvolvimento da linguagem, a audição é um pré-requisito indispensável. Audição e linguagem são funções
correlacionadas e interdependentes! Logo, um dos principais transtornos que podem intervir no desenvolvimento da linguagem e da fala é a
deficiência auditiva.
Deficiência auditiva é sinônimo de surdez? Embora seja comum associar deficiência auditiva à surdez, esses são conceitos diferentes.
De�ciência auditiva
Pode ser adquirida pós-parto ou ao longo da vida. É definida como uma incapacidade de ouvir níveis de som abaixo de 90 dB (decibéis). Ela
representa um certo nível de redução auditiva em um, ou em ambos os ouvidos e pode ser dividida em categorias, dependendo do grau de
deficiência, podendo levar à surdez.
Surdez
Pode ocorrer por malformação congênita na gestação ou pós-nascimento, ainda quando criança até chegar à fase adulta.
A perda auditiva pode ser de diferentes tipos. São chamadas de surdas as pessoas que têm perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da
aptidão de entender a fala através do ouvido. É a perda total da audição.
Para identificar a extensão do dano auditivo, é necessário submeter-se ao exame audiológico, conduzido por um fonoaudiólogo. A perda auditiva
pode ser classificada nos seguintes graus:
Grau Decibéis
Normal 0 a 25 decibéis
Leve 25 a 40 decibéis
Moderada 41 a 70 decibéis
Severa 71 a 90 decibéis
Profunda Acima de 90 decibéis
A perda auditiva é o tipo de deficiência congênita mais frequente e de maior prevalência dentre aquelas usualmente triadas em programas de saúde
preventivos no Brasil.
Educação de surdos: inclusão e bilinguismo
É perceptível que, no curso da história, as pessoas com deficiência auditiva foram marginalizadas socialmente, em vários domínios, seja econômico,
social, cultural, educacional ou político. Esses indivíduos eram vistos como deficientes e impossibilitados, o que levou em muitos casos a perda de
direitos e da possibilidade de fazer escolhas.
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A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva teve como objetivo incluir alunos com necessidades educacionais
especiais nas escolas comuns. A partir de então, estudantes com deficiência auditiva passaram a ser inclusos na população acolhida por essa
modalidade transversal da educação.
A educação especial de surdos tem como consequência uma diferença linguística, uma vez que essa comunidade se diferencia dos ouvintes pela
língua que utilizam. Os ouvintes utilizam uma língua oral e os surdos uma língua viso-gestual.
As percepções de mundo do deficiente auditivo acontecem de maneira diferente de como ocorre com os ouvintes. Deficientes auditivos criam
meios de percepção e comunicação com o mundo por meio da língua de sinais e de experiências visuais adquiridas ao longo do tempo com
familiares ou através do estudo dessas duas formas de comunicação.
O Decreto nº 5626 de 2005 legisla sobre o ensino bilíngue para pessoas surdas, assegurando a presença de alguns profissionais dentro da escola,
como o professor bilíngue, o instrutor surdo, o intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais), entre outros, permitindo que esses alunos tenham
acesso ao ensino realizado por língua de sinais.
Assim, surge o bilinguismo, ou educação inclusiva bilíngue. Essa modalidade caracteriza-se por respeitar a língua materna dos surdos, ou seja, a
língua de sinais, e pela percepção de que o português (na forma escrita) deve ser inserido como segunda língua. O bilinguismo propõe que as aulas
sejam ministradas para os alunos em duas línguas, na língua viso-gestual (Língua de Sinais) e na modalidade escrita da língua portuguesa.
A educação inclusiva para as pessoas com de�ciência sensorial
Confira algumas reflexões sobre as estratégias e formas de educação inclusiva para as pessoas com deficiência sensorial, destacando a
participação de diferentes profissionais.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A deficiência sensorial engloba, principalmente, a deficiência visual e auditiva. Sobre deficiência visual, é correto afirmar.
Parabéns! A alternativa B está correta.
A A deficiência visual é caracterizada pelo comprometimento geral da visão.
B A deficiência visual é dividida em três categorias: baixa visão, próximo à cegueira e cegueira.
C A deficiência visual ocorre apenas por causas congênitas.
D A cegueira é o comprometimento de 60% da visão.
E A baixa visão é uma categoria da deficiência visual que pode ser corrigida pelo uso de lentes ou cirurgia.
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A deficiência visual pode ser compreendida em três níveis: a baixa visão, que pode ser compensada com o uso de lentes de aumento, lupas,
telescópios, com o auxílio de bengalas e de treinamentos de orientação; próximo à cegueira, no qual a pessoa ainda é capaz de distinguir luz e
sombra, mas já emprega o sistema braile para ler e escrever; e a cegueira, nível em que não existe nenhuma percepção de luz.
