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Por: Taynara Freitas - MT1 Pr3 - Módulo Proliferação Neoplasi� pulmona� Objetivos: 1. Conhecer os tipos mais prevalentes de câncer no pulmão. 2. Entender a fisiopatologia do carcinoma broncogênico epidermóide. 3. Relacionar as síndromes paraneoplásicas com o câncer de pulmão. 4. Explicar o diagnóstico e os exames complementares do câncer de pulmão. __________________________________ 1. Conhecer os tipos mais prevalentes de câncer no pulmão ➠Adenocarcinoma ⤷ É a neoplasia pulmonar mais prevalente ⤷ Acomete preferencialmente mulheres ⤷ É o tipo menos associado ao tabagismo ⤷ Na maioria dos casos, o tumor é periférico; com frequência, envolve a pleura visceral ⤷ Associa-se a lesões destrutivas e cicatrizes no parênquima pulmonar (fibrose, espaços aéreos não funcionantes etc.) ou a hiperplasia de pneumócitos, que são os locais mais comuns de origem da neoplasia ⤷ Origina-se nas vias respiratórias periféricas, a partir de células claviformes – club-cell (células epiteliais colunares não ciliadas) ou de pneumócitos do tipo II. ➠ Carcinoma de células escamosas ⤷ Pode ser chamada de epidermoide ⤷ É o mais associado ao tabagismo, o menos heterogêneo do ponto de vista morfológico ⤷ Mais comum em homens ⤷ O tumor é usualmente central, isto é, origina-se sobretudo nos grandes brônquios ⤷ Seu crescimento é mais lento do que os demais ⤷ Suas metástases ocorrem nos linfonodos regionais; disseminação sanguínea é tardia. ⤷ Macroscopicamente, o tumor apresenta-se como lesão que varia desde pequena tumoração endobrônquica obstrutiva até grandes massas que sofrem cavitação e hemorragia, por causa de necrose frequente. ⤷ Alguns tumores mostram-se firmes e esbranquiçados por reação desmoplásica ⤷ A neoplasia tende a invadir a parede brônquica e o parênquima pulmonar adjacente. ⤷ O tumor é facilmente visível à endoscopia e pode ser diagnosticado por exames citológicos mais comumente do que as demais neoplasias pulmonares ➠Carcinoma de grandes células ⤷ O carcinoma de grandes células vem diminuindo em frequência, correspondendo hoje a 10% dos cânceres pulmonares. ⤷ O tumor é indiferenciado e tem comportamento altamente agressivo, evoluindo rapidamente para o óbito. ⤷ Lesão é predominantemente periférica e subpleural, não se associa a segmento brônquico e caracteriza-se pela tendência a formar grandes massas com áreas de necrose e hemorragia. ⤷ A neoplasia é constituída por células grandes contendo núcleos volumosos e centrais, nucléolo evidente, com forma que varia de oval a poligonal, citoplasma abundante e membrana celular usualmente bem definida; a relação núcleo/citoplasma é alta. Não há sinais de diferenciação escamosa nem formação de estruturas glandulares ⤷ À microscopia eletrônica, as células apresentam muitas vezes diferenciação Por: Taynara Freitas - MT1 Pr3 - Módulo Proliferação escamosa ou glandular, podendo haver produção de muco. ⤷ O emprego da imuno-histoquímica (p40 para carcinoma de células escamosas e TTF1 para adenocarcinoma) fez com que se reduzisse a incidência desse tumor, pois seu diagnóstico só pode ser feito em peças cirúrgicas e quando ambos esses marcadores são negativos. ➠Carcinoma sarcomatoide ⤷Responsável por 2 a 3% das neoplasias pulmonares ⤷ Carcinoma sarcomatoide ocorre sobretudo em fumantes ⤷ Localiza-se preferencialmente na periferia dos pulmões e nos lobos superiores ⤷ O tumor é constituído por ao menos 10% de células fusiformes, células gigantes ou ambas (bifásico), podendo ter áreas de carcinoma de células escamosas, adenocarcinoma ou áreas indiferenciadas de carcinoma não pequenas células; ⤷ Carcinoma sarcomatoide monofásico, constituído exclusivamente por células fusiformes ou células gigantes, é raro Tumores neuroendócrinos - com graus variados de malignidade ➠Carcinoma de pequenas células ⤷ Predomina na