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1) EXPLIQUE A ETIOLOGIA E FATOFRES DE RISCO DA IA E DA ALERGIA: ALERGIA ALIMENTAR ETIOLOGIA: O nosso sistema imune é programado para combater qualquer substância estranha que invada nosso corpo, porém, há uma certa tolerância quando essas substâncias entram pelo sistema gastrointestinal. Um paciente alérgico a um determinado alimento possui, na verdade, um sistema imunológico que reage desproporcionalmente à chegada de uma determinada proteína, achando que a mesma é um agente invasor perigoso. Quando uma dessas proteínas chega ao trato digestivo, os anticorpos do tipo IgE pensam equivocadamente que estas são nocivas ao organismo e desencadeiam uma reação inflamatória na tentativa de destruir este agente invasor. Esses estudos demonstraram que a resposta alérgica depende da integridade estrutural da proteína, onde epítopos ligantes a IgE são responsáveis pela atividade funcional alergênica50. Os alimentos que causam reações imunológicas têm propriedades comuns, sendo termolábeis e de peso molecular entre 18 e 36 KDa. Mas não se sabe o motivo de alguns alimentos serem mais alergênicos que outros, como por exemplo os crustáceos, peixes, leite, nozes, trigo e etc. (80% - 90%) Uma exposição e sensibilização prévias a alergenos alimentares teoricamente precedem à reação anafilática inicial. A sensibilização também pode ocorrer no útero. Muitas vezes as crianças são sensibilizadas por alimentos passados através do leite materno durante a lactação. A sensibilização cruzada também pode ser observada entre dois ou mais membros de uma mesma família de alimento. Ocorre quando anticorpos IgE, originalmente dirigido a um alérgeno, liga ou reconhece uma proteína similar de outra fonte. Indivíduos alérgicos a amendoim também se mostram alérgicos a outros membros da mesma família, como ervilhas, feijão, lentilhas e soja. FATORES DE RISCO: história pessoal ou familiar de atopia (predisposição à alergia) idade e dieta. Pacientes com asma alérgica têm risco aumentado de desenvolvimento mais grave de reações alérgicas alimentares. Além desses, outros fatores não genéticos, como quantidade de exposição, estado nutricional do indivíduo e presença de infecção crônica ou doenças virais agudas, foram implicados no desenvolvimento da alergia. Imaturidade do sistema imune de mucosas, introdução de alimentos sólidos antes dos 4 meses, falha nos mecanismos de defesa do TGI, alterações na permeabilidade da mucosa, INTOLERÂNCIA ALIMENTAR ALERGIA E INTOLERÂNCIA ETIOLOGIA: A intolerância alimentar é decorrente da ausência ou deficiência de enzimas responsáveis por digerir e absorver determinado alimento, de forma que o alimento não consegue ser digerido corretamente, fazendo com que este fique no estômago e sature, desencadeando sintomas que causam o mal-estar do portador. Fatores de risco: envelhecimento, etnia (o problema é mais comum em africanos, árabes, gregos, chineses, coreanos e canadenses), doenças gastrointestinais, predisposição genética, diabetes, realização de cirurgia bariátrica. 2) DIFERENCIAR A FISIOPATOLOGIA DA INTOLERÂNCIA E DA ALERGIA ALIMENTAR: ALERGIA: As alergias alimentares decorrem de um mecanismo imunológico, sendo que a maioria das alergias alimentares são mediadas por IgE. Ocorre produção de IgE específica para determinados alimentos, que se liga a receptores específicos de alta afinidade FcεRI presentes nos mastócitos, basófilos circulantes e células da mucosa e da pele. Esta ligação provoca desgranulação de mastócitos com libertação de mediadores próinflamatórios, nomeadamente histamina, proteases, heparina, proteoglicanos e factores quimiotáticos, o