Questão 2
No tocante à deficiência auditiva, assinale a alternativa correta.
Parabéns! A alternativa B está correta.
Deficiência auditiva (perda auditiva) é quando a habilidade auditiva da pessoa é reduzida. Deficiência auditiva faz com que a pessoa tenha
dificuldade de ouvir diálogos e outros sons. As causas mais comuns de deficiência auditiva (perda auditiva) são ruídos e envelhecimento.
Podemos afirmar que ela pode ser adquirida também no pós-parto, decorrente de alguma lesão que compromete as estruturas que compõem o
aparelho auditivo.
A Deficiência auditiva e surdez são termos usados para descrever a perda total da audição.
B
A deficiência auditiva é adquirida pós-parto, ou pode ser adquirida ao longo da vida, provocada por alguma lesão na orelha ou
ouvido que atinge as estruturas que compõem o aparelho auditivo.
C
São chamados de surdos os indivíduos que têm perda parcial e adquirida, da capacidade de compreender a fala através do
ouvido.
D
A perda auditiva é a deficiência congênita menos frequente e menos prevalente dentre aquelas usualmente triadas em
programas de saúde preventivos no Brasil.
E Audição e linguagem são funções correlacionadas e dependentes uma da outra.
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4 - Desvios neuromotores
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os conceitos de de�ciência física, amputação e múltiplas de�ciências no
contexto geral da de�ciência.
De�ciência física
Caracterização da de�ciência física
Podemos conceituar deficiência física como as alterações completas ou parciais de um ou mais segmentos do corpo humano, que causam
comprometimento da mobilidade e da coordenação geral, podendo também afetar a fala, em diferentes graus.
As diversas deficiência físicas que caracterizam a pessoa com deficiência física (PDF) podem ser divididas nas seguintes categorias:
ortopédicas;
neurológicas;
congênitas;
adquiridas;
progressivas;
permanentes;
temporárias;
agudas e crônicas.
A origem da deficiência física pode estar relacionada a diversos fatores, tais como:
Os problemas acima citados podem ocorrer nos períodos: pré-natal, natal e pós-natal; em consequência da rubéola, do RH incompatível com o da
mãe, da meningite etc.
Tipos de deficiências físicas
As deficiências físicas podem ser classificadas em diferentes tipos, os mais comuns são:
Amputação
Caracterizada pela não
apresentação de um ou mais
membros, podendoser por
uma causa congênita ou
adquirida.
Espinha bí�da
Quando um ou mais arcos
vertebrais sofrem alterações
em seus fechamentos.
Distro�a muscular
Deterioração progressiva dos
músculos esqueléticos
voluntários, dificultando ou
impedindo a prática da
contração muscular.
Osteogênese imperfeita
Malformação óssea tendo
como consequência maior
frequência de fraturas e
deformidades no indivíduo.
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Paraplegia
Perda total das funções motoras.
Monoplegia
Perda parcial das funções motoras de um só membro (podendo ser superior ou inferior).
Tetraplegia
Perda total das funções motoras dos membros superiores e inferiores.
Hemiplegia
Perda total das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou esquerdo).
Amputação
Retirada de uma extremidade do corpo.
Paralisia cerebral
Lesão cerebral que acontece, em geral, quando falta oxigênio no cérebro do bebê durante a gestação, no parto ou até dois anos após
o nascimento (traumatismos, envenenamentos ou doenças graves), danifica o funcionamento de diferentes partes do corpo. A
principal característica é um desequilíbrio na contenção muscular que causa tensão, dificuldades de força e equilíbrio e
comprometimento da coordenação motora.
Nanismo
Doença genética que provoca um crescimento esquelético anormal, tendo como consequência um indivíduo cuja altura é muito
menor que a altura média de toda a população. Na maior parte dos casos, encontra-se a acondroplasia, que se caracteriza por ser
uma doença cromossômica na qual há crescimento desproporcional entre cabeça, tronco e membros.
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Amputação, reintegração corporal e reabilitação
Amputação
A deficiência física, independentemente de como se manifesta, pode afetar a imagem corporal da pessoa. Estamos nos referindo aqui a como
percebemos o nosso corpo, ao modo como ele se apresenta para nós mesmos.
Com a perda de parte do corpo, o indivíduo pode sofrer uma alteração significativa e precipitada da sua imagem, tornando necessária a restituição
dessa imagem com um novo desenho corporal.
A restituição corporal
A restituição se reflete no próprio autoconceito do indivíduo, por isso é de extrema seriedade uma reconstrução positiva da imagem corporal.
