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Resumos - Lógica - Prof. Ricardo P. Tassinari - Departamento de Filosofia - Unesp/Marília - 2009 FORMALIZAÇÃO DO QUADRADO ARISTOTÉLICO DAS OPOSIÇÕES Com as definições dos quantificadores e a partir da composição de funções proposicionais com conectivos, vamos começar a estudar os principais resultados lógica tradicional. A primeira pergunta então é a seguinte. Com as definições dos quantificadores e a partir da com- posição de funções proposicionais com conectivos, como representar em fórmulas as proposições: algum A é B, todo A é B, algum A não é B e nenhum A é B? Notemos que A e B são predicados. ALGUM A É B. Algum A é B pode ser representado pela fórmula ∃x(A(x) ∧ B(x)). Com efeito, vamos analisá-la. F(x) = A(x) ∧ B(x) A(c) B(c) F(c) = A(c) ∧ B(c) F(c) F(c) = A(c) ∧ B(c) V V V V F(c) é V ou F em função de A(c) e B(c) V F F F como na tabela ao lado. F V F F F F F F Assim, ∃x(A(x) ∧ B(x)) = existe um c tal que A(c) ∧ B(c) é V, ou seja, tal que A(c) e B(c). Logo, algum A é B é expresso pela fórmula ∃x(A(x) ∧ B(x)) . TODO A É B. Todo A é B pode ser representado pela fórmula ∀x(A(x) → B(x)). Com efeito, vamos analisá-la. F(x) = A(x) → B(x) A(c) B(c) F(c) = A(c) → B(c) F(c) F(c) = A(c) → B(c) V V V V F(c) é V ou F em função de A(c) e B(c) V F F F como na tabela ao lado. F V V V F F V V Assim, ∀x(A(x) → B(x)) = para todo c temos que: A(c) e B(c), ou não A(c) e B(c), ou não A(c) e não B(c). Portanto, se ∀x(A(x) → B(x)) é verdadeira, então: se, para um c, A(c), logo, temos B(c). Logos, todo A é B é expresso pela fórmula ∀x(A(x) → B(x)). Notar que ∃x(A(x) → B(x)) significa dizer que, existe um c que não A(c) ou que B(c), e, portanto, não traduz a noção de implicação. Exercício. Analisar as fórmulas (1) ∃x(A(x) ∧ ~B(x)) , (2) ∀x (A(x)→~B(x)) e (3) ∃x(A(x)∧B(x)) e mostrar que (1) representa “Algum A não é B” e (2) e (3) representam “Nenhum A é B”. Do analisado acima, temos o seguinte tabela das proposições categóricas e suas formalizações.. Proposições Categóricas e Suas Formalizações Afirmativa (A e I de “A f I r m o”) Negativa (E e O de “n E g O”) Universal A Todo A é B ∀x (A(x) → B(x)) E Nenhum A é B ∀x (A(x) → ~B(x)) Particular I Algum A é B ∃x (A(x) ∧ B(x)) O Algum A não é B ∃x (A(x) ∧ ~B(x)) Se o universo de discurso não é vazio temos as seguintes definições e inferências imediatas: • A e O, E e I são contraditórias, i.e., se uma é falsa, a outra é verdadeira. • A e E são contrárias, i.e., não são ambas verdadeiras. • I e O são subcontrárias, i.e., não são ambas falsas. • I e O são, respectivamente, subalternas de A e E, e são verdadeiras, se, respectivamente, A e E são verdadeiras. • A e E são, respectivamente, superalternas de I e O, e são falsas, se, respectivamente, I e O são falsas. O que nos dá o quadra abaixo. Obs.: Pode-se também considerar ainda: A como ∀xA(x); E como ∀x~A(x); I como ∃xA(x); e O como ∃x~A(x).
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