que provoca aumento da permeabilidade da parede intestinal, aumento da produção de muco, infiltrado celular inflamatório e estimulação de fibras sensitivas dolorosas e, consequentemente, a sintomatologia típica. As alergias alimentares podem também ser nãomediadas por IgE (envolvimento de outras classes de Ig que não IgE, mediadas por células, mediadas por anticorpos ou devido à formação de imunocomplexos circulantes). Assim, as alergias alimentares podem ser classificadas em três grupos: mediadas por IgE; não-mediadas por IgE e distúrbios mistos. INTOLERÂNCIA: A intolerância alimentar possui três mecanismos fisiopatológicos: DEFEITOS ENZIMÁTICOS: Os erros inatos do metabolismo devidos a defeitos enzimáticos podem afetar a digestão e absorção de hidratos de carbono, lípidos ou proteínas. O defeito enzimático pode ser primariamente gastrointestinal, causando alterações da digestão ou absorção (ex: deficiência de lactase), ou sistémico, como ocorre na intolerância hereditária à frutose. REACÇÕES FARMACOLÓGICAS: Intolerância farmacológica: é causada por aminas vasoactivas (dopamina, histamina, tiramina, norepinefrina, feniletilamina e serotonina) e outras substâncias presentes nos alimentos, que manifestam actividade farmacológica. Em muitos casos existe uma relação dose-efeito. INTOLERÂNCIA ALIMENTAR INDEFINIDA: consiste na intolerância alimentar resultante de mecanismos não definidos, tais como as reacções a aditivos alimentares. 3) COMPREENDER OS SINAIS E SINTOMAS DA IA E AA: ALERGIA ALIMENTAR: Os sintomas aparecem dentro de alguns minutos após a ingestão dos alimentos, porém, podem demorar até 4 a 6 horas. Como há grande quantidade de mastócitos (resposta a agentes agressores) no pulmão, garganta, pele, nariz e intestinos, os sintomas alérgicos costumam estar ligados a estes órgãos. O sintoma mais comum é a urticária. Outro sintoma comum, mas mais perigoso, é o angioedema, um inchaço das mucosas que costuma se manifestar com edema dos lábios. Quando o angioedema é grave pode haver inchaço da língua e das mucosas da garganta, causando obstrução do fluxo de ar para o s pulmões. O paciente pode parar de respirar devido a esta obstrução do ar. Outros sintomas da alergia alimentar incluem a rinite, conjuntivite, asma, diarreia, dor abdominal e vômitos. Se houver uma ativação maciça dos basófilos e mastócitos a reação pode ser tão forte que causa uma vasodilatação exagerada, levando o paciente ao estado de choque circulatório, conhecido como choque anafilático. INTOLERÂNCIA ALIMENTAR: Por outro lado, as intolerâncias alimentares tendem a ocorrer mais tardiamente após a ingestão do alimento causal (horas a dias) e manifestam-se geralmente por intestino irritável, cefaleias, enxaquecas, fadiga, alterações do comportamento ou urticária. Podem também ocorrer sintomas de asma em alguns doentes, bem como uma reacção anafilatóide, que sucede ocasionalmente. 4) Diagnostico e tratamento: DIAGNOSTICO: LABORATORIAL HEMOGRAMA: Embora nao seja exame diagnóstico para alergia alimentar, auxilia na detecçao de complicaçoes a ela associadas, como a anemia. Na alergia alimentar pode ocorrer deficiência de ferro em funçao de perdas fecais ou de má absorçao secundária à lesao do intestino delgado, ou da inflamaçao sistêmica. INVESTIGAÇÃO DE SENSIBILIZAÇÃO IGE ESPECÍFICA: Auxilia apenas na identificaçao das alergias alimentares mediadas por IgE e nas reaçoes mistas, e este é um dado fundamental. TESTE DE CONTATO ATÓPICO: TESTE DE PROVOCAÇÃO ORAL: Consiste na oferta progressiva do alimento suspeito e/ou placebo, em intervalos regulares, sob supervisao médica para monitoramento de possíveis reaçoes clínicas. DE IMAGEM: ENDOSCOPIA