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NUTRIÇÃO E DOENÇA CELIACA


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Doença Celíaca
Definição Doença Celíaca (DC) 
É uma enteropatia crônica do intestino delgado, de caráter autoimune, 
desencadeada pela exposição ao glúten (principal fração proteica presente 
no trigo, centeio e cevada) em indivíduos geneticamente predispostos.
Estudos revelam que o problema atinge pessoas de todas as idades, mas 
compromete principalmente crianças de 6 meses a 5 anos. 
Também foi observada uma frequência maior entre mulheres, na proporção 
de duas mulheres para cada homem.
Forma Clássica (típica) da DC
Presença de diarreia crônica, em geral acompanhada de distensão abdominal e 
perda de peso. 
Também pode haver diminuição do tecido celular subcutâneo, atrofia da 
musculatura glútea, falta de apetite, alteração de humor (irritabilidade ou 
apatia), vômitos e anemia. 
Pode ter evolução grave, conhecida como crise celíaca, ocorrendo quando há 
retardo no diagnóstico e no tratamento, particularmente entre o primeiro e o 
segundo anos de vida, e frequentemente desencadeada por infecção. 
Esta complicação potencialmente fatal se caracteriza pela presença de diarreia 
com desidratação hipotônica grave, distensão abdominal por hipopotassemia e 
desnutrição grave, além de outras manifestações como hemorragia e tetania.
Forma não clássica (atípica) DC
Caracteriza-se por quadro mono ou oligossintomático.
Manifestações digestivas estão ausentes ou, quando presentes, 
ocupam um segundo plano. 
Os pacientes podem apresentar manifestações isoladas, como, por 
exemplo, baixa estatura, anemia por deficiência de ferro refratária à 
reposição de ferro por via oral, entre outras complicações.
Forma assintomática (silenciosa) na DC
Caracteriza-se por alterações sorológicas e histológicas da 
mucosa do intestino delgado compatíveis com DC, na ausência 
de manifestações clínicas. 
Esta situação pode ser comprovada especialmente entre grupos 
de risco para a DC como, por exemplo, parentes de primeiro 
grau de pacientes celíacos, e vem sendo reconhecida com maior 
frequência nas últimas duas décadas, após o desenvolvimento 
dos marcadores sorológicos para esta doença.
Como Tratar a DC
Consiste na dieta sem glúten, devendo-se excluir da alimentação alimentos 
que contenham trigo, centeio e cevada, por toda a vida.
Com a instituição de dieta totalmente sem glúten, há normalização da 
mucosa intestinal, assim como das manifestações clínicas. 
No caso de diagnóstico tardio, pode haver alteração da 
permeabilidade da membrana intestinal por longo período de tempo e 
a absorção de macromoléculas poderá desencadear quadro de 
hipersensibilidade alimentar, resultando em manifestações alérgicas
Deve-se tratar as deficiências nutricionais decorrentes da má-absorção de 
macro e micronutrientes.
Orientar o que excluir?
Pães, cereais e massas a base de trigo, cevada, aveia e 
cevada. 
Carnes à milanesa.
Cuidado: produtos enlatados e industrializados.
Substitutos: farinhas de arroz, soja, milho, araruta, tapioca, 
fubá, quinoa, amido de batata.
Alergia Alimentar
O que é a alergia alimentar?
A alergia alimentar é uma reação de saúde adversa que ocorre 
quando o sistema imunológico reconhece erradamente um alimento 
como uma entidade agressora ao organismo. 
A fração desse alimento que é responsável pela reação alérgica 
denomina-se alergénio. 
Pensa-se que pelo menos 5 em cada 100 crianças sofram de alergia 
alimentar, e que nos adultos a prevalência seja mais baixa, entre 3 a 
4%.
Qual é a diferença entre a alergia alimentar e a intolerância aos 
alimentos?
Intolerância alimentar 
• Caracteriza-se por uma reação adversa, reprodutível, que ocorre 
após a exposição a um determinado alimento, mas que ao 
contrário da alergia alimentar não envolve o sistema imunológico. 
• A intolerância à lactose é um exemplo desta condição, que se 
caracteriza pela incapacidade do organismo de digerir a lactose, 
um açúcar naturalmente presente no leite. 
Manifestações clinica da alergia alimentar
Moderadas a graves → podem ser fatais
Os sintomas surgem rapidamente, entre alguns minutos até 
duas horas após a ingestão do alergénio
Podem incluir manifestações cutâneas (pele e mucosas), 
respiratórias, gastrointestinais e cardiovasculares, de forma 
isolada ou combinada
Pode haver evolução para choque anafilático
Outros: prurido no corpo ou nos olhos, urticária, dor de 
estômago, diarreia, vômito, ruídos adventícios, tosse, além 
de edema dos lábios, das pálpebras, da língua e da glote
Cuidados de Enfermagem ao paciente com Alergia 
Alimentar
Manter em repouso em posição confortável e monitorar os SSVV e Saturação
Manter a via área desobstruída
Manter acesso venoso periférico calibroso
Monitorar a ocorrência dos sinais e sintomas e a probabilidade de choque
Monitorar exames laboratoriais e função renal
Alta
• Identificar e orientar quanto a remoção da fonte do alérgeno, orientar o individuo e a família 
sobre a prevenção de episódios futuros.
Referências
1. Ministério da Saúde. Doença Celíaca: Portaria SAS/MS nº 1149, de
11 de novembro de 2015. Disponível em:
http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2016/fevereiro/05/Doen--a-
Cel--aca---PCDT-Formatado---port1449-2015.pdf
2. Ministério da Saúde; Ministério da Educação e Ciência. Alergia Alimentar. 2012.
Disponível em: https://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp/wp-
content/files_mf/1444902010AlergiaAlimentar.pdf
3. Bulechek GM; et al. NIC: Classificação das Intervenções de Enfermagem. 6° ed,
Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2016/fevereiro/05/Doen--a-Cel--aca---PCDT-Formatado---port1449-2015.pdf
https://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp/wp-content/files_mf/1444902010AlergiaAlimentar.pdf