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Fórum 01 - Doença cardiovascular aterosclerótica
1) Quais as quatro nuances (tipos de apresentação) da Doença Cardiovascular Aterosclerótica?
Segundo Da Cruz e Andrade (2022), os estágios histológicos da aterosclerose incluem estrias gordurosas, capa fibrosa, placas fibrosas e lesões avançadas.
Estrias lipídicas: Macroscopicamente, aparecem como manchas ou pequenas elevações lineares, amareladas, na íntima; já microscopicamente, encontram-se na íntima as células espumosas ou xantomatosas, macrófagos ou células musculares lisas abarrotadas de lipídeos (células volumosas, arredondadas, com núcleo central e citoplasma claro pela riqueza de gorduras). Nesse tipo de apresentação, as lesões podem regredir, estacionar ou progredir para ateromas;
Placas ateromatosas instáveis: As placas ocupam apenas parte da circunferência do vaso (lesão excêntrica). Microscopicamente, essas lesões são constituídas por quantidade variada de células (macrófagos, células musculares lisas, leucócitos, fibroblastos), matriz extracelular (fibras colágenas e elásticas e proteoglicanos) e lipídeos Na superfície da lesão, logo abaixo do endotélio, encontra-se a chamada capa fibrosa, formada por fibras colágenas e células musculares lisas, reduzindo o lúmen vascular. Nas placas instáveis predominam o componente lipídico, restos celulares e leucócitos, com pouco tecido conjuntivo;
Placas estáveis: Já nas placas estáveis predominam o componente fibroso, havendo pouco componente lipídico;
Placas complicadas: Com o passar do tempo, os ateromas podem sofrer várias modificações e originar uma placa complicada. As principais complicações nas placas são: (1) erosão ou ulceração, mais comuns em placas moles, que resulta na perda do revestimento endotelial; (2) trombose, oclusiva ou não, quase sempre associada a erosões ou úlceras; (3) hemorragia, em que o sangue penetra na placa a partir de ruptura na sua superfície ou em pequenos vasos neoformados; (4) calcificação, que pode atingir pequenas áreas ou grande parte da placa.
2) Qual o papel da PCR-ultrassensível na avaliação de pacientes com risco de doença aterosclerótica cardiovascular?
A inflamação vascular tem um papel crucial na patogênese da aterosclerose e medeia vários dos estágios de desenvolvimento da placa de ateroma, desde a formação da estria lipídica à desestabilização e rotura da placa que precede as síndromes clínicas da doença cardiovascular. Os biomarcadores inflamatórios constituem uma ferramenta valiosa para acompanhar a evolução deste processo, permitindo mensurar o efeito das diversas atitudes terapêuticas implementadas. Neste contexto, a proteína C reativa (PCR), determinada por métodos de alta sensibilidade (PCR-as), é o biomarcador mais extensamente estudado. 
Evidências crescentes sugerem que a PCR não é apenas um marcador inflamatório, mas também que a molécula participa ativamente no processo aterogênico. Ishikawa et al. concluíram, em 2003, que a PCR se localiza dentro da placa aterosclerótica, tendo um papel importante na vulnerabilidade desta, assim como na reestenose pós-angioplastia. 
De forma semelhante, Inoue et al., em 2005, demonstraram que a PCR é produzida na placa aterosclerótica responsável pela síndrome coronária aguda, documentando a existência de um gradiente de PCR na circulação arterial coronária distal e proximal à placa. No mesmo estudo, um gradiente transcardíaco (seio coronário – sangue periférico) aumentou gradualmente após a realização de angioplastia, alcançando o máximo às 48h, sugerindo uma origem cardíaca da PCR. 
Os seus níveis correlacionam-se de forma direta com vários fatores de risco cardiovasculares, tais como o índice de massa corporal, o tabagismo, a pressão arterial sistólica, os níveis de triglicerídeos e de colesterol total, a frequência cardíaca, os níveis de glicemia em jejum e a história de doença coronária ou acidente vascular encefálico e de forma inversa com os níveis de colesterol-HDL e de pressão arterial diastólica, tanto em crianças como em adultos.
Referências:
DA CRUZ, Elissandra Silva; ANDRADE, Jerusa Souza. Benefícios nutricionais da Castanha-do-Brasil no tratamento de aterosclerose em idosos: Nutritional benefits of Brazil Nut in the treatment of atherosclerosis in the elderly. Brazilian Journal of Development, v. 8, n. 11, p. 73060-73078, 2022.
INOUE, Teruo et al. Local release of C-reactive protein from vulnerable plaque or coronary arterial wall injured by stenting. Journal of the American College of Cardiology, v. 46, n. 2, p. 239-245, 2005.
ISHIKAWA, Tetsunori et al. Involvement of C-reactive protein obtained by directional coronary atherectomy in plaque instability and developing restenosis in patients with stable or unstable angina pectoris. The American journal of cardiology, v. 91, n. 3, p. 287-292, 2003.