E COLONOSCOPIA: Tanto a endoscopia alta como a colonoscopia atualmente podem ser indicadas para o diagnóstico diferencial de alergia alimentar em alguns pacientes. PHMETRIA: Em relaçao ao diagnóstico de DRGE ou refluxo secundário à alergia alimentar, a pHmetria esofágica de 24 horas nao permite diferenciar claramente as duas situações. TRATAMENTO: O melhor tratamento da ALERGIA a alimentos é a prevenção. Não há um tratamento que cure a alergia alimentar. O mais importante é identificar osalimentos que causam alergia e evitá-los permanentemente. Quando o paciente ainda não conhece os alimentos que lhe causam alergia ou quando há ingestão acidental de um alimento proibido, o tratamento visa o controle da reação alérgica. As drogas mais usadas são os antialérgicos (anti-histamínicos) e os corticoides (leia: PREDNISONA E CORTICOIDES | Indicações e efeitos colaterais). Nos casos de choque anafilático o tratamento é feito com injeção de adrenalina. https://www.mdsaude.com/endocrinologia/glicocorticoides/ Pacientes com histórico de reação anafilática a alimentos devem portar cartões ou pulseiras explicando sua alergia para que possam ser rapidamente diagnosticados e tratados, caso necessário. Muitos pacientes andam com seringas automáticas de adrenalina caso seja necessário tratamento imediato. Aproximadamente 85% das crianças espontaneamente deixam de ser alérgicas à maioria dos alimentos (ovos, leite de vaca, trigo e soja) entre os 3-5 anos de idade. O teste cutâneo permanece positivo apesar de haver tolerância ao alimento. A alergia alimentar ao amendoim, nozes, peixe e camarão raramente desaparece. O tratamento para a INTOLERÂNCIA alimentar não garante a cura total do paciente. Porém, após a exclusão total do alimento causador da intolerância por, no mínimo, três meses, a sua reintrodução no cardápio pode ser testada. Muitos pacientes respondem bem, podendo voltar a consumir o alimento (com moderação) sem que os sintomas da intolerância recomecem. Além disso, de acordo com o tipo de intolerância, o médico pode indicar o uso de medicamentos, que são basicamente enzimas digestivas indicadas para quando a pessoa irá fazer uma refeição que contém o alimento associado à intolerância. Por exemplo, quando se deseja comer um bolo, por exemplo, o médico pode indicar o uso da enzima lactase antes do seu consumo, pois assim é possível favorecer a digestão desse alimento e evitar o aparecimento dos sintomas. 5) Explicar as complicações da IA e AA: URTICARIA E ANGIOEDEMA DERMATITE ATOPICA ANAFILAXIA GASTROINTESTINAL: Hipersensibilidade gastrintestinal imediata (ou anafilaxia gastrintestinal) caracteriza-se por náuseas, vômitos, dor abdominal e diarreia que aparecem em minutos ou até duas horas após a ingestao do alérgeno. GASTRITE EOSINOFILICA: A gastrite eosinofílica alérgica é decorrente de reaçao de hipersensibilidade a alimentos do tipo mista (IgE mediada e nao IgE-mediada), e caracterizada pela presença de processo inflamatório eosinofílico, em geral na camada mucosa. A gastrite eosinofílica alérgica é mais comum em lactentes e adolescentes, podendo comprometer recém-nascidos também. ANAFILAXIA RESPIRATÓRIA: Os sintomas podem incluir dores ou cólicas abdominais, náuseas, vômitos, diarreia, broncoespasmo, rinorreia, conjuntivite, arritmias, e / ou hipotensão. A rapidez com que os sintomas ocorrem se associam com a gravidade dos sintomas e pode ocorrer com poucas horas da exposição. REFERÊNCIAS: FERREIRA, Jaqueline Maria Siqueira; PINTO, FMH. Alergia alimentar: definições, epidemiologia e imunotogênese. Rev Bras Nutr Clin , v. 27, n. 3, pág. 193-198, 2012.
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