sexta ou sétima década da vida ⤷ É mais comum em homens ⤷ Representa 15% dos tumores malignos do pulmão ⤷ Tem forte associação com tabagismo ⤷ A neoplasia é altamente maligna e a que tem o pior prognóstico entre os tumores pulmonares ⤷ Ao diagnóstico, habitualmente já existem metástases linfonodais e na medula óssea ⤷O tumor pode secretar ACTH, serotonina, hormônio antidiurético, calcitonina, estrogênio e hormônio de crescimento, resultando em diversas manifestações paraneoplásicas ➠Carcinoma neuroendócrino de grandes células ⤷ Associa-se ao tabagismo ⤷ Sua origem semelhante à do carcinoma de células pequenas, é classificado no grupo de tumores neuroendócrinos de alto grau de malignidade. ➠Tumor carcinóide ⤷ Constitui menos de 5% dos tumores pulmonares ⤷ A lesão é mais comum até 40 anos de idade, não tem preferência por sexo e nem guarda relação com tabagismo. ⤷ Manifesta-se com obstrução brônquica (bronquiectasia, hiperinsuflação localizada, atelectasia, infecções etc.); quando há ulceração da mucosa, surge hemoptise. Por: Taynara Freitas - MT1 Pr3 - Módulo Proliferação 2. Entender a fisiopatologia do carcinoma broncogênico epidermóide. Definição: Também chamado de carcinoma de células escamosas, é um tumor de origem epitelial maligno. ➠Epidemiologia: ⤷ Mais prevalente no sexo masculino e com histórico de tabagismo. - A probabilidade esperada de desenvolver câncer de pulmão durante a vida é estimada em cerca de 8 % entre os homens e em cerca de 6% entre as mulheres ⤷ É a causa mais comum de morte por câncer entre os homens e as mulheres norte-americanos. ⤷ O câncer de pulmão é raro com idade inferior a 40 anos, com taxas que aumentam até a idade de 80 anos, após o que a taxa diminui gradualmente ⤷ A incidência de c âncer de pulmão varia por grupo racial e étnico, com a maior taxa de incidência ajustada para a idade entre negros. ⤷ Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer de 2016, o câncer de pulmão representou 8 ,1% das neoplasias entre os homens, sendo o segundo mais frequente, atrás apenas do câncer de próstata. Entre as mulheres, representou 5,3% dos casos, sendo o quarto mais comum, superado apenas pelo câncer de mama, cólon e reto e colo do útero. ⤷ Ao diagnóstico, apenas 25% dos pacientes apresentam doença localizada (possibilidade de terapia curativa). A sobrevida global para todos os casos situa-se nos dias de hoje entre 12 e 14%. ➠ Fisiopatologia ⤷Crescimento lento (mitose contida) ⤷Origem metaplasia escamosa central (nos grandes brônquios) ⤷ Pode apresentar necrose central ⤷ Metástase linfonodos regionais inicialmente, com metástase via hematogênica tardia ⤷ Cresce na forma exofítica (dentro da luz) do brônquio, obstruindo a passagem do ar. Mutação no gene KRAS: ⤷O KRAS é um gene que decodifica uma proteína de mesmo nome que está acoplada a membrana celular e tem como objetivo sinalizar - via o receptor tirosina quinase – para o núcleo da célula que é necessário fazer proliferação, diferenciação celular, migração e apoptose ⤷ Quando temos uma mutação, nós produzimos uma proteína KRAS anormal que vai ficar constantemente ativa mesmo que não estejam sendo sinalizados os fatores de crescimento para essa célula. Essa hiperatividade do KRAS promove a oncogênese Por: Taynara Freitas - MT1 Pr3 - Módulo Proliferação ⤷ 14% dos cânceres de pulmão têm essa modificação no KRAS ⤷ Foi aprovado pela anvisa o SOTORASIBE, inibidor do KRAS, funcionando como terapia alvo para o CPPN ➠ Quadro clínico ⤷ Sintomas inespecíficos se apresentam quando a doença já está avançada. ⤷ Tosse ⤷ Hemoptise ⤷ Dor torácica (expansão do tumor pode comprimir outras regiões - mediastino e pleura) ⤷ Rouquidão ➠ Lesões precursoras ⤷ Metaplasia escamosa ⤷ Carcinoma in situ ⤷ Displasia no epitélio brônquico ➠ Fatores de riscos ⤷ Tabagismo ⤷ DPOC ⤷ Ocupação ⤷ Idade avançada ⤷ Histórico familiar ⤷ Infecção pulmonares de repetição ➠ Sinais e sintomas ⤷ A maioria dos casos e CA de pulmão se origina na mucosa dos grandes brônquios e cursa com tosse produtiva e persistente. Em determinados casos há hemoptise (expectoração de sangue). As células malignas (cancerosas) podem ser detectadas no escarro ⤷ A rouquidão do paciente e o aumento dos linfonodosclaviculares são importantes achados, que nos direcionam ao grau de propagação tumoral. Um dos critérios para determinar o estadiamento (avanço metastático) é a análise dos linfonodos regionais. ➠ Prognóstico: ⤷O prognóstico em neoplasias pulmonares malignos é estimado em 5 anos de sobrevida. ➠ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ➠ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ➠ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ➠ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ Por: Taynara Freitas - MT1 Pr3 - Módulo Proliferação 3. Relacionar as síndromes paraneoplásicas com o câncer de pulmão. ➠ Ocorrem em 10 a 20% dos pacientes com carcinoma pulmonar e caracterizam-se por sinais e sintomas não relacionadas com a lesão pulmonar em si ou com eventuais metástases. ➠ Tais manifestações clínicas podem preceder ou coincidir com o diagnóstico da neoplasia ➠ As principais manifestações são: ⤷ Secreção inapropriada (aumentada) do hormônio antidiurético (hiponatremia), relacionada principalmente com o carcinoma de pequenas células; ⤷ Hipercalcemia, sobretudo no carcinoma de células escamosas ⤷ Manifestações neuromusculares, como polimiosite e dermatomiosite (30% dos pacientes com essas doenças têm uma neoplasia subjacente); ⤷ Manifestações cutâneas (acantosis nigricans) ⤷ Alterações hematológicas, particularmente hipercoagulabilidade sanguínea (síndrome de Trousseau), que se manifesta com trombose em vários órgãos; ⤷ Produção de ACTH, que ocorre em 3 a 7% dos carcinomas de células pequenas; síndrome de Cushing é incomum, mas intolerância à glicose e hipocalemia são às vezes graves; ⤷pacientes com adenocarcinoma podem apresentar aumento sérico de amilase. ➠O que é? ⤷ Distúrbios clínicos que não estão diretamente associados aos efeitos físicos do tumor primário ou metastático ⤷ Importante porque revela a possibilidade de diagnosticar um tumor latente e em fase inicial num doente sem qualquer sintoma resultante do tumor (e sim da atividade indireta por imuno mediação e liberação de citocinas) ➠Causas ⤷ Produção de substâncias pelas células tumorais responsáveis pelos efeitos sistêmicos ⤷ Diminuição de substâncias habitualmente presentes no organismo ⤷ Resposta imune do hospedeiro ao tumor ➠Sintomas: ⤷ O aparecimento de sintomas pode ou não ser síncrono com o'diagnóstico do tumor - Em alguns casos, o tratamento leva à resolução dos sintomas da síndrome. Em outros casos, é possível resolver os sintomas paraneoplásicos mesmo que não seja possível tratar a neoplasia ➠Síndromes paraneoplásicas endocrinológicas ⤷ Pela produção de citocinas,hormônios e precursores hormonais. ⤷ Síndromes cushingóides paraneoplásicas, a síndrome da secreção inapropriada de hormona antidiurética (SIADH),a hipoglicemia paraneoplásica e a hipercalcemia maligna(embora esta última, pordefinição, não se trate de uma síndrome paraneoplásica pura ➠Síndromes paraneoplásicas hematológicas ⤷ Eritrose (mais associado ao carcinoma de células renais,hepatocarcinoma, tumor de Wilms, hemangiomas, hemangioblastoma do cerebelo…), agranulocitose, granulocitopenia e anemia, trombocitose, trombose venosa profunda, endocardite trombótica não bacteriana ➠Síndromes paraneoplásicas renais: ⤷ Glomerulonefrite membranosa com síndrome nefrótica é constantemente associada a neoplasias. Por: Taynara Freitas - MT1 Pr3 - Módulo Proliferação ➠Síndromes paraneoplásicas dermatológicas ⤷ Podem ser indicativos do tumor e de sua progressão. ⤷ Lesões pápulo