Para que essa restituição corporal seja positiva e produtiva, o indivíduo amputado precisa aceitar sua perda física, condição indispensável para
integrar as funções de um membro mecânico, como a prótese, com seus próprios músculos, conseguindo assim um controle de seus movimentos.
Além do mais, aceitar a perda de um membro do corpo é imprescindível para que o indivíduo possa se relacionar com os outros e consigo mesmo
de forma mais produtiva e legítima. Desse modo, ele toma consciência de suas limitações e reflete sobre estratégias eficazes para sua maior
autonomia dentro das fronteiras impostas pela sua deficiência.
A reabilitação
A reabilitação é um processo relacionado ao desenvolvimento humano e às aptidões de adaptação nas diferentes fases da vida. Compreende os
aspectos funcionais, psíquicos, educacionais, sociais e profissionais. Seu objetivo é assegurar à pessoa com deficiência, independente do caráter ou
da origem da deficiência, o mais extenso envolvimento na vida social, além de lhe proporcionar maior independência possível nas tarefas da vida
diária.
A aceitação da prótese é considerada uma das fases mais importantes para a reabilitação do indivíduo, pois é através dela que o indivíduo poderá
retomar algumas das tarefas que realizava antes da amputação.
Múltiplas de�ciências
Caracterização das múltiplas de�ciências
Já estudamos um pouco sobre deficiência sensorial, deficiência física, deficiência intelectual e transtornos mentais. Agora, vamos conhecer as
múltiplas deficiências.
O que você entende por múltiplas deficiências? No Brasil, aproximadamente 45 milhões de pessoas são portadoras de algum tipo de deficiência.
Seguramente, uma quantia importante da população que ainda necessita de atenção e de políticas públicas que atendam às suas necessidades.
Inclusas nesse contexto ainda existem as pessoas que possuem dois ou mais tipos de deficiência conjuntamente. Esses indivíduos têm aquilo que
chamamos de deficiência múltipla.
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Deficiência múltipla é a combinação de duas ou mais deficiências primárias, que podem ser física, visual, auditiva ou mental na mesma pessoa. As
pessoas com deficiência múltipla apresentam atrasos no desenvolvimento, na aprendizagem ou na capacidade de ser autônomas nas atividades do
dia a dia.
As deficiências múltiplas podem ser causadas por diversos fatores, que podem ocorrer no curso da gestação, no nascimento ou até mesmo ser
decorrentes de acidentes, intoxicações, tumores, entre outras causas.
As malformações congênitas e as infecções virais, como rubéola, sarampo e algumas doenças sexualmente transmissíveis, apresentam-se como as
principais causas de deficiência múltipla em adultos.
Os tipos de deficiência múltipla podem ser apresentados da seguinte maneira:
Sensorial e física
Associa a deficiência auditiva à deficiência física.
Associa a deficiência visual à deficiência física.
Física e psíquica
Associa a deficiência física à deficiência intelectual.
Associa a deficiência física aos transtornos mentais.
Sensorial e psíquica
Associa a deficiência auditiva à deficiência intelectual.
Associa a deficiência visual à deficiência intelectual.
Associa a deficiência auditiva aos transtornos mentais.
Associa a perda visual ao transtorno mental.
Física, psíquica e sensorial
Associa a deficiência física à deficiência visual e à deficiência intelectual.
Associa a deficiência física à deficiência auditiva e à deficiência intelectual.
Associa a deficiência física à deficiência auditiva e à deficiência visual.
Múltiplas de�ciências no ambiente escolar
Como lidar com as múltiplas deficiências no ambiente escolar?
Essa é uma pergunta aparentemente simples, porém sua resposta é altamente complexa.
Como sabemos, deficiência múltipla é o termo utilizado para caracterizar a combinação de duas ou mais deficiências, de ordem física, sensorial,
emocional, mental, ou comportamental, em um mesmo indivíduo. Todavia, não é a soma dessas alterações que classifica a múltipla deficiência, e
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sim o coeficiente de desenvolvimento, as possibilidades de funcionamento, de comunicação, de relação social e de aprendizagem que originam as
necessidades educativas dessas pessoas.
Desse modo, a orientação aos educadores deve ser feita caso a caso, dependendo dos tipos e do grau de
comprometimento do aluno.
É preciso considerar que existem consequências nos diversos aspectos do desenvolvimento da criança que influenciam diretamente a sua forma de
conhecer o mundo externo e desenvolver habilidades adaptativas. Diante disso, é necessário que o professor esteja atento às competências do
aluno com deficiência múltipla, fazendo uso de estimulação sensorial e procurando maneiras diversas de comunicação, para identificar a forma
mais adequada de interagir com o aluno.