escamosas,dermatoses neutrofílicas,distúrbios vasculares, síndromes hereditárias com manifestações cutâneas associadas ➠Síndromes paraneoplásicas neurológicas ⤷Encefalite límbica, doenças da junção neuromuscular, rigidez muscular e distúrbios do movimento ➠Síndromes paraneoplásicas e o câncer no pulmão: ⤷ Ocorre em cerca de 10% dos pacientes com câncer de pulmão. ⤷ Os sintomas paraneoplásicos não estão diretamente relacionados à gravidade do tumor primário. ⤷ Síndrome da secreção inapropriada de hormônio antidiurético: estado de hiponatremia euvolêmico e hipo osmolar, na ausência dehipotireoidismo, insuficiênciarenal e adrenal (que é secundária à produção tumoral de ADH). - Está relacionada principalmente ao carcinoma de pequenas células. A Hiponatremia aguda leva a edema cerebral 00000000000000000000000⤷Leva a edema cerebral, estado mental alterado, convulsões e morte. ⤷Síndrome de Cushing ectópica:produção tumoral desregulada pela produção de ACTH(ACTH: estimula a produção adrenal de glicocorticóides; o aumento de cortisol resulta em alcalose metabólica hipocalêmica, hipertensão arterial secundária e hiperglicemia). ⤷Osteoartropatia pulmonarhipertrófica (OPH):proliferação anormal dos tecidos cutâneos e ósseos nas regiões distais das extremidades, clinicamente se manifesta pelo baqueteamento dos dedos das mãos e dos pés,poliartrite simétrica e periostite dos ossos tubulares longos. → Etiologia: doença idiopática,familiar, benigna e autolimitada. A causa parece ser um mecanismo herdado que acomete principalmente homens. → Fisiopatologia: ainda é pouco conhecida. Estudos sugerem que: um defeito primário intrínseco das plaquetas (que poderia facilitar a degranulação e liberação de fatores de crescimento); aumento da atividade fibrinolítica… → Tratamento: tratamento da neoplasia e medicamentos sintomáticos (analgésicos, Por: Taynara Freitas - MT1 Pr3 - Módulo Proliferação anti-inflamatórios não esteróides, corticóides e anestésicos) ➠ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ➠ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ➠ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ➠ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ⤷ ➠ ➠ ➠ ➠ ➠ ➠ ➠ ➠ 4. Explicar o diagnóstico e os exames complementares do câncer de pulmão. Exames complementares: -Broncoscopia: permite a visualização direta da árvore brônquica e a realização de biópsia. Em tumores de grandes vias aéreas, a sensibilidade atinge 90%. Entretanto, em lesões de pequenas vias aéreas, a sensibilidade pode cair p/ 10%. Algumas técnicas recentes associadas à broncoscopia vêm o rendimento diagnóstico do método. São elas: ★Broncoscopia c / fluorescência: permite a detecção de infiltrações menores d o epitélio brônquico, permitindo o diagnóstico + preciso de lesões infiltrativas pequenas – na prática direciona melhor o sítio de biópsia de uma lesão endobrônquica; ★Ultrassonografia endoscópica (EBUS): este método permite a punção /biópsia de lesões tumorais (pulmonares ou linfonodais ) que ñ sejam de visualização direta endobrônquica, porém desde que a sua localização seja próxima a brônquios de, no máximo, segunda ou terceira ordem division al. Nesse método, s e faz a punção transfixante da parede brônquica para que seja alcançado um nódulo ou uma massa de localização no meio do parênquima pulmonar ou no mediastino. Exige material específico e deve ser realizado por broncoscopista, com grande experiência e m centros d e referência para o adequado rendimento diagnóstico. - Biópsia transtorácica: constitui o auxílio no diagnóstico de nódulos pulmonares. É um método pouco invasivo, que pode ser realizado somente c/ anestesia local e sedação leve. A sensibilidade do método chega a + de 95%, dependendo do centro onde a biópsia foi realizada (inclui aqui tipo de tomógrafo,
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