A evolução e as aptidões das crianças com múltiplas deficiências são heterogêneas e variáveis. Algumas crianças com níveis funcionais básicos e
probabilidades de adaptação ao meio podem e devem ser educadas em salas de aula comum, mediante adaptação e suplementação curricular.
Outras crianças com mais dificuldades, no entanto, poderão necessitar de metodologias especiais de ensino, apoios intensos, contínuos e currículo
alternativo que correspondam às suas necessidades na sala de aula comum.
O trabalho com as de�ciênciasmúltiplas
Confira agora as particularidades das deficiências múltiplas para analisar a importância da identificação das competências do paciente no
desenvolvimento de intervenções mais adequadas a cada caso.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Entende-se por deficiência múltipla a associação de duas ou mais deficiências em uma mesma pessoa. Essas associações podem ser de
vários tipos: física e psíquica; sensorial e psíquica; sensorial e física; física, psíquica e sensorial. Assinale a alternativa que descreve um
exemplo de associação da deficiência sensorial e psíquica.
Parabéns! A alternativa B está correta.
A
André foi diagnosticado com esquizofrenia no início da vida adulta. Anos mais tarde, ele precisou ser submetido a uma cirurgia
de amputação do membro superior direito.
B
Ingrid é uma criança de 7 anos e, na avaliação com o psiquiatra infantil, foi diagnosticada com deficiência intelectual. Além
disso, ela possui baixa visão e necessita fazer uso de alguns recursos para conseguir enxergar.
C
Maria nasceu com a capacidade de ouvir prejudicada e precisou ser submetida a uma cirurgia de amputação do membro
inferior esquerdo em decorrência da diabetes.
D Marcelo ficou paraplégico após um acidente de trânsito e agora está com comprometimento da visão por causa do glaucoma.
E Ana teve paralisia cerebral e, como consequência, tem dificuldades intelectuais e paraplegia.
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Em uma associação de deficiência sensorial e psíquica, há combinação de deficiência auditiva e deficiência intelectual; deficiência visual e
deficiência intelectual; deficiência auditiva e transtorno mental; e deficiência visual e transtorno mental. No caso do exemplo citado, há
associação de deficiência visual e deficiência intelectual, exemplificando uma associação de deficiência sensorial e psíquica.
Questão 2
A deficiência física pode ser compreendida como alterações completas ou parciais de um ou mais segmentos do corpo humano, que causam
comprometimento da mobilidade e da coordenação geral. Várias são as causas da deficiência física. Entre essas causas, podemos citar:
Parabéns! A alternativa B está correta.
Entre as causas de deficiência física, podemos destacar: a paralisia cerebral, uma lesão permanente no cérebro que causa distúrbio no tônus
muscular e nas funções motoras; a amputação, que é a perda de um dos membros periféricos do corpo e pode ser necessária por diversas
razões; e a poliomielite, causada pela presença de um vírus alojado na medula que compromete as células motoras, deixando como efeito a
paralisia na região motora.
Considerações �nais
Como vimos ao longo de nosso estudo, a deficiência pode ser classificada em três tipos, física, psíquica e sensorial, e compreende uma gama de
subtipos dentro desses grupos. Conhecer e saber identificar os tipos de deficiência é de grande importância para a elaboração de estratégias e
programas de inclusão, assim como também para o manejo clínico e social da pessoa com deficiência. Alguns tipos de deficiência podem cursar
com incapacidade, como é o caso dos transtornos mentais, o que exige um maior cuidado e maior atenção com a pessoa acometida por alguns
desses transtornos.
É importante considerar a pessoa não apenas pela ótica da deficiência, mas também da singularidade e individualidade de cada caso, uma vez que
cada indivíduo responde de maneira diferente a determinados estímulos. Assim, incapacidade e funcionalidade variam a cada pessoa, mesmo se
tratando, por exemplo, do mesmo tipo de deficiência.
Programas de inclusão precisam se adequar à individualidade e às necessidades da pessoa com deficiência para que possam ser realmente
eficazes. Ainda assim, mesmo nos dias atuais, carecemos de políticas públicas voltadas à inclusão das pessoas com deficiência e à melhoria da
qualidade de vida dessas pessoas.
A amputação, espinha bífida e tetraplegia.
B espinha bífida, nanismo e hemiplegia.
C paralisia cerebral, amputação e poliomielite.
D tetraplegia, paralisia cerebral e artrite.
E artrite, lesões medulares e monoplegia.
18/01/2023 12:03 Os principais tipos de deficiência
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Ouça agora as particularidades, os desafios e os cuidados na inclusão da pessoa com deficiência física, sensorial, intelectual e dos transtornos
mentais incapacitantes.
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Referências
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DAVIDSON, J. E. Conceptions of giftedness. New York: Cambridge University Press, 2005.
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